Jennifer TravelEu sei que sempre almejei a minha liberdade, mas não assim e não de todo jeito. Dante precisa pensar com mais clareza! Enquanto caminho pelas calçadas de Manhattan, arrastando uma mala imensa, ligo para o meu filho. Nós realmente precisamos conversar e resolver essa situação. O problema é que ele se recusa a me atender, mas logo iremos nos enfrentar. Alguns bons minutos depois paro em frente ao Plaza para solicitar um quarto. Eu sei que o cartão que ele me deixou jamais pagaria o conforto desse lugar, mas dá pra passar uma noite. É tempo suficiente para encontrar o meu filho e fazê-lo mudar de ideia. Não demora muito para eu estar dentro de uma banheira com uma água fria e deliciosamente perfumada, e tomando uma taça de champanhe. Passo longos minutos lá dentro até me sentir definitivamente relaxada. No quarto, vestida apenas com um roupão eu começo a mexer nas minhas coisas e encontro o envelope que o meu filho me deixou. Na frente dele tem o nome do meu marido e com
Jennifer TravelIsso não é o cúmulo da minha decadência? Pois é, é o que tenho para hoje. No caminho o meu celular começa a tocar e um alívio me acomete quando vejo o nome de Gregory Smith brilhar na tela.— Gregory? Ah, graças a Deus!— O que você quer, Travel?— Como assim o que eu quero? Eu sou a sua sócia!— Jennifer você não é mais a sócia do hotel.— Como assim? Eu investi cem milhões nesse hotel!— Sim, e você ficou com dez por cento da sociedade. Eu e Mat investimos quinhentos milhões. Você sabe, são centenas de empregados, cozinha para manter tudo do bom e do melhor, além de...— Não me venha com essa, Gregory! Se não me quer como sua sócia pelo menos devolva o meu dinheiro!— Do que você está falando? Você recebeu por um ano inteiro as margens de lucros do hotel. Eu não te devo mais nada!— Não faz isso comigo, Gregory! — Minha voz falha.— Eu sinto muito, Travel! — Penso em rebater quando ele encerra a ligação e sem forças, me encosto no muro e começo a chorar.***Trettori
LiliUm jantar que inspirava romance, mas com alguns convidados extras. Só sendo o Dante mesmo para pensar em algo assim! Um pedido de casamento que de verdade, eu não cheguei a sonhar nunca na minha vida, nem mesmo com esse homem. E pensar que em outrora eu cogitei arrancar as suas bolas com as minhas próprias mãos!Não é engraçado que de aspirante a vingativa eu tenha me apaixonado pela minha própria vítima?Ah, eu ainda estou sorrindo feito uma boba e olhando sem parar para o anel de ouro branco, com dois corações entrelaçados, e um solitário bem no meio deles, exposto no meu anelar. Ele é simplesmente lindo! Também não dá para negar que ainda estou flutuando nas nuvens, quando sempre procurei manter os meus pés no chão.Ain, ele foi tão fofo, tão lindo, tão doce... e quente... quente demais! Não no restaurante, claro, mas no aparte hotel que me trouxe assim que o jantar terminou oficialmente. E agora estou aqui, completamente nua, largada nos seus braços, sentindo os seus beijos
Lili — Dante, nós acabamos de noivar! — E daí? — Rio porque não há muito o que fazer. — Isso é loucura! — E você não quer fazer essa loucura de amor comigo? — balbucio sem saber o que responder. — Pensa bem. Eu te amo e você me ama. E até já temos uma filha juntos. Isso me cheira a casamento. — Gargalho. — Você é maluco! — É, eu já sei disso, mas você não me respondeu. — Ok, agora estou tremendo toda e não acredito no que está se passando na minha cabeça nesse exato momento. — Sim... eu acho! — Ele encolhe os olhos. — Eu não senti muita firmeza nessa resposta, Senhorita Ricci! — Ele ralha com humor, porém, o beijo para ganhar tempo e pensar com calma. — Sim, eu quero fazer essa loucura de amor com você, Dante Travel! — Cacete, ela aceitou! — Ele rosna e me puxa para um beijo capaz de roubar o meu fôlego e a minha sanidade, se é que eu tenho alguma. *** As coisas aqui na TL voltaram ao seu normal e as empresas voltaram a lucrar, levando o nome Travel Lawyers ao topo do merc
LiliO que dizer para eles? Desculpa pela demora, é que eu os culpei a minha vida inteira?Oh droga, eu não sei como fazer isso! A verdade é que desde a sua morte eu não senti a necessidade de visitá-los ou de dizer qualquer palavra para eles. O meu coração estava dolorido demais e por anos eu me senti abandonada por eles, embora eu soubesse que eles não tinham culpa alguma disso. Eu estava com raiva, muita raiva mesmo. Raiva de tê-los roubado de mim tão cedo, de saber que eu nunca mais os veria, ou que ouviria os sons das suas vozes outra vez. Eu me senti sozinha por tanto tempo que me forcei a crescer forte e decidida, e assim prometi para mim mesma que lutaria apenas por mim. Contudo, descobrir sobre as causas das suas mortes me deu um novo norte e por algum motivo sinto a necessidade de estar perto deles outra vez.Enquanto caminho pelo gramado verdejante do cemitério os meus olhos se fixam no túmulo que se projeta pouco a pouco na minha frente, então aperto as flores nos meus br
Lili— Mamãe, olha como eu estou linda! Alice fala espalhafatosa, entrando repentina no meu quarto e corre para os meus braços. E sim, a minha garotinha está realmente muito linda com esse vestido de alcinhas e tules brancos. Uma delicada coroa de fores miúdas enfeitam os cabelos acobreados que estão soltos e exibem cachos largos. Vovó entra logo em seguida segurando a sua cestinha de vime cheia de pétalas. Aproveito o momento para beijar a minha filhota em um abraço bem gostoso e levemente apertado.— Você está mesmo muito linda, filha! — sibilo colocando-a de volta no chão.Enfim, o grande momento chegou e eu não podia estar mais ansiosa por isso. Eu quis participar dos mínimos detalhes, mas fui impedida de fazer tal coisa e ao invés disso passei a maior parte do dia com Alice em passeios e brincadeiras bem divertidas. Entretanto, no meio da tarde fui praticamente sequestrada por Samantha e só retornei no final da tarde maquiada e pronta para me casar. E agora estou trancada no me
LiliTrês meses depois...— Bom dia, minha esposa linda! — Dante diz entrando dentro do nosso quarto como sempre eu sei que está segurando uma bandeja de café da manhã com uma rosa vermelha bem no centro dela. E como sempre, abro um par de olhos preguiçosos, soltando um gemido igualmente preguiçoso e respiro fundo para absorver o perfume gostoso do nosso desjejum.Contudo, algo diferente acontece e agitada eu me sento no meio da cama, levando uma mão a boca. Meu marido me lança um olhar preocupado e cuidadosamente ele larga a bandeja em cima do colchão.— Você está bem? Está... pálida!Bem? Não, eu não estou bem! O meu corpo está suando demasiadamente e está gelado ao mesmo tempo, o meu estômago embrulhado e eu quero... eu preciso correr para o banheiro.Calma, Lili, só respira devagar que tudo isso desaparece! Digo para mim mesma.— Eu estou bem!— Tem certeza? — Faço sim com a cabeça.— Acho que exagerei no vinho da noite passada.— Nossa, Lili, você está gelada! — sibila assim que
LiliSete anos depois...— Quando sairmos daqui vamos para bem longe de todos. E vamos ser garçonetes. — Ela ri. — Vamos alugar uma casinha, pagar os nossos estudos e ficar muito ricas. Depois, vamos comprar uma casa na praia e quem sabe eu encontro um macho alfa para me casar?— Macho alfa? Meu Deus, Alice, o que você tem na cabeça?! — O som da sua risada se espalha no ar. Ela é bem contagiante e me faz rir também. Contudo, ela deita a sua cabeça no meu colo e fica séria em seguida. — Eu nunca vou te abandonar. Seremos amigas para sempre.— Como irmãs. — Completo.— Velhinhas e caquéticas. — Mais risadas.Eu conquistei tudo o que você queria, amiga. Me formei, comprei uma casa na praia e exatamente agora tem um macho alfa brincando com os nossos filhos na areia molhada. Jamais me esquecerei de você, Alice, tão pouco das suas loucuras, do som da sua risada, das suas travessuras.E falando em travessuras. Elas me levaram a ele.Eu sei que prometi vingança e arrancar aquele troço no me