Assim que Mário retornou para casa, recebeu novas informações dos seus subordinados.
— Senhor, conseguimos descobrir quem foi o traidor, que passou a informação da localização de onde o senhor estava, ele já está preso no local de sempre, estamos somente esperando pelo senhor.
— Ótimo, vamos até lá, esse miserável tem muita coisa para dizer.
Ele mal havia chegado e acabou saindo novamente, eles tinham um local próprio para interrogatório e foi para lá que eles foram, para interrogar aquele traidor e Mário fazia questão de estar presente, já que ele mesmo gostava de interrogar aquele tipo de homem.
Quando chegaram, aquele homem estava amarrado com as mãos para cima, ele já tinha levado alguns socos e já estava bem machucado, Mario se aproximou, e como sempre, estava com suas luvas brancas nas mãos, olhou bem para seu subordinado e começou a falar com ele.
— Então você é o traidor? Muita ousadia a sua, achou mesmo que eu não fosse descobrir? Quem está por trás da ordem?
— Eu não sei de nada, não sei quem mandou e mesmo se eu soubesse, não falaria nada — quis ser afrontoso com ele.
— Vamos ver se não vai mesmo falar nada, depois que eu começar a brincar com você.
Mario tirou apenas sua jaqueta, pegou um dos seus acessórios pra tortura e começou com os socos, em seguida, passou para os cortes em seu corpo, e cada vez que fazia um corte, perguntava.
— Quem está por trás das suas ordens?
O homem gemia, mas não falava nada, às vezes parecia que ia desmaiar, mas eles não permitiam, e Mario decidiu fazer algo diferente, começou a arrancar as unhas daquele homem, uma por uma, ele poderia passar a madrugada toda ali se ele enrolasse para falar.
Enquanto Mario saiu novamente para resolver seus problemas, quando Giovanna chegou em sua casa, tomou um banho, foi ver sua irmã que dormia tranquilamente e depois voltou para o seu quarto, não estava com sono e pensou em ler um pouco, pegou um livro que estava lendo antes, mas naquela noite não estava conseguindo se concentrar.
Ela ficava pensando em Mario e nas coisas que tinham acontecido, mas principalmente, pensava naquele beijo que aconteceu entre eles, de uma coisa ela teve certeza, sua amiga estava certa, fazia tempo que não se sentia tão viva, como estava se sentindo naquele momento e nunca desejou tanto que seu marido assinasse aquele divórcio o mais rápido possível, queria poder ter o gosto de se apaixonar tranquilamente, sem aquele peso do contrato em suas costas.
Como não conseguia ler o livro, decidiu ao menos tentar dormir, iria tentar, já que seus pensamentos eram um alvoroço total e precisava acalmá-los primeiro.
Enquanto ela tentava dormir, Mario ainda permanecia com sua tortura, e antes de arrancar mais uma unha, fez novamente a pergunta e aquele traidor não conseguiu mais segurar seu silencio.
— Chega, eu falo, eu falo o que o senhor quer, mas pare por favor — já estava fraco novamente.
— Então desembucha, ou da próxima, não arranco somente a sua unha, arranco seu dedo também.
— Foi o Max, ele armou tudo, foi ele quem armou esta cilada.
Ele mudou sua expressão quando ouviu o nome do Max, sabia exatamente quem ele era, a única coisa que Mario ansiava era por paz, desde que seus pais morreram por conta da máfia, mas Max não pensava da mesma forma que ele e fazia de tudo para o destruir e assumir seu lugar.
Ele sabia que Max faria de tudo para acabar com ele, a vingança pela morte de seus pais e irmã, era o que o motivava, mesmo que Mario não tivesse culpa daquelas mortes.
Depois que aquele traidor entregou a informação que ele precisava, o mafioso somente sacou sua arma finalizando o serviço ali mesmo, odiava traidores e não tinha por que o manter vivo, se ele não o matasse, Max o faria, já que assim como ele, não gostava de pontas soltas, os dois já haviam trabalhado juntos, e ambos sabiam a forma de trabalhar um do outro.
— Se livrem desse traste, depois precisam interceptar o Max, e descobrir que tipo de acordo ele anda fazendo, já sabemos que ele tem o apoio da máfia americana, que também é nossa inimiga, por isso precisamos tentar ficar um passo à frente.
Mário ainda ficou por mais algum tempo naquele local, aproveitou para dar mais algumas ordens referente a outros assuntos e somente foi voltar para casa, com o dia amanhecendo.
Ele tomou seu banho e queria descansar um pouco, já que não dormiu nada aquela noite, mas seu descanso foi interrompido por uma ligação que recebeu e pelo número, sabia bem que era da casa de seu avô, no mínimo era ele, mas quando atendeu, quem falou com ele foi a governanta.
— Bom dia menino, como você está?
— Bom dia, eu estou bem, a que devo sua ligação a essa hora da manhã? Tenho certeza que meu avô está aí do seu lado, não é verdade? — ele já conhecia as artimanhas do seu velho.
— Você já sabe como é, mas eu liguei para avisar que sua esposa pediu o divórcio para o seu avô, ele quer que você volte e resolva isso, ele quer que você dê a liberdade da garota.
— Já era tempo, o contrato que ela assinou já finalizou mesmo, essa não poderia ter sido uma notícia melhor, eu vou voltar assim que passar o aniversário da minha faculdade, eu preciso estar presente, então eu volto para casa, e assino os papéis, ouviu vovô?
Joseph pegou o telefone de sua governanta e ele mesmo resolveu falar com seu neto ingrato.
— A culpa disso tudo é sua, se tivesse feito tudo certo, as coisas não estariam como está agora, você nem ao menos teve a consideração de dar as caras para sua esposa, se tivesse voltado e administrado seu casamento, as coisas não estariam assim.
— Nós já tínhamos conversado sobre isso, o senhor tinha essa dívida com os pais dessa mulher, não eu, e além do mais, eu disse que não queria me casar, sabe bem que não queria que minha esposa vivesse uma vida como a que minha mãe teve, uma vida cheia de medos e incertezas.
— Não quero mais ouvir suas desculpas, essa moça também tem o direito de ser feliz, eu tentei garantir a segurança dela, e seu bem-estar, mas sua felicidade eu não posso garantir, essa parte da minha promessa, não poderei cumprir, só faça o que tem que fazer e volte logo, para cuidar desse assunto.
Joseph encerrou a ligação e estava bem frustrado, por mais que fosse um casamento que nenhum dos dois queria, ele ainda imaginou que eles pudessem se conhecer, e acabar se apaixonando, conseguindo seguir com aquele casamento, mas nada foi como ele pensou.
Do outro lado, Mário também tinha ficado irritado, mesmo que tenha ficado feliz com a notícia do divórcio, ouvir seu avô com as mesmas histórias era cansativo, ele não se sentia culpado daquela situação está como estava, já que desde o início avisou que não queria aquele casamento, ele se sentia na verdade, como uma vítima, pois a família daquela mulher tinha se aproveitado da boa vontade de Joseph, e aquilo para ele não passava de um golpe.
Depois de todo aquele estresse da madrugada, e daquela manhã, ele precisava relaxar um pouco, e um dos seus subordinados, avisou que estava mandando uma boa distração para ele.
A distração a que ele se referia, foi uma bela jovem que mandou do bordel, ela ainda era virgem e imaginou que seria uma ótima oportunidade para ele mudar seu humor, ela foi enviada para o seu quarto e ele foi logo em seguida.
A moça ainda parecia bem tímida, ele se sentou na cama, e ela começou a tirar sua roupa ainda de uma forma bem acanhada, o que era normal, já que aquela seria sua primeira vez, mas em um determinado momento, Mario acabou pensando no rosto de Giovanna e pediu para que ela parasse.
— Eu não estou muito bem hoje, nem estou no clima, quero que saia daqui.
Ele não sabia por que tinha pensado naquela pessoa, justamente naquele momento, mas lembrar de seu rosto e de seu sorriso, foi o suficiente para perder a vontade de ficar com aquela garota, ele se incomodou com aquele sentimento e já estava ansiando pelo dia do encontro deles.
Com Giovanna, ela acabou dormindo bem tarde, pois demorou um pouco para conseguir pegar no sono, pela manhã ela recebeu uma mensagem do detetive que ela havia contratado.
Ela vinha desconfiando de alguns dos sócios, um deles até mesmo conseguiu fazer seu pé de meia do nada, sem falar em alguns problemas nas minas, e naquele dia o detetive mandou mensagem, informando que já tinha informações sobre os problemas nas minas, e avisou que tinha mandado tudo para sua caixa de e-mail.
Quando ela abriu sua caixa de entrada, as informações do detetive estava lá, mas além do e-mail dele, ainda havia mais um, aquele em questão ela não sabia de quem era, pois não tinha nome, ela abriu primeiro aquela mensagem estranha, que na verdade não era uma mensagem, mas uma ameaça.
A mensagem era um aviso “Pare de investigar o que aconteceu na mina, ou você vai pagar com sua vida” depois de ler as palavras que estavam escrita ali, viu que estava no caminho certo em fazer aquela investigação, ela iria verificar o que foi lhe mandado pelo detetive, e depois passaria a informação daquela ameaça para ele, precisava descobrir, quem estava por trás de tudo aquilo.
Mesmo sabendo do risco que estava correndo, Giovanna não se intimidou por aquela mensagem, sua determinação dizia que precisava seguir em frente, até descobrir sobre os problemas daquela mina, aquele patrimônio tinha sido deixado para ela e sua irmã, precisava proteger os bens da sua família. Ela manteve o e-mail em sua caixa de mensagem, e partiu para verificar o outro, que tinha sido enviado pelo detetive. Giovanna abriu aquele e-mail, e nele continha as provas sobre o colapso na mina, ela leu cada informação que foi mandada pelo detetive, mas já pensando no que fazer com todas aquelas provas e com os culpados de toda aquela situação. Giovana notou que além das informações sobre a mina, ainda existia algo mais naquele relatório era algumas informações referente ao acidente de carro que seus pais adotivos sofreram. No relatório dizia que havia uma testemunha-chave daquele acidente, ela se sentiu animada, pois poderia conseguir algum tipo de prova, que a levasse ao que realmente es
Na manhã seguinte bem cedo, a irmã de Giovanna viajou com suas amigas, ela desceu com Bianca ajudando com as malas, mas antes de saírem, ela ainda recomendou novamente. — Assim que chegar envie uma mensagem, não esqueça de tomar os seus remédios, por favor não saia com estranhos e não faça besteiras por lá — abraçou sua irmã. — Sim senhora, prometo me comportar, além do mais sou adulta, sou mais nova que você somente por um ano, então pare de me tratar como criança sua boba. Ela argumentou, se despediu de Giovanna e entrou no carro com suas amigas saindo rumo a sua nova vida. Enquanto olhava sua irmã partir, Olivia chegou com seu novo namorado, eles também sairiam de viagem naquela manhã e combinaram de que Mário os pegaria no apartamento de Giovanna. Eles subiram, mas logo já chegou uma mensagem de Mário, pedindo que fossem para o terraço, que ele estava quase chegando. — Ele está vindo de helicóptero? — questionou incrédula depois de ler. No prédio em que ela morava, realmente
Giovanna estava quase perdendo a consciência, já podia sentir o seu corpo começando a desfalecer, mas ainda pôde sentir que algo a puxou, por sorte era Mário, que tinha conseguido a encontrar, ele a puxou em sua direção, colocando a máscara extra que ele sempre carregava, tentando fazer com que ela respirasse. Depois de alguns segundos, ele conseguiu fazer com que ela não perdesse a consciência, fez um sinal com a mão, pedindo para que ela tivesse calma e respirasse devagar e só depois que viu que ela tinha se acalmado, tirou seus equipamentos danificados e foi que segurou sua mão a puxando para sair daquele lugar. Os dois saíram da caverna, o sentimento de alívio que ela sentia naquele momento era indescritível, saber que passou perto de ter morrido naquela caverna, era realmente assustador, ele seguiu segurando sua mão e a puxando até avistarem o iate, só então ele parou e se olharam. Eles não sabiam se era pela adrenalina do que tinha acontecido, ou se era porque realmente se s
Os dois ainda se beijavam intensamente naquele chão, por aqueles poucos instantes, não estavam se importando com nada e nem com ninguém, até que ela percebeu o que estava fazendo, parou seus beijos e tentou se levantar, pois tinha ficado com vergonha daquela impulsividade. Mário percebeu que ela queria se levantar, mas não queria que aquele beijo e aquele contato terminassem, pois estava gostando muito daquilo, ele segurou seu rosto, começando novamente aquele beijo de uma forma bem mais apaixonada. A princípio Giovanna tentou resistir, mas aos poucos foi cedendo aquele beijo, na verdade, era também o que ela queria, acabou se entregando de vez em um beijo mais íntimo que estavam tendo e que ambos estavam gostando. No andar de baixo, Olivia achou que aqueles dois estavam demorando até demais, ficou se perguntando se resolveram partir logo para a sobremesa e se seus presentinhos, tinham ajudado em alguma coisa. — Vou subir para ver o porquê de estarem demorando tanto — avisou seu n
Giovanna andava de um lado para o outro, sem saber o que fazer nem o que pensar, todas aquelas informações na sua frente, parecia muita coisa para sua cabeça naquele momento, ela decidiu ligar para o advogado novamente, precisava tirar aquelas dúvidas que estavam inundando sua cabeça e assim que ele atendeu, começou suas indagações. — A foto que me mandou é do meu marido? — Sim senhora, são todas as informações que temos, como a senhora nunca quis saber sua aparência, durante esse casamento, pensei que talvez quisesse saber como ele era, já que estão prestes a se divorciarem. — Você sabe me dizer se ele tem fotos minhas também? — Sim, ele também tem todos os seus dados, inclusive fotografias, eles investigaram tudo sobre a senhora. Mas aconteceu alguma coisa? Tem algum problema com essas informações? — Não, nenhum problema, só queria ter certeza dessa informação, obrigada por enquanto. Ela desligou e ainda estava em choque com tudo aquilo, se Mario sabia quem ela era, no mínimo
Giovanna voltou para a sala de aula, somente para pegar suas coisas, estava muito irritada e não queria ver Mario novamente. — Onde você está indo? O que aconteceu? — Olívia não sabia o que tinha acontecido com sua amiga. — Não vou continuar na próxima aula, invente que passei mal, depois te explico, preciso sair daqui o mais rápido possível — se virou, saindo com suas coisas, após a responder. Giovanna saiu rápido da sala, não queria arriscar se encontrar com Mario ali dentro, ou pelos corredores da faculdade, caminhou a passos largos em direção ao seu carro no estacionamento da faculdade, assim que entrou, se derramou em lágrimas como ainda não tinha feito antes, quando descobriu o que ele tinha feito. Ela não poderia dar o gostinho para aquele homem, de ver ela chorando devido aos sentimentos que tinha por ele, mas ali naquele carro estava sozinha, podendo se permitir chorar, colocando aqueles sentimentos para fora. A sua casa não seria uma boa opção para ela ir naquele moment
Mario notou que ela pareceu se lembrar do que tinha acontecido e também do que tinha feito e aproveitou para continuar chamando a atenção dela.— Será que agora você já entendeu o que aconteceu? Suas roupas estavam sujas, como eu poderia deixar você ficar desse jeito, eu só tentei te ajudar e o que eu recebi? Está vendo essa marca no meu rosto, foi do tapa que você me deu, isso foi muita ingratidão da sua parte.— Você mereceu.— Por que eu mereci? Pelo que viu no escritório? Pois essa é outra injustiça que me fez, no escritório não era eu que estava lá dentro, era o diretor que estava com aquela professora lá na minha sala, eu os encontrei quando cheguei, achou mesmo que tivesse sido eu?Giovanna ficou pensando no fato das camisas serem diferentes e que havia a possibilidade de que fosse verdade o que ele estava dizendo para ela, mas ainda não mudava o fato dele estar fingindo não ser o seu marido.— Será que entendeu o quanto eu fui injustiçado por você? — continuou se aproximando,
Aquele leilão, estava sendo realizado pelo pessoal do próprio doutor morte, que inclusive estava a bordo daquele navio, pelas câmeras de segurança instaladas por toda extensão daquele navio, ele já estava sabendo que Giovanna estava naquele cruzeiro, desde quando ela pisou lá dentro. Mario se comunicava por um aparelho em sua roupa com a sala de monitoramento, assim, era como se estivesse em vários lugares ao mesmo tempo. — Senhor, a mulher que pediu para ficarmos de olho, ela arrematou as pedras, mas desde que saiu da sala de leilão, está sendo seguida, ela está indo em direção às escadas, acredito que vai descer do navio. Mario não participou pessoalmente do leilão, primeiro, porque tinha outras coisas para resolver, segundo, não queria que ela o visse ali, tentaria passar despercebido dela, mas quando soube da parte que ela estava sendo seguida, pediu licença para as pessoas que estava conversando e saiu rápido, indo na direção que ela tinha ido. — Onde ela está agora? — comuni