Chapter 2

Dentro do carro, retocando a maquiagem, não acreditava que estava indo para o Complexo do Alemão.

         Bianca alternada sua atenção entre dirigir e tomar uma Heineken. Já estava na segunda, desde que havíamos saído de sua casa, enquanto eu, estava enrolando ainda com uma.

- O caminho é este? – pergunto minutos mais tarde.

         Ela dá uma rápida olhada no celular ao lado.

- Segundo o GPS, sim.

- Acho que estamos andando em círculos – Bianca estava a uma hora dirigindo e nunca chegávamos.

- O GPS é conhecido em dar os caminhos mais longos. Nunca os mais rápidos.

        Odiava GPS. E odiava ainda mais, quando não conhecia o lugar para onde estava indo.

        O carro sobe por uma rua de paralelepípedo, entrando e saindo de ruas estreitas e com pouca iluminação, finalmente nos deparamos com diversas pessoas e música alta.

- Chegamos – diz Bianca com um sorriso.

        Descemos do carro, ouvindo as portas sendo travadas, a medida que nos aproximamos mais de toda aquela agitação.

        Mulheres dançavam em toda parte com shorts minúscula e topa ao som da música. Olho para meu vestido vermelho cintilante justo e o preto de Bianca, sem esquecer dos saltos. Neste momento, tive  certeza que estávamos vestidas errado para a ocasião.

       Estávamos parecendo dois peixes fora d’água.

- A gente tem que se soltar – Bianca grita por cima da música, perto do meu ouvido, segurando uma garrafa de uísque que acabara de comprar de um homem com um isopor.

       Ela nem sabia que aquilo estava vencido.

- Bia, acho melhor não – grito de volta.

- Você não tem querer! – Ela abre a garrafa, inclinando a mesma sobre a minha boca, não deixando saída a não ser engolir uma boa quantidade do líquido âmbar.

       Tudo começa a rodar e quando percebo, Bianca está rebolando ao som da batida, não se importando com o vestido que subia a cada cebolada, evidenciando sua calcinha rendada preta.

      Tentava me mexer no ritmo da música, me arriscando em até rebolar, atraindo alguns olhares masculinos ao fazer isso.

      Neste momento, já estava me considerando fora da casinha e pouco me importando com mais nada, sendo que sempre me mantinha “sóbria” para conseguir voltar para casa.

      Bianca segura meu braço de repente, pressionando a boca contra meu ouvido.

- Olha aquele gostoso que está olhando pra você – Sigo seu olhar até um homem moreno com tranças boxe no cabelo.

      Sim. Ele era gostoso. Muito.

      Ele sorri, erguendo um dos cantos da boca carnuda de um jeito que para mim, serviu como um convite.

      Me afasto de Bianca, caminhando em sua direção, sentindo que as pessoas abrissem espaço até ele.

     Paro em sua frente, sorrindo, me inclinando em direção da sua orelha.

- Oi!

- Oi! – Ele responde por cima da música.

- Gostei de você! – Ele dá um passo para trás, aumentando o sorriso, antes de se inclinar na minha direção.

- Também gostei de você!

Olho para ele ainda sorrindo, entendendo finalmente aquela frase: quando o santo b**e.

        E foi exatamente o quê acontecer, antes de dar o beijo mais gostoso da minha vida. Aquela boca carnuda...putz, que paraíso! Aquelas mãos firmes então, segurando com força minha cintura, enquanto minha mente gritava para descer mais um pouco até minha bunda, querendo sentir o firmeza de seu aperto naquele local.

        Um ronronar fica preso na minha garganta, quando ele se afasta e a vontade de quero mais.

        Ele sorri mais uma vez, antes de se afastar, tomando algo num copo descartável.

        Giro meus calcanhares, me deparando com Bianca aos beijos com um cara. O quê parecia era que iriam se engolir a qualquer momento, pelo jeito que suas bocas se mexiam.

        Ela empurra bruscamente o peito dele, se afastando sorrindo.

       A noite continua e perco completamente a noção do tempo, entre beber, dançar e beijar desconhecidos.

       Era algo de praxe e que já vinha fazendo há bastante tempo.

      Num determinado momento, quando dançava com minha bunda quase colada no chão, noto um par de pernas masculinas parada em minha frente com um tênis muito bonito, por sinal.

       Ergo a cabeça encontrando olhos fixos em mim, enquanto tomava goles do que pareceu ser uísque.

       Levanto devagar, passando por cada parte de seu corpo, praticamente cravando os olhos na protuberância abaixo do umbigo dele.

       Os olhos dele, naquela pouca luz, pretos. Me analisam com atenção, deixando bem claro o desejo que estava sentindo, juntamente com o sorriso safado no rosto.

        Eu tinha um grande fetiche por homens negros, apesar de ser negra. Não pelo fato de haver toda uma lenda, que dizia que éramos fogosos. Não, não era isto.

        Era por quê havia uma beleza nos negros. As curvas do corpo de uma mulher negra, os estilos de cabelo, os lábios carnudos e a pele recheada de melanina, contendo um brilho próprio. E o homem parado na minha frente, estava sendo considerado o segundo mais bonito daquela noite, além do primeiro cara de tranças boxe que havia beijado na noite.

       Aquele era diferente, podia sentir. Talvez fosse por causa da cabeça rasgada, deixando pouco vestígio de cabelo ou por causa dos olhos penetrantes dele.

      Não tinha certeza do quê era, mas tinha certeza que meu sabe o bateu pela segunda vez só naquela noite.

      Sem dizer uma única palavra, ele me beija, segurando minha nuca e puxando minha cabeça de encontro à sua.

       Meus amigos, que beijo! Não era melhor do cara de tranças boxe, mas conseguia chegar perto, principalmente pelo fato dele usar a língua.

       Língua gostosa do caraio!

      Seguro os braços dele com força, gemendo baixo, inaudível para ele, por causa da música, enquanto nossas línguas estavam numa dança para lá de erótica.

      Ele havia conseguido ascender a chama na minha buceta de vez e eu precisava urgentemente, quase dolorosamente, dar para ele, aonde quer que fosse.

 

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