Pressiono meu corpo contra o dele, sentindo sua ereção roçar em minha barriga. Mesmo de salto, não conseguia ficar na altura dele e estava praticamente me segurando em seu pescoço, me contendo para não passar minhas penas em sua cintura e transar ali mesmo.
Tinha tudo do meu lado: estava de vestido e era só colocar a calcinha de lado.
Gritos me fazem me afastar do cara que beijava e interromper aquele beijo fabuloso, para olhar para duas mulheres que se atracavam.
Franzo o cenho, reconhecendo uma.
- Bianca! – grito me afastando do cara, indo em direção da roda que se formava ao redor dela.
Ambas se revezavam em ficar por cima e por baixo, uma puxando o cabelo da outra, deixando completamente à mostra as calcinhas minúsculas que vestiam.
Algumas pessoas tiravam foto ou riam da situação, aumentando mais meu nervosismo.
Me aproximo da briga, precisando por toda a força que não tinha naquele momento, por quê estava bêbada e quase caindo em pé, tendo que me segurar no gostoso segundos atrás; Para puxar a garota se cima de Bianca, que já estava toda descabelada e com uma alça do vestido rasgada.
- Tu tá maluca é?! – A garota grita para mim, jogando seus peitos, muito grande por sinais, contra os meus.
- Não quero briga com ninguém não.
- Tu e essa loira falsificada aparece aqui, achando que são alguma coisa – Ela grita, mostrando que estava tão bêbada quanto eu.
- Loira falsificada é sua madrinha! – Bianca grita, tirando os saltos – Sua piranha! – Se jogando em seguida novamente em cima da garota.
- Pára!! – grito tentando puxar ela.
- Me solta, Marcela. Vou acabar com a raça dessa vagabunda! – diz puxando com força as tranças da garota.
Um tiro soa de repente, fazendo todo mundo se encolher dentro do próprio corpo e ficar em silêncio.
Um tiro, repito em minha mente assustada. Até aquele momento, ainda não havia escutado nenhum e agora tinha sido contemplada.
Bianca se levanta rapidamente, também assustada, os olhos arregalados.
- Vamos embora daqui – murmuro ao seu lado, num tom baixo.
A música volta a tocar e as pessoas começam a olhar para os lados receosas, caminhando para longe dali.
Um grupo de homens armados, com armas bastante grandes, passam por nós, nos encarando literalmente e dando um ultimato com apenas o olhar.
Não éramos dali e Bianca estava caçando confusão com uma desconhecida.
Caminho para longe dali, a puxando pelo pulso até onde acreditava que havíamos deixado o carro.
- Marcela, calma - Ela resmunga, enquanto continuo tentando andar com firmeza sobre paralelepípedo.
- Calma?! – digo o alto o bastante, irritada com ela – Por quê você foi arrumar briga com aquela menina?!
- Ela derrubou cerveja em mim.
- Você sabe muito bem que isto acontece!
- Estava na cara que não foi sem querer, Marcela! Este bando de favelado, faz de propósito!
Um grupo passa por nós, a olhando com atenção. Não tinha dúvidas de que Bianca queria morrer naquele dia.
- Vamos embora antes que matem a gente – Ela destrava o carro, sentando atrás do volante – Consegue dirigir sem provocar um acidente? – pergunto ríspida.
- Cala a boca.
Bianca era uma ótima pessoa, sério. A melhor companhia possível para ir em festas, mas havia um grande porém, ela não se controlava quando bebia demais. Arrumava briga com qualquer um que a olhasse diferente e isto acabaria levando ela à morte.
- Quero ficar em casa – digo quando já estamos bem longe da favela.
Ela não diz nada, apenas muda o percurso.
Morávamos em bairros diferentes. Enquanto ela morava em Ipanema, morava no Leblon e até que gostava. Ir para uma favela naquela noite, foi um contraste completamente diferente, mesmo de noite, vi esgoto à céu aberto, casas amontoadas e diversos fios num emaranhado.
Mas havia algo de familiar, acolhedor, algo que não sabia explicar.
Desço do carro, assim que Bianca para no prédio em que morava, pegando do banco traseiro minha “mala”, sem ao menos me despedir ao andar em direção a portaria.
O porteiro me cumprimenta com a cabeça, permitindo minha entrada. Encosto minha cabeça na parede do elevador, fechando os olhos por alguns segundos, enquanto o elevador passa por todos os andares.
Finalmente no 20° andar, saio do elevador, caminhando pelo corredor longo e bem iluminado, colocando uma das chaves na fechadura.
O apartamento está em completo silêncio, o quê para mim não é nenhuma novidade. Preciso me manter atenta para não esbarra em nenhum móvel, muito menos derrubar algum objeto.
A última coisa naquele momento que queria, era a fúria da minha mãe sobre mim e eu mais do que ninguém, sabia o quanto ela era apegada a certos objetos que tinham desde o vestíbulo, até a sala de estar.
Entro em meu quarto, fechando a porta num click baixo, ligando a luz em seguida.
O cheiro de limpeza foi a primeira coisa que notei e depois o quarto completamente arrumado. O quarto em tons de lilás, era o único cômodo que poderia mexer a vontade e destruir.
A escrivaninha ao lado da porta, estava recheada de livros, livros quais quase nunca parava para ler ou estudar. Do outro lado do quarto, uma penteadeira, bem maior que a de Bianca e com luzes que me lembrava um refletor.
Um guarda-roupa embutido de oito portas, estava do outro lado do cômodo, recheado com roupas para todo tipo de ocasião e estação.
E no centro do quarto, o amor da minha vida, a melhor cama que poderia existir.
Suspirando, entro no closet que fazia divisa com meu banheiro, deixando a mala de lado, encarando o reflexo no espelho.
Pelo menos, não estava tão ruim quanto Bianca. Havia aproveita a festa, não como queria, mas não dei minha viagem perdida e até que valeu o risco de ser baleada.
Estou com uma puta dor de cabeça e dor no estômago na manhã seguinte. Acabando por demorar mais do que deveria na cama para levantar, tendo que tirar mais alguns minutos para a aplicação da minha insulina.Era segunda-feira, o que significava que tinha aula na faculdade praticamente o dia inteiro.Praticamente me arrastando, tomo um banho, aproveitando o embalo para lavar meu cabelo que, só cheirava a cigarro e odores diferenciados.De banho tomado, não perco tempo em escolher roupa, visto a que mais iria me deixar mais confortável naquele dia de merda e saio do quarto.O cheiro de café é convidativo a medida que me ap
Mal termino de tomar meu café e preciso sair às pressas, pois já estava quase atrasada para a faculdade.Saio do elevador, andando entre os carros no estacionamento, quando meu celular começa a tocar e vejo ser o cara da outra noite.- Pensei que não iria me atender – diz ele, assim que atendo, destrancando meu HB20.- Por quê ligou? – Não tinha tempo para enrolação e as vezes precisava ser direta.- Queria ouvir sua voz.- Está ouvindo – Coloco o celular no viva-voz, em seguida o cinto de segurança e ligo o motor do carro.Ele ri baixo.- Gostei daquele beijo. Você beija bem pra cacete.Queria dizer o mesmo,
Como imaginei, Gael morava no topo do morro, ao lado de um matagal extenso.Havia pelo menos uma dúzia de carros nos dois lados da rua, fora ás motos; Precisando Bianca, deixar o carro estacionado na outra rua.Caminhamos lado a lado, conversando por olhar. Com certeza, assim como eu, ela não esperava que havia tantas pessoas.A música alta em um funk de Mc Drika, balançava os vidros da janela e tremia o portão de ferro.Algumas mulheres estavam num pequeno grupo na garagem, bebendo e dançando, enquanto conversavam. Fixando seus olhares em nós ao passar. 
Como uma pessoaansiosa, esperei que Gael me mandasse uma mensagem no Instagram à noite, mas ele não mandou.Passei mais tempo do que passava no aplicativo, olhando todos os storys que estavam disponíveis e navegando pela aba explorar, me entretendo com vídeos repetitivos e fofocas de famosos.Até meia-noite, Gael não entrou no Instagram, me fazendo acreditar que tudo não passou de um rolê aleatório com uma pessoa que ele nem conhecia.Fuço praticamente o Instagram dele, olhando cada mina que ele seguia. Sempre com alguma coisa a mais no corpo, sendo peito ou bunda, ou mesmo os dois.
- Então é aqui que faz faculdade?Estávamos no estacionamento da faculdade, dentro do meu carro.- Como me achou? - Ele dá um meio sorriso.- Aquela sua amiga lá. Bianca - Claro, ela queria ver o circo pegar fogo. Uma confusão daquelas talvez - Se ela não me dissesse onde você estava. Encontraria você de qualquer jeito.Ergo as sobrancelhas.- Tudo isto por causa de um áudio? - Fixo meu olhar num ponto dentro do carro.- Você tinha me bloqueado e achei que nunca mais iria querer falar comigo - Seus olhos vagam pelo meu rosto - Só por quê não sou muito bom com as palavras - Ergo meus olhos, encontrando os seus - Não podia terminar o sentimento tão bo
Acabou que bebemos toda a cerveja que comprei, enquanto conversávamos sobre assuntos aleatórios sobre o efeito do álcool.Passamos o restante do dia deitados sobre a areia, na maioria do tempo olhando o céu azul e na outra parte rindo de algum comentário.Estava quase anoitecendo, quando Gael levanta, olhando ao redor.- Temos que ir - diz me olhando em seguida.Suspiro.- Tenho mesmo? - pergunto com a língua enrolada.- Não tem como ficar aqui no escuro.Sento pegando minha roupa, recebendo a ajuda dele ao vestir a calça jeans.Com ás mãos no zíper da calça e os o
O pouco que dormi, foi um sono conturbado. Me mexendo toda hora na cama, sendo torturada pelas palavras que foram ditas.Pouco tempo depois do dia amanhecer, levanto. Tomo minha insulina, apesar de não sentir fome alguma e tomo um banho.Feito isto, em uma bolsa, coloco três mudas de roupa, não sabendo exatamente o que estava fazendo isto.A casa estava em completo em silêncio, quando deixo meu quarto. O único barulho que podia ouvir, era baixo, e vinha da cozinha, onde Luzia já deveria estar fazendo o café da manhã.Dentro do café, olhando os demais carros no estacionamento, penso para onde ir.
Lurdes era uma mulher de aproximadamente quarenta anos, usando um short que mostrava completamente a papada de sua bunda e a blusa que não cobria completamente sua barriga de avental.Era ágil. Enquanto falava dos últimos acontecimentos da favela para Gael, que parecia muito entretido em resolver alguma coisa no celular, limpava os cômodo da casa com maestria.Tentando não atrapalhar seu serviço, me locomovia sempre para o cômodo que ainda estava por limpar, acabando meio por fim, quando ela chegou na cozinha, a voltar para a sala.Da sala, podia ver Gael fazendo uma ligação de vez em quando, irritado com a pessoa do outro lado da linha, enquanto dava ordens.