A semana foi difícil para Paula com a pressão psicológica que andava sofrendo ultimamente. Seu pai insistindo para se casar com um homem desconhecido, além dela não gostar dele, sabia que ele não era boa coisa, em alguma coisa ele estava envolvido. Ela tentou convencer seu pai que tal homem não era de confiança. Algo não lhe cheirava bem, mas seu pai por desespero sendo chantageado não tinha outra saída, ou convencia Paula se casar com ele ou ele poderia ir preso por não pagar o que devia, que deixava Paula mais desesperada sem saber o que fazer. Como ela ia fazer para sair dessa enrascada em que seu pai meteu.
— Pai, eu não amo esse homem, porque o senhor está querendo me obrigar a casar com um homem que eu não conheço? E mais, se ele está fazendo chantagem com o senhor é porque ele é mau caráter. Será que o senhor não pensa na minha felicidade? — O pai de Paula, que se chamava Lourenço, tinha 55 anos de idade e vendo sua filha infeliz, cortava seu coração, ele não podia colocar a felicidade da sua filha acima dos seus interesses por causa de suas responsabilidades. Como ele ia fazer para sair da encrenca que se meteu? Já que ele escondia segredos da filha que não fazia ideia o porque sua empresa foi à falência com dívidas astronômicas. Ele por influência do tal homem ficou viciado em apostar em corrida de cavalo e bingo clandestino. O homem dizia que ele ia ficar rico apostando. Lourenço que foi ficando viciado e todas quarta-feira o homem levava nesses lugares sem ninguém saber. E quando perdia o homem ficava emprestando dinheiro e fazendo Lourenço assinar notas promissórias e quando viu ele estava afundado até o pescoço, e agora desesperado tentava convencer a filha a se casar com ele. Se não contaria para a esposa e a filha, que era viciado. Lourenço estava prestes a cometer uma loucura. Ele não encontrava outra saída a não ser revelar a verdade para família, quem sabe ela ia ser compreensiva. Chegando em casa triste por deixar as coisas chegarem a esse ponto, Lourenço chamou sua esposa e sua filha. — O que tem de tão importante para revelar papai? — perguntou Paula. Lourenço estava sem coragem para revelar seu segredo que comprometia até mesmo seu casamento. — Pai, estamos esperando uma explicação? — Antes de mais nada quero pedir perdão por tudo o que está acontecendo, mas eu estou desesperado, se não pagar as dívidas serei preso e serei obrigado a decretar falência. — A esposa de Lourenço que se chamava Angélica e Paula entraram em desespero. — Como assim? Dívidas falência, ir preso? Isso é um pesadelo, não está acontecendo? — Disse Angélica. — É isso mesmo que você ouviu, minha querida esposa. — Disse ele apavorado e ao mesmo tempo envergonhado com o que estava acontecendo. — Papai, por que isso está acontecendo? Porque o senhor se viciou? Pelo que sei o senhor não era viciado em jogos? Quem a levou a fazer isso? É tal maldito que quer se casar comigo? — Disse Paula esbravejando de raiva. — Sim minha filha, eu estou nas mãos dele. Que estava fazendo chantagem comigo que ia contar tudo para vocês, então por isso que eu no inicio concordei de aceitar com que você minha se casasse com ele filha, mas agora estou vendo que estou fazendo a maior besteira, eu amo você, amo a minha esposa. A minha família é tudo para mim. — É, na hora de fazer as besteiras não pensou em nós, né papai? — Disse Paula, magoada com seu pai. — Eu sei minha filha, só que eu estou desesperado, não posso perder a minha empresa, do que vamos viver? — Papai, como se chama esse sujeito maldito que quer casar comigo? — Perguntou Paula furiosa. — Ele se chama Rodolfo! — Paula balançou a cabeça pelo nome. — Deu para ver que é mau-caráter, só pelo nome feio e ridículo. — Falou ela gritando e fechando os punhos de ódio que estava sentindo, não sabia se olhava para o seu pai com pena, ou com raiva. Enquanto Angélica ficava calada sem dizer uma palavra deixando Lourenço angustiado, ele sabia que quando ela ficava assim era algo que tinha que se preocupar, ela ficava dias sem falar com ele e certamente ele ia dormir na sala por um bom tempo. — Amor fala alguma coisa? — Falar o que? Depois dessa humilhação que está fazendo a gente passar, o que foi que eu e a nossa filha fizemos para agir assim pelas nossas costas? — Responda papai? — Disse Paula . — Eu fui um fraco, a primeira vez que eu apostei ganhei a segunda vez também, depois eu fui perdendo e perdendo e quis recuperar o que eu havia perdido e quando vi estava afundado até o pescoço, fui pegando dinheiro emprestado de agiota para quitar as dívidas de jogo e desviei dinheiro da minha própria empresa, e tive que decretar falência judicialmente tenho dívidas trabalhistas porque tive que demitir todos os funcionários e não tenho como pagar as indenização de todos os funcionários, se eu não pagar vou preso ou vou ter que vender essa casa! — O quê? Gritou Angélica furiosa. — É isso mesmo que você ouviu! — Disse Lourenço. — Mas não vai mesmo! — Disse Angélica furiosa rangendo os dentes de tão decepcionada que estava com seu marido. — Ela está no meu nome. — Isso papai, vende a casa e deixa a mamãe na rua, mas esquece que sou sua filha, e mais se a mamãe quiser ir morar comigo no apartamento que eu vou alugar. — Você não teria coragem de abandonar seu pai nessa situação? — É, mas quando para se viciar nesse jogo maldito você não pensou duas vezes? — Disse Angélica. Eu vou morar com a minha filha, e você fica sozinho arcando com as consequências dos seus atos. — Filha, é só você aceitar o pedido de casamento de Rodolfo que tudo será resolvido? — sugeriu Lourenço. — Nem morta que eu vou me casar com esse bandido! — Então não tem outro jeito, vou vender essa casa para pelo menos pagar os funcionários! — Angélica estava inconformada, que as coisas chegaram a esse ponto, mas algo que Paula não podia saber o porque ela tinha que ficar do lado do marido.Passou-se uma semana e o clima ainda estava pesado na casa de seu Lourenço, que estava dormindo na sala. Sua esposa nem assunto queria com ele, aliás, os dois nem conversavam. Porque a qualquer momento a polícia podia chegar e levar seu marido preso, por mais magoada que ela estivesse com ele, não queria o mal dele. Mal o bem ela amava seu Lourenço, que há muitos anos os dois estavam casados. Separação não era uma boa ideia. Paula que estava em seu quarto sozinha, muito abalada com tudo o que estava acontecendo. Na clínica onde ela trabalhava as pessoas perceberam que ela não era mais a mesma pessoa e disposta como sempre foi, até mesmo Ulisses seu amigo especial pai de Jéssica sua paciente percebeu que ela estava triste, mas ela preferia não comentar o que aconteceu, era um assunto pessoal que ela tinha que resolver, pensando em seus problemas como ela ia resolver, não podia deixar seu pai perder tudo por causa de uma m*****a chantagem. Passaram mais alguns dias, era uma sexta-feira
Assim que Rodolfo virou as costas e foi embora, Paula ficou sentada pensativa pensando como ia conseguir arrumar o dinheiro? Ela percebeu que Rodolfo era um homem perigoso que não devia brincar com ele, mas não suportava a ideia de se casar com ele jamais ela faria isso, ela ia dar um jeito custe o que custasse, ia pedir um empréstimo no banco até porque o seu nome estava limpo pelo menos para salvar a empresa. Paula era uma mulher forte, tinha personalidade e decidida no que ela queria e uma fé inabalável, embora um pouco desanimada, mas acreditava no poder de Deus, e nos últimos acontecimentos ela nunca perdia a esperança de que iria encontrar uma saída, e encontrar uma luz no final do túnel, e finalmente sem ela imaginar a luz do final do túnel chegou de repente! Ela estava sentada ainda calada com seus pensamentos aéreos, quando ela deu de cara com Ulisses e a sua filha Jéssica, que estavam passando por aquele lugar e eles viram que ela estava sentada e se aproximaram dela e Jéss
Paula ficou aliviada e esperançosa de que nem tudo estava perdido, sentia que as coisas poderiam se reverter ao seu favor. Voltou para casa. — Filha, as coisas continuam do mesmo jeito, seu pai dormindo na sala e não falo mais com ele. — Paula ficou calada sem ter uma resposta para dar, e não se conformava que as coisas chegaram a esse ponto, eram uma família unida sem brigas, sem conflitos, só havia harmonia. Bastou aquele demônio aparecer que tudo mudou, quanto mais ela pensava nisso, mais ódio dele ela sentia. “Nem morta que vou me casar com esse desgraçado!”. Paula tinha autocontrole que era difícil se estressar por qualquer coisa, mas aquele homem estava levando ela à loucura pelo alto grau de stress. E naquele momento o que ela mais precisava era ter controle de suas emoções. E acreditar que tudo ia dar certo! Ela acreditava que ia dar certo, era uma mulher de fé, que acreditava que ia aparecer alguém para ajudar, ela percebeu que Ulisses era uma pessoa de confiança, embora ela
Para Paula foi um choque ouvir a proposta de Ulisses, ela não esperava que ele fizesse essa proposta de casamento, justamente para ela que estava fugindo de um casamento com um homem desconhecido, é claro, que com Ulisses era bem diferente, ela o conhecia, e até tinha um carinho por ele, mas queria saber porque ele queria casar com ela. — Porque o senhor quer se casar comigo? — Perguntou Paula. — Eu sei que é estranho para você assimilar o que está acontecendo, mas é a única forma que eu tenho para te ajudar a pagar todas as dívidas que seu pai tem com aquele homem que te pediu em casamento! — Como assim me ajudar? — Eu sei que você não quer casar com aquele homem, por que ele está usando como chantagem, não sei se ele é rico e poderoso, se fosse outra mulher aceitaria só porque é rico, e eu não vejo em você essa mulher oportunista, vejo em você muita dignidade que nunca vi em outras mulheres. — Obrigada, até que enfim alguém que me entenda. Não que eu seja contra o casamento
A conversa estava bastante agradável, nenhum dos dois fazia ideia até onde ia aquela intimidade, tanto Paula como Ulisses nunca imaginavam que um dia o destino fosse caprichoso de unir duas pessoas solitária, sim solitária porque ambos fugiam de relacionamento sério ou ter qualquer compromisso, Ulisses por estar traumatizado com a tragédia de sua esposa ter sofrido um acidente e não ter resistido, três anos de luto e não conseguia suprir a dor da perda, mesmo sendo um homem rico e poderoso, mas que nada preenchia aquele vazio, o que amenizava a sua dor era a presença de sua filha, mas como ele não podia ficar o tempo todo com ela contratava babás, mas que ultimamente estava tendo muitas decepções com elas e sua filha queixava se por maus tratos, a noite que ele saiu para encontrar Paula deixou sua filha com a mãe, que também não tinha muito tempo para dar atenção para a neta, e por essas razões que ela pedia para seu filho casar e dar uma vida mais civilizada, cedo ou tarde Jéssica ia
Ulisses pagou a conta e saíram em seus carros particulares, cada um indo em seu carro, ele ia frente, e ela atrás. Paula não tinha certeza se devia ir até a casa de Ulisses, não era mulher de se envolver tão repentinamente com um homem que mal conhecia, ela sempre foi cautelosa em suas decisões. Mas naquele momento desesperador ela não tinha muita escolha, tinha que pensar em como ia fazer para salvar sua família de perder até a casa, caso seu pai não pagasse as dívidas, essa hora nem queria pensar em seu pai porque estava decepcionada com ele por deixar as coisas chegar a esse ponto, sem necessidade, sendo que tem uma família maravilhosa, bem sucedido e não tinha motivos de cair na tentação de jogar, se tinha dinheiro, e isso Paula não se conformava, as irresponsabilidade do seu pai colocando um patrimônio construído com tanto trabalho por causa de um maldito vício. Agora ela terá que abrir mão de seu trabalho, que sempre foi seu maior sonho, e casar com alguém que mal conhecia para s
Ulisses disse que quando sua mãe chegasse ele teria que dizer a ela que eles se estavam se se casando por contrato. As pernas de Paula estremeceram, ela não estava acostumada a ter intimidade com pessoas que não conhecia, mas o contrato já está assinado, agora tinha que cumprir. — Por mim tudo bem, só tem um porém, e este porém, com certeza sua mãe não é boba, ela vai perceber que estamos mentindo para ela mesmo que o casamento seja de mentirinha, e ela vai saber que nosso casamento é uma farsa? — Ulisses ficou analisando o que Paula disse, então ele perguntou: — O que você está querendo dizer com isso? — Está escrito no contrato que nós não podemos ter contato íntimo, certo? O problema é que ela vai desconfiar então o que vamos fazer? — Boa pergunta, eu não tinha pensado nisso, seria uma decepção para ela, porque a minha mãe é muito conservadora e ia achar que eu sou gay! — E você é? — É claro que não, Deus me livre, nada contra, até porque conheço muitos gays que são gent
Os pais de Paula ainda estavam sem se falar desde que ele revelou tudo sobre o que aconteceu. Ele continuava dormindo em quarto separado, o único bem que ainda estava seguro era a casa que ele havia feito um documento passando para o nome de Angélica e sua filha Paula, elas ainda não tinham conhecimento disso e por esse motivo ele não queria revelar esse segredo temendo que quando sua esposa soubesse expulsaria ele de casa, e sem ter onde ir ele poderia virar mendigo, já que suas finanças estavam todas comprometida. Então para isso não acontecer ele guardava esse segredo. Estava ciente que a qualquer momento ia ser preso caso sua filha não aceitasse se casar com Rodolfo que todos os dias ligava fazendo ameaça pressionando o senhor Lourenço para que convencesse sua filha Paula aceitar o pedido de casamento, caso ela não aceitasse as consequências seriam das piores possíveis deixando Lourenço cada dia mais apavorado, e temendo que o pior pudesse acontecer com a sua família. E para piorar