CAPÍTULO 4

Assim que Rodolfo virou as costas e foi embora, Paula ficou sentada pensativa pensando como ia conseguir arrumar o dinheiro? Ela percebeu que Rodolfo era um homem perigoso que não devia brincar com ele, mas não suportava a ideia de se casar com ele jamais ela faria isso, ela ia dar um jeito custe o que custasse, ia pedir um empréstimo no banco até porque o seu nome estava limpo pelo menos para salvar a empresa.

Paula era uma mulher forte, tinha personalidade e decidida no que ela queria e uma fé inabalável, embora um pouco desanimada, mas acreditava no poder de Deus, e nos últimos acontecimentos ela nunca perdia a esperança de que iria encontrar uma saída, e encontrar uma luz no final do túnel, e finalmente sem ela imaginar a luz do final do túnel chegou de repente! Ela estava sentada ainda calada com seus pensamentos aéreos, quando ela deu de cara com Ulisses e a sua filha Jéssica, que estavam passando por aquele lugar e eles viram que ela estava sentada e se aproximaram dela e Jéssica veio correndo e abraçou ela fortemente, era uma criança diferente e especial para Paula, ela queria entender porque aquela menina mexia tanto. Deixando Ulisses sem jeito pela forma que a filha agia com Paula, e desde que perdeu a mãe ela não agia assim. Ulisses era um homem sério também.

— Que surpresa boa ter vocês aqui? — Ulisses ficou parado igual uma estátua sem poder de reação vendo a sua filha Jéssica abraçada com Paula. Essa cena ele já viu diversas vezes quando a sua esposa estava viva, o mesmo carinho que Paula sentia por ela como se as duas se conhecessem a muito tempo.

Ao mesmo tempo que estava encantado por aquela cena, mas também pela beleza diferente do que ele estava acostumado a ver quando ela estava com uniforme de médica. De cabelo preso e sem batom nos lábios, mesmo assim não deixava de ser uma bela mulher, e se estava encantado por ela uniformizada imagina sem o uniforme de cabelos soltos e longos bem tratado e lábios com um batom vermelho, estava difícil para Ulisses ser indiferente diante dela, ele que havia jurado de nunca mais se apaixonar depois que aconteceu aquele trágico acidente com a sua esposa.

E vendo sua filha estar tão feliz ao lado de Paula que estava deixando ele um pouco perturbado, e pelo amor da sua filha, ele seria capaz de abrir mão de muita coisa, principalmente seus conceitos de levar uma vida de solteiro.

Não que ele estivesse cansado da solteirice, mas estava pensando seriamente em sair da sua viuvez e quem sabe ser feliz com alguém. Embora seu trauma pelo que aconteceu com a sua esposa ainda machucava muito. Paula percebeu que ele estava de pé e ela ficou envergonhada por não saber o que fazer diante dele. Convidou para ele se sentar.

— Sente-se por favor!

— Não estamos atrapalhando alguma coisa?

— É claro que não, por favor façam companhia para mim, estou sozinha.

— Você está sozinha?

— Sim, mas porque o espanto? — perguntou Paula .

— Uma mulher linda igual a você sozinha é muito difícil de ver sozinha!

— Obrigado pela linda, mas a pouco saiu uma pessoa desagradável.

— Hum! Pelo jeito não chegamos em uma boa hora?

— Pelo contrário, chegaram em uma hora em que estou com problemas, mas isso eu mesma tenho que resolver!

— Quem sabe eu posso lhe ajudar? — Disse prontamente Ulisses . Deixando Paula confusa, afinal Ulisses era apenas o pai da filha que estava sendo sua paciente, não sabia se devia contar para Ulisses sobre o que estava passando, estava angustiada ao mesmo tempo desesperada que não estava conseguindo esconder a preocupação no rosto. Ela precisava urgentemente de um advogado, talvez a única saída para resolver o problema das dívidas do seu pai para ele não perder a empresa.

— E pelo jeito seu problema é bem grande! Porque não desabafa? Quem sabe eu posso te ajudar, posso dar conselhos? — Paula ficou calada por um instante, sem saber se devia contar para alguém sobre seus problemas com pessoas que ela não conhecia, poderia causar ainda mais constrangimento, mas também não podia querer resolver sozinha, sem contar com a ajuda de alguém, o que ela tinha a perder?

— Não vou mentir, e nem dar uma de orgulhosa, mas na verdade estou sim com muitos problemas, não sei se vai conseguir poder me ajudar, mas preciso desabafar com alguém. — Jéssica fazia carinho no rosto de Paula e disse:

— Não fica assim, papai vai ajudar! Não vai papai?

— É claro que eu vou minha filha, estou aqui para isso!

— Obrigada minha princesa, vocês são uns amores só pelo fato de estar me escutando, já fico feliz.

— Então, desabafa quem sabe eu posso ajudar?

— Eu preciso de um bom advogado.

— Sem problemas, eu conheço um que é fera, é só me dizer do que se trata? — Paula tirou da sua bolsa as promissória que seu pai assinou, passou para Ulisses ler, e quando ele leu disse:

— É realmente que seu pai vai ter que pagar, é muito dinheiro. Então está com dificuldade para pagar, é isso?

— Antes fosse, eu poderia fazer um empréstimo no banco, e vender o meu carro pelo menos para salvar a empresa do meu pai, o problema é bem mais complicado.

— Como assim?

— Ele quer casar comigo, está fazendo chantagem, se eu aceitar casar com ele, meu pai não precisará pagar as dívidas.

— E você não quer casar com ele?

— Não, porque não conheço ele, e me casar à força é o fim.

— Você então não ama?

— Não, pelo contrário, odeio por ele ter induzido meu pai a se viciar em jogos de bingo e corrida de cavalo.

— Se você me permitir eu posso levar essas promissórias e mostrar para meu advogado, ele entende melhor do que eu, assim que ele tiver um parecer eu te aviso, é só me dar seu número do telefone.

— Obrigada!

— Não precisa agradecer, é importante que eu consiga resolver isso o quanto antes.

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