Assim que Rodolfo virou as costas e foi embora, Paula ficou sentada pensativa pensando como ia conseguir arrumar o dinheiro? Ela percebeu que Rodolfo era um homem perigoso que não devia brincar com ele, mas não suportava a ideia de se casar com ele jamais ela faria isso, ela ia dar um jeito custe o que custasse, ia pedir um empréstimo no banco até porque o seu nome estava limpo pelo menos para salvar a empresa.
Paula era uma mulher forte, tinha personalidade e decidida no que ela queria e uma fé inabalável, embora um pouco desanimada, mas acreditava no poder de Deus, e nos últimos acontecimentos ela nunca perdia a esperança de que iria encontrar uma saída, e encontrar uma luz no final do túnel, e finalmente sem ela imaginar a luz do final do túnel chegou de repente! Ela estava sentada ainda calada com seus pensamentos aéreos, quando ela deu de cara com Ulisses e a sua filha Jéssica, que estavam passando por aquele lugar e eles viram que ela estava sentada e se aproximaram dela e Jéssica veio correndo e abraçou ela fortemente, era uma criança diferente e especial para Paula, ela queria entender porque aquela menina mexia tanto. Deixando Ulisses sem jeito pela forma que a filha agia com Paula, e desde que perdeu a mãe ela não agia assim. Ulisses era um homem sério também. — Que surpresa boa ter vocês aqui? — Ulisses ficou parado igual uma estátua sem poder de reação vendo a sua filha Jéssica abraçada com Paula. Essa cena ele já viu diversas vezes quando a sua esposa estava viva, o mesmo carinho que Paula sentia por ela como se as duas se conhecessem a muito tempo. Ao mesmo tempo que estava encantado por aquela cena, mas também pela beleza diferente do que ele estava acostumado a ver quando ela estava com uniforme de médica. De cabelo preso e sem batom nos lábios, mesmo assim não deixava de ser uma bela mulher, e se estava encantado por ela uniformizada imagina sem o uniforme de cabelos soltos e longos bem tratado e lábios com um batom vermelho, estava difícil para Ulisses ser indiferente diante dela, ele que havia jurado de nunca mais se apaixonar depois que aconteceu aquele trágico acidente com a sua esposa. E vendo sua filha estar tão feliz ao lado de Paula que estava deixando ele um pouco perturbado, e pelo amor da sua filha, ele seria capaz de abrir mão de muita coisa, principalmente seus conceitos de levar uma vida de solteiro. Não que ele estivesse cansado da solteirice, mas estava pensando seriamente em sair da sua viuvez e quem sabe ser feliz com alguém. Embora seu trauma pelo que aconteceu com a sua esposa ainda machucava muito. Paula percebeu que ele estava de pé e ela ficou envergonhada por não saber o que fazer diante dele. Convidou para ele se sentar. — Sente-se por favor! — Não estamos atrapalhando alguma coisa? — É claro que não, por favor façam companhia para mim, estou sozinha. — Você está sozinha? — Sim, mas porque o espanto? — perguntou Paula . — Uma mulher linda igual a você sozinha é muito difícil de ver sozinha! — Obrigado pela linda, mas a pouco saiu uma pessoa desagradável. — Hum! Pelo jeito não chegamos em uma boa hora? — Pelo contrário, chegaram em uma hora em que estou com problemas, mas isso eu mesma tenho que resolver! — Quem sabe eu posso lhe ajudar? — Disse prontamente Ulisses . Deixando Paula confusa, afinal Ulisses era apenas o pai da filha que estava sendo sua paciente, não sabia se devia contar para Ulisses sobre o que estava passando, estava angustiada ao mesmo tempo desesperada que não estava conseguindo esconder a preocupação no rosto. Ela precisava urgentemente de um advogado, talvez a única saída para resolver o problema das dívidas do seu pai para ele não perder a empresa. — E pelo jeito seu problema é bem grande! Porque não desabafa? Quem sabe eu posso te ajudar, posso dar conselhos? — Paula ficou calada por um instante, sem saber se devia contar para alguém sobre seus problemas com pessoas que ela não conhecia, poderia causar ainda mais constrangimento, mas também não podia querer resolver sozinha, sem contar com a ajuda de alguém, o que ela tinha a perder? — Não vou mentir, e nem dar uma de orgulhosa, mas na verdade estou sim com muitos problemas, não sei se vai conseguir poder me ajudar, mas preciso desabafar com alguém. — Jéssica fazia carinho no rosto de Paula e disse: — Não fica assim, papai vai ajudar! Não vai papai? — É claro que eu vou minha filha, estou aqui para isso! — Obrigada minha princesa, vocês são uns amores só pelo fato de estar me escutando, já fico feliz. — Então, desabafa quem sabe eu posso ajudar? — Eu preciso de um bom advogado. — Sem problemas, eu conheço um que é fera, é só me dizer do que se trata? — Paula tirou da sua bolsa as promissória que seu pai assinou, passou para Ulisses ler, e quando ele leu disse: — É realmente que seu pai vai ter que pagar, é muito dinheiro. Então está com dificuldade para pagar, é isso? — Antes fosse, eu poderia fazer um empréstimo no banco, e vender o meu carro pelo menos para salvar a empresa do meu pai, o problema é bem mais complicado. — Como assim? — Ele quer casar comigo, está fazendo chantagem, se eu aceitar casar com ele, meu pai não precisará pagar as dívidas. — E você não quer casar com ele? — Não, porque não conheço ele, e me casar à força é o fim. — Você então não ama? — Não, pelo contrário, odeio por ele ter induzido meu pai a se viciar em jogos de bingo e corrida de cavalo. — Se você me permitir eu posso levar essas promissórias e mostrar para meu advogado, ele entende melhor do que eu, assim que ele tiver um parecer eu te aviso, é só me dar seu número do telefone. — Obrigada! — Não precisa agradecer, é importante que eu consiga resolver isso o quanto antes.Paula ficou aliviada e esperançosa de que nem tudo estava perdido, sentia que as coisas poderiam se reverter ao seu favor. Voltou para casa. — Filha, as coisas continuam do mesmo jeito, seu pai dormindo na sala e não falo mais com ele. — Paula ficou calada sem ter uma resposta para dar, e não se conformava que as coisas chegaram a esse ponto, eram uma família unida sem brigas, sem conflitos, só havia harmonia. Bastou aquele demônio aparecer que tudo mudou, quanto mais ela pensava nisso, mais ódio dele ela sentia. “Nem morta que vou me casar com esse desgraçado!”. Paula tinha autocontrole que era difícil se estressar por qualquer coisa, mas aquele homem estava levando ela à loucura pelo alto grau de stress. E naquele momento o que ela mais precisava era ter controle de suas emoções. E acreditar que tudo ia dar certo! Ela acreditava que ia dar certo, era uma mulher de fé, que acreditava que ia aparecer alguém para ajudar, ela percebeu que Ulisses era uma pessoa de confiança, embora ela
Para Paula foi um choque ouvir a proposta de Ulisses, ela não esperava que ele fizesse essa proposta de casamento, justamente para ela que estava fugindo de um casamento com um homem desconhecido, é claro, que com Ulisses era bem diferente, ela o conhecia, e até tinha um carinho por ele, mas queria saber porque ele queria casar com ela. — Porque o senhor quer se casar comigo? — Perguntou Paula. — Eu sei que é estranho para você assimilar o que está acontecendo, mas é a única forma que eu tenho para te ajudar a pagar todas as dívidas que seu pai tem com aquele homem que te pediu em casamento! — Como assim me ajudar? — Eu sei que você não quer casar com aquele homem, por que ele está usando como chantagem, não sei se ele é rico e poderoso, se fosse outra mulher aceitaria só porque é rico, e eu não vejo em você essa mulher oportunista, vejo em você muita dignidade que nunca vi em outras mulheres. — Obrigada, até que enfim alguém que me entenda. Não que eu seja contra o casamento
A conversa estava bastante agradável, nenhum dos dois fazia ideia até onde ia aquela intimidade, tanto Paula como Ulisses nunca imaginavam que um dia o destino fosse caprichoso de unir duas pessoas solitária, sim solitária porque ambos fugiam de relacionamento sério ou ter qualquer compromisso, Ulisses por estar traumatizado com a tragédia de sua esposa ter sofrido um acidente e não ter resistido, três anos de luto e não conseguia suprir a dor da perda, mesmo sendo um homem rico e poderoso, mas que nada preenchia aquele vazio, o que amenizava a sua dor era a presença de sua filha, mas como ele não podia ficar o tempo todo com ela contratava babás, mas que ultimamente estava tendo muitas decepções com elas e sua filha queixava se por maus tratos, a noite que ele saiu para encontrar Paula deixou sua filha com a mãe, que também não tinha muito tempo para dar atenção para a neta, e por essas razões que ela pedia para seu filho casar e dar uma vida mais civilizada, cedo ou tarde Jéssica ia
Ulisses pagou a conta e saíram em seus carros particulares, cada um indo em seu carro, ele ia frente, e ela atrás. Paula não tinha certeza se devia ir até a casa de Ulisses, não era mulher de se envolver tão repentinamente com um homem que mal conhecia, ela sempre foi cautelosa em suas decisões. Mas naquele momento desesperador ela não tinha muita escolha, tinha que pensar em como ia fazer para salvar sua família de perder até a casa, caso seu pai não pagasse as dívidas, essa hora nem queria pensar em seu pai porque estava decepcionada com ele por deixar as coisas chegar a esse ponto, sem necessidade, sendo que tem uma família maravilhosa, bem sucedido e não tinha motivos de cair na tentação de jogar, se tinha dinheiro, e isso Paula não se conformava, as irresponsabilidade do seu pai colocando um patrimônio construído com tanto trabalho por causa de um maldito vício. Agora ela terá que abrir mão de seu trabalho, que sempre foi seu maior sonho, e casar com alguém que mal conhecia para s
Ulisses disse que quando sua mãe chegasse ele teria que dizer a ela que eles se estavam se se casando por contrato. As pernas de Paula estremeceram, ela não estava acostumada a ter intimidade com pessoas que não conhecia, mas o contrato já está assinado, agora tinha que cumprir. — Por mim tudo bem, só tem um porém, e este porém, com certeza sua mãe não é boba, ela vai perceber que estamos mentindo para ela mesmo que o casamento seja de mentirinha, e ela vai saber que nosso casamento é uma farsa? — Ulisses ficou analisando o que Paula disse, então ele perguntou: — O que você está querendo dizer com isso? — Está escrito no contrato que nós não podemos ter contato íntimo, certo? O problema é que ela vai desconfiar então o que vamos fazer? — Boa pergunta, eu não tinha pensado nisso, seria uma decepção para ela, porque a minha mãe é muito conservadora e ia achar que eu sou gay! — E você é? — É claro que não, Deus me livre, nada contra, até porque conheço muitos gays que são gent
Os pais de Paula ainda estavam sem se falar desde que ele revelou tudo sobre o que aconteceu. Ele continuava dormindo em quarto separado, o único bem que ainda estava seguro era a casa que ele havia feito um documento passando para o nome de Angélica e sua filha Paula, elas ainda não tinham conhecimento disso e por esse motivo ele não queria revelar esse segredo temendo que quando sua esposa soubesse expulsaria ele de casa, e sem ter onde ir ele poderia virar mendigo, já que suas finanças estavam todas comprometida. Então para isso não acontecer ele guardava esse segredo. Estava ciente que a qualquer momento ia ser preso caso sua filha não aceitasse se casar com Rodolfo que todos os dias ligava fazendo ameaça pressionando o senhor Lourenço para que convencesse sua filha Paula aceitar o pedido de casamento, caso ela não aceitasse as consequências seriam das piores possíveis deixando Lourenço cada dia mais apavorado, e temendo que o pior pudesse acontecer com a sua família. E para piorar
Quando Paula desligou o telefone ficou pensativa e torcendo que o plano de Ulisses tenha dado certo. Quando chegou à mesa percebeu que Ulisses estava no telefone falando com alguém. A governanta que se chamava Maria disse: — Bom dia senhorita, como é mesmo seu nome? — Eu me chamo Paula , e a senhora? — Eu me chamo Maria, governanta da casa! — Nem parece casa, e sim um verdadeiro palácio! — É verdade, mas sente se e fique a vontade enquanto eu sirvo seu café. — Nada disso, não se dê o trabalho, eu mesma vou me servir. — Maria achou simpática da parte de Paula querer se servir, bem diferente de outras folgadas que ela conheceu. Quando chegou Ulisses de volta para terminar seu café e ficou admirado vendo que Paula estava se servindo com elegância. E olhando discretamente para Maria que fez sinal de que ela queria se servir sozinha. Ulisses deixou Paula se servir primeiro para depois cumprimentar. — Bom dia? — Bom dia! —
— Estou pensando seriamente em pedir demissão do meu trabalho. — Disse ela para Ulisses.— E porque você quer sair do trabalho, já que você gosta do que faz?— Por isso mesmo, para ser médica tenho que estar cem por cento concentrada no trabalho, se for assim, não serei capaz de fazer um bom trabalho, nem lá e nem aqui! Sua filha é prioridade, afinal assinei um contrato e eu tenho que cumprir com dignidade. — Ulisses ficou pensativo e admirado com a posição firme de Paola.— Eu lamento muito você ter que abrir mão do seu trabalho para se dedicar a minha filha!— Não lamenta, é a vida que impõe desafios para nós enfrentarmos, principalmente eu.— E a sua empresa, quem vai administrar?— Boa pergunta!— Paula ficou indecisa, não queria mais que seu pai seguisse à frente das empresas, temendo que ele caísse em tentação novamente e perdesse tudo de novo.— Você ficou calada porque? — Perguntou Ulisses.— É tanta coisa para mim pensar, eu não quero que meu pai siga à frente da empresa, el