A conversa estava bastante agradável, nenhum dos dois fazia ideia até onde ia aquela intimidade, tanto Paula como Ulisses nunca imaginavam que um dia o destino fosse caprichoso de unir duas pessoas solitária, sim solitária porque ambos fugiam de relacionamento sério ou ter qualquer compromisso, Ulisses por estar traumatizado com a tragédia de sua esposa ter sofrido um acidente e não ter resistido, três anos de luto e não conseguia suprir a dor da perda, mesmo sendo um homem rico e poderoso, mas que nada preenchia aquele vazio, o que amenizava a sua dor era a presença de sua filha, mas como ele não podia ficar o
tempo todo com ela contratava babás, mas que ultimamente estava tendo muitas decepções com elas e sua filha queixava se por maus tratos, a noite que ele saiu para encontrar Paula deixou sua filha com a mãe, que também não tinha muito tempo para dar atenção para a neta, e por essas razões que ela pedia para seu filho casar e dar uma vida mais civilizada, cedo ou tarde Jéssica ia precisar de uma madrasta que respondesse as perguntas que a maioria das adolescentes precisa ouvir. Ulisses era um homem rico e poderoso dono de uma rede de shoppings espalhados em todos os cantos do país, então para ele pagar as dívidas de Paula era troco que não faria falta alguma em sua conta bancária. Paula se encaixava perfeitamente no perfil de mulher que ele precisava e daria todo o suporte que ela precisava para se sentir bem. A única coisa que não estava em seus planos era se apaixonar, até porque além do seu trauma por ter perdido sua esposa num grave acidente de carro ele se conhecia bem, sabia que sofria quando se apaixonava por ser um homem intenso, mas será que ele não estava jogando com a sorte? Diante de Paula uma linda mulher cheia de charme e simpatia que conseguiu conquistar o coração sofrido de sua filha Jéssica? Além de linda e charmosa, gostava de criança e tinha paciência para lidar com as adversidades, ele se encantou pelo fato dela fazer de tudo para salvar a família de um colapso financeiro. E mais ela estava dispensando um casamento com um homem milionário que estava disposto a tudo por ela, e Ulisses conhecia bem as mulheres e sabia que igual Paula era igual uma agulha no palheiro. Enquanto os dois ficavam jantando e bebendo um vinho suave, porque ambos não estavam a fim de beber muito para não se comprometer, nem Ulisses, e muito menos Paula queria mostrar o que sentia, em seu particular ela achava que Ulisses era um homem elegante lindo e poderoso, não era possível um homem daquele estar tão carente sozinho e inseguro que não tinha alguma mulher atrás dele, talvez muitas para ele querer contratar Paula para um casamento de mentirinha e estivesse numa situação desesperadora com medo de se apaixonar? Ela não estava acreditando que ela seria a mulher capaz de preencher um vazio e fazer sua filha feliz? Tinha mais alguma coisa que ela não sabia o que era? — Eu ainda tenho uma desconfiança a seu respeito à Ulisses! — Por que você está desconfiada de mim? — Perguntou Ulisses, olhando diretamente nos olhos dela, deixando ela hipnotizada. — Porque um homem bonito e rico que pode ter a mulher que quiser está viúvo? — Eu não consigo confiar em ninguém, e para dizer a verdade até agora você é a única mulher que me passa confiança, não sei como descrever isso, mas em você sinto que minha filha vai estar em boas mãos. — Obrigada pela confiança, mas seu instinto está certo, eu sou muito careta também! — Como assim? O que quer dizer em ser careta? — Eu também tenho dificuldade em confiar nas pessoas, sou tipo bicho do mato, talvez por isso que sou solteira porque não sou o tipo de mulher que fica pulando de galho em galho, como se diz na gíria popular. — Ulisses deu um sorriso, em pensamento pensava. “Mulher perfeita para ser minha esposa de mentirinha e uma babá perfeita para a minha filha”. — A propósito, trabalha amanhã? — Não, amanhã estou de folga, só volto segunda-feira se Deus quiser. — Então porque não vai lá em casa hoje conhecer a minha casa? — Paula sentiu seu coração bater forte sem entender porque aquele convite estava deixando ela intimidada. No dia seguinte ela não ia trabalhar, de qualquer forma ela tinha que conhecer a casa onde ela ia morar, saber se valeria a pena aceitar o pedido de casamento mesmo sendo de mentirinha. Ela estava de carro e certamente ele também. E como ela ia fazer? — Não teria nenhum problema, só que estou com meu carro e com certeza você também deve estar de carro. — Não tem problema, eu vou a frente e você me acompanha, se aceitar meu convite posso pedir a conta, o que acha? — Por mim, tudo bem.Ulisses pagou a conta e saíram em seus carros particulares, cada um indo em seu carro, ele ia frente, e ela atrás. Paula não tinha certeza se devia ir até a casa de Ulisses, não era mulher de se envolver tão repentinamente com um homem que mal conhecia, ela sempre foi cautelosa em suas decisões. Mas naquele momento desesperador ela não tinha muita escolha, tinha que pensar em como ia fazer para salvar sua família de perder até a casa, caso seu pai não pagasse as dívidas, essa hora nem queria pensar em seu pai porque estava decepcionada com ele por deixar as coisas chegar a esse ponto, sem necessidade, sendo que tem uma família maravilhosa, bem sucedido e não tinha motivos de cair na tentação de jogar, se tinha dinheiro, e isso Paula não se conformava, as irresponsabilidade do seu pai colocando um patrimônio construído com tanto trabalho por causa de um maldito vício. Agora ela terá que abrir mão de seu trabalho, que sempre foi seu maior sonho, e casar com alguém que mal conhecia para s
Ulisses disse que quando sua mãe chegasse ele teria que dizer a ela que eles se estavam se se casando por contrato. As pernas de Paula estremeceram, ela não estava acostumada a ter intimidade com pessoas que não conhecia, mas o contrato já está assinado, agora tinha que cumprir. — Por mim tudo bem, só tem um porém, e este porém, com certeza sua mãe não é boba, ela vai perceber que estamos mentindo para ela mesmo que o casamento seja de mentirinha, e ela vai saber que nosso casamento é uma farsa? — Ulisses ficou analisando o que Paula disse, então ele perguntou: — O que você está querendo dizer com isso? — Está escrito no contrato que nós não podemos ter contato íntimo, certo? O problema é que ela vai desconfiar então o que vamos fazer? — Boa pergunta, eu não tinha pensado nisso, seria uma decepção para ela, porque a minha mãe é muito conservadora e ia achar que eu sou gay! — E você é? — É claro que não, Deus me livre, nada contra, até porque conheço muitos gays que são gent
Os pais de Paula ainda estavam sem se falar desde que ele revelou tudo sobre o que aconteceu. Ele continuava dormindo em quarto separado, o único bem que ainda estava seguro era a casa que ele havia feito um documento passando para o nome de Angélica e sua filha Paula, elas ainda não tinham conhecimento disso e por esse motivo ele não queria revelar esse segredo temendo que quando sua esposa soubesse expulsaria ele de casa, e sem ter onde ir ele poderia virar mendigo, já que suas finanças estavam todas comprometida. Então para isso não acontecer ele guardava esse segredo. Estava ciente que a qualquer momento ia ser preso caso sua filha não aceitasse se casar com Rodolfo que todos os dias ligava fazendo ameaça pressionando o senhor Lourenço para que convencesse sua filha Paula aceitar o pedido de casamento, caso ela não aceitasse as consequências seriam das piores possíveis deixando Lourenço cada dia mais apavorado, e temendo que o pior pudesse acontecer com a sua família. E para piorar
Quando Paula desligou o telefone ficou pensativa e torcendo que o plano de Ulisses tenha dado certo. Quando chegou à mesa percebeu que Ulisses estava no telefone falando com alguém. A governanta que se chamava Maria disse: — Bom dia senhorita, como é mesmo seu nome? — Eu me chamo Paula , e a senhora? — Eu me chamo Maria, governanta da casa! — Nem parece casa, e sim um verdadeiro palácio! — É verdade, mas sente se e fique a vontade enquanto eu sirvo seu café. — Nada disso, não se dê o trabalho, eu mesma vou me servir. — Maria achou simpática da parte de Paula querer se servir, bem diferente de outras folgadas que ela conheceu. Quando chegou Ulisses de volta para terminar seu café e ficou admirado vendo que Paula estava se servindo com elegância. E olhando discretamente para Maria que fez sinal de que ela queria se servir sozinha. Ulisses deixou Paula se servir primeiro para depois cumprimentar. — Bom dia? — Bom dia! —
— Estou pensando seriamente em pedir demissão do meu trabalho. — Disse ela para Ulisses.— E porque você quer sair do trabalho, já que você gosta do que faz?— Por isso mesmo, para ser médica tenho que estar cem por cento concentrada no trabalho, se for assim, não serei capaz de fazer um bom trabalho, nem lá e nem aqui! Sua filha é prioridade, afinal assinei um contrato e eu tenho que cumprir com dignidade. — Ulisses ficou pensativo e admirado com a posição firme de Paola.— Eu lamento muito você ter que abrir mão do seu trabalho para se dedicar a minha filha!— Não lamenta, é a vida que impõe desafios para nós enfrentarmos, principalmente eu.— E a sua empresa, quem vai administrar?— Boa pergunta!— Paula ficou indecisa, não queria mais que seu pai seguisse à frente das empresas, temendo que ele caísse em tentação novamente e perdesse tudo de novo.— Você ficou calada porque? — Perguntou Ulisses.— É tanta coisa para mim pensar, eu não quero que meu pai siga à frente da empresa, el
Paula fez uma ligação para Rodolfo se encontrar num restaurante no shopping que pertencia a Ulisses. Deixando ele eufórico acreditando que ela estava desesperada após ele ter vendido a empresa para Ulisses sem ele saber que já estava no nome dela. A única coisa que deixou ele cismado foi o fato dela ter pedido para que ele levasse todas as promissórias. “A troco do que ela quer às promissória?”. Pensava ele em silêncio. Devido a sua arrogância em pessoa acreditava que Paula não tinha condições de pagar todas as aquelas dívidas, mesmo assim não queria arriscar, e para refrescar bem a memória de Paula ele fez questão de levar todas as promissórias e foi acompanhado por seu advogado para que ele explicasse a ela caso não pagasse as dívidas o juiz tinha autorizado dar voz de prisão ao senhor Lourenço pai de Paula. A única saída de Paula era aceitar o pedido de casamento e pedido aceito ela seria obrigada assinar um documento em cartório se comprometendo a casar se com ele. “Quero ver ela
Desesperado, Rodolfo jogou a última cartada. — Essa mulher não pode se casar com você? — Disse Rodolfo para Ulisses. — E porque não? — Porque eu vi primeiro! — É, mas ela deixou bem claro que não quer você, invés de tentar conquistar, jogou sujo, jogando o pai dela na lama. Acha que é desse jeito que vai conquistar? — Não me interessa seus argumentos, ela é minha e vai se casar comigo custe o que custar! — É mesmo? Pelo que sei ela pagou todas as dívidas. Há mais uma coisa, a empresa que era do pai dela fui eu que comprei e passei para o nome dela. — Eu tenho um trunfo que vai obrigar ela a se casar comigo! — Ulisses quando ia perguntar qual era o trunfo que Rodolfo tinha em mãos para usar obrigando Paula a se casar com ele recebeu um misterioso telefonema. — Alô! — Do outro lado da linha alguém lhe deu o recado. — Senhor Ulisses. — Sim, pode falar? — A operação foi um sucesso! — Que ótimo, o senhor Lourenço e a senhora Angélica estão seguros? — Estão? — Passe o telefone
Com os pais seguros finalmente Paula agora podia seguir sua vida se dedicando ao que Ulisses queria que ela o fizesse, mesmo não sabendo o que estava por vir, o futuro era incerto, pagou as dívidas agora era pagar as dívidas com Ulisses. Depois de tudo o que ele fez por ela, restava se esforçar e fazer da filha dele feliz como ela merecia. Chegando à mansão, Lourenço e Angélica não estavam entendendo nada o que estava acontecendo. Saíram de um sequestro e agora estavam numa mansão enorme que nunca viram na vida. — Filha, o que está acontecendo aqui? — Perguntou Angélica espantada. — É simples, Ulisses me ajudou a pagar todas as dívidas, ele é meu futuro marido! — Como assim? Seu futuro marido? — Perguntou Lourenço curioso. — Ué, o senhor duvidou de mim que eu tinha namorado? — É verdade filha, você tem razão. A empresa está no nome de quem? — Agora ela está no meu nome e meu marido vai administrar por enquanto, me perdoe papai, mas o senhor não é mais digno de administrar a empr