Para Paula foi um choque ouvir a proposta de Ulisses, ela não esperava que ele fizesse essa proposta de casamento, justamente para ela que estava fugindo de um casamento com um homem desconhecido, é claro, que com Ulisses era bem diferente, ela o conhecia, e até tinha um carinho por ele, mas queria saber porque ele queria casar com ela.
— Porque o senhor quer se casar comigo? — Perguntou Paula. — Eu sei que é estranho para você assimilar o que está acontecendo, mas é a única forma que eu tenho para te ajudar a pagar todas as dívidas que seu pai tem com aquele homem que te pediu em casamento! — Como assim me ajudar? — Eu sei que você não quer casar com aquele homem, por que ele está usando como chantagem, ele é rico e poderoso, se fosse outra mulher aceitaria só porque é rico, e eu não vejo em você essa mulher oportunista, vejo em você muita dignidade que nunca vi em outras mulheres. — Obrigada, até que enfim alguém que me entende. Não que eu seja contra o casamento, é claro que um dia eu terei que me casar, ninguém fica sozinha para sempre, mas não dessa forma, preciso conhecer alguém e me apaixonar e casar. Se amando uma pessoa já é arriscado casar imagina com alguém que não se ama? — Pois então, se você não aceitar a minha proposta, lamento muito, mas vai ter que aceitar o pedido de casamento do outro que você não conhece e não sabe como vai ser a sua vida fazendo algo que você não quer, será forçada a fazer sexo sem vontade fazer tudo o que ele quer, mesmo que você possa gostar dele na convivência, mas eu acho quase impossível. Comigo será um casamento por contrato de três anos, depois disso você estará livre! — Como assim casamento por contrato? — Me responda uma pergunta, você tem o hábito de gostar de homens ricos? — Não, até porque sou independente e nunca quis depender de homem algum na minha vida. Mas por que a pergunta? — Porque é de uma das qualidades que eu admiro em você, porque é uma pessoa especial para minha filha, e é por ela que estou fazendo isso, mas vamos direto ao assunto, o que eu quero é o seguinte, a única forma que eu tenho para te ajudar a pagar as dívida do seu pai, o meu plano é o seguinte, três anos de contrato de casamento, aí eu pago todas dividas e comprar a empresa e coloco no seu nome! — Como assim você compra a empresa que é do meu pai e coloca no meu nome? — A empresa não é mais do seu pai, ela está no nome de um tal de Rodolfo que eu não conheço! — Sim, é o cara que quer me comprar, essa é a verdade. — Pois então, quando ele descobrir que você não quer se casar com ele com certeza ele vai vender a empresa, aí eu entro na jogada, mas ele não pode saber que sou eu que está comprando, meu advogado vai se apresentar como o comprador. — Tudo bem, é uma ótima ideia, mas porque quer arriscar casar comigo? — Na verdade, é mais por causa da minha filha e da minha mãe que fica me pressionando para que eu me case! — E porque ela quer que você case? — Porque depois que fiquei viúvo nunca mais quis me casar, foi trauma que eu tive, as lembranças me atormentam, então jurei nunca mais me casar, depois tenho a minha filha que sente muita ausência da mãe, me desculpa eu estar falando da minha vida! — Não tem porque me pedir desculpas, penso que você precisa desabafar. Eu sei que não é fácil passar pelo que passou. — Tudo bem, acho que preciso mesmo, mas antes eu vou pedir o jantar, o que acha? — Boa ideia porque estou louca de fome. — Os dois estavam em total sintonia como se conhecesse a muito tempo. Quando o garçom trouxe o cardápio para eles fazer o pedido. Feito o pedido voltaram a conversar. — Então o casamento vai ser de mentirinha, ou seja para manter as aparências? — Isso, mas você vai ter a liberdade de fazer o que bem entender da sua vida, não vai faltar nada, vou te liberar um cartão de crédito para comprar o que você quiser! — O que eu tenho que fazer? — Na verdade, eu estava pensando em te contratar para ser babá da minha filha. É claro que a oferta ia ser quatro vezes mais do que você ganha como médica pediatra, mesmo assim fazendo os cálculos nem trabalhando dez anos ia conseguir pagar as dívidas do seu pai. — Paula entrou em Pânico quando soube que a intenção de Ulisses era contratar como babá de sua filha com a intenção de ajudar ela, e agora estava se oferecendo a se casar com ela. — Isso quer dizer que eu vou ser uma espécie de mamãe e esposa de mentirinha? — Acho que é por aí mesmo? Você só cuida da minha filha, porque ela não fala em outra coisa, porque eu não me caso com você! — Eu também amei a sua filha, adoro criança, mas a sua filha é especial não sei porque, o problema é que ela pode se apegar em mim e eu nela como vai ser quando vencer o contrato? — Se você gostar, podemos renovar o contrato por mais três anos, até lá minha filha vai estar quase adulta. — E se eu me apaixonar por você? — Disse Paula olhando diretamente nos olhos de Ulisses que ficou um pouco perturbado. — Porque você acha que pode se apaixonar por mim? — Um homem lindo bem sucedido legal qualquer mulher pode se apaixonar? — Bom, não sei o que dizer, porque eu pensei que você pensa igual a mim de não se envolver emocionalmente com ninguém pelo fato de não ter aceitado se casar com tal Rodolfo. Eu como não queria me casar por causa do trauma pelo que aconteceu com a minha falecida esposa. Então para te ajudar e ajudar a minha filha não ficar sozinha, pensei em você, mas tudo pode acontecer.A conversa estava bastante agradável, nenhum dos dois fazia ideia até onde ia aquela intimidade, tanto Paula como Ulisses nunca imaginavam que um dia o destino fosse caprichoso de unir duas pessoas solitária, sim solitária porque ambos fugiam de relacionamento sério ou ter qualquer compromisso, Ulisses por estar traumatizado com a tragédia de sua esposa ter sofrido um acidente e não ter resistido, três anos de luto e não conseguia suprir a dor da perda, mesmo sendo um homem rico e poderoso, mas que nada preenchia aquele vazio, o que amenizava a sua dor era a presença de sua filha, mas como ele não podia ficar o tempo todo com ela contratava babás, mas que ultimamente estava tendo muitas decepções com elas e sua filha queixava se por maus tratos, a noite que ele saiu para encontrar Paula deixou sua filha com a mãe, que também não tinha muito tempo para dar atenção para a neta, e por essas razões que ela pedia para seu filho casar e dar uma vida mais civilizada, cedo ou tarde Jéssica
Ulisses pagou a conta e saíram em seus carros particulares, cada um indo em seu carro, ele ia frente e ela atrás. Paula não tinha certeza se devia ir até a casa de Ulisses, não era mulher de se envolver tão repentinamente com um homem que mal conhecia, ela sempre foi cautelosa em suas decisões. Mas naquele momento desesperador ela não tinha muita escolha, tinha que pensar em como ia fazer para salvar sua família de perder até a casa, caso seu pai não pagasse as dívidas, essa hora nem queria pensar em seu pai porque estava decepcionada com ele por deixar as coisas chegar a esse ponto, sem necessidade, sendo que tem uma família maravilhosa, bem sucedido e não tinha motivos de cair na tentação de jogar se tinha dinheiro, e isso Paula não se conformava, as irresponsabilidade do seu pai colocando um patrimônio construído com tanto trabalho por causa de um maldito vício. Agora ela terá que abrir mão de seu trabalho, que sempre foi seu maior sonho, e casar com alguém que mal conhecia para
Ulisses dissera que quando sua mãe chegasse ele teria que dizer a ela que eles se estavam se se casando por contrato. As pernas de Paula estremeceram, ela não estava acostumada a ter intimidade com pessoas que não conhecia, mas o contrato já está assinado, agora tinha que cumprir. — Por mim tudo bem, só tem um porém, e este porém, com certeza sua mãe não é boba, ela vai perceber que estamos mentindo para ela mesmo que o casamento seja de mentirinha, e ela vai saber que nosso casamento é uma farsa? — Ulisses ficou analisando o que Paula disse, então ele perguntou: — O que você está querendo dizer com isso? — Está escrito no contrato que nós não podemos ter contato íntimo, certo? O problema é que ela vai desconfiar então o que vamos fazer? — Boa pergunta, eu não tinha pensado nisso, seria uma decepção para ela, porque a minha mãe é muito conservadora e ia achar que eu sou gay! — E você é? — É claro que não, Deus me livre, nada contra, até p
O carro estava em alta velocidade sem ela ter condições de ter controle sobre o carro, que quanto mais ela tentava frear mais ele corria ultrapassando diversos veículos pela estrada federal. Quando ela se deu conta que alguma coisa estava errada e alguma coisa aconteceu com seu carro. Quando ela percebeu que atrás dela havia diversas viaturas da policia rodoviária tentando parar ela querendo multar por excesso de velocidade. O carro estava cada vez mais desgovernado correndo a quase 200 por hora e a policia não vendo saída chamou reforços e até mesmo um helicóptero e mesmo assim o carro seguia em alta velocidade, ela estava desesperada porque não conseguia frear seu carro. Então fechou seus olhos rezando para que ela conseguisse se salvar. Não queria deixar seu marido viúvo e sua filha única órfã de mãe. Ainda ela tentava se salvar, mas o carro foi descendo sem controle entrando numa mata verdejante e desceu bruscamente sendo jogado no rio afundando sem chances de sobre vivencia de
A semana foi difícil para Paula com a pressão psicológica que andava sofrendo ultimamente. Seu pai insistindo para se casar com um homem desconhecido, além dela não gostar dele, sabia que ele não era boa coisa, em alguma coisa ele estava envolvido. Ela tentou convencer seu pai que tal homem não era de confiança. Algo não lhe não cheirava bem, mas seu pai por desespero sendo chantageado não tinha outra saída, ou convencia Paula se casar com ele ou ele poderia ir preso por não pagar o que devia, que deixava Paula mais desesperada sem saber o que fazer. Como ela ia fazer para sair dessa enrascada em que seu pai meteu. — Pai, eu não amo esse homem, porque o senhor está querendo me obrigar a casar com um homem que eu não conheço? E mais, se ele está fazendo chantagem com o senhor é porque ele é mau caráter. Será que o senhor não pensa na minha felicidade? — O pai de Paula , que se chamava Lourenço, que tinha 55 anos de idade e vendo sua filha infeliz cortava seu coração, ele não pod
Passou-se uma semana e o clima ainda estava pesado na casa de seu Lourenço, que estava dormindo na sala. Sua esposa nem assunto queria com ele, aliás, os dois nem conversavam. Angélica estava pensando seriamente em pedir a separação e aceitar a proposta de morar com a filha Paula, que estava inconformada com a situação em que seu marido deixou. Precisava vender a casa. Porque a qualquer momento a polícia podia chegar e levar seu marido preso, por mais magoada que ela estivesse com ele, não queria o mal dele. Mal o bem ela amava seu Lourenço, que há muitos anos os dois estavam casados. Separação não era uma boa ideia. Paula que estava em seu apartamento sozinha, muito abalada com tudo o que estava acontecendo. Na clínica onde ela trabalhava as pessoas perceberam que ela não era mais a mesma pessoa e disposta como sempre foi, até mesmo Ulisses seu amigo especial pai de Jéssica sua paciente percebeu que ela estava triste, mas ela preferia não comentar o que aconteceu, era um assunto pes
Assim que Rodolfo virou as costas e foi embora, Paula ficou sentada pensativa pensando como ia conseguir arrumar o dinheiro? Ela percebeu que Rodolfo era um homem perigoso que não devia brincar com ele, mas não suportava a ideia de se casar com ele jamais ela faria isso, ela ia dar um jeito custe o que custasse, ia pedir um empréstimo no banco até porque o seu nome estava limpo pelo menos para salvar a empresa. Paula era uma mulher forte, tinha personalidade e decidida no que ela queria e uma fé inabalável, embora um pouco desanimada, mas acreditava no poder de Deus, e nos últimos acontecimentos ela nunca perdia a esperança de que iria encontrar uma saída, e encontrar uma luz no final do túnel, e finalmente sem ela imaginar a luz do final do túnel chegou de repente! Ela estava sentada ainda calada com seus pensamentos aéreos, quando ela deu de cara com Ulisses e a sua filha Jéssica, que estavam passando por aquele lugar e eles viram que ela estava sentada e se aproximaram dela e Jéss
Paula ficou aliviada e esperançosa de que nem tudo estava perdido, sentia que as coisas poderiam se reverter ao seu favor. Voltou para seu pequeno apartamento onde morava e ligou para sua mãe para saber como estavam as coisas em casa. — Filha, as coisas continuam do mesmo jeito, seu pai dormindo na sala e não falo mais com ele. — Paula ficou calada sem ter uma resposta para dar, e não se conformava que as coisas chegaram a esse ponto, eram uma família unida sem brigas, sem conflitos, só havia harmonia. Bastou aquele demônio aparecer que tudo mudou, quanto mais ela pensava nisso, mais ódio dele ela sentia. “Nem morta que vou me casar com esse desgraçado!”. Paula era uma mulher de forte personalidade e autocontrole que era difícil se estressar por qualquer coisa, mas aquele homem estava levando ela à loucura pelo alto grau de stress. E naquele momento o que ela mais precisava era ter controle de suas emoções. E acreditar que tudo ia dar certo! Ela acreditava que ia dar certo