Paula ficou aliviada e esperançosa de que nem tudo estava perdido, sentia que as coisas poderiam se reverter ao seu favor.
Voltou para seu pequeno apartamento onde morava e ligou para sua mãe para saber como estavam as coisas em casa. — Filha, as coisas continuam do mesmo jeito, seu pai dormindo na sala e não falo mais com ele. — Paula ficou calada sem ter uma resposta para dar, e não se conformava que as coisas chegaram a esse ponto, eram uma família unida sem brigas, sem conflitos, só havia harmonia. Bastou aquele demônio aparecer que tudo mudou, quanto mais ela pensava nisso, mais ódio dele ela sentia. “Nem morta que vou me casar com esse desgraçado!”. Paula era uma mulher de forte personalidade e autocontrole que era difícil se estressar por qualquer coisa, mas aquele homem estava levando ela à loucura pelo alto grau de stress. E naquele momento o que ela mais precisava era ter controle de suas emoções. E acreditar que tudo ia dar certo! Ela acreditava que ia dar certo, era uma mulher de fé, que acreditava que ia aparecer alguém para ajudar, ela percebeu que Ulisses era uma pessoa de confiança, embora ela não a conheça pessoalmente, mas viu algo positivo nele, só não sabia de que jeito ele poderia ajudá-lo? Quanto o que estava acontecendo com seus pais, ela não queria mais se envolver, lamentava muito pelo seu pai estar passando por aquilo tudo, mas ele precisava de uma lição para aprender a nunca mais jogar e apostar em jogos clandestino e não confiar em pessoas estranhas como aconteceu com aquele maldito homem, pensava ela. DEZ DIAS DEPOIS…. Ulisses ligou para o telefone de Paula convidando para ela sair para um jantar que ele tinha algo de muito importante para falar com ela. Isso deixou ela eufórica, misteriosamente o coração dela começou a bater forte em seu peito sem entender se era a emoção de saber que podia resolver o problema do seu pai, ou se realmente era algo que estava acontecendo e ela não sabia? Aconteça o que acontecer, ela foi tomar seu banho e escolheu a sua melhor roupa que ela quase nem usava, só em ocasiões especiais. Sem entender porque aquele encontro era especial? Porque caso Ulisses resolvesse o problema sem precisar casar com um homem que ela mais odiava na face da terra. Após ter tomado seu banho ela colocou um vestido de seda da cor preta brilhante e ficou enfrente o espelho colocando um batom vermelho nos lábios, se sua mãe estivesse perto certamente ia fazer um comentário, essa hora ela sentiu falta de sua mãe, e só de lembrar do que sua mãe seria capaz de falar sobre a beleza da filha ela deu um sorriso tímido. Nem ela entendia porque de tanta produção se o assunto do jantar era de negócio e nada mais? Após estar pronta entrou no elevador do quinto andar do prédio em que ela morava, havia dois casais que também estavam no elevador, ela cumprimentou com simpatia, as mulheres olharam com indiferença talvez porque os maridos perceberam o quanto ela estava linda. Paula não tinha intenção de provocar ninguém, apenas a sua beleza chamou atenção não só dos que estavam no elevador e sim até mesmo das pessoas da rua quando viram ela entrar dentro do seu carro. Paula foi até o lugar que havia sido marcado por Ulisses, só não sabia se ele estava sozinho ou ele trouxe a sua filha Mônica? Quando ela chegou percebeu que ele estava à sua espera, todo elegante bem diferente de outras vezes que ela a viu, ele estava vestido com um terno escuro, camisa rosa e calça preta e sapato listrado. Um homem elegante como ela nunca viu na vida, controlou seu entusiasmo, afinal ela estava aí para resolver seus problemas que eram muito e não foi para namorar. Ela chegou nervosa cheia de expectativa de saber o que ele tinha de tão importante para falar com ela. Ele gentilmente a cumprimentou. — Que bom que você veio! — Não tinha como não vir, estou ansiosa para saber se vou conseguir reverter o quadro desfavorável que meu pai se encontra? — Ulisses ficou preocupado com a expectativa de Paula. — Mas, sente-se por favor! —Ele puxou a cadeira para ela sentar. — Não quero esperar muito para deixar a par da situação. — Então, por favor, fale de uma vez por que eu estou ansiosa. — Bom, as notícias não são boas, meu advogado me informou que não tem como reverter a situação, seu pai assinou um documento diante de um juiz que dá o direito para o homem fazer o que bem entender da empresa do seu pai. Ele pode vender para quem ele quiser, quanto às dívidas, se seu pai não pagar vai preso! — Meu Deus, isso não. — Paula ficou desolada quase não conseguindo falar deixando lágrimas descer dos seus olhos. — Então a única saída é aceitar casar com aquele canalha! — É tão ruim se casar com ele? — Perguntou Ulisses curioso. Quase chorando ela disse: — Você se casaria com uma mulher desconhecida por obrigação? — Não! — Então porque acha que vai ser bom casar com um homem desprezível, será que você não entende que a minha vida vai ser um inferno casando com um homem que não conheço e não a amo? — Me perdoa, acho que fui estúpido em pensar assim! — Ele puxou do seu bolso um lenço dando a ela para enxugar as lágrimas. O lenço estava tão perfumado que fez ela esquecer um pouco o drama. — Obrigada! — Disse ela. — Mas, eu acho que posso te ajudar se você aceitar minha a proposta, assim seus problemas podem ser resolvidos, o seu e os meu! — Proposta! Que proposta? — Quer casar comigo? — O que?Para Paula foi um choque ouvir a proposta de Ulisses, ela não esperava que ele fizesse essa proposta de casamento, justamente para ela que estava fugindo de um casamento com um homem desconhecido, é claro, que com Ulisses era bem diferente, ela o conhecia, e até tinha um carinho por ele, mas queria saber porque ele queria casar com ela. — Porque o senhor quer se casar comigo? — Perguntou Paula. — Eu sei que é estranho para você assimilar o que está acontecendo, mas é a única forma que eu tenho para te ajudar a pagar todas as dívidas que seu pai tem com aquele homem que te pediu em casamento! — Como assim me ajudar? — Eu sei que você não quer casar com aquele homem, por que ele está usando como chantagem, ele é rico e poderoso, se fosse outra mulher aceitaria só porque é rico, e eu não vejo em você essa mulher oportunista, vejo em você muita dignidade que nunca vi em outras mulheres. — Obrigada, até que enfim alguém que me entende. Não que eu seja contra o ca
A conversa estava bastante agradável, nenhum dos dois fazia ideia até onde ia aquela intimidade, tanto Paula como Ulisses nunca imaginavam que um dia o destino fosse caprichoso de unir duas pessoas solitária, sim solitária porque ambos fugiam de relacionamento sério ou ter qualquer compromisso, Ulisses por estar traumatizado com a tragédia de sua esposa ter sofrido um acidente e não ter resistido, três anos de luto e não conseguia suprir a dor da perda, mesmo sendo um homem rico e poderoso, mas que nada preenchia aquele vazio, o que amenizava a sua dor era a presença de sua filha, mas como ele não podia ficar o tempo todo com ela contratava babás, mas que ultimamente estava tendo muitas decepções com elas e sua filha queixava se por maus tratos, a noite que ele saiu para encontrar Paula deixou sua filha com a mãe, que também não tinha muito tempo para dar atenção para a neta, e por essas razões que ela pedia para seu filho casar e dar uma vida mais civilizada, cedo ou tarde Jéssica
Ulisses pagou a conta e saíram em seus carros particulares, cada um indo em seu carro, ele ia frente e ela atrás. Paula não tinha certeza se devia ir até a casa de Ulisses, não era mulher de se envolver tão repentinamente com um homem que mal conhecia, ela sempre foi cautelosa em suas decisões. Mas naquele momento desesperador ela não tinha muita escolha, tinha que pensar em como ia fazer para salvar sua família de perder até a casa, caso seu pai não pagasse as dívidas, essa hora nem queria pensar em seu pai porque estava decepcionada com ele por deixar as coisas chegar a esse ponto, sem necessidade, sendo que tem uma família maravilhosa, bem sucedido e não tinha motivos de cair na tentação de jogar se tinha dinheiro, e isso Paula não se conformava, as irresponsabilidade do seu pai colocando um patrimônio construído com tanto trabalho por causa de um maldito vício. Agora ela terá que abrir mão de seu trabalho, que sempre foi seu maior sonho, e casar com alguém que mal conhecia para
Ulisses dissera que quando sua mãe chegasse ele teria que dizer a ela que eles se estavam se se casando por contrato. As pernas de Paula estremeceram, ela não estava acostumada a ter intimidade com pessoas que não conhecia, mas o contrato já está assinado, agora tinha que cumprir. — Por mim tudo bem, só tem um porém, e este porém, com certeza sua mãe não é boba, ela vai perceber que estamos mentindo para ela mesmo que o casamento seja de mentirinha, e ela vai saber que nosso casamento é uma farsa? — Ulisses ficou analisando o que Paula disse, então ele perguntou: — O que você está querendo dizer com isso? — Está escrito no contrato que nós não podemos ter contato íntimo, certo? O problema é que ela vai desconfiar então o que vamos fazer? — Boa pergunta, eu não tinha pensado nisso, seria uma decepção para ela, porque a minha mãe é muito conservadora e ia achar que eu sou gay! — E você é? — É claro que não, Deus me livre, nada contra, até p
O carro estava em alta velocidade sem ela ter condições de ter controle sobre o carro, que quanto mais ela tentava frear mais ele corria ultrapassando diversos veículos pela estrada federal. Quando ela se deu conta que alguma coisa estava errada e alguma coisa aconteceu com seu carro. Quando ela percebeu que atrás dela havia diversas viaturas da policia rodoviária tentando parar ela querendo multar por excesso de velocidade. O carro estava cada vez mais desgovernado correndo a quase 200 por hora e a policia não vendo saída chamou reforços e até mesmo um helicóptero e mesmo assim o carro seguia em alta velocidade, ela estava desesperada porque não conseguia frear seu carro. Então fechou seus olhos rezando para que ela conseguisse se salvar. Não queria deixar seu marido viúvo e sua filha única órfã de mãe. Ainda ela tentava se salvar, mas o carro foi descendo sem controle entrando numa mata verdejante e desceu bruscamente sendo jogado no rio afundando sem chances de sobre vivencia de
A semana foi difícil para Paula com a pressão psicológica que andava sofrendo ultimamente. Seu pai insistindo para se casar com um homem desconhecido, além dela não gostar dele, sabia que ele não era boa coisa, em alguma coisa ele estava envolvido. Ela tentou convencer seu pai que tal homem não era de confiança. Algo não lhe não cheirava bem, mas seu pai por desespero sendo chantageado não tinha outra saída, ou convencia Paula se casar com ele ou ele poderia ir preso por não pagar o que devia, que deixava Paula mais desesperada sem saber o que fazer. Como ela ia fazer para sair dessa enrascada em que seu pai meteu. — Pai, eu não amo esse homem, porque o senhor está querendo me obrigar a casar com um homem que eu não conheço? E mais, se ele está fazendo chantagem com o senhor é porque ele é mau caráter. Será que o senhor não pensa na minha felicidade? — O pai de Paula , que se chamava Lourenço, que tinha 55 anos de idade e vendo sua filha infeliz cortava seu coração, ele não pod
Passou-se uma semana e o clima ainda estava pesado na casa de seu Lourenço, que estava dormindo na sala. Sua esposa nem assunto queria com ele, aliás, os dois nem conversavam. Angélica estava pensando seriamente em pedir a separação e aceitar a proposta de morar com a filha Paula, que estava inconformada com a situação em que seu marido deixou. Precisava vender a casa. Porque a qualquer momento a polícia podia chegar e levar seu marido preso, por mais magoada que ela estivesse com ele, não queria o mal dele. Mal o bem ela amava seu Lourenço, que há muitos anos os dois estavam casados. Separação não era uma boa ideia. Paula que estava em seu apartamento sozinha, muito abalada com tudo o que estava acontecendo. Na clínica onde ela trabalhava as pessoas perceberam que ela não era mais a mesma pessoa e disposta como sempre foi, até mesmo Ulisses seu amigo especial pai de Jéssica sua paciente percebeu que ela estava triste, mas ela preferia não comentar o que aconteceu, era um assunto pes
Assim que Rodolfo virou as costas e foi embora, Paula ficou sentada pensativa pensando como ia conseguir arrumar o dinheiro? Ela percebeu que Rodolfo era um homem perigoso que não devia brincar com ele, mas não suportava a ideia de se casar com ele jamais ela faria isso, ela ia dar um jeito custe o que custasse, ia pedir um empréstimo no banco até porque o seu nome estava limpo pelo menos para salvar a empresa. Paula era uma mulher forte, tinha personalidade e decidida no que ela queria e uma fé inabalável, embora um pouco desanimada, mas acreditava no poder de Deus, e nos últimos acontecimentos ela nunca perdia a esperança de que iria encontrar uma saída, e encontrar uma luz no final do túnel, e finalmente sem ela imaginar a luz do final do túnel chegou de repente! Ela estava sentada ainda calada com seus pensamentos aéreos, quando ela deu de cara com Ulisses e a sua filha Jéssica, que estavam passando por aquele lugar e eles viram que ela estava sentada e se aproximaram dela e Jéss