CAPÍTULO 4

Hanna Dawson

Acordo com o meu celular tocando e resmungo por já ter que me levantar. Bom, pelo menos dessa vez ele resolveu tocar e antes que eu tenha o pensamento de ficar mais cinco minutos, me levanto da cama começando a me esticar.

Preciso tirar essa preguiça de mim!

O que me faz paralisar aqui, é que tive um sonho bem estranho. Eu sonhei com ele. Mattew! Parecia tão real. Eu estava na minha sala de trabalho e ele simplesmente aparecia do nada e me beijava. Eu não questionava nada, apenas retibuia e lembro bem da cena. Senti uma saudade enorme ali e durante o beijo, eu chorava pela emoção.

Caramba, até nos meus sonhos ele está? O que esse sonho significa?

Mattew, foi o amor da minha vida e nunca conheci alguém como ele. Mas eu preciso esquecê-lo de uma vez.

Ao sair da cama, caminho até o banheiro vejo o meu reflexo no espelho. Os meus cabelos estão completamente altos e desorganizados, os meus olhos mostram a preguiça estampada e como sempre, estou completamente nua. Amo ficar assim, tanto para dormir como para andar pela casa mesmo, porque me sinto a vontade e peguei esse costume há alguns anos.

Escovo os meus dentes e saio do quarto assim mesmo indo atrás da Mingal, então a encontro dormindo em cima da geladeira. Sorrio pela cena e já troco a sua água por uma fresquinha e limpa, e já coloco a sua ração para o dia, porém eu comprei aquele aparelho que separa a ração de forma programada e isso tem me ajudado muito.

Ao ouvir o som da ração, ela salta de lá e começa a comer, então, volto para o banheiro.

Começo o meu banho quente evitando de molhar os cabelos, e faço uma leve depilação nas axilas. Lavo o rosto com um sabonete específico e encerro o banho me sentindo mais acordada e relaxada. Como a minha moto ficou na empresa, eu escolho um vestido social preto bem justo, um blazer vinho para acompanhar e a calça, eu coloco dentro da bolsa para usar na volta.

Faço uma maquiagem bem neutra, só para disfarçar algumas manchinhas chatas, e uso um finalizador nos cabelos para os deixar comportados e alinhados. Pego o seu salto preto fechado e organizo a minha cama antes de sair, pois a faxina de ontem tem que ter um resultado maior né. Faço um café rápido na cafeteira elétrica, pego uma garrafa termina e um pacotinho de rosquinhas para levar na bolsa, então, o meu celular vibra na mesa.

— Ah, droga! — Resmungo ao bater o dedo na cadeira. — Minha unha! — O dedo lateja, mas por sorte a unha não quebrou.

É uma mensagem de Oliver e ele avisa que está chegando.

Quero nem ver as pessoas me olhando chegar com ele.

Desligo tudo das tomadas, pego o meu café, carregador e as chaves e saio de casa trancando tudo. Caminho em direção a calçada da frente e fico esperando por ele.

— Bom dia, Hanna! — A vizinha Bete, fala na porta da sua casa. — Está lindíssima hoje.

— Obrigada, Bete! Adorei esse esmalte. — Comento observando a cor.

— Eu amei, se quiser te empresto! — Abro um sorriso enorme em resposta.

— Quero com certeza! — Respondo soltando um beijo para ela que entra em casa.

Bete é uma senhora muito simpática, fala com todos e no que precisar, ela está sempre a disposição.

— Ah, fala sério! — Só agora eu vejo que o meu celular não carregou a bateria durante a noite. — Preciso de um celular novo..., isso é uma vergonha! — Falo comigo mesma e um carro para bem ao meu lado. — Caramba!

— Sempre fica falando sozinha na rua? — É Oliver. — Vi de longe você falando com o vento. — Ele fica rindo de mim por pouco não mostro o dedo do meio.

— É meu charme! — Digo o fazendo sorrir e ele abre a porta para mim. — Meu outro charme é falar com a minha gata. — Digo assim que me sento ao seu lado no banco de trás.

— Não sabia que tinha uma gata! — Ele me olha surpreso e nisso, ele levanta uma sobrancelha.

O motorista dá a partida e coloco o cinto de segurança.

— Mingal! Ela é uma das minhas paixões. — Falo toda melosa, porque amo aquela gata.

— Quais são as outras? — Não consigo evitar um sorriso, mas, não revelo minhas coisas assim tão fácil.

— Muito cedo para falar disso! — Respondo o ouvindo sorrir mais.

Durante o percurso, conversamos um pouco sobre coisas que vemos no trajeto e comento que a muito tempo não vou ao cinema. Oliver diz que a última vez que foi, ele era adolescente e que nunca foi muito de filmes, mas, ele adora música, doces, ler e malhar. Fico completamente surpresa pela parte da música e de malhar, porque ele não é daqueles que é todo musculoso, fora que as roupas que ele usa não o destaca dessa forma.

— Você é uma caixinha de surpresas... — Digo surpresa por essas descobertas.

— Não mais que você. Hanna, que conversa com o vento e com gatos. — Não consigo evitar uma gargalhada.

— Desculpa. — Digo tampando a boca. — Eu não converso com o vento.

— Não foi o que eu vi. — Oliver é inacreditável.

Quando menos espero, chegamos na empresa e confesso que sinto um certo frio na barriga pelo que poderá acontecer em breve. Quando o carro estaciona, saímos dele e caminhamos junto, lado a lado para dentro, mas, assim que certos olhares caem sobre nós, ele está com o celular na mão e chama a minha atenção.

— Hoje teremos uma reunião pela manhã com o financeiro, marketing,  jurídico e alguns investidores..., será as nove e por favor, peça a Maria que prepare um café para todos, porque teremos uma breve apresentação. — Ele fala em alto e bom som, como forma de evitar burburinhos e quando menos espero, chegamos em frente ao elevador e entramos.

Me sinto bem melhor.

— Obrigada! — Falo respirando fundo.

— De nada, mas eu também falei sério..., só queria usar na hora certa. — Ele diz me pegando de surpresa.

— Pode deixar! — Digo o olhando e continuo. — Mas, aconteceu alguma coisa para essa reunião geral? — Questiono curiosa, porque gosto de me preparar.

— Com a mudança de contratos, houve também outras mudanças no jurídico e vou apresentar uma pessoa a todos. — Aceno lhe dando atenção. — É um amigo e trabalharemos juntos já que ele também é dono de metade da empresa. — Fico chocada com essa informação e não consigo esconder isso.

— Metade? Não sabia disso! — Juro, os meus olhos quase saltam para fora.

— Era confidencial, mas agora ele irá participar de tudo..., ele vai ficar com aquela sala de frente com a sua. — Estou completamente chocada com tudo isso.

Como que tinha uma pessoa dona de metade da empresa e isso nunca foi falado?

As portas do elevador se abrem e como já são oito da manhã, já começo a trabalhar. Peço para limparem a sala de reuniões e já envio lembretes para os departamentos. Peço a Maria para preparar bastante café e separar uns biscoitos para levar e verifico e-mails e recebo ligações.

Parece uma coisa, quanto mais apressada estamos, mais o tempo passa nos deixando loucos.

Quando está perto das nove da manhã, eu praticamente corro para a sala de reuniões e verifico se tudo está nos conformes. Algumas pessoas começam a chegar, cumprimento alguns que já conheço e outros apenas faço um leve aceno e quando pisco, a sala já está bem lotada e fico na espera de Oliver entrar.

Não vejo ninguém completamente desconhecido e fico me perguntando quem será essa outra pessoa que é dono de metade disso aqui. Mas, a minha outra preocupação é que eu espero não ter problemas com ninguém e espero que seja uma pessoa fácil de se trabalhar, afinal, terei dois chefes agora.

Todos aqui presentes começam a se acomodar e quando a porta se abre, vejo Oliver entrar e fico curiosa para saber quem entrará a seguir, e eu preciso dizer, nada nesse mundo me prepararia para um momento como esse. Absolutamente nada seria capaz de me fazer ficar calma e tranquila diante da imagem que presencio agora e o mínimo que posso dizer, é que estou sem chão.

Isso ainda é pouco, porque eu tinha a plena convicção de que eu nunca mais iria ver Mattew Knox.

Gerlane Silva

Olá, tudo bem? Sou nova nessa plataforma e peço a ajuda de vocês para seguirem o meu perfil aqui. Garanto que irão gostar dos meus enredos.

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