Hanna Dawson
Acordo com o meu celular tocando e resmungo por já ter que me levantar. Bom, pelo menos dessa vez ele resolveu tocar e antes que eu tenha o pensamento de ficar mais cinco minutos, me levanto da cama começando a me esticar.
Preciso tirar essa preguiça de mim!
O que me faz paralisar aqui, é que tive um sonho bem estranho. Eu sonhei com ele. Mattew! Parecia tão real. Eu estava na minha sala de trabalho e ele simplesmente aparecia do nada e me beijava. Eu não questionava nada, apenas retibuia e lembro bem da cena. Senti uma saudade enorme ali e durante o beijo, eu chorava pela emoção.
Caramba, até nos meus sonhos ele está? O que esse sonho significa?
Mattew, foi o amor da minha vida e nunca conheci alguém como ele. Mas eu preciso esquecê-lo de uma vez.
Ao sair da cama, caminho até o banheiro vejo o meu reflexo no espelho. Os meus cabelos estão completamente altos e desorganizados, os meus olhos mostram a preguiça estampada e como sempre, estou completamente nua. Amo ficar assim, tanto para dormir como para andar pela casa mesmo, porque me sinto a vontade e peguei esse costume há alguns anos.
Escovo os meus dentes e saio do quarto assim mesmo indo atrás da Mingal, então a encontro dormindo em cima da geladeira. Sorrio pela cena e já troco a sua água por uma fresquinha e limpa, e já coloco a sua ração para o dia, porém eu comprei aquele aparelho que separa a ração de forma programada e isso tem me ajudado muito.
Ao ouvir o som da ração, ela salta de lá e começa a comer, então, volto para o banheiro.
Começo o meu banho quente evitando de molhar os cabelos, e faço uma leve depilação nas axilas. Lavo o rosto com um sabonete específico e encerro o banho me sentindo mais acordada e relaxada. Como a minha moto ficou na empresa, eu escolho um vestido social preto bem justo, um blazer vinho para acompanhar e a calça, eu coloco dentro da bolsa para usar na volta.
Faço uma maquiagem bem neutra, só para disfarçar algumas manchinhas chatas, e uso um finalizador nos cabelos para os deixar comportados e alinhados. Pego o seu salto preto fechado e organizo a minha cama antes de sair, pois a faxina de ontem tem que ter um resultado maior né. Faço um café rápido na cafeteira elétrica, pego uma garrafa termina e um pacotinho de rosquinhas para levar na bolsa, então, o meu celular vibra na mesa.
— Ah, droga! — Resmungo ao bater o dedo na cadeira. — Minha unha! — O dedo lateja, mas por sorte a unha não quebrou.
É uma mensagem de Oliver e ele avisa que está chegando.
Quero nem ver as pessoas me olhando chegar com ele.
Desligo tudo das tomadas, pego o meu café, carregador e as chaves e saio de casa trancando tudo. Caminho em direção a calçada da frente e fico esperando por ele.
— Bom dia, Hanna! — A vizinha Bete, fala na porta da sua casa. — Está lindíssima hoje.
— Obrigada, Bete! Adorei esse esmalte. — Comento observando a cor.
— Eu amei, se quiser te empresto! — Abro um sorriso enorme em resposta.
— Quero com certeza! — Respondo soltando um beijo para ela que entra em casa.
Bete é uma senhora muito simpática, fala com todos e no que precisar, ela está sempre a disposição.
— Ah, fala sério! — Só agora eu vejo que o meu celular não carregou a bateria durante a noite. — Preciso de um celular novo..., isso é uma vergonha! — Falo comigo mesma e um carro para bem ao meu lado. — Caramba!
— Sempre fica falando sozinha na rua? — É Oliver. — Vi de longe você falando com o vento. — Ele fica rindo de mim por pouco não mostro o dedo do meio.
— É meu charme! — Digo o fazendo sorrir e ele abre a porta para mim. — Meu outro charme é falar com a minha gata. — Digo assim que me sento ao seu lado no banco de trás.
— Não sabia que tinha uma gata! — Ele me olha surpreso e nisso, ele levanta uma sobrancelha.
O motorista dá a partida e coloco o cinto de segurança.
— Mingal! Ela é uma das minhas paixões. — Falo toda melosa, porque amo aquela gata.
— Quais são as outras? — Não consigo evitar um sorriso, mas, não revelo minhas coisas assim tão fácil.
— Muito cedo para falar disso! — Respondo o ouvindo sorrir mais.
Durante o percurso, conversamos um pouco sobre coisas que vemos no trajeto e comento que a muito tempo não vou ao cinema. Oliver diz que a última vez que foi, ele era adolescente e que nunca foi muito de filmes, mas, ele adora música, doces, ler e malhar. Fico completamente surpresa pela parte da música e de malhar, porque ele não é daqueles que é todo musculoso, fora que as roupas que ele usa não o destaca dessa forma.
— Você é uma caixinha de surpresas... — Digo surpresa por essas descobertas.
— Não mais que você. Hanna, que conversa com o vento e com gatos. — Não consigo evitar uma gargalhada.
— Desculpa. — Digo tampando a boca. — Eu não converso com o vento.
— Não foi o que eu vi. — Oliver é inacreditável.
Quando menos espero, chegamos na empresa e confesso que sinto um certo frio na barriga pelo que poderá acontecer em breve. Quando o carro estaciona, saímos dele e caminhamos junto, lado a lado para dentro, mas, assim que certos olhares caem sobre nós, ele está com o celular na mão e chama a minha atenção.
— Hoje teremos uma reunião pela manhã com o financeiro, marketing, jurídico e alguns investidores..., será as nove e por favor, peça a Maria que prepare um café para todos, porque teremos uma breve apresentação. — Ele fala em alto e bom som, como forma de evitar burburinhos e quando menos espero, chegamos em frente ao elevador e entramos.
Me sinto bem melhor.
— Obrigada! — Falo respirando fundo.
— De nada, mas eu também falei sério..., só queria usar na hora certa. — Ele diz me pegando de surpresa.
— Pode deixar! — Digo o olhando e continuo. — Mas, aconteceu alguma coisa para essa reunião geral? — Questiono curiosa, porque gosto de me preparar.
— Com a mudança de contratos, houve também outras mudanças no jurídico e vou apresentar uma pessoa a todos. — Aceno lhe dando atenção. — É um amigo e trabalharemos juntos já que ele também é dono de metade da empresa. — Fico chocada com essa informação e não consigo esconder isso.
— Metade? Não sabia disso! — Juro, os meus olhos quase saltam para fora.
— Era confidencial, mas agora ele irá participar de tudo..., ele vai ficar com aquela sala de frente com a sua. — Estou completamente chocada com tudo isso.
Como que tinha uma pessoa dona de metade da empresa e isso nunca foi falado?
As portas do elevador se abrem e como já são oito da manhã, já começo a trabalhar. Peço para limparem a sala de reuniões e já envio lembretes para os departamentos. Peço a Maria para preparar bastante café e separar uns biscoitos para levar e verifico e-mails e recebo ligações.
Parece uma coisa, quanto mais apressada estamos, mais o tempo passa nos deixando loucos.
Quando está perto das nove da manhã, eu praticamente corro para a sala de reuniões e verifico se tudo está nos conformes. Algumas pessoas começam a chegar, cumprimento alguns que já conheço e outros apenas faço um leve aceno e quando pisco, a sala já está bem lotada e fico na espera de Oliver entrar.
Não vejo ninguém completamente desconhecido e fico me perguntando quem será essa outra pessoa que é dono de metade disso aqui. Mas, a minha outra preocupação é que eu espero não ter problemas com ninguém e espero que seja uma pessoa fácil de se trabalhar, afinal, terei dois chefes agora.
Todos aqui presentes começam a se acomodar e quando a porta se abre, vejo Oliver entrar e fico curiosa para saber quem entrará a seguir, e eu preciso dizer, nada nesse mundo me prepararia para um momento como esse. Absolutamente nada seria capaz de me fazer ficar calma e tranquila diante da imagem que presencio agora e o mínimo que posso dizer, é que estou sem chão.
Isso ainda é pouco, porque eu tinha a plena convicção de que eu nunca mais iria ver Mattew Knox.
Olá, tudo bem? Sou nova nessa plataforma e peço a ajuda de vocês para seguirem o meu perfil aqui. Garanto que irão gostar dos meus enredos.
Hanna Dawson Oliver entra na sala com um sorriso enorme e olha a sala como se estivesse verificando se todos estão aqui. A única coisa que consigo fazer, e dar passos lentos para trás e fico bem ao lado de um dos funcionários, porém, fico de cabeça baixa tentando me esconder.O que Mattew Knox faz aqui? Desde quando ele e Oliver se conhecem? E o pior, por que Oliver nunca nem citou o nome dele em nada?Isso é um pesadelo e o meu corpo todo está em alerta. O meu coração parece que vai rasgar o meu peito e sair pulando pela sala, estou tão nervosa e tremula que não sei como estou de pé, porque os saltos estão fazendo os meus pés doerem e a sensação de não ter onde pisar é enorme.Não estou exagerando em nada!— Bom dia à todos! — Oliver, começa e o silêncio predomina. — Hoje trataremos de alguns assuntos polêmicos que tiveram que passar por mudanças então, iremos esclarecer todas as dúvidas e evitar qualquer tipo de erro do passado, mas antes... — Ele estende a mão para o lado e ouço
Hanna DawsonAo sair da sala de reuniões, ando em passos largo olhando para todos os lados e decido passar na recepção do outro lado para ver Tati. As minhas mãos estão suando e as esfrego na minha roupa, mas não adianta muito. Ao vê-la com a estagiária, faço um sinal leve com a cabeça e entro no banheiro mais próximo e a espero entrar, coisa que não demora muito e de cara, ela percebe que tem algo de errado.— Que fantasma você viu? — Ela fala assim que fecha a porta.— Eu vi o..., o meu ex... — Falo respirando fundo.— Já me falou dele? — Tati põe as mãos na cintura e inclina a cabeça ao perguntar.— Não! — Realente não comentei com ela, então, a encaro. — Mas, resumindo o resumo da situação, eu namorei uma pessoa aos meus dezesseis anos e depois, ele sumiu deixando apenas uma carta furreca e não o vi mais e nem tive notícias, mas agora, ele está aqui e é o meu chefe. — Digo rapidamente tentando não surtar. — O que ele está fazendo aqui? Por que ele é o meu chefe e amigo de Oliver? —
Hanna DawsonIsso não podia estar acontecendo de forma alguma. Tinha que ser ele bem aqui? Por que não outra pessoa qualquer? Tem tanta gente aqui nesse prédio.Parece piada!Há muito tempo que eu não olhava para esses olhos, há muito tempo que não sentia esse perfume e, sim, ele ainda tem o mesmo e ainda tem os braços fortes e malhados. Mattew, ainda tem aquela mesma imensidão azul nos olhos contendo o mesmo brilho, a boca rosada e barba perfeitamente alinhada e preenchida.Eu não posso ficar tão perto dele assim.— Me desculpe, eu não lhe vi. — Digo saindo dos seus braços. — Obrigada e com licença. — Digo querendo passar por ele, mas ele segura levemente o meu braço.— Vai mesmo fingir que não me conhece, Hanna? — Ele pergunta me fazendo parar bem no seu lado e nos olhamos de canto de olho e dou um passo para trás.— O que você esperava? — Pergunto em confronto.Ele achava que eu iria sorrir e o abraçar?— Que a gente conversasse..., acha que aquela carta explicou alguma coisa? — Sin
Mattew KnoxA minha cabeça parece que vai explodir e estou com os nervos bem alterados. Não consigo explicar de forma alguma a confusão que está na minha cabeça e isso me deixa mais irritado.— Que cara é essa? — Oliver questiona e tento disfarçar.— Enxaqueca..., não bebi café e estou com fome. — O que não é mentira.Não funciono bem sem um bom café de manhã e sinto o meu estômago vazio.Está difícil de evitar olhar para Hanna, porque, porra foram anos de procura por ela e agora que ela está bem ali. Eu não entendo essa revolta toda comigo sendo que foi ela que sumiu do mapa. E do nada.Conheci a Hanna de uma maneira completamente aleatória, mas, ela me encantou em tudo. O sorriso meigo, a voz doce, a beleza tanto interior como exterior. Ela é dona dos olhos cor de mel mais brilhantes que já vi e quando menos esperei, estava beijando a sua boca doce não querendo mais nada. Confesso, foi uma loucura pelo fato dela ser menor de idade e eu já nos vinte anos, mas, sabíamos o que queríamos
Hanna DawsonAquele almoço foi o mais esquisito de todos e não estou exagerando.Depois do meu almoço tenso com a Tati que a cada segundo eu sentia estar sendo observada. Eu pedi apenas algo leve e saímos juntas os deixando comerem e fizemos uma caminhada leve pela avenida, então, entramos em algumas lojas.Eu estava tensa e muito fechada, mas olhar certas coisas enquanto ouvia as besteiras da Tati, me fizeram se sentir melhor, então, quando voltei para à empresa, eu estava mais leve. Estou passando a tarde dentro da minha sala, me ocupando com documentos, e-mails e ligações e focando o máximo possível para não ter tempo de pensar besteiras, mas não paro de olhar para o relógio querendo que dê a hora de ir embora.Eu nunca fui de me preocupar em querer que o tempo passasse, porque sempre trabalhei com vontade e gosto daqui. Mas hoje está diferente.— Posso entrar? — Para a minha surpresa, é Mattew.— Pode! — Respondo ficando de pé e ele fecha a porta. — No que posso ajudar, Sr. Knox?—
Hanna DawsonO que estou fazendo? Isso é loucura e das grandes!Estou perdendo o controle, mas não consigo parar.Estou encurralada na parede ao lado da porta e Oliver está com uma mão agarrada aos meus cabelos pela nunca, e a outra, na minha cintura a pressionando. Já deixei alguns gemidos escaparem e estou com as mãos no seu peito, retribuindo o beijo da mesma forma.Os lábios de Oliver são quentes, ousados e fico mole por ele chupar a minha língua como se fosse arrancá-la. Fora que, ele está tão colado a mim, que sinto bem o seu peito definido e o seu perfume forte bem potencializado. Eu não consigo colocar os meus pensamentos em ordem.Confesso, isso está muito bom, mas lembro que ele e Mattew são amigos.Isso não está certo!— Oliver... — Sussurro na sua boca. — Precisamos parar. — Oliver desce para o meu pescoço e mordo os meus lábios.O meu pescoço e orelhas são a minha fraqueza e droga, não está fácil tendo que cortar isso.— Quer mesmo parar? — Droga, a voz dele é carregada de
Mattew KnoxEstou largado no sofá do apartamento e tenho uma enxaqueca de outro mundo enquanto tento ainda processar a loucura desse dia. Tudo foi o contrário do que imaginei que seria, a reviravolta foi tanta que não consegui me concentrar em nada na empresa, pelo simples fato de ter sido bombardeado por lembranças.Lembranças essas que eu faço questão de manter vivas e fortes.Como que é possível eu dar de cara com a Hanna do nada? Como que ela estava bem ali? Parando para pensar, se eu tivesse decidido começar o meu trabalho antes, eu já teria a encontrado e porra, eu ainda não consigo entender isso. Me lembro bem de cada conversa nossa, dos nossos encontros, do sorriso que ela tinha, do brilho no olhar, da forma como ela era leve e espontânea e foi nisso que me apaixonei.Eu amava Hanna e não demorei a perceber isso.Me levanto do sofá retirando a minha blusa e caminho até o banheiro. Procuro um remédio para dor de cabeça e tomo na mesma hora e aproveito para tomar um belo banho.
Hanna DawsonQue preguiça e não queria acordar agora. Sério, como que já é de manhã?Acordo com o celular tocando embaixo do meu travesseiro e sinto a minha garganta completamente seca. Forço os meus olhos a abrirem e procuro o celular, passando a mão por debaixo e ao encontrar, os meus olhos ardem pela luz, mas consigo ver que é a minha mãe ligando em chamada de vídeo.Estranho ela ligar a essa hora.— Oi, mãe. — Atendo de olhos fechados, porque esse brilho incomoda.— Bom dia, meu amor. — Ela fala mais animada que ontem. — Te acordei, não foi?— Não tem problema, vou já trabalhar mesmo. — Falo bocejando e olhando que iria acordar em cinco minutos. — Como se sente? — Pergunto na briga para abrir mais os olhos.— Um pouco melhor, mas não sinto vontade de comer..., devem ser os remédios. — Ela fala fazendo uma cara feia.— Sentiu mais alguma coisa? — Ela nega com a cabeça.— Só a fraqueza mesmo, está chateada? — Ela me olha preocupada e bocejo novamente.— Fique tranquila, a sua saúde é