CAPÍTULO 6

Hanna Dawson

Ao sair da sala de reuniões, ando em passos largo olhando para todos os lados e decido passar na recepção do outro lado para ver Tati. As minhas mãos estão suando e as esfrego na minha roupa, mas não adianta muito. Ao vê-la com a estagiária, faço um sinal leve com a cabeça e entro no banheiro mais próximo e a espero entrar, coisa que não demora muito e de cara, ela percebe que tem algo de errado.

— Que fantasma você viu? — Ela fala assim que fecha a porta.

— Eu vi o..., o meu ex... — Falo respirando fundo.

— Já me falou dele? — Tati põe as mãos na cintura e inclina a cabeça ao perguntar.

— Não! — Realente não comentei com ela, então, a encaro. — Mas, resumindo o resumo da situação, eu namorei uma pessoa aos meus dezesseis anos e depois, ele sumiu deixando apenas uma carta furreca e não o vi mais e nem tive notícias, mas agora, ele está aqui e é o meu chefe. — Digo rapidamente tentando não surtar. — O que ele está fazendo aqui? Por que ele é o meu chefe e amigo de Oliver? — Pergunto já surtando.

— Wow, espera, volta a fita..., seu chefe? — Aceno que sim passando as mãos no rosto.

— É..., Mattew Knox e ele é dono de metade disso tudo! — Digo abrindo os braços e dando uma meia volta.

Você namorou o Mattew Knox? — A olho confusa. — Todos conhecem a família Knox. É uma família de gerações de advogados. — Ela fala o que eu já sabia. — Não acredito nisso.

— Mas agora ele está aqui... — Digo voltando ao agora.

— Ele te reconheceu? — Penso relembrando tudo e dou de ombros.

— Acho que sim..., eu não sei, só fingi um cumprimento e fugi. — Respondo respirando cansada.

— Calma e respira... — Tati toca os meus braços e me faz respirar devagar.

Tudo fica se passando na minha cabeça, a cena dele entrando na sala, a voz, o sorriso e depois, o olhar que ele me deu. Com certeza ele me reconheceu, ele iria falar algo que mostrasse isso, mas eu cortei e acredito que não fiz errado. Como que de tantas pessoas nesse mundo o meu novo chefe tinha que ser justamente ele?

Eu ainda não consigo acreditar nisso.

Tati me conforta e me ajuda a se acalmar, porque os meus ânimos estão fora de controle e não posso demonstrar isso.

— Você vai sair por essa porta, vai voltar para a sua sala e simplesmente fazer o seu trabalho... — Ela fala segurando o meu rosto e aceno com a cabeça. — Você consegue! O dia vai passar rapidinho e depois, eu vou na sua casa para você comprar uma pizza enorme e me contar tudo nos detalhes sobre essa história. — Não me aguento com ela.

— Você é uma idiota, sua folgada! — Digo rindo dela.

— Mas você sorriu. Relaxa, vai..., tome o controle que sempre teve. — Aceno com a cabeça na mesa hora.

— Você está certa. — Concluo puxando o ar bem forte e o solto, então, caminho até a porta para sair.

— Ah..., eu falei sério da pizza! Chego lá às oito. — Ela diz antes de eu sair.

— Tudo bem! — Respondo revirando os olhos.

Tati é maluca!

Ando em direção a minha sala de forma mais calma e mais leve. Estou nervosa? Sim, mas bem melhor que antes e agradeço aos céus por não encontrar ninguém pelo caminho e sem demora, eu chego na minha sala. Outro alívio. Não tem ninguém aqui. Acho que Oliver deve estar fazendo um tuor com Mattew pela empresa, então, eu simplesmente me sento na minha cadeira e começo a trabalhar.

Os meus olhos ficam revezando entre o laptop e a porta da minha sala, como se a qualquer momento, alguém fosse bater e entrar.

Alguém não, Mattew!

Faço de tudo para me concentrar no meu trabalho, mas depois de tanta tensão, a fome chega e decido fazer um pedido de um lanche. Tenho sorte da minha sala ser fechada e por Oliver não se importar que eu belisque alguma coisa no trabalho, então, peço um café com leite, rosquinhas e biscoitos.

A porção é normal, nada de exagerado e fico no aguardo.

Recebo alguns telefonemas e começo a refazer a agenda de Oliver, porque essa reunião de hoje, fez outros compromissos serem adiados. Recebo algumas cópias de contratos e quando menos espero, o meu pedido chega pela Maria e a agradeço já sentindo a minha barriga reclamar.

Mas claro, eu não posso deixar de fazer uma coisa antes de comer.

“Está servido?” — Envio para Oliver como sempre.

“Tem 30 segundos para vir deixar na minha mesa.” — É o que ele responde e não me seguro.

Sorrio imaginando a cara dele e já pego uns lenços para separar. Saio da minha sala indo até a dele e tenho a permissão para entrar, e por sorte, ele está sozinho e fecho a porta arás de mim.

— Eu tenho que parar com isso... — Declaro indo até a sua mesa. — Vou virar uma gorda com a glicose alterada. — Falo negando com a cabeça.

— Exagero..., está aqui há tempos e isso não aconteceu. — Ele diz assim que coloco na mesa.

Os olhos dele brilham e o vejo passar a língua nos lábios.

— Como se fosse em um piscar de olhos. — Digo revirando os olhos. — Mas está bem gostoso. — Falo mostrando que já provei.

— Não duvido disso! — Ele fala olhando bem para mim.

Ok! Eu senti um leve arrepio e o meu rosto ardeu um pouco.

A minha mente me levou para longe agora.

Oliver leva um biscoito à boca e mastiga com um sorriso fechado e preciso dizer, Oliver é um homem lindo. Esses olhos na minha direção são um pecado e por um breve momento, certas cenas se criam na minha mente, mas logo as afasto.

Ele tinha que ser o meu chefe?

Sacanagem das grandes...

Esses pensamentos são falta de sexo!

— Bom, eu vou voltar..., qualquer coisa me chama. — Falo dando meia volta.

— Pode deixar e obrigado! — Ele diz em um sorriso.

Abro a porta para sair e a fecho, mas ao dar o primeiro passo, eu me esbarro em alguém tão forte que o meu pé vira no salto, então, sou segurada para não cair. Ao subir os meus olhos, dou de cara com Mattew que olha bem para mim e me mantem presa a ele.

Essa é outra grande sacanagem!

Gerlane Silva

Espero que estejam gostando e já me segue aqui no perfil para acompanhar tudo. Bjus.

| 32
Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo