Hanna Dawson
Ao sair da sala de reuniões, ando em passos largo olhando para todos os lados e decido passar na recepção do outro lado para ver Tati. As minhas mãos estão suando e as esfrego na minha roupa, mas não adianta muito. Ao vê-la com a estagiária, faço um sinal leve com a cabeça e entro no banheiro mais próximo e a espero entrar, coisa que não demora muito e de cara, ela percebe que tem algo de errado.
— Que fantasma você viu? — Ela fala assim que fecha a porta.
— Eu vi o..., o meu ex... — Falo respirando fundo.
— Já me falou dele? — Tati põe as mãos na cintura e inclina a cabeça ao perguntar.
— Não! — Realente não comentei com ela, então, a encaro. — Mas, resumindo o resumo da situação, eu namorei uma pessoa aos meus dezesseis anos e depois, ele sumiu deixando apenas uma carta furreca e não o vi mais e nem tive notícias, mas agora, ele está aqui e é o meu chefe. — Digo rapidamente tentando não surtar. — O que ele está fazendo aqui? Por que ele é o meu chefe e amigo de Oliver? — Pergunto já surtando.
— Wow, espera, volta a fita..., seu chefe? — Aceno que sim passando as mãos no rosto.
— É..., Mattew Knox e ele é dono de metade disso tudo! — Digo abrindo os braços e dando uma meia volta.
— Você namorou o Mattew Knox? — A olho confusa. — Todos conhecem a família Knox. É uma família de gerações de advogados. — Ela fala o que eu já sabia. — Não acredito nisso.
— Mas agora ele está aqui... — Digo voltando ao agora.
— Ele te reconheceu? — Penso relembrando tudo e dou de ombros.
— Acho que sim..., eu não sei, só fingi um cumprimento e fugi. — Respondo respirando cansada.
— Calma e respira... — Tati toca os meus braços e me faz respirar devagar.
Tudo fica se passando na minha cabeça, a cena dele entrando na sala, a voz, o sorriso e depois, o olhar que ele me deu. Com certeza ele me reconheceu, ele iria falar algo que mostrasse isso, mas eu cortei e acredito que não fiz errado. Como que de tantas pessoas nesse mundo o meu novo chefe tinha que ser justamente ele?
Eu ainda não consigo acreditar nisso.
Tati me conforta e me ajuda a se acalmar, porque os meus ânimos estão fora de controle e não posso demonstrar isso.
— Você vai sair por essa porta, vai voltar para a sua sala e simplesmente fazer o seu trabalho... — Ela fala segurando o meu rosto e aceno com a cabeça. — Você consegue! O dia vai passar rapidinho e depois, eu vou na sua casa para você comprar uma pizza enorme e me contar tudo nos detalhes sobre essa história. — Não me aguento com ela.
— Você é uma idiota, sua folgada! — Digo rindo dela.
— Mas você sorriu. Relaxa, vai..., tome o controle que sempre teve. — Aceno com a cabeça na mesa hora.
— Você está certa. — Concluo puxando o ar bem forte e o solto, então, caminho até a porta para sair.
— Ah..., eu falei sério da pizza! Chego lá às oito. — Ela diz antes de eu sair.
— Tudo bem! — Respondo revirando os olhos.
Tati é maluca!
Ando em direção a minha sala de forma mais calma e mais leve. Estou nervosa? Sim, mas bem melhor que antes e agradeço aos céus por não encontrar ninguém pelo caminho e sem demora, eu chego na minha sala. Outro alívio. Não tem ninguém aqui. Acho que Oliver deve estar fazendo um tuor com Mattew pela empresa, então, eu simplesmente me sento na minha cadeira e começo a trabalhar.
Os meus olhos ficam revezando entre o laptop e a porta da minha sala, como se a qualquer momento, alguém fosse bater e entrar.
Alguém não, Mattew!
Faço de tudo para me concentrar no meu trabalho, mas depois de tanta tensão, a fome chega e decido fazer um pedido de um lanche. Tenho sorte da minha sala ser fechada e por Oliver não se importar que eu belisque alguma coisa no trabalho, então, peço um café com leite, rosquinhas e biscoitos.
A porção é normal, nada de exagerado e fico no aguardo.
Recebo alguns telefonemas e começo a refazer a agenda de Oliver, porque essa reunião de hoje, fez outros compromissos serem adiados. Recebo algumas cópias de contratos e quando menos espero, o meu pedido chega pela Maria e a agradeço já sentindo a minha barriga reclamar.
Mas claro, eu não posso deixar de fazer uma coisa antes de comer.
“Está servido?” — Envio para Oliver como sempre.
“Tem 30 segundos para vir deixar na minha mesa.” — É o que ele responde e não me seguro.
Sorrio imaginando a cara dele e já pego uns lenços para separar. Saio da minha sala indo até a dele e tenho a permissão para entrar, e por sorte, ele está sozinho e fecho a porta arás de mim.
— Eu tenho que parar com isso... — Declaro indo até a sua mesa. — Vou virar uma gorda com a glicose alterada. — Falo negando com a cabeça.
— Exagero..., está aqui há tempos e isso não aconteceu. — Ele diz assim que coloco na mesa.
Os olhos dele brilham e o vejo passar a língua nos lábios.
— Como se fosse em um piscar de olhos. — Digo revirando os olhos. — Mas está bem gostoso. — Falo mostrando que já provei.
— Não duvido disso! — Ele fala olhando bem para mim.
Ok! Eu senti um leve arrepio e o meu rosto ardeu um pouco.
A minha mente me levou para longe agora.
Oliver leva um biscoito à boca e mastiga com um sorriso fechado e preciso dizer, Oliver é um homem lindo. Esses olhos na minha direção são um pecado e por um breve momento, certas cenas se criam na minha mente, mas logo as afasto.
Ele tinha que ser o meu chefe?
Sacanagem das grandes...
Esses pensamentos são falta de sexo!
— Bom, eu vou voltar..., qualquer coisa me chama. — Falo dando meia volta.
— Pode deixar e obrigado! — Ele diz em um sorriso.
Abro a porta para sair e a fecho, mas ao dar o primeiro passo, eu me esbarro em alguém tão forte que o meu pé vira no salto, então, sou segurada para não cair. Ao subir os meus olhos, dou de cara com Mattew que olha bem para mim e me mantem presa a ele.
Essa é outra grande sacanagem!
Espero que estejam gostando e já me segue aqui no perfil para acompanhar tudo. Bjus.
Hanna DawsonIsso não podia estar acontecendo de forma alguma. Tinha que ser ele bem aqui? Por que não outra pessoa qualquer? Tem tanta gente aqui nesse prédio.Parece piada!Há muito tempo que eu não olhava para esses olhos, há muito tempo que não sentia esse perfume e, sim, ele ainda tem o mesmo e ainda tem os braços fortes e malhados. Mattew, ainda tem aquela mesma imensidão azul nos olhos contendo o mesmo brilho, a boca rosada e barba perfeitamente alinhada e preenchida.Eu não posso ficar tão perto dele assim.— Me desculpe, eu não lhe vi. — Digo saindo dos seus braços. — Obrigada e com licença. — Digo querendo passar por ele, mas ele segura levemente o meu braço.— Vai mesmo fingir que não me conhece, Hanna? — Ele pergunta me fazendo parar bem no seu lado e nos olhamos de canto de olho e dou um passo para trás.— O que você esperava? — Pergunto em confronto.Ele achava que eu iria sorrir e o abraçar?— Que a gente conversasse..., acha que aquela carta explicou alguma coisa? — Sin
Mattew KnoxA minha cabeça parece que vai explodir e estou com os nervos bem alterados. Não consigo explicar de forma alguma a confusão que está na minha cabeça e isso me deixa mais irritado.— Que cara é essa? — Oliver questiona e tento disfarçar.— Enxaqueca..., não bebi café e estou com fome. — O que não é mentira.Não funciono bem sem um bom café de manhã e sinto o meu estômago vazio.Está difícil de evitar olhar para Hanna, porque, porra foram anos de procura por ela e agora que ela está bem ali. Eu não entendo essa revolta toda comigo sendo que foi ela que sumiu do mapa. E do nada.Conheci a Hanna de uma maneira completamente aleatória, mas, ela me encantou em tudo. O sorriso meigo, a voz doce, a beleza tanto interior como exterior. Ela é dona dos olhos cor de mel mais brilhantes que já vi e quando menos esperei, estava beijando a sua boca doce não querendo mais nada. Confesso, foi uma loucura pelo fato dela ser menor de idade e eu já nos vinte anos, mas, sabíamos o que queríamos
Hanna DawsonAquele almoço foi o mais esquisito de todos e não estou exagerando.Depois do meu almoço tenso com a Tati que a cada segundo eu sentia estar sendo observada. Eu pedi apenas algo leve e saímos juntas os deixando comerem e fizemos uma caminhada leve pela avenida, então, entramos em algumas lojas.Eu estava tensa e muito fechada, mas olhar certas coisas enquanto ouvia as besteiras da Tati, me fizeram se sentir melhor, então, quando voltei para à empresa, eu estava mais leve. Estou passando a tarde dentro da minha sala, me ocupando com documentos, e-mails e ligações e focando o máximo possível para não ter tempo de pensar besteiras, mas não paro de olhar para o relógio querendo que dê a hora de ir embora.Eu nunca fui de me preocupar em querer que o tempo passasse, porque sempre trabalhei com vontade e gosto daqui. Mas hoje está diferente.— Posso entrar? — Para a minha surpresa, é Mattew.— Pode! — Respondo ficando de pé e ele fecha a porta. — No que posso ajudar, Sr. Knox?—
Hanna DawsonO que estou fazendo? Isso é loucura e das grandes!Estou perdendo o controle, mas não consigo parar.Estou encurralada na parede ao lado da porta e Oliver está com uma mão agarrada aos meus cabelos pela nunca, e a outra, na minha cintura a pressionando. Já deixei alguns gemidos escaparem e estou com as mãos no seu peito, retribuindo o beijo da mesma forma.Os lábios de Oliver são quentes, ousados e fico mole por ele chupar a minha língua como se fosse arrancá-la. Fora que, ele está tão colado a mim, que sinto bem o seu peito definido e o seu perfume forte bem potencializado. Eu não consigo colocar os meus pensamentos em ordem.Confesso, isso está muito bom, mas lembro que ele e Mattew são amigos.Isso não está certo!— Oliver... — Sussurro na sua boca. — Precisamos parar. — Oliver desce para o meu pescoço e mordo os meus lábios.O meu pescoço e orelhas são a minha fraqueza e droga, não está fácil tendo que cortar isso.— Quer mesmo parar? — Droga, a voz dele é carregada de
Mattew KnoxEstou largado no sofá do apartamento e tenho uma enxaqueca de outro mundo enquanto tento ainda processar a loucura desse dia. Tudo foi o contrário do que imaginei que seria, a reviravolta foi tanta que não consegui me concentrar em nada na empresa, pelo simples fato de ter sido bombardeado por lembranças.Lembranças essas que eu faço questão de manter vivas e fortes.Como que é possível eu dar de cara com a Hanna do nada? Como que ela estava bem ali? Parando para pensar, se eu tivesse decidido começar o meu trabalho antes, eu já teria a encontrado e porra, eu ainda não consigo entender isso. Me lembro bem de cada conversa nossa, dos nossos encontros, do sorriso que ela tinha, do brilho no olhar, da forma como ela era leve e espontânea e foi nisso que me apaixonei.Eu amava Hanna e não demorei a perceber isso.Me levanto do sofá retirando a minha blusa e caminho até o banheiro. Procuro um remédio para dor de cabeça e tomo na mesma hora e aproveito para tomar um belo banho.
Hanna DawsonQue preguiça e não queria acordar agora. Sério, como que já é de manhã?Acordo com o celular tocando embaixo do meu travesseiro e sinto a minha garganta completamente seca. Forço os meus olhos a abrirem e procuro o celular, passando a mão por debaixo e ao encontrar, os meus olhos ardem pela luz, mas consigo ver que é a minha mãe ligando em chamada de vídeo.Estranho ela ligar a essa hora.— Oi, mãe. — Atendo de olhos fechados, porque esse brilho incomoda.— Bom dia, meu amor. — Ela fala mais animada que ontem. — Te acordei, não foi?— Não tem problema, vou já trabalhar mesmo. — Falo bocejando e olhando que iria acordar em cinco minutos. — Como se sente? — Pergunto na briga para abrir mais os olhos.— Um pouco melhor, mas não sinto vontade de comer..., devem ser os remédios. — Ela fala fazendo uma cara feia.— Sentiu mais alguma coisa? — Ela nega com a cabeça.— Só a fraqueza mesmo, está chateada? — Ela me olha preocupada e bocejo novamente.— Fique tranquila, a sua saúde é
Hanna DawsonNão consigo de forma alguma achar um motivo plausível para ele estar aqui.Será que é pelo beijo?Oliver sai do carro numa cena de filme em que qualquer mulher babaria por ele. Oliver usa uma calça escura, um cinto, uma blusa branca de botões e aposto que o seu blazer está no carro, mas para completar, ele usa óculos escuros e ao olhar para mim, ele retira e abre um leve sorriso bem galante.Ele está jogando sujo.— Hanna..., se depois dessa você não se agarrar esse homem, eu juro que eu mesma te mato. — Tati diz entre dentes ao meu lado. — Caramba! Depois daquele beijaço, ele veio te buscar..., vai lá e beija ele outra vez. — Ela diz praticamente me beliscando.— Mas e você? — Questiono por que iriamos juntas.— Eu sei o caminho da empresa..., vá logo. — Ela praticamente me empurra.Tati faz um breve cumprimento a ele, um sinal com a mão e caminha até o seu carro, então, me aproximo dele e o vento faz questão de me dar uma parte do seu perfume.— Bom dia, Sr. Blake. — Dig
Mattew KnoxQue dia de porre e de estresse!Planejei e achei que seria uma coisa, mas foi tudo completamente diferente.O meu dia na obra hoje foi uma completa exaustão e pude ver de perto os motivos que Oliver tem tanto estresse com esse projeto. Mefheo, parece ter merda na cabeça querendo coisas impossíveis e a todo momento, ele ficava querendo dar novas ideias e cortei logo toda e qualquer sugestão.Já perdemos muito tempo com isso.Consegui me livrar dele no meio do dia o fazendo se concentrar nos materiais de decoração da ala principal e inventei uma história qualquer sobre alguns itens. Ele correu para conseguir tudo o mais rápido possível e foi quando eu tive um pouco de paz e consegui conversar com os trabalhadores os mostrando bem a planta original e definitiva.Até com a ausência de Mefheo os homens trabalharam melhor!No final do dia, eu pude ver uma diferença grande e fui embora querendo um banho e comer alguma coisa. Mas uma coisa eu preciso confessar, mesmo diante de tant