CAPÍTULO 12

Hanna Dawson

Que preguiça e não queria acordar agora. Sério, como que já é de manhã?

Acordo com o celular tocando embaixo do meu travesseiro e sinto a minha garganta completamente seca. Forço os meus olhos a abrirem e procuro o celular, passando a mão por debaixo e ao encontrar, os meus olhos ardem pela luz, mas consigo ver que é a minha mãe ligando em chamada de vídeo.

Estranho ela ligar a essa hora.

— Oi, mãe. — Atendo de olhos fechados, porque esse brilho incomoda.

— Bom dia, meu amor. — Ela fala mais animada que ontem. — Te acordei, não foi?

— Não tem problema, vou já trabalhar mesmo. — Falo bocejando e olhando que iria acordar em cinco minutos. — Como se sente? — Pergunto na briga para abrir mais os olhos.

— Um pouco melhor, mas não sinto vontade de comer..., devem ser os remédios. — Ela fala fazendo uma cara feia.

— Sentiu mais alguma coisa? — Ela nega com a cabeça.

— Só a fraqueza mesmo, está chateada? — Ela me olha preocupada e bocejo novamente.

— Fique tranquila, a sua saúde é mais importante. — Falo e olho bem para a tela. — O que é aquilo? — Digo apontando na tela.

— O quê? — A minha mãe olha para trás e para os lados. — Do que está falando?

— Eu vi uma sombra..., está com alguém? — Questiono por que parecia alguém passando.

— Não, estou sozinha! — Ela responde e continua olhando para os lados. — Deve ter sido a cortina. — Ela dá de ombros e abre um riso pequeno. — Fiquei mal essa noite, jurava que você tinha ficado chateada.

— Fique tranquila, eu fico mais preocupada do que chateada..., e ainda vou lhe trazer para morar aqui. — Falo querendo tê-la por perto.

— Não saio da minha casa, sabe disso. — Ela declara sem nem pensar.

Conversamos mais um pouco e logo me levanto para me preparar. Desligamos a ligação e já ando pela casa atrás de colocar a comida da Mingal e é quando eu me lembro que Tati está aqui. A cena dela dormindo toda torta no sofá é hilária, fora que, ela parece dormir profundamente e tenho até medo de ela acordar com dores nas costas.

— Tati..., amiga, acorda! — Falo mexendo no braço dela e o pulo vem.

— Acordei!!!! — Diz quase gritando e quem leva o susto sou eu. — Ah, foi mal, eu estava sonhando. — Ela diz completamente entregue ao sono.

— Conseguiu dormir e sonhar nesse sofá duro? — Questiono achando impossível.

— É melhor que o meu colchão. — Ela responde bocejando forte e se jogando  no sofá outra vez. — Por mim eu dormiria aqui todos os dias..., é tão gostosinho e quentinho. — Ela fala já se entregando a preguiça.

— O seu colchão é tão ruim assim? — Pergunto curiosa e ela se estiga toda.

— Deixa pra lá..., já está na hora? — Ela pergunta se sentando e começando a prender os cabelos.

— Já, sim e se quiser já pode ir tomar banho que eu vou colocar a água e a comida da Mingal. — Digo e ela já se levanta para ir.

Mingal está no mesmo lugar de sempre pela manhã, em cima da geladeira e ao ouvir o som da ração, ela salta para comer e troco a sua água. Aproveito para fazer um café rápido e já separo alguma coisa para caso Tati queira comer aqui e depois, vou ao meu quarto para preparar a minha roupa.

Como sempre, eu separo uma calça social, a blusa, a saia e tudo o que preciso. Dou uma olhada na minha bolsa para ver se preciso repor alguma coisa e Tati sai do banho para se trocar. Com tudo verificado, pego a minha toalha e já começo a escovar os meus dentes e a lavar o rosto como sempre faço. Depois, começo o meu banho e já começo uma depilação leve nas pernas e axilas.

Odeio ficar com pelos e isso me lembra que preciso ir ao salão e como a minha mãe não vem, vou aproveitar isso nesse fim de semana.

Encerro o meu banho e já caminho para o quarto onde Tati está se maquiando e começo a me vestir.

— Não vai de carro comigo? — Ela pergunta assim que começo a vestir a minha calça.

— Até iria, mas na volta temos caminhos opostos, então, eu vou na minha moto. — Respondo fechando o zíper.

— Mulher, eu venho te deixar..., pode tirar essa calça. — Ela diz ficando de pé. — Vamos, Hanna, pode por um vestido lindo que hoje o chefão vai te devorar. — Ela fala tão sério que fico chocada.

— Sabe que isso é errado, não sabe? Ele e Mattew são amigos. — Falo negando com a cabeça.

Tati é louca, mais louca do que consigo entender.

— Podem até ser, mas depois do beijo de ontem... — Ela fala e se aproxima. — Eu entendo o seu lado, você é a pessoa mais sensata que conheço..., mas me diga com sinceridade, ainda sente algo pelo seu ex? — Essa pergunta me pegou de surpresa.

— Raiva conta? — Digo com um riso, mas ela fica séria.

— Estou falando sério, Hanna..., ainda sente alguma coisa? — Suspiro forte não encontrando as palavras certas.

— Não sei dizer! Eu o amava, fazíamos planos, eu me via morando com ele e me via casada com ele..., Mattew foi o meu primeiro, mas ele me magoou Tati. Ele sumiu sem mais nem menos e sem ao menos conversar comigo pessoalmente. — Digo começando a me irritar. — Tem noção do que é ver tudo acabado por uma porcaria de papel?

— Eu entendo você..., mas agora ele voltou. Eu vi como ele te olha e de alguma forma, acho que vocês deveriam conversar sobre isso..., para pôr um ponto final definitivo, ou, consertar as coisas e digo mais, você ainda sente algo por ele. — Ouvir essas últimas palavras me faz ficar inquieta.

— Ele já colocou o ponto final..., foi decisão dele, então, acabou! — Falo dando meia volta e procuro o que vestir. — Essa saia, então? — Pergunto mostrando a ela.

— Não, aquele vestido ali. — Ela aponta para um preto colado.

Tento contrariar, mas ela está decidida e isso me faz repensar sobre o vestido.

Visto ele e para completar, coloco um blazer vermelho vinho e um salto fechado. Prendo só um pouco dos meus cabelos, mas deixo boa parte deles caídos nos meus ombros, coloco uns brincos, pulseira e um colar simples, e ela, usa um vestido preto também, mas ele tem uns detalhes em renda e ela coloca um blazer branco.

Esse vestido dela deixa a bunda dela enorme e dá uma certa inveja.

Mas a inveja boa, para deixar claro.

Quando ficamos prontas, pegamos um pouco de café para levar na garrafa térmica e começo a fechar tudo para sairmos.

— Você está uma gata! — Tati diz assobiando.

— E você uma gostosa..., já viu o tamanho dessa sua bunda? — Digo e ela dá meia volta.

— Olho para ela no espelho todos os dias..., cuido bem dela. — Diz apertando-a com gosto e começo a sorrir.

— Você não presta. — Essas três palavras definem bem ela e sua loucura.

Descemos os degraus juntas e para a minha surpresa, há um carro parado e a porta se abre revelando ser Oliver. Quase me engasgo e, além de não o esperar aqui, a cena de ontem vem na minha cabeça e nem consigo me mexer, porque a minha mente grita em questionamento.

Não acredito nisso. O que será ele faz aqui logo cedo?

Gerlane Silva

Espero que estejam gostando e já garanto que virá muitas coisas. Preparem-se!! Me sigam aqui no app, em. Bjs.

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