CAPÍTULO 11

Mattew Knox

Estou largado no sofá do apartamento e tenho uma enxaqueca de outro mundo enquanto tento ainda processar a loucura desse dia. Tudo foi o contrário do que imaginei que seria, a reviravolta foi tanta que não consegui me concentrar em nada na empresa, pelo simples fato de ter sido bombardeado por lembranças.

Lembranças essas que eu faço questão de manter vivas e fortes.

Como que é possível eu dar de cara com a Hanna do nada? Como que ela estava bem ali?

Parando para pensar, se eu tivesse decidido começar o meu trabalho antes, eu já teria a encontrado e porra, eu ainda não consigo entender isso. Me lembro bem de cada conversa nossa, dos nossos encontros, do sorriso que ela tinha, do brilho no olhar, da forma como ela era leve e espontânea e foi nisso que me apaixonei.

Eu amava Hanna e não demorei a perceber isso.

Me levanto do sofá retirando a minha blusa e caminho até o banheiro. Procuro um remédio para dor de cabeça e tomo na mesma hora e aproveito para tomar um belo banho. Retiro a minha roupa por completo, entro no box e ligo o chuveiro numa água morna para relaxar e já começo a lavar os cabelos.

Há muito tempo eu não ficava tão tenso.

Encero o meu banho e ando na direção do closet a procura do que vestir. Pego a primeira calça moletom preta que vejo e uma blusa branca, então, seco os meus cabelos com a toalha e vou até a cozinha. Ao olhar a geladeira, vejo peixe e salada, então, essa será a minha janta e já começo a separar tudo para preparar.

Quando coloco tudo na bancada, o meu celular toca no sofá e caminho para pegá-lo.

É o meu pai!

— Oi, meu filho! Como foi o primeiro dia? — Ele já pergunta animado assim que atendo.

— Oi, pai! — Dou meia volta para a retornar à cozinha. — Foi bom! Fui apresentado a equipe, conheci a empresa de baixo à cima e Oliver sabe bem conduzir tudo..., houve algumas mudanças jurídicas, mas já estou me atualizando. — Respondo de forma geral.

No momento, eu decido não tocar no nome da Hanna.

— Ótimo! Assim que eu voltar de viagem eu vou te ver lá..., quero ver de perto você vivendo o seu sonho. — Ouvir isso dele me deixa feliz e mais motivado.

— Obrigado, pai! E como você está? Por onde está agora? — Pergunto curioso, porque ele não para em um lugar por muito tempo.

— Eu estou ótimo e dei uma passada pelo Brasil..., lembrei de você e estava certo, as praias são magnificas. — Sorrio ao lembrar.

Realmente são e pretendo voltar lá mais vezes.

Conversamos por um tempo e deixo o celular na bancada em ligação alta, assim, fico preparando a minha comida enquanto ouço as suas histórias. Sinto falta de ter o meu pai por perto, mas entendo bem esse momento dele de viajar e aproveitar, afinal, ele vivia muito preso com a minha mãe.

Amo ela, mas além de ela ser uma pessoa difícil, ela gosta de prender as pessoas e vivi bem isso.

Ela quer saber cada passo, quer controlar tudo em todos os aspectos e não gosta de descobrir as coisas sozinha. Ela é ríspida, gosta de ter todo o controle e é muito protetora, e para ela, somente ela está certa e todos devem entender isso, porém, chegou o tempo em que eu precisava sair dessas asas do sufocamento e desde então, ela vive me procurando, mas estou evitando-a.

Preciso de um tempo longe dela e o meu pai concordou comigo.

Um tempo depois nós encerramos a ligação e a minha comida ficou pronta. Pego um suco na geladeira e me acomodo na bancada para comer e novamente, fico repassando esse dia louco na cabeça. Pelo menos a dor de cabeça diminuiu e continuo a comer tendo Hanna na minha cabeça.

O que será que ela está fazendo agora?

Onde será que ela mora?

Será mesmo que ela está tendo algo com Oliver ou com outro homem?

Porra só de imaginar, a minha cabeça lateja.

Termino de comer e já começo a limpar tudo e deixar como estava. Não gosto de deixar bagunça para a Dona Carmela, pois ela já é responsável pela organização e limpeza do apartamento. Assim que limpo tudo, ouço a campainha tocar e acho estranho, porque não estou esperando ninguém, mas ao ver o olho mágico, vejo Oliver do outro lado e fico mais confuso ainda e abro a porta.

— Agora eu posso dizer que recebi uma visita. — Falo lhe dando passagem e mostro um riso no rosto. — Seja bem-vindo. — Falo descontraído, mas ele mostra uma cara fechada.

— Por que não me disse que já conhecia a Hanna? — Ela pergunta sem mais nem menos e mudo a minha afeição.

— Entra! — Digo e ele dá um passo para dentro e fecho a porta. — Eu ia contar.

— Quando? Hoje cedo, quando se apresentaram poderia ter me falado, ou pelo menos quando fizemos o tuor pela empresa, ou também na hora que fomos embora. — Ele fala meio exaltado e respiro fundo.

É como eu imaginei, ele tem interesse ela.

— Eu estava em choque, Oliver..., ainda estou processando o dia de hoje e não é fácil falar sobre esse assunto..., eu te contei a história, eu só não te contei o nome dela. — Digo o fazendo se calar e o choque no seu rosto é visível.

— A garota da carta que sumiu? — Aceno com a cabeça e ele suspira passando as mãos na cabeça. — Puta que pariu... — Ele se senta no sofá e fico sem entender essa reação.

Oliver fica com os braços apoiados nas pernas, com a cabeça abaixada e me sento no sofá a sua frente tendo um certo receio do que posso ouvir. Não quero acreditar que depois de tudo e de anos pensando nela, eu tenha que ouvir que eles tem algo, porque, Oliver é quase que um irmão para mim.

— Eu beijei a Hanna hoje... — A frase vem como um soco no estômago. — Olha só..., eu gosto dela, estou há tempos tentando sair com ela, mas o status chefe e secretária a deixa desconfortável. Ela tinha aceitado sair para jantar comigo e hoje eu dei um passo... — Ele fala como forma de esclarecer as coisas. — Prefiro que saiba por mim e sabe que não sou fura olho.

— Eu e a Hanna ainda temos pendências, Oliver..., temos uma história e eu não a esqueci, sabe disso. Então, agora que a encontrei eu não vou desperdiçar a chance. — Deixo claro, porque vou até o fim.

— Bom..., eu acho que nenhum dos dois irá recuar. — Oliver se levanta e caminha até a porta. — Eu vou deixar que Hanna tome a decisão, mas se ela me der uma oportunidade, eu não vou recuar. — Dito isso, ele abre a porta e sai.

Não quero acreditar que Oliver esteja a fim da Hanna ao ponto de continuar insistindo dessa forma. Nunca passamos por algo parecido, nunca nos envolvemos com mulheres que um dos dois tenha ficado e agora, além de Hanna praticamente me odiar, eu estarei competindo com o meu melhor amigo.

Que merda está acontecendo?

Gerlane Silva

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