CAPÍTULO 10

Hanna Dawson

O que estou fazendo? Isso é loucura e das grandes!

Estou perdendo o controle, mas não consigo parar.

Estou encurralada na parede ao lado da porta e Oliver está com uma mão agarrada aos meus cabelos pela nunca, e a outra, na minha cintura a pressionando. Já deixei alguns gemidos escaparem e estou com as mãos no seu peito, retribuindo o beijo da mesma forma.

Os lábios de Oliver são quentes, ousados e fico mole por ele chupar a minha língua como se fosse arrancá-la. Fora que, ele está tão colado a mim, que sinto bem o seu peito definido e o seu perfume forte bem potencializado. Eu não consigo colocar os meus pensamentos em ordem.

Confesso, isso está muito bom, mas lembro que ele e Mattew são amigos.

Isso não está certo!

— Oliver... — Sussurro na sua boca. — Precisamos parar. — Oliver desce para o meu pescoço e mordo os meus lábios.

O meu pescoço e orelhas são a minha fraqueza e droga, não está fácil tendo que cortar isso.

— Quer mesmo parar? — Droga, a voz dele é carregada de desejo. — Hum? O seu corpo diz que não.

Estou excitada, quero mais desses beijos, mas, sinto que não posso.

— Oliver... — Falo de forma sofrida, mas consigo o afastar um pouco. — Desculpe, mas..., isso não está certo.

— Não consegui me segurar... — Ele fala ofegante e não estou diferente dele. — Me desculpe, também. — Se ele soubesse o que acendeu em mim.

Mas não posso me entregar dessa forma.

— Você precisa saber de uma coisa. — Falo puxando o ar e ele me olha com atenção. — Eu já conheço o Mattew..., já namoramos uns anos atrás. — Digo sem rodeios e ele franze a testa em confusão.

— O quê? — Fico o olhando bem para ele, e tento procurar as palavras certas.

— É..., como vocês são amigos, eu acho que você deveria saber. — Falo o vendo em choque.

Oliver se afasta, passa uma das mãos no rosto e dá meia volta como se processasse tudo.

Eu não quero ser a vilã de nada e nem ser a que esconde as coisas, então, por eles serem amigos e sócios, por se conhecerem há anos onde até fizeram faculdade e mantém uma amizade até hoje, ele deveria saber e acredito que deveria saber de mim.

— Eu não fazia ideia disso. — Oliver sussurra ainda pensando.

— Eu sei, eu só..., não quero ser injusta com você e deveria saber por mim. — Falo sendo sincera e ele olha bem para mim.

— Não imaginei isso..., ele não comentou nada e quando vocês se cumprimentaram hoje cedo, pareciam que não se conheciam. — Ele fala inclinando a cabeça para o lado e concordo com ele.

— Mattew, me magoou no passado e foi uma forma de eu mostrar que não quero mais mexer nisso, então, tentei conduzir as coisas. Olha, a história é longa, faz anos, mas, você como amigo dele, tinha que saber. — Falo tendo consciência de que fiz o certo.

Oliver olha bem para mim, ele parece pensar um pouco e o que ouço, é apenas o som de carros e motos passando na rua. O vento da noite fria também se faz presente e quando menos espero, Oliver se aproxima e segura o meu rosto com as duas mãos, porém, ele beija a minha testa de forma delicada e fecho os olhos por um breve momento.

— Boa noite, Hanna! — Ele fala quase sussurrando para mim.

— Está chateado comigo? — Abro os olhos e olho bem para ele.

— Nenhum pouco. Obrigado pela sinceridade. Isso é raro e sei como o dia hoje foi puxado..., quase não tive tempo de conversar sobre outros assuntos com ele, então..., fica bem. — Se eu disse que o coração apertou, acreditariam?

— Boa noite, Oliver, e até amanhã. — Falo com um sorriso meio envergonhado.

— Até, Hanna! — Ele mostra um riso pequeno e dá meia volta para descer os degraus.

— Desculpa..., mas eu cheguei agora. — Tati se mostra no degrau da escada e de mãos levantadas. — Boa noite, Sr. Blake.

— Boa noite, senhorita. — Oliver passa por ela e o vejo ir embora.

Não sei explicar, mas, ele parecia chateado ou desapontado e confesso, não queria que as coisas chegasse a esse ponto. Eu sei, eu evitei até onde podia mesmo querendo dentro de mim, mas hoje vejo que por um lado, foi bom a minha recusa. Imagina se eu tivesse ido para a cama com ele, e depois, Mattew aparecesse e como ficaria eu, trabalhando para um homem que estaria ficando e tendo o meu ex como chefe também?

Eu iria surtar e seria questão de tempo para outros da empresa descobrirem.

Não quero isso para mim, quero e preciso preservar tanto a minha imagem como as das pessoas com quem trabalho.

Trabalho e sexo não se misturam assim e dão certo.

— Nossa..., que beijaço em gata. — Praticamente rosno por ouvir isso dela.

— Você viu? — Não creio que ela estava aqui esse tempo todo.

— Meu amor, só faltava um holofote... — Ela não colabora. — Claro que vi querida, e acredito que até os vizinhos. Que pegada que esse chefão tem em. Você merece um tapete vermelho por essa conquista, afinal, é a única da empresa que sentiu a pegada Blake. — Meu Deus, ela não presta.

Só consigo sorrir de nervosa.

— Safada! Você não presta... — Digo querendo esganá-la e entramos em casa.

— Sou mesmo, mas agora eu estou com fome e quero a pizza que você me prometeu, e afinal..., por que não atende esse celular e nem responde as mensagens? — Ela pergunta com as mãos na cintura.

— Fiquei sem celular, deixei na empresa... — Respondo e olho bem para ela. — Espera..., como assim, Oliver não ficou com mais ninguém da empresa?

— Você precisa se atualizar bem das fofocas e o meu trabalho na recepção me dá esse bônus. — Tati se j**a no meu sofá e continua. — Eu sempre sei quem está pegando quem, sei quem não presta, quem é virgem, sei das magrelas que se fingem de santas, dos novatos e falando nisso, viu um dos estagiários do jurídico? Uns gatos. — Quase me engasgo por isso.

Os estagiários são novinhos.

— Vou fingir que nem ouvi isso. — Falo não conseguindo segurar o riso.

— Estou brincando, gosto de homem feito... — Ela gargalha e Mingal pula para cima dela se esfregando toda. — Oi, gostosa..., a sua mãe desperdiçou uma boa foda hoje..., deveria arranhar a bunda dela já que ficou sem as palmadas Blake.

— Não sei como somos amigas. — Digo lhe atacando com uma almofada

— Também não sei e não estou vendo comida aqui. — Reviro os olhos na mesma hora.

— Vou pedir! — Pego o meu celular e procuro o contato.

— Tudo certo para a visita da sua mãe? Quero muito conhecê-la. — Essa pergunta me faz murchar na mesma hora.

Confesso que por alguns minutos eu tinha me esquecido desse assunto.

[...]

Tati come bastante e não sei para onde vai tanta comida, sendo que ela é magra e tem a barriga lisinha. Confesso, ela tem umas pernas grossas, seios fartos e uma bunda grande, mas, caramba, para onde vão as seis fatias de pizzas, um copo de suco e duas latinhas de cerveja, e a comida chinesa?

Não é brincadeira e eu só consigo comer no máximo duas fatias de pizza.

Conversamos bastante e como fiquei curiosa sobre o assunto, ela contou algumas fofocas da empresa, depois falou de um cara que ela conheceu recentemente, mas que não dará em nada e acreditem, ela está com um pote de sorvete agora, o devorando e falando normalmente.

— Posso dormir aqui? — Ela fala deixando o pote lisinho.

Tudo bem que o pote é daqueles individuais, mas, caramba!

— Claro que pode..., trouxe roupa? — Ela acena que sim e junto tudo o que sujamos.

— Sim, deixei no carro..., pego já. — Sinto que tem algo a mais que ela não contou.

— Aconteceu alguma coisa? — Pergunto olhando bem para ela.

Tati meio que murchou um pouco e o olhar ficou distante.

— Nada..., só que temos dias ruins e eles sempre chegam. — Ela dá de ombros e cruzo as pernas no sofá.

— Quer falar? — Pergunto, mas ela nega.

— Desculpa, amiga..., mas depois eu conto. — Aceno respeitando o seu espaço.

Tati é uma amiga incrível e desde que nos conhecemos, nunca tivemos qualquer desentendimento. Ela é daquelas que você pode contar, pedir conselhos e ajuda quando necessário, porém, ela é meio misteriosa quando o assunto é ela. Sei que ela mora sozinha, que não tem irmãos e os pais, a abandonaram no início da sua adolescência, ou seja, ela aprendeu sozinha a se virar e ficou um tempo em locais de abrigos. Não deve ter sido nada fácil, porque ela era uma criança e a sua vida toda foi decidida por pessoas que nunca a conheceram e para piorar, ela nunca foi adotada por ninguém.

Fora eu, não a vejo com outra pessoa na empresa e eu nunca fui à sua casa.

Aos poucos ela vai se abrindo mais e respeito isso.

— Eu durmo no sofá! — Ela fala ficando de pé.

— Tem certeza? A minha cama cabe nós duas. — Falo querendo que ela fique confortável.

— Tenho, sim, e a Mingal me faz uma companhia..., adoro ela. — Aceno em concordância e recolho tudo.

Caminho em direção a cozinha e descarto tudo na lixeira, e lavo as mãos. Está ficando tarde e lembro que lembro que amanhã ainda é sexta, então, preciso dormir para acordar cedo e já decido preparar tudo para Tati ficar a vontade, mas, ouço o meu celular tocar e o pego para ver. É uma mensagem de Olíver.

“Me desculpe por qualquer coisa e não quero que se preocupe, tudo ficará bem como deve ser.”

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