Hanna Dawson
O que estou fazendo? Isso é loucura e das grandes!
Estou perdendo o controle, mas não consigo parar.
Estou encurralada na parede ao lado da porta e Oliver está com uma mão agarrada aos meus cabelos pela nunca, e a outra, na minha cintura a pressionando. Já deixei alguns gemidos escaparem e estou com as mãos no seu peito, retribuindo o beijo da mesma forma.
Os lábios de Oliver são quentes, ousados e fico mole por ele chupar a minha língua como se fosse arrancá-la. Fora que, ele está tão colado a mim, que sinto bem o seu peito definido e o seu perfume forte bem potencializado. Eu não consigo colocar os meus pensamentos em ordem.
Confesso, isso está muito bom, mas lembro que ele e Mattew são amigos.
Isso não está certo!
— Oliver... — Sussurro na sua boca. — Precisamos parar. — Oliver desce para o meu pescoço e mordo os meus lábios.
O meu pescoço e orelhas são a minha fraqueza e droga, não está fácil tendo que cortar isso.
— Quer mesmo parar? — Droga, a voz dele é carregada de desejo. — Hum? O seu corpo diz que não.
Estou excitada, quero mais desses beijos, mas, sinto que não posso.
— Oliver... — Falo de forma sofrida, mas consigo o afastar um pouco. — Desculpe, mas..., isso não está certo.
— Não consegui me segurar... — Ele fala ofegante e não estou diferente dele. — Me desculpe, também. — Se ele soubesse o que acendeu em mim.
Mas não posso me entregar dessa forma.
— Você precisa saber de uma coisa. — Falo puxando o ar e ele me olha com atenção. — Eu já conheço o Mattew..., já namoramos uns anos atrás. — Digo sem rodeios e ele franze a testa em confusão.
— O quê? — Fico o olhando bem para ele, e tento procurar as palavras certas.
— É..., como vocês são amigos, eu acho que você deveria saber. — Falo o vendo em choque.
Oliver se afasta, passa uma das mãos no rosto e dá meia volta como se processasse tudo.
Eu não quero ser a vilã de nada e nem ser a que esconde as coisas, então, por eles serem amigos e sócios, por se conhecerem há anos onde até fizeram faculdade e mantém uma amizade até hoje, ele deveria saber e acredito que deveria saber de mim.
— Eu não fazia ideia disso. — Oliver sussurra ainda pensando.
— Eu sei, eu só..., não quero ser injusta com você e deveria saber por mim. — Falo sendo sincera e ele olha bem para mim.
— Não imaginei isso..., ele não comentou nada e quando vocês se cumprimentaram hoje cedo, pareciam que não se conheciam. — Ele fala inclinando a cabeça para o lado e concordo com ele.
— Mattew, me magoou no passado e foi uma forma de eu mostrar que não quero mais mexer nisso, então, tentei conduzir as coisas. Olha, a história é longa, faz anos, mas, você como amigo dele, tinha que saber. — Falo tendo consciência de que fiz o certo.
Oliver olha bem para mim, ele parece pensar um pouco e o que ouço, é apenas o som de carros e motos passando na rua. O vento da noite fria também se faz presente e quando menos espero, Oliver se aproxima e segura o meu rosto com as duas mãos, porém, ele beija a minha testa de forma delicada e fecho os olhos por um breve momento.
— Boa noite, Hanna! — Ele fala quase sussurrando para mim.
— Está chateado comigo? — Abro os olhos e olho bem para ele.
— Nenhum pouco. Obrigado pela sinceridade. Isso é raro e sei como o dia hoje foi puxado..., quase não tive tempo de conversar sobre outros assuntos com ele, então..., fica bem. — Se eu disse que o coração apertou, acreditariam?
— Boa noite, Oliver, e até amanhã. — Falo com um sorriso meio envergonhado.
— Até, Hanna! — Ele mostra um riso pequeno e dá meia volta para descer os degraus.
— Desculpa..., mas eu cheguei agora. — Tati se mostra no degrau da escada e de mãos levantadas. — Boa noite, Sr. Blake.
— Boa noite, senhorita. — Oliver passa por ela e o vejo ir embora.
Não sei explicar, mas, ele parecia chateado ou desapontado e confesso, não queria que as coisas chegasse a esse ponto. Eu sei, eu evitei até onde podia mesmo querendo dentro de mim, mas hoje vejo que por um lado, foi bom a minha recusa. Imagina se eu tivesse ido para a cama com ele, e depois, Mattew aparecesse e como ficaria eu, trabalhando para um homem que estaria ficando e tendo o meu ex como chefe também?
Eu iria surtar e seria questão de tempo para outros da empresa descobrirem.
Não quero isso para mim, quero e preciso preservar tanto a minha imagem como as das pessoas com quem trabalho.
Trabalho e sexo não se misturam assim e dão certo.
— Nossa..., que beijaço em gata. — Praticamente rosno por ouvir isso dela.
— Você viu? — Não creio que ela estava aqui esse tempo todo.
— Meu amor, só faltava um holofote... — Ela não colabora. — Claro que vi querida, e acredito que até os vizinhos. Que pegada que esse chefão tem em. Você merece um tapete vermelho por essa conquista, afinal, é a única da empresa que sentiu a pegada Blake. — Meu Deus, ela não presta.
Só consigo sorrir de nervosa.
— Safada! Você não presta... — Digo querendo esganá-la e entramos em casa.
— Sou mesmo, mas agora eu estou com fome e quero a pizza que você me prometeu, e afinal..., por que não atende esse celular e nem responde as mensagens? — Ela pergunta com as mãos na cintura.
— Fiquei sem celular, deixei na empresa... — Respondo e olho bem para ela. — Espera..., como assim, Oliver não ficou com mais ninguém da empresa?
— Você precisa se atualizar bem das fofocas e o meu trabalho na recepção me dá esse bônus. — Tati se j**a no meu sofá e continua. — Eu sempre sei quem está pegando quem, sei quem não presta, quem é virgem, sei das magrelas que se fingem de santas, dos novatos e falando nisso, viu um dos estagiários do jurídico? Uns gatos. — Quase me engasgo por isso.
Os estagiários são novinhos.
— Vou fingir que nem ouvi isso. — Falo não conseguindo segurar o riso.
— Estou brincando, gosto de homem feito... — Ela gargalha e Mingal pula para cima dela se esfregando toda. — Oi, gostosa..., a sua mãe desperdiçou uma boa foda hoje..., deveria arranhar a bunda dela já que ficou sem as palmadas Blake.
— Não sei como somos amigas. — Digo lhe atacando com uma almofada
— Também não sei e não estou vendo comida aqui. — Reviro os olhos na mesma hora.
— Vou pedir! — Pego o meu celular e procuro o contato.
— Tudo certo para a visita da sua mãe? Quero muito conhecê-la. — Essa pergunta me faz murchar na mesma hora.
Confesso que por alguns minutos eu tinha me esquecido desse assunto.
[...]
Tati come bastante e não sei para onde vai tanta comida, sendo que ela é magra e tem a barriga lisinha. Confesso, ela tem umas pernas grossas, seios fartos e uma bunda grande, mas, caramba, para onde vão as seis fatias de pizzas, um copo de suco e duas latinhas de cerveja, e a comida chinesa?
Não é brincadeira e eu só consigo comer no máximo duas fatias de pizza.
Conversamos bastante e como fiquei curiosa sobre o assunto, ela contou algumas fofocas da empresa, depois falou de um cara que ela conheceu recentemente, mas que não dará em nada e acreditem, ela está com um pote de sorvete agora, o devorando e falando normalmente.
— Posso dormir aqui? — Ela fala deixando o pote lisinho.
Tudo bem que o pote é daqueles individuais, mas, caramba!
— Claro que pode..., trouxe roupa? — Ela acena que sim e junto tudo o que sujamos.
— Sim, deixei no carro..., pego já. — Sinto que tem algo a mais que ela não contou.
— Aconteceu alguma coisa? — Pergunto olhando bem para ela.
Tati meio que murchou um pouco e o olhar ficou distante.
— Nada..., só que temos dias ruins e eles sempre chegam. — Ela dá de ombros e cruzo as pernas no sofá.
— Quer falar? — Pergunto, mas ela nega.
— Desculpa, amiga..., mas depois eu conto. — Aceno respeitando o seu espaço.
Tati é uma amiga incrível e desde que nos conhecemos, nunca tivemos qualquer desentendimento. Ela é daquelas que você pode contar, pedir conselhos e ajuda quando necessário, porém, ela é meio misteriosa quando o assunto é ela. Sei que ela mora sozinha, que não tem irmãos e os pais, a abandonaram no início da sua adolescência, ou seja, ela aprendeu sozinha a se virar e ficou um tempo em locais de abrigos. Não deve ter sido nada fácil, porque ela era uma criança e a sua vida toda foi decidida por pessoas que nunca a conheceram e para piorar, ela nunca foi adotada por ninguém.
Fora eu, não a vejo com outra pessoa na empresa e eu nunca fui à sua casa.
Aos poucos ela vai se abrindo mais e respeito isso.
— Eu durmo no sofá! — Ela fala ficando de pé.
— Tem certeza? A minha cama cabe nós duas. — Falo querendo que ela fique confortável.
— Tenho, sim, e a Mingal me faz uma companhia..., adoro ela. — Aceno em concordância e recolho tudo.
Caminho em direção a cozinha e descarto tudo na lixeira, e lavo as mãos. Está ficando tarde e lembro que lembro que amanhã ainda é sexta, então, preciso dormir para acordar cedo e já decido preparar tudo para Tati ficar a vontade, mas, ouço o meu celular tocar e o pego para ver. É uma mensagem de Olíver.
“Me desculpe por qualquer coisa e não quero que se preocupe, tudo ficará bem como deve ser.”
Mattew KnoxEstou largado no sofá do apartamento e tenho uma enxaqueca de outro mundo enquanto tento ainda processar a loucura desse dia. Tudo foi o contrário do que imaginei que seria, a reviravolta foi tanta que não consegui me concentrar em nada na empresa, pelo simples fato de ter sido bombardeado por lembranças.Lembranças essas que eu faço questão de manter vivas e fortes.Como que é possível eu dar de cara com a Hanna do nada? Como que ela estava bem ali? Parando para pensar, se eu tivesse decidido começar o meu trabalho antes, eu já teria a encontrado e porra, eu ainda não consigo entender isso. Me lembro bem de cada conversa nossa, dos nossos encontros, do sorriso que ela tinha, do brilho no olhar, da forma como ela era leve e espontânea e foi nisso que me apaixonei.Eu amava Hanna e não demorei a perceber isso.Me levanto do sofá retirando a minha blusa e caminho até o banheiro. Procuro um remédio para dor de cabeça e tomo na mesma hora e aproveito para tomar um belo banho.
Hanna DawsonQue preguiça e não queria acordar agora. Sério, como que já é de manhã?Acordo com o celular tocando embaixo do meu travesseiro e sinto a minha garganta completamente seca. Forço os meus olhos a abrirem e procuro o celular, passando a mão por debaixo e ao encontrar, os meus olhos ardem pela luz, mas consigo ver que é a minha mãe ligando em chamada de vídeo.Estranho ela ligar a essa hora.— Oi, mãe. — Atendo de olhos fechados, porque esse brilho incomoda.— Bom dia, meu amor. — Ela fala mais animada que ontem. — Te acordei, não foi?— Não tem problema, vou já trabalhar mesmo. — Falo bocejando e olhando que iria acordar em cinco minutos. — Como se sente? — Pergunto na briga para abrir mais os olhos.— Um pouco melhor, mas não sinto vontade de comer..., devem ser os remédios. — Ela fala fazendo uma cara feia.— Sentiu mais alguma coisa? — Ela nega com a cabeça.— Só a fraqueza mesmo, está chateada? — Ela me olha preocupada e bocejo novamente.— Fique tranquila, a sua saúde é
Hanna DawsonNão consigo de forma alguma achar um motivo plausível para ele estar aqui.Será que é pelo beijo?Oliver sai do carro numa cena de filme em que qualquer mulher babaria por ele. Oliver usa uma calça escura, um cinto, uma blusa branca de botões e aposto que o seu blazer está no carro, mas para completar, ele usa óculos escuros e ao olhar para mim, ele retira e abre um leve sorriso bem galante.Ele está jogando sujo.— Hanna..., se depois dessa você não se agarrar esse homem, eu juro que eu mesma te mato. — Tati diz entre dentes ao meu lado. — Caramba! Depois daquele beijaço, ele veio te buscar..., vai lá e beija ele outra vez. — Ela diz praticamente me beliscando.— Mas e você? — Questiono por que iriamos juntas.— Eu sei o caminho da empresa..., vá logo. — Ela praticamente me empurra.Tati faz um breve cumprimento a ele, um sinal com a mão e caminha até o seu carro, então, me aproximo dele e o vento faz questão de me dar uma parte do seu perfume.— Bom dia, Sr. Blake. — Dig
Mattew KnoxQue dia de porre e de estresse!Planejei e achei que seria uma coisa, mas foi tudo completamente diferente.O meu dia na obra hoje foi uma completa exaustão e pude ver de perto os motivos que Oliver tem tanto estresse com esse projeto. Mefheo, parece ter merda na cabeça querendo coisas impossíveis e a todo momento, ele ficava querendo dar novas ideias e cortei logo toda e qualquer sugestão.Já perdemos muito tempo com isso.Consegui me livrar dele no meio do dia o fazendo se concentrar nos materiais de decoração da ala principal e inventei uma história qualquer sobre alguns itens. Ele correu para conseguir tudo o mais rápido possível e foi quando eu tive um pouco de paz e consegui conversar com os trabalhadores os mostrando bem a planta original e definitiva.Até com a ausência de Mefheo os homens trabalharam melhor!No final do dia, eu pude ver uma diferença grande e fui embora querendo um banho e comer alguma coisa. Mas uma coisa eu preciso confessar, mesmo diante de tant
Hanna DawsonNenhuma palavra é capaz de descrever com exatidão a raiva que eu tenho agora.Sou capaz de matar alguém agora. Quer dizer, mais ou menos, mas estou puta!Que ódio!Entro dentro de casa e tranco a porta da forma mais violenta possível e a vontade que tenho é de quebrar qualquer coisa. Pensei que essa noite seria diferente, mas bastou Mattew, dar as caras depois anos para começar a interferir na minha vida e sinceramente, demorei tanto tempo para me sentir bem que quando decido me permitir, isso acontece.Depois que Mattew fez o que fez, eu não tive mais relacionamentos e isso pelo medo de me apegar.Claro, conheci pessoas e me envolvi, mas nada sério desde o Mattew e quando eu vi que poderia dar certo, o tombo vem e em nome dele. Como que pode uma coisa dessas? Logo Oliver tinha que ser amigo dele? Logo Oliver tinha que ter uma sociedade com ele e de cara eu tenha que trabalhar com os dois?Isso não é justo!Não consigo explicar a raiva que tenho dentro de mim por essa situ
Hanna DawsonEspero um tempo tentando digerir isso tudo, mas os meus nervos estão malucos. Já sei que ele está perto de chegar e eu preciso ter paciência. Muita paciência e controle.Abro a porta depois de ouvir batidas e vejo Mattew, parado com as mãos nos bolsos. Os nossos olhos se encontram e nos encaramos de uma forma que não consigo explicar. Olhar nos olhos dele me faz voltar ao passado, porque era o que eu fazia a toda hora já que ele tem os olhos mais lindos e profundos que já vi.Mattew tem um brilho no olhar e ao misturar com o azul fechado de agora, não tem como não admirar. Eu não vou ser hipócrita, Mattew é lindo e mais lindo que antes e ao pensar nisso, ele deve ter todas as mulheres atrás dele.— Eu posso entrar? — Ele pergunta me fazendo voltar ao agora.— Claro..., a casa é simples, mas é organizada. — Falo lhe dando passagem e depois fecho a porta. — Pode ficar à vontade.Ele entra olhando tudo ao redor. Ele olha o sofá, a televisão, os itens como jarros de decoração,
Mattew KnoxA minha cabeça está tão cheia de perguntas que me sinto desorientado.Eu não escrevi nada disso que está aqui e desconheço a porra desse papel por mais que a letra seja parecida com a minha.Tem algo muito errado, mas o que me controla agora é estar perto delaAbraço-a encaixando-a no meu peito e confesso que estou tentando entender o que acabei de ver. Hanna, nunca me escreveu e o que escrevi a ela, não foi entregue e o pior, ela recebeu algo completamente oposto à minha palavra. Não consigo acreditar que tenha sido algo sem proporções, porque houve distorção e isso mostra que alguém se intrometeu no nosso meio.Quem teria tanta coragem e vontade para isso?Ela está abalada, posso sentir o seu corpo tensionado e um pouco tremulo, e mesmo que não demonstre muito, sei que está chorando e que está tão perdida quando eu. É surreal ver uma letra como a minha ali, ver que alguém se passou por mim e o resultado disso, foram esses anos afastados um do outro.Essa pessoa sabia o qu
Hanna DawsonEnfim, a segunda-feira chegou num piscar de olhos!O meu fim de semana todo foi apenas dentro de casa e fiquei jogada na cama toda coberta. Não consegui dormir bem e quando consegui, já era bem tarde e como não precisava trabalhar, eu me permiti ter esse momento preguiça e devaneio na cama. Fiquei tentando processar a minha conversa com Mattew e tudo o que conversamos.Ele parecia tão chocado quanto eu e em muitos momentos, eu pude ver surpresa, revolta e dor. Às vezes em que olhei para os seus olhos eu vi o choque estampado e a forma como ele falava, me fazia voltar no tempo. Mattew ainda tem certas maninas como, molhar os lábios antes de falar, olhar fixamente para ter e dar atenção e a sua voz mesmo estando mais grossa, ainda mantém aquela suavidade.É surreal imaginar que isso tudo aconteceu para nos separar e, se não fosse isso, com toda a certeza estaríamos juntos até hoje. Eu sentia isso naquele tempo e senti na nossa conversa, tanto que até ele me transmitiu essa c