Hanna Dawson
Oliver entra na sala com um sorriso enorme e olha a sala como se estivesse verificando se todos estão aqui. A única coisa que consigo fazer, e dar passos lentos para trás e fico bem ao lado de um dos funcionários, porém, fico de cabeça baixa tentando me esconder.
O que Mattew Knox faz aqui?
Desde quando ele e Oliver se conhecem?
E o pior, por que Oliver nunca nem citou o nome dele em nada?
Isso é um pesadelo e o meu corpo todo está em alerta. O meu coração parece que vai rasgar o meu peito e sair pulando pela sala, estou tão nervosa e tremula que não sei como estou de pé, porque os saltos estão fazendo os meus pés doerem e a sensação de não ter onde pisar é enorme.
Não estou exagerando em nada!
— Bom dia à todos! — Oliver, começa e o silêncio predomina. — Hoje trataremos de alguns assuntos polêmicos que tiveram que passar por mudanças então, iremos esclarecer todas as dúvidas e evitar qualquer tipo de erro do passado, mas antes... — Ele estende a mão para o lado e ouço o som do aperto entre eles. — Eu tenho a honra e a satisfação de apresentá-los o meu sócio e grande amigo, Mattew Knox.
As palmas começam e consigo ver praticamente todos aqui confusos pela declaração. Eu não era a única que não sabia, mas logo Oliver conta uma breve história de que se conheceram na faculdade. A ideia de um trabalho juntos veio na metade do curso e como Mattew amava arquitetura, eles planejaram o negócio onde Oliver ficaria mais com a parte burocrática da empresa, mas que por problemas pessoais, ele teve que adiar o momento.
Continuo aqui bem quietinha e como estou quase que escondida atrás de uma pessoa, fico só ouvindo tudo e pedindo aos céus que Oliver não lembre de mim.
— É um prazer conhecê-los e estou feliz de estar aqui. — Mattew começa a falar e engulo em seco.
A voz dele mudou bastante, está mais firme e grossa, mas faço de tudo para não o olhar. Na verdade, eu não o olhei direito e estou aliviada por ele não ter me visto, mas isso será por pouco tempo já que Oliver sempre me chama para algo nas reuniões. Ele sempre precisa de mim para tudo, seja para apresentar arquivos, ou mostrar planilhas e até mesmo, comandar uma parte de determinado assunto, mas, como eu só fiquei sabendo dessa reunião hoje, peço que ele não me chame.
— Eu e Oliver montamos um plano de negócio que nasceu de uma paixão..., desde que me entendo por gente, eu já fazia desenhos de construções e quando criança, adorava blocos de montar... — Ele arranca alguns risos e continua. — Mas, não foi fácil..., nasci justamente numa família de advogados e ao declarar que queria arquitetura, a briga foi feia... — E assim ele vai continuando a sua apresentação.
Ouço tudo no meu canto e logo ele fala de um projeto enorme, que trará uma visibilidade muito maior a empresa e que o comprador, é um empresário muito famoso no ramo de joalheria, então, esse será o projeto do momento para a empresa. Depois disso, são citados pontos jurídicos e a informação de mudanças nos contratos é relembrada, depois, os tópicos de uma nova imagem no marketing é citado e nesse tempo, fico me recompondo.
— Cabeça erguida, Hanna..., não é nada de mais. Ele não é ninguém e você é quem comanda a sua vida agora. Você é independente, completa, linda, gostosa e feliz... — Falo comigo mesma em sussurro.
— O que disse? — Um rapaz do meu outro lado me pergunta.
— Nada..., desculpe. — Respondo com um leve sorriso.
Me sinto bem melhor.
— Hanna? — Ouço a voz de Oliver e todos me olham.
— Que droga... — Resmungo comigo mesma, mas elevo a cabeça e mantenho a postura ereta. — Sim, Sr. Blake? — Falo em alto e bom som.
— Poderia só complementar as novas modificações na obra de Mefheo Well? — Ele pede e é nessa hora que vejo de forma indireta, o olhar de Mattew sobre mim.
— Claro! — Respondo tentando me manter plena. — Ontem na nossa visita à obra do projeto em questão, fomos recebidos por novas alterações como... — E assim começo a explicar o dia de ontem.
Quando menos espero, ao lembrar da cara feia de Mefheo, da voz rabugenta dele e das novas mudanças necessárias que ele propôs, começo a tomar domínio do meu corpo e a tensão começa a sair. O frio na barriga foge por completo, a tremedeira perde a força e gesticulo enquanto falo, e, sim, sinto o chão nos meus pés.
Voltei ao controle.
Enquanto explico tudo, eu acrescendo os riscos tanto com relação a obra como a empresa, porque uma de nossas marcas registrada, é o prazo. O meu olhar fica apenas nos funcionários a minha frente e ao encerrar, Oliver se aproxima de mim e agradece, depois, ele toma o controle e volto ao meu lugar.
— Alguém tem alguma dúvida? — Oliver questiona e sinto a sensação de estar sendo observada. — Nos próximos dias teremos mais encontros como esse para nos adaptarmos as mudanças, e..., tanto eu como Mattew estamos aqui para trabalharmos todos juntos. — Oliver conclui e já leva para o encerramento.
Todos ficam de pé e aplaudem como de costume, então, alguns conhecidos me cumprimenta e lhe dou atenção, mas, quando menos espero, a pessoa na minha frente olha para atrás de mim e já sinto o que é, e a pessoa na minha frente se distancia.
— Hanna... — É Oliver e me viro respirando fundo. — Deixa eu te apresentar..., esse é Mattew Knox. — Ele fala gesticulando. — Mattew, essa é a minha secretária, Hanna Dawson. — Mattew abre a boca, mas decido ser mais rápida que ele.
— É um prazer, Sr. Knox! — Digo estendendo a mão.
Mantenho a cabeça e a postura ereta, então, ele toca a minha mão aperta levemente, mas de uma forma diferente.
— Como vai, Hanna? — Ele fala me olhando nos olhos.
Não é um cumprimento normal, há uma tensão entre nós e como eu estou no controle, largo a sua mão e desvio o olhar, direcionando para Oliver.
— Se não precisar de mim, estarei na minha sala. Com licença. — Digo já pedindo licença.
Dou meia volta indo para a minha sala e confesso, tudo o que queria era me esconder, mas além de não poder, eu preciso mostrar que estou bem e que tenho o controle de tudo.
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Hanna DawsonAo sair da sala de reuniões, ando em passos largo olhando para todos os lados e decido passar na recepção do outro lado para ver Tati. As minhas mãos estão suando e as esfrego na minha roupa, mas não adianta muito. Ao vê-la com a estagiária, faço um sinal leve com a cabeça e entro no banheiro mais próximo e a espero entrar, coisa que não demora muito e de cara, ela percebe que tem algo de errado.— Que fantasma você viu? — Ela fala assim que fecha a porta.— Eu vi o..., o meu ex... — Falo respirando fundo.— Já me falou dele? — Tati põe as mãos na cintura e inclina a cabeça ao perguntar.— Não! — Realente não comentei com ela, então, a encaro. — Mas, resumindo o resumo da situação, eu namorei uma pessoa aos meus dezesseis anos e depois, ele sumiu deixando apenas uma carta furreca e não o vi mais e nem tive notícias, mas agora, ele está aqui e é o meu chefe. — Digo rapidamente tentando não surtar. — O que ele está fazendo aqui? Por que ele é o meu chefe e amigo de Oliver? —
Hanna DawsonIsso não podia estar acontecendo de forma alguma. Tinha que ser ele bem aqui? Por que não outra pessoa qualquer? Tem tanta gente aqui nesse prédio.Parece piada!Há muito tempo que eu não olhava para esses olhos, há muito tempo que não sentia esse perfume e, sim, ele ainda tem o mesmo e ainda tem os braços fortes e malhados. Mattew, ainda tem aquela mesma imensidão azul nos olhos contendo o mesmo brilho, a boca rosada e barba perfeitamente alinhada e preenchida.Eu não posso ficar tão perto dele assim.— Me desculpe, eu não lhe vi. — Digo saindo dos seus braços. — Obrigada e com licença. — Digo querendo passar por ele, mas ele segura levemente o meu braço.— Vai mesmo fingir que não me conhece, Hanna? — Ele pergunta me fazendo parar bem no seu lado e nos olhamos de canto de olho e dou um passo para trás.— O que você esperava? — Pergunto em confronto.Ele achava que eu iria sorrir e o abraçar?— Que a gente conversasse..., acha que aquela carta explicou alguma coisa? — Sin
Mattew KnoxA minha cabeça parece que vai explodir e estou com os nervos bem alterados. Não consigo explicar de forma alguma a confusão que está na minha cabeça e isso me deixa mais irritado.— Que cara é essa? — Oliver questiona e tento disfarçar.— Enxaqueca..., não bebi café e estou com fome. — O que não é mentira.Não funciono bem sem um bom café de manhã e sinto o meu estômago vazio.Está difícil de evitar olhar para Hanna, porque, porra foram anos de procura por ela e agora que ela está bem ali. Eu não entendo essa revolta toda comigo sendo que foi ela que sumiu do mapa. E do nada.Conheci a Hanna de uma maneira completamente aleatória, mas, ela me encantou em tudo. O sorriso meigo, a voz doce, a beleza tanto interior como exterior. Ela é dona dos olhos cor de mel mais brilhantes que já vi e quando menos esperei, estava beijando a sua boca doce não querendo mais nada. Confesso, foi uma loucura pelo fato dela ser menor de idade e eu já nos vinte anos, mas, sabíamos o que queríamos
Hanna DawsonAquele almoço foi o mais esquisito de todos e não estou exagerando.Depois do meu almoço tenso com a Tati que a cada segundo eu sentia estar sendo observada. Eu pedi apenas algo leve e saímos juntas os deixando comerem e fizemos uma caminhada leve pela avenida, então, entramos em algumas lojas.Eu estava tensa e muito fechada, mas olhar certas coisas enquanto ouvia as besteiras da Tati, me fizeram se sentir melhor, então, quando voltei para à empresa, eu estava mais leve. Estou passando a tarde dentro da minha sala, me ocupando com documentos, e-mails e ligações e focando o máximo possível para não ter tempo de pensar besteiras, mas não paro de olhar para o relógio querendo que dê a hora de ir embora.Eu nunca fui de me preocupar em querer que o tempo passasse, porque sempre trabalhei com vontade e gosto daqui. Mas hoje está diferente.— Posso entrar? — Para a minha surpresa, é Mattew.— Pode! — Respondo ficando de pé e ele fecha a porta. — No que posso ajudar, Sr. Knox?—
Hanna DawsonO que estou fazendo? Isso é loucura e das grandes!Estou perdendo o controle, mas não consigo parar.Estou encurralada na parede ao lado da porta e Oliver está com uma mão agarrada aos meus cabelos pela nunca, e a outra, na minha cintura a pressionando. Já deixei alguns gemidos escaparem e estou com as mãos no seu peito, retribuindo o beijo da mesma forma.Os lábios de Oliver são quentes, ousados e fico mole por ele chupar a minha língua como se fosse arrancá-la. Fora que, ele está tão colado a mim, que sinto bem o seu peito definido e o seu perfume forte bem potencializado. Eu não consigo colocar os meus pensamentos em ordem.Confesso, isso está muito bom, mas lembro que ele e Mattew são amigos.Isso não está certo!— Oliver... — Sussurro na sua boca. — Precisamos parar. — Oliver desce para o meu pescoço e mordo os meus lábios.O meu pescoço e orelhas são a minha fraqueza e droga, não está fácil tendo que cortar isso.— Quer mesmo parar? — Droga, a voz dele é carregada de
Mattew KnoxEstou largado no sofá do apartamento e tenho uma enxaqueca de outro mundo enquanto tento ainda processar a loucura desse dia. Tudo foi o contrário do que imaginei que seria, a reviravolta foi tanta que não consegui me concentrar em nada na empresa, pelo simples fato de ter sido bombardeado por lembranças.Lembranças essas que eu faço questão de manter vivas e fortes.Como que é possível eu dar de cara com a Hanna do nada? Como que ela estava bem ali? Parando para pensar, se eu tivesse decidido começar o meu trabalho antes, eu já teria a encontrado e porra, eu ainda não consigo entender isso. Me lembro bem de cada conversa nossa, dos nossos encontros, do sorriso que ela tinha, do brilho no olhar, da forma como ela era leve e espontânea e foi nisso que me apaixonei.Eu amava Hanna e não demorei a perceber isso.Me levanto do sofá retirando a minha blusa e caminho até o banheiro. Procuro um remédio para dor de cabeça e tomo na mesma hora e aproveito para tomar um belo banho.
Hanna DawsonQue preguiça e não queria acordar agora. Sério, como que já é de manhã?Acordo com o celular tocando embaixo do meu travesseiro e sinto a minha garganta completamente seca. Forço os meus olhos a abrirem e procuro o celular, passando a mão por debaixo e ao encontrar, os meus olhos ardem pela luz, mas consigo ver que é a minha mãe ligando em chamada de vídeo.Estranho ela ligar a essa hora.— Oi, mãe. — Atendo de olhos fechados, porque esse brilho incomoda.— Bom dia, meu amor. — Ela fala mais animada que ontem. — Te acordei, não foi?— Não tem problema, vou já trabalhar mesmo. — Falo bocejando e olhando que iria acordar em cinco minutos. — Como se sente? — Pergunto na briga para abrir mais os olhos.— Um pouco melhor, mas não sinto vontade de comer..., devem ser os remédios. — Ela fala fazendo uma cara feia.— Sentiu mais alguma coisa? — Ela nega com a cabeça.— Só a fraqueza mesmo, está chateada? — Ela me olha preocupada e bocejo novamente.— Fique tranquila, a sua saúde é
Hanna DawsonNão consigo de forma alguma achar um motivo plausível para ele estar aqui.Será que é pelo beijo?Oliver sai do carro numa cena de filme em que qualquer mulher babaria por ele. Oliver usa uma calça escura, um cinto, uma blusa branca de botões e aposto que o seu blazer está no carro, mas para completar, ele usa óculos escuros e ao olhar para mim, ele retira e abre um leve sorriso bem galante.Ele está jogando sujo.— Hanna..., se depois dessa você não se agarrar esse homem, eu juro que eu mesma te mato. — Tati diz entre dentes ao meu lado. — Caramba! Depois daquele beijaço, ele veio te buscar..., vai lá e beija ele outra vez. — Ela diz praticamente me beliscando.— Mas e você? — Questiono por que iriamos juntas.— Eu sei o caminho da empresa..., vá logo. — Ela praticamente me empurra.Tati faz um breve cumprimento a ele, um sinal com a mão e caminha até o seu carro, então, me aproximo dele e o vento faz questão de me dar uma parte do seu perfume.— Bom dia, Sr. Blake. — Dig