Hanna Dawson
Isso não podia estar acontecendo de forma alguma. Tinha que ser ele bem aqui? Por que não outra pessoa qualquer? Tem tanta gente aqui nesse prédio.
Parece piada!
Há muito tempo que eu não olhava para esses olhos, há muito tempo que não sentia esse perfume e, sim, ele ainda tem o mesmo e ainda tem os braços fortes e malhados. Mattew, ainda tem aquela mesma imensidão azul nos olhos contendo o mesmo brilho, a boca rosada e barba perfeitamente alinhada e preenchida.
Eu não posso ficar tão perto dele assim.
— Me desculpe, eu não lhe vi. — Digo saindo dos seus braços. — Obrigada e com licença. — Digo querendo passar por ele, mas ele segura levemente o meu braço.
— Vai mesmo fingir que não me conhece, Hanna? — Ele pergunta me fazendo parar bem no seu lado e nos olhamos de canto de olho e dou um passo para trás.
— O que você esperava? — Pergunto em confronto.
Ele achava que eu iria sorrir e o abraçar?
— Que a gente conversasse..., acha que aquela carta explicou alguma coisa? — Sinto uma vontade de rir muito agora.
— Aquela carta furreca que você fez? Você deveria ter vergonha de chamar aquilo de carta e ter ao menos a decência de ter conversado comigo cara a cara. — Falo tentando não me exaltar, mas está difícil.
A raiva ainda é grande.
— E foi o que tentei, mas..., espera, do que você está falando? — Ele me olha confuso, virando um pouco o rosto.
— Você sabe muito bem a merda que fez então, eu só quero pedir duas coisas. — Digo mostrando dois dedos e continuo. — A merda do passado já passou, já deu o que tinha que dar e não pretendo voltar, então, esquece esse assunto, por favor. A outra coisa que peço é que me trate como uma funcionária normal..., aqui sou Sta. Dawson e se me der licença, Sr. Knox, eu tenho que trabalhar. — Mattew me olha surpreso e me afasto.
Ainda bem que a minha sala é ao lado da de Oliver, porque se eu fosse andar muito, com certeza tropeçaria nos meus próprios pés.
Fecho a minha porta e fico encostada nela, puxo o ar para tentar me acalmar e fecho os olhos procurando controle e calmaria. Está difícil. Como que ele chega assim e se comporta como se nada tivesse acontecido? Como que ele fala como se não soubesse o que fez?
Mattew é mais cínico do que pensei e sinto uma vontade de esganá-lo.
Me afasto da porta e ando até a minha mesa, então, levanto da tela do laptop e respiro fundo para começar o meu trabalho que tem muita coisa a ser feita. Pego o meu celular e coloco uma música baixa e começo a tomar o meu café com rosquinhas enquanto reviso uns documentos.
Preciso me ocupar para não enlouquecer.
[...]
Como tomei o meu café um pouco tarde, na hora do almoço eu não tive fome e fiquei mais um tempo na minha sala. Quando vi que precisava descansar, fiz uma pausa e avisei Oliver sobre a minha ausência e passei as ligações, então, sai indo ao encontro, mas ainda não a encontrei e envio uma mensagem a ela.
“Onde você está?”
“Comendo! Restaurante da frente.”
Essa é a resposta dela.
Dou meia volta indo para o elevador e aperto o botão, mas para a minha surpresa, ouço passos e ao olhar, Oliver e Mattew aparecem no meu campo de visão. Isso é sacanagem! O que eu fiz para merecer isso? Poxa, estava tudo tão bem e tão calmo por aqui, por que ele teve que aparecer?
— Vai almoçar sozinha hoje? — Oliver, pergunta ficando ao meu lado e tento não olhar para Mattew.
— Não! A Tati está me esperando no restaurante. — Respondo e as portas se abrem.
Entro no elevador e logo eles dois entram e eu aperto o botão para descer.
O silêncio é enorme e o único a agir normalmente é Oliver.
— As rosquinhas e biscoitos estavam uma delícia. — Ele fala se inclinando para o meu lado.
— Sabia que iria gostar..., mas preciso parar de comprar. — Digo negando com a cabeça.
— Eu voto contra essa decisão. — Sorrio na mesma hora. — Preciso começar o meu dia bem e o açúcar é importante. É ele que me dá bom humor, sabia?
— Você é uma formiga. — Oliver sorrir mais alto e as portas se abrem.
Mattew não deu um piu.
Eles começam a conversar e dou passos mais rápidos para passar na frente deles. Ando em direção a saída e faço o caminho do restaurante e bem na entrada, já consigo ver a Tati devorando uma carne assada. O cheiro daqui é maravilhoso e mesmo não sentindo tanta fome, decido pedir algo leve.
— Hum..., os agarros só acabaram agora? — Ela diz soltando uma gargalhada e fico paralisada.
— O quê? — Pergunto a vendo sorrir sem parar.
— Eu vi você e o seu novo chefe..., que braços em. — Ela continua e queria bater nela.
— Ah, não! — Resmungo me sentando na frente dela. — Eu só me esbarrei nele, nada de mais e já dei um afasta pra lá nele, só isso.
— Eu sei, mas posso tirar onda né... — A safada continua rindo de mim, mas logo fecha a cara. — Eles estão aqui. — Ela fala com os olhos bem abertos.
— O quê? — Pergunto querendo olhar.
— Não olha agora... — Ela diz me fazendo fica parada. — Mas o seu ex e o seu atual estão aqui. — Já disse que quero bater nela?
— Você não presta! — Falo pegando o suco dela.
— Você me ama! — Ela fala e olha para o outro lado em riso. — Não queria estar na sua pele. — Nisso, ela pensa um pouco e sorrir mais ainda. — Na verdade, queria sim e tirava bom proveito.
— Safada! — Falo o maior fato desse mundo.
Evito olhar e tento puxar conversa com ela, mas, quando menos espero, lá estou eu olhando para os lados e vendo bem eles dois numa mesa.
Mattew, aqui ainda parece ser uma grande sacanagem e loucura.
Mattew KnoxA minha cabeça parece que vai explodir e estou com os nervos bem alterados. Não consigo explicar de forma alguma a confusão que está na minha cabeça e isso me deixa mais irritado.— Que cara é essa? — Oliver questiona e tento disfarçar.— Enxaqueca..., não bebi café e estou com fome. — O que não é mentira.Não funciono bem sem um bom café de manhã e sinto o meu estômago vazio.Está difícil de evitar olhar para Hanna, porque, porra foram anos de procura por ela e agora que ela está bem ali. Eu não entendo essa revolta toda comigo sendo que foi ela que sumiu do mapa. E do nada.Conheci a Hanna de uma maneira completamente aleatória, mas, ela me encantou em tudo. O sorriso meigo, a voz doce, a beleza tanto interior como exterior. Ela é dona dos olhos cor de mel mais brilhantes que já vi e quando menos esperei, estava beijando a sua boca doce não querendo mais nada. Confesso, foi uma loucura pelo fato dela ser menor de idade e eu já nos vinte anos, mas, sabíamos o que queríamos
Hanna DawsonAquele almoço foi o mais esquisito de todos e não estou exagerando.Depois do meu almoço tenso com a Tati que a cada segundo eu sentia estar sendo observada. Eu pedi apenas algo leve e saímos juntas os deixando comerem e fizemos uma caminhada leve pela avenida, então, entramos em algumas lojas.Eu estava tensa e muito fechada, mas olhar certas coisas enquanto ouvia as besteiras da Tati, me fizeram se sentir melhor, então, quando voltei para à empresa, eu estava mais leve. Estou passando a tarde dentro da minha sala, me ocupando com documentos, e-mails e ligações e focando o máximo possível para não ter tempo de pensar besteiras, mas não paro de olhar para o relógio querendo que dê a hora de ir embora.Eu nunca fui de me preocupar em querer que o tempo passasse, porque sempre trabalhei com vontade e gosto daqui. Mas hoje está diferente.— Posso entrar? — Para a minha surpresa, é Mattew.— Pode! — Respondo ficando de pé e ele fecha a porta. — No que posso ajudar, Sr. Knox?—
Hanna DawsonO que estou fazendo? Isso é loucura e das grandes!Estou perdendo o controle, mas não consigo parar.Estou encurralada na parede ao lado da porta e Oliver está com uma mão agarrada aos meus cabelos pela nunca, e a outra, na minha cintura a pressionando. Já deixei alguns gemidos escaparem e estou com as mãos no seu peito, retribuindo o beijo da mesma forma.Os lábios de Oliver são quentes, ousados e fico mole por ele chupar a minha língua como se fosse arrancá-la. Fora que, ele está tão colado a mim, que sinto bem o seu peito definido e o seu perfume forte bem potencializado. Eu não consigo colocar os meus pensamentos em ordem.Confesso, isso está muito bom, mas lembro que ele e Mattew são amigos.Isso não está certo!— Oliver... — Sussurro na sua boca. — Precisamos parar. — Oliver desce para o meu pescoço e mordo os meus lábios.O meu pescoço e orelhas são a minha fraqueza e droga, não está fácil tendo que cortar isso.— Quer mesmo parar? — Droga, a voz dele é carregada de
Mattew KnoxEstou largado no sofá do apartamento e tenho uma enxaqueca de outro mundo enquanto tento ainda processar a loucura desse dia. Tudo foi o contrário do que imaginei que seria, a reviravolta foi tanta que não consegui me concentrar em nada na empresa, pelo simples fato de ter sido bombardeado por lembranças.Lembranças essas que eu faço questão de manter vivas e fortes.Como que é possível eu dar de cara com a Hanna do nada? Como que ela estava bem ali? Parando para pensar, se eu tivesse decidido começar o meu trabalho antes, eu já teria a encontrado e porra, eu ainda não consigo entender isso. Me lembro bem de cada conversa nossa, dos nossos encontros, do sorriso que ela tinha, do brilho no olhar, da forma como ela era leve e espontânea e foi nisso que me apaixonei.Eu amava Hanna e não demorei a perceber isso.Me levanto do sofá retirando a minha blusa e caminho até o banheiro. Procuro um remédio para dor de cabeça e tomo na mesma hora e aproveito para tomar um belo banho.
Hanna DawsonQue preguiça e não queria acordar agora. Sério, como que já é de manhã?Acordo com o celular tocando embaixo do meu travesseiro e sinto a minha garganta completamente seca. Forço os meus olhos a abrirem e procuro o celular, passando a mão por debaixo e ao encontrar, os meus olhos ardem pela luz, mas consigo ver que é a minha mãe ligando em chamada de vídeo.Estranho ela ligar a essa hora.— Oi, mãe. — Atendo de olhos fechados, porque esse brilho incomoda.— Bom dia, meu amor. — Ela fala mais animada que ontem. — Te acordei, não foi?— Não tem problema, vou já trabalhar mesmo. — Falo bocejando e olhando que iria acordar em cinco minutos. — Como se sente? — Pergunto na briga para abrir mais os olhos.— Um pouco melhor, mas não sinto vontade de comer..., devem ser os remédios. — Ela fala fazendo uma cara feia.— Sentiu mais alguma coisa? — Ela nega com a cabeça.— Só a fraqueza mesmo, está chateada? — Ela me olha preocupada e bocejo novamente.— Fique tranquila, a sua saúde é
Hanna DawsonNão consigo de forma alguma achar um motivo plausível para ele estar aqui.Será que é pelo beijo?Oliver sai do carro numa cena de filme em que qualquer mulher babaria por ele. Oliver usa uma calça escura, um cinto, uma blusa branca de botões e aposto que o seu blazer está no carro, mas para completar, ele usa óculos escuros e ao olhar para mim, ele retira e abre um leve sorriso bem galante.Ele está jogando sujo.— Hanna..., se depois dessa você não se agarrar esse homem, eu juro que eu mesma te mato. — Tati diz entre dentes ao meu lado. — Caramba! Depois daquele beijaço, ele veio te buscar..., vai lá e beija ele outra vez. — Ela diz praticamente me beliscando.— Mas e você? — Questiono por que iriamos juntas.— Eu sei o caminho da empresa..., vá logo. — Ela praticamente me empurra.Tati faz um breve cumprimento a ele, um sinal com a mão e caminha até o seu carro, então, me aproximo dele e o vento faz questão de me dar uma parte do seu perfume.— Bom dia, Sr. Blake. — Dig
Mattew KnoxQue dia de porre e de estresse!Planejei e achei que seria uma coisa, mas foi tudo completamente diferente.O meu dia na obra hoje foi uma completa exaustão e pude ver de perto os motivos que Oliver tem tanto estresse com esse projeto. Mefheo, parece ter merda na cabeça querendo coisas impossíveis e a todo momento, ele ficava querendo dar novas ideias e cortei logo toda e qualquer sugestão.Já perdemos muito tempo com isso.Consegui me livrar dele no meio do dia o fazendo se concentrar nos materiais de decoração da ala principal e inventei uma história qualquer sobre alguns itens. Ele correu para conseguir tudo o mais rápido possível e foi quando eu tive um pouco de paz e consegui conversar com os trabalhadores os mostrando bem a planta original e definitiva.Até com a ausência de Mefheo os homens trabalharam melhor!No final do dia, eu pude ver uma diferença grande e fui embora querendo um banho e comer alguma coisa. Mas uma coisa eu preciso confessar, mesmo diante de tant
Hanna DawsonNenhuma palavra é capaz de descrever com exatidão a raiva que eu tenho agora.Sou capaz de matar alguém agora. Quer dizer, mais ou menos, mas estou puta!Que ódio!Entro dentro de casa e tranco a porta da forma mais violenta possível e a vontade que tenho é de quebrar qualquer coisa. Pensei que essa noite seria diferente, mas bastou Mattew, dar as caras depois anos para começar a interferir na minha vida e sinceramente, demorei tanto tempo para me sentir bem que quando decido me permitir, isso acontece.Depois que Mattew fez o que fez, eu não tive mais relacionamentos e isso pelo medo de me apegar.Claro, conheci pessoas e me envolvi, mas nada sério desde o Mattew e quando eu vi que poderia dar certo, o tombo vem e em nome dele. Como que pode uma coisa dessas? Logo Oliver tinha que ser amigo dele? Logo Oliver tinha que ter uma sociedade com ele e de cara eu tenha que trabalhar com os dois?Isso não é justo!Não consigo explicar a raiva que tenho dentro de mim por essa situ