CAPÍTULO 7

Hanna Dawson

Isso não podia estar acontecendo de forma alguma. Tinha que ser ele bem aqui? Por que não outra pessoa qualquer? Tem tanta gente aqui nesse prédio.

Parece piada!

Há muito tempo que eu não olhava para esses olhos, há muito tempo que não sentia esse perfume e, sim, ele ainda tem o mesmo e ainda tem os braços fortes e malhados. Mattew, ainda tem aquela mesma imensidão azul nos olhos contendo o mesmo brilho, a boca rosada e barba perfeitamente alinhada e preenchida.

Eu não posso ficar tão perto dele assim.

— Me desculpe, eu não lhe vi. — Digo saindo dos seus braços. — Obrigada e com licença. — Digo querendo passar por ele, mas ele segura levemente o meu braço.

— Vai mesmo fingir que não me conhece, Hanna? — Ele pergunta me fazendo parar bem no seu lado e nos olhamos de canto de olho e dou um passo para trás.

— O que você esperava? — Pergunto em confronto.

Ele achava que eu iria sorrir e o abraçar?

— Que a gente conversasse..., acha que aquela carta explicou alguma coisa? — Sinto uma vontade de rir muito agora.

— Aquela carta furreca que você fez? Você deveria ter vergonha de chamar aquilo de carta e ter ao menos a decência de ter conversado comigo cara a cara. — Falo tentando não me exaltar, mas está difícil.

A raiva ainda é grande.

— E foi o que tentei, mas..., espera, do que você está falando? — Ele me olha confuso, virando um pouco o rosto.

— Você sabe muito bem a merda que fez então, eu só quero pedir duas coisas. — Digo mostrando dois dedos e continuo. — A merda do passado já passou, já deu o que tinha que dar e não pretendo voltar, então, esquece esse assunto, por favor. A outra coisa que peço é que me trate como uma funcionária normal..., aqui sou Sta. Dawson e se me der licença, Sr. Knox, eu tenho que trabalhar. — Mattew me olha surpreso e me afasto.

Ainda bem que a minha sala é ao lado da de Oliver, porque se eu fosse andar muito, com certeza tropeçaria nos meus próprios pés.

Fecho a minha porta e fico encostada nela, puxo o ar para tentar me acalmar e fecho os olhos procurando controle e calmaria. Está difícil. Como que ele chega assim e se comporta como se nada tivesse acontecido? Como que ele fala como se não soubesse o que fez?

Mattew é mais cínico do que pensei e sinto uma vontade de esganá-lo.

Me afasto da porta e ando até a minha mesa, então, levanto da tela do laptop e respiro fundo para começar o meu trabalho que tem muita coisa a ser feita. Pego o meu celular e coloco uma música baixa e começo a tomar o meu café com rosquinhas enquanto reviso uns documentos.

Preciso me ocupar para não enlouquecer.

[...]

Como tomei o meu café um pouco tarde, na hora do almoço eu não tive fome e fiquei mais um tempo na minha sala. Quando vi que precisava descansar, fiz uma pausa e avisei Oliver sobre a minha ausência e passei as ligações, então, sai indo ao encontro, mas ainda não a encontrei e envio uma mensagem a ela.

“Onde você está?”

“Comendo! Restaurante da frente.”

Essa é a resposta dela.

Dou meia volta indo para o elevador e aperto o botão, mas para a minha surpresa, ouço passos e ao olhar, Oliver e Mattew aparecem no meu campo de visão. Isso é sacanagem! O que eu fiz para merecer isso? Poxa, estava tudo tão bem e tão calmo por aqui, por que ele teve que aparecer?

— Vai almoçar sozinha hoje? — Oliver, pergunta ficando ao meu lado e tento não olhar para Mattew.

— Não! A Tati está me esperando no restaurante. — Respondo e as portas se abrem.

Entro no elevador e logo eles dois entram e eu aperto o botão para descer.

O silêncio é enorme e o único a agir normalmente é Oliver.

— As rosquinhas e biscoitos estavam uma delícia. — Ele fala se inclinando para o meu lado.

— Sabia que iria gostar..., mas preciso parar de comprar. — Digo negando com a cabeça.

— Eu voto contra essa decisão. — Sorrio na mesma hora. — Preciso começar o meu dia bem e o açúcar é importante. É ele que me dá bom humor, sabia?

— Você é uma formiga. — Oliver sorrir mais alto e as portas se abrem.

Mattew não deu um piu.

Eles começam a conversar e dou passos mais rápidos para passar na frente deles. Ando em direção a saída e faço o caminho do restaurante e bem na entrada, já consigo ver a Tati devorando uma carne assada. O cheiro daqui é maravilhoso e mesmo não sentindo tanta fome, decido pedir algo leve.

— Hum..., os agarros só acabaram agora? — Ela diz soltando uma gargalhada e fico paralisada.

— O quê? — Pergunto a vendo sorrir sem parar.

— Eu vi você e o seu novo chefe..., que braços em. — Ela continua e queria bater nela.

— Ah, não! — Resmungo me sentando na frente dela. — Eu só me esbarrei nele, nada de mais e já dei um afasta pra lá nele, só isso.

— Eu sei, mas posso tirar onda né... — A safada continua rindo de mim, mas logo fecha a cara. — Eles estão aqui. — Ela fala com os olhos bem abertos.

— O quê? — Pergunto querendo olhar.

— Não olha agora... — Ela diz me fazendo fica parada. — Mas o seu ex e o seu atual estão aqui. — Já disse que quero bater nela?

— Você não presta! — Falo pegando o suco dela.

— Você me ama! — Ela fala e olha para o outro lado em riso. — Não queria estar na sua pele. —  Nisso, ela pensa um pouco e sorrir mais ainda. —  Na verdade, queria sim e tirava bom proveito.

— Safada! — Falo o maior fato desse mundo.

Evito olhar e tento puxar conversa com ela, mas, quando menos espero, lá estou eu olhando para os lados e vendo bem eles dois numa mesa.

Mattew, aqui ainda parece ser uma grande sacanagem e loucura.

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