DAVINAAs luzes amareladas iluminavam o ambiente com um calor acolhedor, mas o clima entre nós era tudo menos leve. Aaron encostou-se na mesa, com uma expressão despretensiosa, enquanto falava.— Foi assim que conheci o KJ — disse ele, girando a caneca de chá nas mãos. Seu tom era casual, mas carregado de algo mais profundo. — Descobri que fui adotado de forma ilegal. Meus pais me compraram de KJ.Houve um silêncio sufocante. O som do ponteiro do relógio na parede parecia se amplificar, marcando cada segundo de tensão no ar.Aaron deu de ombros, como se estivesse comentando algo trivial.— Provavelmente minha mãe biológica é uma drogada ou alguém muito pobre. É assim que o tráfico de pessoas funciona, não?Encostei-me no balcão com uma xícara de chá nas mãos, deixando escapar um suspiro baixo. Eu estava sentada no banco mais próximo da janela. Gutemberg, por outro lado, estava mais quieto do que o normal, seus olhos fixos na mesa, enquanto Timmy cruzava os braços e franzia a testa. El
TIMMYAcordei com uma sensação estranha, mas boa. A casa estava silenciosa, exceto por um som que me fez franzir o cenho. Era um barulho de sucção, lento e ritmado, vindo da direção dos meus pés. Um gemido escapou da minha boca antes que eu pudesse evitar, e meus olhos se abriram.Minha visão estava turva no início, mas quando clareou, fiquei imóvel. Davina estava ali, entre minhas pernas, seus cabelos bagunçados caindo sobre seu rosto enquanto ela deslizava os lábios macios pelo meu pau duro. Não consegui conter um gemido quando suas mãos agarram minhas bolas e apertaram, joguei minha cabeça para trás e relaxei minhas mãos ao lado do meu corpo. Eu não sabia se estava certo receber um oral de uma garota que acabou de perder o pai, mas não ia reclamar ou interromper.Eu nem sabia se era um sonho ou realidade, mas o calor que tomou conta do meu corpo me fez sentir como se estivesse em combustão. Pequenas faíscas pareciam percorrer minha pele, transformando cada músculo em gelatina.— Bab
TIMMY— Eu não me importo se você dormiu ou fodeu, Timmy — Meia-noite resmungou, a voz carregada de desdém, mas também com a autoridade de quem comanda tudo ao redor. — Você é um membro da minha gangue, e quando eu te chamo, você vem.As palavras ecoaram no ar, e eu senti o peso sobre os meus ombros. Não havia escolha aqui, não havia espaço para questionar. Ele podia ser um filho da puta, mas sempre foi claro sobre o seu poder, e ele gostava de deixar isso bem óbvio. Eu respirei fundo, tentando controlar a raiva.— O que aconteceu? — Perguntei, não querendo perder tempo com a discussão. Foi então que foi Gutemberg quem respondeu, e a maneira como ele falou fez um calafrio passar por mim. Ele estava com um tom mais grave do que o normal, a voz carregada com algo mais profundo, quase uma sensação de desconforto.— Alguém entrou em um dos galpões ontem... e roubou toda a droga. — Ele disse, a tensão na voz dele não disfarçada. Eu podia ver a preocupação no olhar de Gutemberg, embora ele
GUTEMBERG A penumbra do ambiente parecia refletir o estado da minha alma, enquanto o som do chuveiro vindo do andar de cima preenchia o silêncio incômodo. Meia-noite estava no banho, e eu aproveitava o intervalo para falar com Timmy. Mas minha mente ainda estava presa no caos que havíamos acabado de deixar para trás.— Não é sempre assim, cara? — Timmy resmungou, inclinando-se contra a parede com os braços cruzados. Ele parecia calmo, mas eu sabia que era um disfarce. Todos usávamos um.Eu não respondi imediatamente. Em vez disso, passei a mão pelo rosto, sentindo o suor misturado com a poeira e o cheiro que insistia em grudar, ferroso, nauseante. O cheiro do sangue. Ele estava em minhas roupas, em minha pele. Não importava quantas vezes isso acontecesse, nunca conseguia me acostumar.O tiroteio ainda estava fresco na minha mente. Os gritos de terror. Aqueles segundos finais quando a pessoa percebe que chegou o fim. O pânico nos olhos delas. O tipo de pânico que não deveria mais me a
GUTEMBERGTimmy parou de andar, encarando-me com olhos arregalados, como se tivesse levado um soco. E então, para meu completo espanto, ele começou a gargalhar. Uma risada descontrolada, quase maníaca, que encheu o cômodo de uma energia desconcertante.Ele esfregou o rosto com as mãos e me lançou um olhar carregado de incredulidade.— Você não pode estar falando sério. Você gosta dela? — Ele balançou a cabeça, ainda rindo.—Isso não é da sua m*****a conta.— rosnei de volta, não reconhecendo minha própria voz.De onde veio tanta raiva? — Sim, isso é da minha m*****a conta. Sabe o porquê? Porque você não tem o direito de dizer isso. — Ele respirou fundo, tentando se acalmar, mas falhando miseravelmente.— Não, você não pode. Você não tem esse direito. Não depois de tudo que você fez. Depois de travar aquela guerra infantil com ela. Depois de... — Ele fez um gesto amplo com as mãos, como se tentasse englobar tudo o que havia acontecido entre nós. — Depois de tudo isso.Eu apenas dei de om
DAVINAO cheiro de chocolate ainda pairava no ar enquanto eu olhava para o bolo sobre o balcão. A calda escorria suavemente pelas laterais, formando uma poça doce no prato. Era uma tentativa de tornar o dia menos pesado, mas nem mesmo o sabor do bolo seria capaz de dissipar a nuvem de tensão que me cercava. O som abafado de passos no corredor fez meu coração acelerar. Olhei para a porta do quarto da minha mãe, como se pudesse garantir sua segurança apenas com um olhar.Ela está dormindo, pensei. Ela tomou uma dose de calmante suficiente para fazê-la dormir até a noite de amanhã.A batida na porta me congelou. Três toques firmes, espaçados.Já está tarde, quem viria aqui?Meu primeiro pensamento foi KJ. Ele não hesitaria em aparecer na minha casa, não depois do que fez com meu pai. O homem teve a ousadia de ir ao enterro, um sorriso frio no rosto, como se nós fôssemos peões em um jogo que ele controlava. Mas o que ele quer agora?Engoli em seco e peguei a faca que estava sobre a bancad
DAVINAMinha raiva estava prestes a me consumir por completo, e ele estava fazendo isso comigo. Ele estava fazendo isso enquanto sua expressão continuava tranquila, enquanto sua respiração não sofria nenhuma alteração. Como ele consegue? Meus dentes estavam cerrados, o coração batendo forte, a vontade de colocar minhas mãos no pescoço grosso dele e apertar até que ele não pudesse mais respirar crescendo. Cada palavra dele soava como um insulto.— Você não tem o direito! — gritei, a voz tremendo de raiva. — Você não pode fazer o Gutemberg desistir!Ele me olhou, um leve sorriso, mas seu olhar era sério, impassível.— Por quê? — Ele questionou, arqueando uma sobrancelha, como se tentasse entender minha resistência. Como se aquilo fosse um jogo, algo fácil de se resolver.Aquelas palavras explodiram em minha mente antes que eu pudesse controlá-las:— Porque ele me deve! — Minha voz saiu firme, mas minha raiva não diminuiu.Meia-noite manteve o olhar fixo em mim, mas não respondeu imediat
Gutemberg (Fantasma).— Fantasma, acorde.— Alguém cutuca meu braço e pela firmeza do toque posso dizer que não é uma mulher. Murmuro alguma coisa e puxo o lençol, cobrindo metade do meu rosto.— Acorda! Aqui não é motel, não.Espere, talvez seja uma mulher.Essa voz…—Meu marido está vindo, você precisa ir!— Eu puxo o lençol para baixo, avistando um par de pernasvirado e feminino, sorte minha, subindo a captura do olhara camisa curtae entãoa comissão de frente. Foda-se! Os dois melões são então cheio que estão quase pulando na minha cara e exigindo uma mordida. Oh! Eles têm marcas de biquíni.Adoro essas marcas.—Você é casada, linda?— Abro um sorriso indecente, passando a língua entre os lábios sem me desviar do lindo par de seios.— OK… está brincando com a minha cara?— Ela diz, adquirindo uma expressão irritada que me faz querer revirar os olhos, mas permaneço neutro, apenas olhando para ela e esperando por uma resposta.— Sério?—Fala, com as duas sobrancelhas levantadas.— O que é sé