Capítulo 37

DAVINA

O vestido preto parecia estranho no meu corpo. Ele era simples, sem detalhes, apenas uma peça reta que eu nunca teria escolhido usar por vontade própria. Mas não era sobre mim. Nada disso era.

A barra do vestido roçou na pele dos meus joelhos quando me virei para o espelho. Meus olhos estavam inchados, vermelhos, como se eu tivesse chorado mais do que meu corpo era capaz de suportar. Mas a verdade é que o choro tinha parado horas atrás, substituído por um vazio que latejava na minha cabeça e apertava meu peito. Meu cabelo estava preso de qualquer jeito, eu não tinha energia para me importar. Passei o dedo nos lábios rachados, sentindo a textura áspera, como se fosse uma lembrança física de tudo que eu estava tentando apagar.

O quarto ao meu redor parecia menor do que nunca. As paredes que costumavam me acolher agora pareciam sufocar. O cheiro do novo aromatizante de limão que comprei se misturava ao perfume floral que minha mãe borrifou no corredor, tentando mascarar o cheiro d
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