Capítulo 31

DAVINA

O carro seguia pela estrada, e o silêncio pesado era preenchido apenas pelo som abafado do motor e do pneu rasgando o asfalto molhado. A chuva tamborilava no teto do veículo, porque o clima não poderia ser gentil e oferecer uma madrugada tranquila, não, tudo tinha que terminar em uma tempestade sugestiva e esmagadora, igual quando você cria uma enorme expectativa sobre uma comida e quando finalmente prova, falta sal. O barulho dos pingos de chuva batendo contra o carro, criam uma melodia descompassada, enquanto eu me encolhia no banco do passageiro, os braços cruzados e o olhar fixo na janela. Não que houvesse algo de interessante para ver. Gotas escorriam pelo vidro, distorcendo o mundo lá fora, mas pelo menos me davam uma desculpa para não olhar para ele.

Gutemberg resmungava algo sob a respiração, provavelmente para si, mas eu sabia que era sobre mim. Não era novidade. Tudo nele, da maneira como segurava o volante com firmeza demais às sobrancelhas franzidas, gritava irritaç
Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo