Na mansão, meio atordoado com o acontecido, Evans saiu da sala que estava com seu pai à procura daquela moça para se desculpar pelo seu pai". Mas no trajeto para o local onde estavam os serviçais ele precisava passar pelo salão onde estavam os convidados e logo encontrou com Mariana Souto, sua noiva, que aguardava ansiosa pela sua presença. Pois ela ficou sabendo por sua mãe que ele estava de volta da Inglaterra e havia meses que não se encontravam e nem se falavam. Para Evans o noivado era somente um contrato de famílias para aquecer os negócios, mas para ela era um conto de fadas. Ela o cumprimentou com um abraço caloroso dando um beijo de saudades.
Sem poder mais procurar a serviçal, Evans ficou ali junto de sua noiva e conversando com os convidados sobre a sua viagem e dos negócios realizados em sua estadia na Europa. Quando teve uma oportunidade, ele se afastou um pouco das pessoas e fez uma ligação. Do outro lado da linha estava Jonas, seu amigo de longa data.
Jonas: Oi Evans, estou aqui na porta da mansão me despedindo de uns amigos. Aconteceu alguma coisa?
Evans: Sim. Um incidente na Sala de reuniões. Eu estava conversando com meu pai e uma pessoa entrou de repente. Era uma serviçal com uma bandeja cheia de taças, meu pai se irritou e ela deixou tudo cair no chão e saiu correndo. Preciso que me ajude a encontrá-la, pois preciso me desculpar pelo meu pai.
Jonas: É sério? Quer que eu faça isso agora? Quer realmente só se desculpar? Tem as características da moça? Posso procurá-la.
Evans descreveu os pequenos detalhes de Mayara, como olhos grandes, pele bronzeada, altura e um detalhe surpreendentemente, uma pinta que a moça tem no canto superior direito de sua boca, entre o nariz e a bochecha, herança de família que Mayara prefere ignorar.
Jonas foi atrás da moça onde encontravam-se os empregados e as pessoas contratadas para trabalhar na festa, mas não encontrou ninguém parecido. Aguardou um tempo, pois ela poderia estar no salão servindo ou em outro local, mas a espera foi em vão. Retornou para o salão e se aproximando do casal Evans e Mariana discretamente disse para seu amigo que não havia localizado a garota.
Jonas juntou-se aos outros e participou da conversa que para quem conhecia Evans estava entediante. Percebeu seu olhar perdido em lugar nenhum e suas respostas muito automáticas. Ele não acreditava que somente um olhar pudesse fazer com que seu amigo perdesse a postura, pois ele era viajado e conhecia muitas mulheres lindas e até mesmo deslumbrantes. Não acreditava que seria algo para se preocupar e que logo isso passaria. Pode ter sido até o jet lag, pois havia acabado de chegar de viagem e a mudança de horário pode tê-lo afetado.
O fim da festa na mansão para Evans transcorreu com muita conversa com amigos e a lembrança forte daquele rosto jovial na sua cabeça.
Quando se recolheu para seu quarto no segundo andar da mansão ele sentiu um alívio, pois poderia pensar naquela mulher estonteante de pernas longas e olhar firme. Quando lembrou-se das suas curvas sentiu seu corpo alterar, seu sangue estava quente e sua respiração começou a ficar ofegante. Precisava urgentemente de um banho frio para se acalmar. No caminho do banheiro passou pelo closet e deixou suas roupas lá. Ligou o chuveiro na temperatura fria para acalmar os ânimos, mas não foi possível. Era necessário mais do que um banho. Então ele se tocou e com o pênis comletamente rijo começou a acariciá-lo embaixo do chuveiro até gozar e sentir-se aliviado.
Ele acabou seu banho vestiu um roupão e saiu para o quarto. Deitou na cama olhando para o teto e acabou pegando no sono. Ela estava lá, Mayara, linda deslumbrante em um vestido esvoaçante e transparente. Evans conseguia ver, mas não conseguia tocar. Foi uma madrugada louca com sonhos excitantes. Acordar para ele não era opção, pois sabia que ela não estaria ali.
O ônibus chegou e Mayara entrou meio desorientada. Sentou logo próximo da janela e recostou seu rosto no vidro, observando as luzes da cidade. Seu pensamento era um misto de muitas coisas. Ela não conseguia controlar. Tentou cantar uma música para não pensar, contou as lâmpadas nos postes, até carros na rua ela contou, mas foi em vão. Aquele homem não saia dos seus pensamentos.Desceu no ponto do ônibus próximo da sua casa e estava bem preocupada, pois não conseguia entender o que está acontecendo. O caminho para sua casa sempre era angustiante, pois ela lembrava de dias tenebrosos quando era tocada de forma indesejada pelo seu irmão. Muitas vezes ela sentia respulsa dela mesmo, mas isso aconteceu ainda na sua tenra idade, dos 7 aos 12 anos. Poderiam falar que era brincadeira de criança, mas ela sempre era ameaçada por ele se contasse para as pessoas sobre o que acontecia. Quando tinha doze anos negou aceitar suas carícias e foi ameaçada de morte pelo irmão. Então Mayara disse que p
Já era manhã de domingo após o dia do evento que aconteceu na casa do Sr. Christian Smith e Evans estava alvoroçado ligando para Jonas e perguntando se já sabia quem era aquela mulher. Jonas ainda atordoado do outro lado da ligação não entendia o que Evans falava, porque a festa havia acontecido na noite anterior e ele ainda nem havia levantado. Jonas: Calma Evans! Não sei o que você está falando. Preciso acordar e entender tudo. Lembra de quando tentei encontrá-la na festa?Evans: Preciso da sua ajuda. O buffet foi contratado pela minha mãe. Não tem como errar, porque ela era muito linda, alta, com pele de cor bronzeadada, olhos pretos. Preciso que me ajude pedindo ao buffet que disponibilize a lista com os endereços das pessoas.Jonas: Você ficou louco? E a Mariana? Estão noivos há dois anos e todos aguardam o anúncio da data do casamento. O que você vai querer com uma serviçal, uma garçonete?Evans: Não sei dizer o que aconteceu, mas a Mariana nunca me fez sentir o que senti por
É domingo e para Mayara Santos é dia de preparar o almoço e comer com a família. Tradicionalmente ela prepara: frango refogado ou frito maionese e macarronada, apesar de gostar de inovar e fazer pratos diferentes. O domingo é seguido de rituais e sempre na parte da tarde ela costuma sentar no portão para conversar com as vizinhas e no final do dia sai com os amigos, incluindo, Flávia e seu noivo. Era um programa marcado. Por ser o último momento do final de semana não iam longe. Sentavam na mesa de um barzinho em um bairro próximo da Vila. Pediam umas cervejas e alguns petiscos. Não demoravam no local e sempre dividiam a conta. Mayara era muito comunicativa e fazia amizade muito fácil. Apesar de o grande número de amigos serem do sexo masculino, ela não apresentava nenhum interesse por eles.A sua repulsa por homens era muito grande, porque após conseguir fugir das investidas de seu irmão ela passou a ser agredida por ele. Ou pelo pai dela que acreditava em tudo que ele falava. Ele
Madrugada de segunda-feira, não passa das 5 horas e, Mayara já está se preparando sua ida para a escola. É meados de setembro e está em período de provas por isso não havia necessidade de levar muito material escolar. Ela havia vestido o uniforme e começava a preparar o café da manhã, pois a estudava em uma escola pública, municipal, uma das melhores escolas públicas da cidade. Precisaram passar por processo seletivo para conseguir a vaga. Como sempre ela despertava Flávia ligando apra a casa dela. E as duas se encontravam no ponto do ônibus, pois a escola não ficava na Vila e sim num local classe média alta da cidade.Mayara saiu de casa com cabelos presos em um jovial rabo de cavalo com alguns fios soltos que caiam nos olhos. O penteado fazia com que ficasse exposto todo o seu pescoço e a nuca. Ela vestia uma calça de uniforme azul que tinha um corte reto e uma blusa branca com o imblema da escola. Dependurado ao ombro ela levava sua bolsa a tira colo. Seu tamanho e aparência esguia
Do outro lado da cidade, na mansão dos Smith às 7 horas da manhã, o café está servido. Em uma imensa mesa com cadeiras dispostas para dez pessoas estão Se. Christian, Karla, Evans e a doce Celine, filha adolescente do casal. A mesa é farta e tem variados tipos de pães, bolos doces e tortas doces e salgadas, além de frutas variadas, sucos, água e leite. Os utensílios são dispostos à mesa de forma cautelosa e tudo como manda o figurino. Sr. Christian é de descendência de família tradicional inglesa e faz questão de que tudo esteja de forma impecável. Sra. Karla, sua esposa é nascida no Brasil e sua família faz parte da família tradicional da cidade. Uma união de contrato que após muitos anos deu certo, pois a mãe de Evans era apaixonada por um amigo que conheceu no Estados Unidos durante sua juventude enquanto estudava na faculdade. Para ela foi difícil, mas teve que ceder, sua família tinha apenas nome, mas já estava envolvida em muitas dividas e para não perder o prestígio entregaram
Mayara sabia que não deveria ficar pensando muito naquele rapaz, pois eles eram de mundos completamente distintos e o que poderia sobrar para ela seria somente lágrimas. Não ia procurar saber quem era, porque poderia aumentar mais sua ansiedade, gerar expectativas e trazer muita dor. Ela tinha ciência do quanto seria difícil deixar de pensar em Evans, mas uma hora ela esqueceria. Ela não podia perder o foco e ele era apenas uma distração na cabeça dela para desviar dos seus objetivos. Decidiu não perder mais tempo e relaxar para fazer a prova. Assim que acabou de responder às questões ela entregou a prova e saiu, porque assistiu as duas primeiras aulas e quando fizesse a prova poderia ir embora.Mayara havia falado com a Flávia que hoje não esperava por ela, pois tinha umas tarefas para terminar em casa e não tinha treino de voleibol na segunda-feira. Ela saiu da escola e precisava atravessar a avenida para chegar ao ponto de ônibus. O sinal estava aberto para os carros e ela aguarda
O Sr. Frederico é segurança do Evans desde a sua adolescência. Ele é considerado um amigo, claro que com os devidos respeitos e considerações. Eles viajam juntos e sempre que tem oportunidade, Evans conversa com ele sobre a família do Sr. Frederico e assuntos variados. Após alguns minutos Evans ouve três batidas na porta. Ele diz para a pessoa entrar e o forte Sr. Frederico aparece muito bem alinhado vestindo terno preto e camisa branca. Os sapatos pretos impecáveis. Ele tem a pele bronzeada, mede aproximadamente um metro e noventa e tem quarenta e sete anos, mas com todo o cuidado que tem com a aparência, aparenta menos idade.Mesmo tendo algumas liberdades com o Sr. Evans, o Sr. Frederico sabe muito bem seu lugar e que também deve estar sempre pronto para protegê-lo e ajudar no que for preciso. Já passaram por muitas coisas e Sr. Frederico está sempre pronto e atualizado nas suas habilidades. Discretamente ele anda armado e sabe estrategicamente onde ficar quando sai com o Sr. Evans
Mayara atravessa a rua encantada com a cor azul daquele carro. Era uma cor diferente e um carro diferente, ela pensou. Atravessou a outra faixa e mais alguns passos alcançou o ponto de ônibus onde ficou por um bom tempo esperando. Seu ônibus chegou, ela entrou e logo se acomodou em uma cadeira no canto, próximo da janela. Ainda não era horário de pico e o coletivo estava consideravelmente com as cadeiras vazias. Ela sempre achava o máximo conseguir sentar, pois sempre que sai da escola em horário normal é um verdadeiro inferno entrar no ônibus e achar lugar para sentar, pode esquecer. Ela tentou dar uma cochilada no trajeto para casa, mas não aproveitou muito, porque as três vezes que tentou fechava os olhos tinha a imagem daquele homem na sua frente. Ela não queria pensar nele. Já que não conseguia nem tirar seu cochilo habitual no ônibus ela começou a fazer sua rota de hoje, entre tarefas e diversão. Quando chegasse arrumaria a casa, faria a leitura do texto para a prova de amanhã