É domingo e para Mayara Santos é dia de preparar o almoço e comer com a família. Tradicionalmente ela prepara: frango refogado ou frito maionese e macarronada, apesar de gostar de inovar e fazer pratos diferentes.
O domingo é seguido de rituais e sempre na parte da tarde ela costuma sentar no portão para conversar com as vizinhas e no final do dia sai com os amigos, incluindo, Flávia e seu noivo. Era um programa marcado. Por ser o último momento do final de semana não iam longe. Sentavam na mesa de um barzinho em um bairro próximo da Vila. Pediam umas cervejas e alguns petiscos. Não demoravam no local e sempre dividiam a conta. Mayara era muito comunicativa e fazia amizade muito fácil. Apesar de o grande número de amigos serem do sexo masculino, ela não apresentava nenhum interesse por eles.A sua repulsa por homens era muito grande, porque após conseguir fugir das investidas de seu irmão ela passou a ser agredida por ele. Ou pelo pai dela que acreditava em tudo que ele falava. Ele chegou a inventar que Mayara estava ficando depois do horário na escola para ficar namorando os garotos. E não era nada disso. Ela jogava vôlei e ficava depois do horário treinando. Ela sempre pensou que a liberdade dela era muito importante e precisava preservar, pois sabia que a desobediência a faria perder sua liberdade. Para trabalhar não havia impedimento de horário, mas para diversão era sempre com horário marcado de chegar em casa.E o cronograma seguiu como de costume. Mas parecia meio automático, porque Mayara não conseguia se concentrar no tempero e na emoção deste dia que até então, para ela sempre era especial. O tempero era sempre uma festa. Devido a proximidade das casas todos os vizinhos deliravam com um aroma incrível. Os vizinhos (homens) casados pensavam: "Além de gostosa, cozinha como ninguém." Mayara nunca se importou, porque o prazer dela era fazer com que as pessoas ficassem felizes com o seu tempero. Cozinhar para ela sempre foi um prazer, prazeroso.
Ela fez bem o trivial. Aquele dia passou como deveria passar, mas ela não se sentia normal. Algo estava diferente.De repente toca o telefone que ficava na mesinha da sala. Mayara diz: pode deixar que eu atendo. Do outro lado da chamada Flávia se identifica.
Flávia: O que aconteceu com você hoje? Você não estava com a agente. Conversamos e suas respostas eram automáticas.
Mayara: Então. Preciso conversar com você sobre isto. Sabe ontem na mansão? Pois é vi um homem de outro mundo, não consigo tirá-lo da minha cabeça. Ele estava numa daquelas salas imensas e chiquérrimas da casa. Não paro de pensar nele.
Flávia: Sério? Preciso descobrir quem é. É a primeira vez que ouço você falar de alguém com tanto entusiasmo. Até sua voz está diferente. Precisamos descobrir quem é. De onde vem e para onde vai. hahahaha. - gargalhadas do outro lado da linha. Flávia sempre entusiasta.
Mayara: Na verdade não sei se preciso saber quem é. É de outro mundo. Tipo outro país. A minha intenção de ir para outro país, mas não é necessariamente assim. ( risos meio tenso)
Flávia: Amanhã te encontro na escola. Vamos conversar. É muita coisa para conversar no telefone. Minha mãe está por perto é preciso que me conte tudo.
Mayara: Sim. Conversamos amanhã na escola.
Flávia já estava indo aos 19 anos de idade e estava terminando o ensino médio junto com Mayara. As duas cresceram juntas na Vila e se conheceram, Flávia já tinha 10 anos. Ela teve um problema com sua transferência de escola, por isso perdeu um ano e uma reprovação. Flávia estava meio desligada e não tinha intenção nem de continuar a estudar, tinha um pouco de aversão a escola e suas regras. Estudar para ela era realmente um sacrifício. Ao contrário de Mayara que era muito aplicada nos estudos e tinha a intenção de seguir em frente, fazendo faculdade e outros cursos que a ajudassem a realizar seu sonho.Dormir para Mayara estava se tornando um suplício. A cama se tornava como que tivesse espinhos e ela não conseguia dormir. Virava de um lado e do outro e quando fechava os olhos só vinha a sua frente a imagem daquele homem. Com o corpo todo tenso ela precisava acalmar. Decidiu tomar um banho. Entrou no banheiro e jogou sua roupa dentro do cesto de roupas. Ela sentia que ia implodir de tão quente que estava. Ligou o chuveiro e quando a água começou a cair no seu corpo bronzeado e fazer com que ela sentisse seus seios rijos. Então ela desceu suavemente seus dedos longos pela sua pubis e logo encontrou seu clitóris pulsante e com a outra mão ela acariciava o bico dos seus seios. Sua respiração ficava cada vez mais ofegante. Com o toque leve dos dedos ela se acariciou até gemer de prazer. E em seu pensamento somente Evans.
Ela conseguiu terminar o banho e saindo do banheiro vestiu uma blusa de malha e uma calcinha que a fez se sentir confortável. Deitou na cama e aí conseguiu dormir. Com muitos sonhos que não conseguia defirnir. Em um momento ela conseguiu encontrar com aquele homem e ele suavemente tocou seu rosto. Mayara suspirou com tanta intensidade que acordou sua irmã. A irmã de Mayara acordada e preocupada com o que estava acontecendo viu que era somente um sonho e que ela ainda dormia, deitou-se e novamente pedgou no sono.
Madrugada de segunda-feira, não passa das 5 horas e, Mayara já está se preparando sua ida para a escola. É meados de setembro e está em período de provas por isso não havia necessidade de levar muito material escolar. Ela havia vestido o uniforme e começava a preparar o café da manhã, pois a estudava em uma escola pública, municipal, uma das melhores escolas públicas da cidade. Precisaram passar por processo seletivo para conseguir a vaga. Como sempre ela despertava Flávia ligando apra a casa dela. E as duas se encontravam no ponto do ônibus, pois a escola não ficava na Vila e sim num local classe média alta da cidade.Mayara saiu de casa com cabelos presos em um jovial rabo de cavalo com alguns fios soltos que caiam nos olhos. O penteado fazia com que ficasse exposto todo o seu pescoço e a nuca. Ela vestia uma calça de uniforme azul que tinha um corte reto e uma blusa branca com o imblema da escola. Dependurado ao ombro ela levava sua bolsa a tira colo. Seu tamanho e aparência esguia
Do outro lado da cidade, na mansão dos Smith às 7 horas da manhã, o café está servido. Em uma imensa mesa com cadeiras dispostas para dez pessoas estão Se. Christian, Karla, Evans e a doce Celine, filha adolescente do casal. A mesa é farta e tem variados tipos de pães, bolos doces e tortas doces e salgadas, além de frutas variadas, sucos, água e leite. Os utensílios são dispostos à mesa de forma cautelosa e tudo como manda o figurino. Sr. Christian é de descendência de família tradicional inglesa e faz questão de que tudo esteja de forma impecável. Sra. Karla, sua esposa é nascida no Brasil e sua família faz parte da família tradicional da cidade. Uma união de contrato que após muitos anos deu certo, pois a mãe de Evans era apaixonada por um amigo que conheceu no Estados Unidos durante sua juventude enquanto estudava na faculdade. Para ela foi difícil, mas teve que ceder, sua família tinha apenas nome, mas já estava envolvida em muitas dividas e para não perder o prestígio entregaram
Mayara sabia que não deveria ficar pensando muito naquele rapaz, pois eles eram de mundos completamente distintos e o que poderia sobrar para ela seria somente lágrimas. Não ia procurar saber quem era, porque poderia aumentar mais sua ansiedade, gerar expectativas e trazer muita dor. Ela tinha ciência do quanto seria difícil deixar de pensar em Evans, mas uma hora ela esqueceria. Ela não podia perder o foco e ele era apenas uma distração na cabeça dela para desviar dos seus objetivos. Decidiu não perder mais tempo e relaxar para fazer a prova. Assim que acabou de responder às questões ela entregou a prova e saiu, porque assistiu as duas primeiras aulas e quando fizesse a prova poderia ir embora.Mayara havia falado com a Flávia que hoje não esperava por ela, pois tinha umas tarefas para terminar em casa e não tinha treino de voleibol na segunda-feira. Ela saiu da escola e precisava atravessar a avenida para chegar ao ponto de ônibus. O sinal estava aberto para os carros e ela aguarda
O Sr. Frederico é segurança do Evans desde a sua adolescência. Ele é considerado um amigo, claro que com os devidos respeitos e considerações. Eles viajam juntos e sempre que tem oportunidade, Evans conversa com ele sobre a família do Sr. Frederico e assuntos variados. Após alguns minutos Evans ouve três batidas na porta. Ele diz para a pessoa entrar e o forte Sr. Frederico aparece muito bem alinhado vestindo terno preto e camisa branca. Os sapatos pretos impecáveis. Ele tem a pele bronzeada, mede aproximadamente um metro e noventa e tem quarenta e sete anos, mas com todo o cuidado que tem com a aparência, aparenta menos idade.Mesmo tendo algumas liberdades com o Sr. Evans, o Sr. Frederico sabe muito bem seu lugar e que também deve estar sempre pronto para protegê-lo e ajudar no que for preciso. Já passaram por muitas coisas e Sr. Frederico está sempre pronto e atualizado nas suas habilidades. Discretamente ele anda armado e sabe estrategicamente onde ficar quando sai com o Sr. Evans
Mayara atravessa a rua encantada com a cor azul daquele carro. Era uma cor diferente e um carro diferente, ela pensou. Atravessou a outra faixa e mais alguns passos alcançou o ponto de ônibus onde ficou por um bom tempo esperando. Seu ônibus chegou, ela entrou e logo se acomodou em uma cadeira no canto, próximo da janela. Ainda não era horário de pico e o coletivo estava consideravelmente com as cadeiras vazias. Ela sempre achava o máximo conseguir sentar, pois sempre que sai da escola em horário normal é um verdadeiro inferno entrar no ônibus e achar lugar para sentar, pode esquecer. Ela tentou dar uma cochilada no trajeto para casa, mas não aproveitou muito, porque as três vezes que tentou fechava os olhos tinha a imagem daquele homem na sua frente. Ela não queria pensar nele. Já que não conseguia nem tirar seu cochilo habitual no ônibus ela começou a fazer sua rota de hoje, entre tarefas e diversão. Quando chegasse arrumaria a casa, faria a leitura do texto para a prova de amanhã
Evans precisou se ausentar do país. E recebeu informações sobre a moça somente quando estava chegando em Toronto, no Canadá. Era a empresa norte-americana que precisava pessoalmente tirar uma pessoa que estava prejudicando os negócios.O Sr. Christian, deu ao seu irmão mais novo, Francis a oportunidade de dirigir a empresa instalada em Toronto. Filho do segundo casamento do pai, Francis tinha 30 anos, alto e forte, um homem moreno, cabelos negros e com uma beleza grega, característica bem definida herdada graças à sua mãe que era grega. Ele também era pura ambição. Ele queria a empresa em Toronto e agia de forma tão inadequada que estava levando-a a queda e até mesmo a possibilidade de fechamento.Evans interviu de forma sutil, deixando no lugar de seu tio uma pessoa de sua inteira confiança. Francis por sua vez não ficou satisfeito com a mudança, o simples cargo de gerente não era o que ele almejava. E o seu sobrinho poderia contar que certamente teria problemas futuros com ele.----
Mayara nunca se preocupou com o que as pessoas pensavam em relação a ela e as suas escolhas, que eram poucas, devido à tenra idade. Mas no seu coração ela queria alçar altos voos e sabia que somente com muito esforço alcançaria seus objetivos. Mesmo assim, com toda determinação, a opinião dos pais acabavam pesando nas suas escolhas. Então como havia tido alguns problemas por causa do irmão que inventava histórias de que ela estava arrumando namorados ela treinava o voleibol somente com a permissão de sua mãe. Os treinos eram durante o período da tarde, então não tinha como seu pai saber. Ele trabalhava em horário integral, das 8 da manhã às 18 horas, na indústria têxtil Solis, da família de Mariana, noiva de Evans.Ela é uma excelente jogadora de vôlei, muito aplicada e dedicada, participou de algumas competições com o time da escola e ouviu dizer até que haveria possibilidade de algum time profissional contratar atletas que participam de equipes de escola para fazer parte da equipe.
No final do mês de outubro, terça-feira, Mayara segue a rotina de seu dia. Levantou as cinco horas da manhã, arrumou-se para a escola, ligou para sua amiga Flávia acordar. Se encontram no ponto de ônibus. No caminho da escola planejavam como seria comemorado o aniversário de 18 anos dela, no sábado. Encontrou com Kadu na escola e os dois amigos foram embora, como de costume em dias de treino. E ela ficou na escola para treinar. Entrou no vestiário, tirou a roupa de uniforme e vestiu o uniforme de treino, um short de lycra e uma blusa de malha, porém justa que a deixava mais confortável, como uma baby look.No treino, ela e as amigas não perceberam nenhuma figura diferente na quadra até o momento em que ela percebe do lado direito da arquibancada uma silhueta de um homem que olhava para ela. Ela sentiu seu corpo estremecer. A luz do sol a deixou meio confusa, mas ela percebeu que o homem que a olhava não estava de terno, mas estava com uma camisa de malha cor salmão, uma calça esporte