Já era manhã de domingo após o dia do evento que aconteceu na casa do Sr. Christian Smith e Evans estava alvoroçado ligando para Jonas e perguntando se já sabia quem era aquela mulher. Jonas ainda atordoado do outro lado da ligação não entendia o que Evans falava, porque a festa havia acontecido na noite anterior e ele ainda nem havia levantado.
Jonas: Calma Evans! Não sei o que você está falando. Preciso acordar e entender tudo. Lembra de quando tentei encontrá-la na festa?
Evans: Preciso da sua ajuda. O buffet foi contratado pela minha mãe. Não tem como errar, porque ela era muito linda, alta, com pele de cor bronzeadada, olhos pretos. Preciso que me ajude pedindo ao buffet que disponibilize a lista com os endereços das pessoas.
Jonas: Você ficou louco? E a Mariana? Estão noivos há dois anos e todos aguardam o anúncio da data do casamento. O que você vai querer com uma serviçal, uma garçonete?
Evans: Não sei dizer o que aconteceu, mas a Mariana nunca me fez sentir o que senti por aquela mulher. Preciso entender o que está acontecendo. Você tem muitos conhecimentos com as pessoas da cidade e estive fora por muito tempo.
Na verdade, Evans pouco se envolvia com as pessoas na cidade. Sua família era muito reservada e ele estudou em escolas na capital e cursou faculdade na Europa. Ele tinha poucos conhecidos na cidade a não ser os figurões, a elite. Jonas, diferente dele acabou fazendo amizades na cidade, conhecia muitas pessoas, pois ele era do ramo de organização de festas e eventos (grandes eventos), gostava desde criança.
Jonas acabou concordando com Evans e disse que precisaria de um prazo, porque no domingo não conseguiria falar com a equipe do buffet, mas na segunda-feira já estaria com a lista e poderia ajudá-lo a procurar a garota dos olhos grandes.
Para Evans o domingo não passou. Cada hora equivalia a uma eternidade. Ele não conseguia entender este misto de sentimentos. Não sabe o nome daquela mulher, nunca havia visto e nem chegado perto dela. Como poderia sentir tantas coisas assim?
A tarde findou e restava ainda um fio de noite. Mariana foi visitá-lo, pois ele não havia combinado nada com ela. Se encontraram em uma das amplas salas de estar da mansão e Evans somente foi atencioso com ela, mas seu corpo não estava presente.
Mariana: o que está acontecendo? Sinto que você está distante.
Evans: Não é nada. Estou pensando em como resolverei uns problemas que discuti com meu pai na noite passada sobre a empresa. Nada que você precise se preocupar.
Mariana, por sua vez não percebeu nenhuma mudança no seu noivo, pois o namoro deles sempre foi muito resguardado e ela apreciava a forma com que é tratada por Evans, pois imagina que ele a resguarda para o casamento.
Ela falou sobre o tempo que ele esteve fora e da sua vontade de fazer um tour pela Europa após o término de sua faculdade de designer. Disse a ele que a viagem seria interessante para ela aprimorar sua ideias quanto a moda passando por países com histórias intrigantes de moda.
Evans permanecia em silêncio contemplando o nada, com seus lindos e profundos olhos verdes. E seu pensamento era somente: "será que a verei novamente?". Aqueles grandes olhos não saia da sua mente. Ele imaginava o quanto de história aquela mulher trazia. Ele queria sentir o cheiro da sua pele dourada e tocar os aveludados cabelos. Nunca se sentiu tão lacivo, nem mesmo na sua infância e adolescência. Sabia que precisava fazer alguma coisa antes de explodir.
Quando Mariana tentou por várias vezes acariciá-lo ele instintivamente se esquivou ou arrumou uma desculpa para sair fora. Em agluns instantes chegava a fechar os olhos e transar com sua noiva de tempos, seria algo natural, pelo tempo que estão juntos. Mas ele não a queria e achava que seria inconveniente neste momento a usasse apenas para aliviar seu tesão por aquela mulher tão linda. Ele na verdade, nunca a desejou como mulher. Sabia quer seriam boa companhia um para o outro por um período de suas vidas, até o contrato de casamento terminar o seu prazo.
Mariana tinha planos de fazê-lo apaixonar-se por ela e dar a ele um herdeiro.
É domingo e para Mayara Santos é dia de preparar o almoço e comer com a família. Tradicionalmente ela prepara: frango refogado ou frito maionese e macarronada, apesar de gostar de inovar e fazer pratos diferentes. O domingo é seguido de rituais e sempre na parte da tarde ela costuma sentar no portão para conversar com as vizinhas e no final do dia sai com os amigos, incluindo, Flávia e seu noivo. Era um programa marcado. Por ser o último momento do final de semana não iam longe. Sentavam na mesa de um barzinho em um bairro próximo da Vila. Pediam umas cervejas e alguns petiscos. Não demoravam no local e sempre dividiam a conta. Mayara era muito comunicativa e fazia amizade muito fácil. Apesar de o grande número de amigos serem do sexo masculino, ela não apresentava nenhum interesse por eles.A sua repulsa por homens era muito grande, porque após conseguir fugir das investidas de seu irmão ela passou a ser agredida por ele. Ou pelo pai dela que acreditava em tudo que ele falava. Ele
Madrugada de segunda-feira, não passa das 5 horas e, Mayara já está se preparando sua ida para a escola. É meados de setembro e está em período de provas por isso não havia necessidade de levar muito material escolar. Ela havia vestido o uniforme e começava a preparar o café da manhã, pois a estudava em uma escola pública, municipal, uma das melhores escolas públicas da cidade. Precisaram passar por processo seletivo para conseguir a vaga. Como sempre ela despertava Flávia ligando apra a casa dela. E as duas se encontravam no ponto do ônibus, pois a escola não ficava na Vila e sim num local classe média alta da cidade.Mayara saiu de casa com cabelos presos em um jovial rabo de cavalo com alguns fios soltos que caiam nos olhos. O penteado fazia com que ficasse exposto todo o seu pescoço e a nuca. Ela vestia uma calça de uniforme azul que tinha um corte reto e uma blusa branca com o imblema da escola. Dependurado ao ombro ela levava sua bolsa a tira colo. Seu tamanho e aparência esguia
Do outro lado da cidade, na mansão dos Smith às 7 horas da manhã, o café está servido. Em uma imensa mesa com cadeiras dispostas para dez pessoas estão Se. Christian, Karla, Evans e a doce Celine, filha adolescente do casal. A mesa é farta e tem variados tipos de pães, bolos doces e tortas doces e salgadas, além de frutas variadas, sucos, água e leite. Os utensílios são dispostos à mesa de forma cautelosa e tudo como manda o figurino. Sr. Christian é de descendência de família tradicional inglesa e faz questão de que tudo esteja de forma impecável. Sra. Karla, sua esposa é nascida no Brasil e sua família faz parte da família tradicional da cidade. Uma união de contrato que após muitos anos deu certo, pois a mãe de Evans era apaixonada por um amigo que conheceu no Estados Unidos durante sua juventude enquanto estudava na faculdade. Para ela foi difícil, mas teve que ceder, sua família tinha apenas nome, mas já estava envolvida em muitas dividas e para não perder o prestígio entregaram
Mayara sabia que não deveria ficar pensando muito naquele rapaz, pois eles eram de mundos completamente distintos e o que poderia sobrar para ela seria somente lágrimas. Não ia procurar saber quem era, porque poderia aumentar mais sua ansiedade, gerar expectativas e trazer muita dor. Ela tinha ciência do quanto seria difícil deixar de pensar em Evans, mas uma hora ela esqueceria. Ela não podia perder o foco e ele era apenas uma distração na cabeça dela para desviar dos seus objetivos. Decidiu não perder mais tempo e relaxar para fazer a prova. Assim que acabou de responder às questões ela entregou a prova e saiu, porque assistiu as duas primeiras aulas e quando fizesse a prova poderia ir embora.Mayara havia falado com a Flávia que hoje não esperava por ela, pois tinha umas tarefas para terminar em casa e não tinha treino de voleibol na segunda-feira. Ela saiu da escola e precisava atravessar a avenida para chegar ao ponto de ônibus. O sinal estava aberto para os carros e ela aguarda
O Sr. Frederico é segurança do Evans desde a sua adolescência. Ele é considerado um amigo, claro que com os devidos respeitos e considerações. Eles viajam juntos e sempre que tem oportunidade, Evans conversa com ele sobre a família do Sr. Frederico e assuntos variados. Após alguns minutos Evans ouve três batidas na porta. Ele diz para a pessoa entrar e o forte Sr. Frederico aparece muito bem alinhado vestindo terno preto e camisa branca. Os sapatos pretos impecáveis. Ele tem a pele bronzeada, mede aproximadamente um metro e noventa e tem quarenta e sete anos, mas com todo o cuidado que tem com a aparência, aparenta menos idade.Mesmo tendo algumas liberdades com o Sr. Evans, o Sr. Frederico sabe muito bem seu lugar e que também deve estar sempre pronto para protegê-lo e ajudar no que for preciso. Já passaram por muitas coisas e Sr. Frederico está sempre pronto e atualizado nas suas habilidades. Discretamente ele anda armado e sabe estrategicamente onde ficar quando sai com o Sr. Evans
Mayara atravessa a rua encantada com a cor azul daquele carro. Era uma cor diferente e um carro diferente, ela pensou. Atravessou a outra faixa e mais alguns passos alcançou o ponto de ônibus onde ficou por um bom tempo esperando. Seu ônibus chegou, ela entrou e logo se acomodou em uma cadeira no canto, próximo da janela. Ainda não era horário de pico e o coletivo estava consideravelmente com as cadeiras vazias. Ela sempre achava o máximo conseguir sentar, pois sempre que sai da escola em horário normal é um verdadeiro inferno entrar no ônibus e achar lugar para sentar, pode esquecer. Ela tentou dar uma cochilada no trajeto para casa, mas não aproveitou muito, porque as três vezes que tentou fechava os olhos tinha a imagem daquele homem na sua frente. Ela não queria pensar nele. Já que não conseguia nem tirar seu cochilo habitual no ônibus ela começou a fazer sua rota de hoje, entre tarefas e diversão. Quando chegasse arrumaria a casa, faria a leitura do texto para a prova de amanhã
Evans precisou se ausentar do país. E recebeu informações sobre a moça somente quando estava chegando em Toronto, no Canadá. Era a empresa norte-americana que precisava pessoalmente tirar uma pessoa que estava prejudicando os negócios.O Sr. Christian, deu ao seu irmão mais novo, Francis a oportunidade de dirigir a empresa instalada em Toronto. Filho do segundo casamento do pai, Francis tinha 30 anos, alto e forte, um homem moreno, cabelos negros e com uma beleza grega, característica bem definida herdada graças à sua mãe que era grega. Ele também era pura ambição. Ele queria a empresa em Toronto e agia de forma tão inadequada que estava levando-a a queda e até mesmo a possibilidade de fechamento.Evans interviu de forma sutil, deixando no lugar de seu tio uma pessoa de sua inteira confiança. Francis por sua vez não ficou satisfeito com a mudança, o simples cargo de gerente não era o que ele almejava. E o seu sobrinho poderia contar que certamente teria problemas futuros com ele.----
Mayara nunca se preocupou com o que as pessoas pensavam em relação a ela e as suas escolhas, que eram poucas, devido à tenra idade. Mas no seu coração ela queria alçar altos voos e sabia que somente com muito esforço alcançaria seus objetivos. Mesmo assim, com toda determinação, a opinião dos pais acabavam pesando nas suas escolhas. Então como havia tido alguns problemas por causa do irmão que inventava histórias de que ela estava arrumando namorados ela treinava o voleibol somente com a permissão de sua mãe. Os treinos eram durante o período da tarde, então não tinha como seu pai saber. Ele trabalhava em horário integral, das 8 da manhã às 18 horas, na indústria têxtil Solis, da família de Mariana, noiva de Evans.Ela é uma excelente jogadora de vôlei, muito aplicada e dedicada, participou de algumas competições com o time da escola e ouviu dizer até que haveria possibilidade de algum time profissional contratar atletas que participam de equipes de escola para fazer parte da equipe.