Do outro lado da cidade, na mansão dos Smith às 7 horas da manhã, o café está servido. Em uma imensa mesa com cadeiras dispostas para dez pessoas estão Se. Christian, Karla, Evans e a doce Celine, filha adolescente do casal. A mesa é farta e tem variados tipos de pães, bolos doces e tortas doces e salgadas, além de frutas variadas, sucos, água e leite. Os utensílios são dispostos à mesa de forma cautelosa e tudo como manda o figurino. Sr. Christian é de descendência de família tradicional inglesa e faz questão de que tudo esteja de forma impecável. Sra. Karla, sua esposa é nascida no Brasil e sua família faz parte da família tradicional da cidade. Uma união de contrato que após muitos anos deu certo, pois a mãe de Evans era apaixonada por um amigo que conheceu no Estados Unidos durante sua juventude enquanto estudava na faculdade. Para ela foi difícil, mas teve que ceder, sua família tinha apenas nome, mas já estava envolvida em muitas dividas e para não perder o prestígio entregaram sua filha para um homem experiente e com muito dinheiro.
Sr. Christian, um homem mais velho beirando os seus sessenta e cinco anos, Sra. Karla ainda não havia chegado aos cinquenta anos. A mulher esbanjava beleza e jovialidade. Quando na presença do marido se portava como uma lady e até os sorrisos eram contidos, mas quando estava sozinha com os filhos Evans e Celine ela era sorriso solto e puro amor. Celine tinha a pele alva e cabelos loiros caindo nos ombros. Era uma adolescente com uma saúde muito delicada. E sua saúde muitas vezes a impedia de ir para a escola devido a uma doença autoimune e precisa ficar resguardada em casa sendo acompanhada por médicos. Evans é o filho mais velho do casal já com seus 24 anos. Estudou sempre em escolas na capital e recentemente formou-se na faculdade na Europa.
Era uma família ajustada dentro dos padrões esperados. A esposa cuidava da casa e dos filhos e mantinha o marido feliz e ele por sua vez levava o sustento para a casa além de manter o alto nível de vida da família. Sra. Karla, após se casar não visitou mais sua família e evitava notícias deles, pois o casamento contra sua vontade fez com que recuperaram o prestígio, mas ela perdeu seu grande amor. E ela até então não via nada de anormal no contrato de casamento de Evans com Mariana, pois os dois eram jovens com idade próxima e seu filho nunca havia comentado sobre outra pessoa, até o momento.
Após o desjejum, o Sr. Christian levantou para sair.
Sr.Christian: Evans estou saindo você quer ir comigo?
Evans: Irei mais tarde. Preciso resolver um assunto pendente. Encontro o senhor na empresa.
Sr. Christian desceu as escadas e seu motorista veio com sua luxuosa Mercedes Benz cor chumbo. Ele abre a porta de trás e entra no carro. Logo o carro sai e o portão abre deixando para trás aquela maravilhosa imagem da mansão atrás.
Evans está obstinado a saber quem é aquela mulher. Não consegue esperar a hora do seu amigo Jonas acordar. Pega o telefone e liga, sem se importar com a hora ou se Jonas trabalhou até altas horas na cidade vizinha em um evento.
O telefone toca algumas vezes, mas ninguém atende. Evans tenta mais duas vezes e começa a ficar enlouquecido, na terceira tentativa.
Jonas: Cara P***, essas são horas de ligar? Sabe que acabei de deitar?
Evans: Desculpe, mas achei que você já poderia ter alguma informação para mim. - responder corado de vergonha do outro lado da linha.
Jonas: Poderia ter se você não estivesse tão louco. Posso até adiantar que é uma mulherzinha comum, uma qualquer que quando se aproxima de você vai querer somente ganhar alguma coisa de você. O que você vai esperar de uma simples serviçal?
Evans: Não seja rude. Já me desculpei com você. Vai me ajudar ou terei que pedir para outra pessoa?
Jonas: Desculpa cara é que cheguei tarde e acabei dormindo tarde. Só um momento que te envio os nomes das pessoas que estavam na festa. E não posso te garantir nada.
Evans: Por que?
Jonas: Porque o buffet contrata pessoas, que contratam outras pessoas. Tipo um contrato dentro de outro contrato.
Evans: Entendi. Aguardo a lista.
Após a angustiante espera de duas horas Jonas envia uma lista para Evans com mais de cinquenta nomes de mulheres. Ele fica assustado e pensa como pode ser que houvesse tantas pessoas assim servindo naquele dia? Mas fazia sentido, pois ele sempre tinha uma taça cheia e os petiscos eram servidos sempre a todo momento e quentes. É uma logística pensada em rodízio de pessoas para servir.
Evans pegou a lista e começou a ler tentando encaixar aquele rosto a alguém, mas não conseguia, Mayara estava exclusivamente com Flávia. O nome de Flávia estava na lista, inclusive era o primeiro que começava com F na lista que estava em ordem alfabética, Flávia Lima.
O desespero tomou o coração de Evans e ele percebeu que daquele jeito nunca encontraria aquela moça. Lançou o celular longe e começou a pensar em outra forma de resolver o impasse. Ele precisava de algo mais. Ele precisava conversar com Jonas para ajudá-lo a encontrar uma estratégia. Ele pegou o celular e ajeitou sua roupa no corpo. Ele vestia um terno de cor cinza bem ajustado ao corpo, era um da coleção de uma das empresas da família e o sapato que compunha o traje também era de fabricação própria e internacional.
Mas agora precisava ir para a empresa resolver alguns assuntos que estavam pendentes da fábrica da América do Norte. Ele respirou fundo e saiu para a garagem. Escolheu um carro esportivo de luxo e saiu para a empresa.
Mayara sabia que não deveria ficar pensando muito naquele rapaz, pois eles eram de mundos completamente distintos e o que poderia sobrar para ela seria somente lágrimas. Não ia procurar saber quem era, porque poderia aumentar mais sua ansiedade, gerar expectativas e trazer muita dor. Ela tinha ciência do quanto seria difícil deixar de pensar em Evans, mas uma hora ela esqueceria. Ela não podia perder o foco e ele era apenas uma distração na cabeça dela para desviar dos seus objetivos. Decidiu não perder mais tempo e relaxar para fazer a prova. Assim que acabou de responder às questões ela entregou a prova e saiu, porque assistiu as duas primeiras aulas e quando fizesse a prova poderia ir embora.Mayara havia falado com a Flávia que hoje não esperava por ela, pois tinha umas tarefas para terminar em casa e não tinha treino de voleibol na segunda-feira. Ela saiu da escola e precisava atravessar a avenida para chegar ao ponto de ônibus. O sinal estava aberto para os carros e ela aguarda
O Sr. Frederico é segurança do Evans desde a sua adolescência. Ele é considerado um amigo, claro que com os devidos respeitos e considerações. Eles viajam juntos e sempre que tem oportunidade, Evans conversa com ele sobre a família do Sr. Frederico e assuntos variados. Após alguns minutos Evans ouve três batidas na porta. Ele diz para a pessoa entrar e o forte Sr. Frederico aparece muito bem alinhado vestindo terno preto e camisa branca. Os sapatos pretos impecáveis. Ele tem a pele bronzeada, mede aproximadamente um metro e noventa e tem quarenta e sete anos, mas com todo o cuidado que tem com a aparência, aparenta menos idade.Mesmo tendo algumas liberdades com o Sr. Evans, o Sr. Frederico sabe muito bem seu lugar e que também deve estar sempre pronto para protegê-lo e ajudar no que for preciso. Já passaram por muitas coisas e Sr. Frederico está sempre pronto e atualizado nas suas habilidades. Discretamente ele anda armado e sabe estrategicamente onde ficar quando sai com o Sr. Evans
Mayara atravessa a rua encantada com a cor azul daquele carro. Era uma cor diferente e um carro diferente, ela pensou. Atravessou a outra faixa e mais alguns passos alcançou o ponto de ônibus onde ficou por um bom tempo esperando. Seu ônibus chegou, ela entrou e logo se acomodou em uma cadeira no canto, próximo da janela. Ainda não era horário de pico e o coletivo estava consideravelmente com as cadeiras vazias. Ela sempre achava o máximo conseguir sentar, pois sempre que sai da escola em horário normal é um verdadeiro inferno entrar no ônibus e achar lugar para sentar, pode esquecer. Ela tentou dar uma cochilada no trajeto para casa, mas não aproveitou muito, porque as três vezes que tentou fechava os olhos tinha a imagem daquele homem na sua frente. Ela não queria pensar nele. Já que não conseguia nem tirar seu cochilo habitual no ônibus ela começou a fazer sua rota de hoje, entre tarefas e diversão. Quando chegasse arrumaria a casa, faria a leitura do texto para a prova de amanhã
Evans precisou se ausentar do país. E recebeu informações sobre a moça somente quando estava chegando em Toronto, no Canadá. Era a empresa norte-americana que precisava pessoalmente tirar uma pessoa que estava prejudicando os negócios.O Sr. Christian, deu ao seu irmão mais novo, Francis a oportunidade de dirigir a empresa instalada em Toronto. Filho do segundo casamento do pai, Francis tinha 30 anos, alto e forte, um homem moreno, cabelos negros e com uma beleza grega, característica bem definida herdada graças à sua mãe que era grega. Ele também era pura ambição. Ele queria a empresa em Toronto e agia de forma tão inadequada que estava levando-a a queda e até mesmo a possibilidade de fechamento.Evans interviu de forma sutil, deixando no lugar de seu tio uma pessoa de sua inteira confiança. Francis por sua vez não ficou satisfeito com a mudança, o simples cargo de gerente não era o que ele almejava. E o seu sobrinho poderia contar que certamente teria problemas futuros com ele.----
Mayara nunca se preocupou com o que as pessoas pensavam em relação a ela e as suas escolhas, que eram poucas, devido à tenra idade. Mas no seu coração ela queria alçar altos voos e sabia que somente com muito esforço alcançaria seus objetivos. Mesmo assim, com toda determinação, a opinião dos pais acabavam pesando nas suas escolhas. Então como havia tido alguns problemas por causa do irmão que inventava histórias de que ela estava arrumando namorados ela treinava o voleibol somente com a permissão de sua mãe. Os treinos eram durante o período da tarde, então não tinha como seu pai saber. Ele trabalhava em horário integral, das 8 da manhã às 18 horas, na indústria têxtil Solis, da família de Mariana, noiva de Evans.Ela é uma excelente jogadora de vôlei, muito aplicada e dedicada, participou de algumas competições com o time da escola e ouviu dizer até que haveria possibilidade de algum time profissional contratar atletas que participam de equipes de escola para fazer parte da equipe.
No final do mês de outubro, terça-feira, Mayara segue a rotina de seu dia. Levantou as cinco horas da manhã, arrumou-se para a escola, ligou para sua amiga Flávia acordar. Se encontram no ponto de ônibus. No caminho da escola planejavam como seria comemorado o aniversário de 18 anos dela, no sábado. Encontrou com Kadu na escola e os dois amigos foram embora, como de costume em dias de treino. E ela ficou na escola para treinar. Entrou no vestiário, tirou a roupa de uniforme e vestiu o uniforme de treino, um short de lycra e uma blusa de malha, porém justa que a deixava mais confortável, como uma baby look.No treino, ela e as amigas não perceberam nenhuma figura diferente na quadra até o momento em que ela percebe do lado direito da arquibancada uma silhueta de um homem que olhava para ela. Ela sentiu seu corpo estremecer. A luz do sol a deixou meio confusa, mas ela percebeu que o homem que a olhava não estava de terno, mas estava com uma camisa de malha cor salmão, uma calça esporte
Evans no caminho de casa ligou desorientado para Jonas.Jonas: Oi Evans! Já está de volta no Brasil? Voltou quando?Evans: Estou sim. Preciso falar com você urgente. Precisa ser pessoalmente.Jonas: O que aconteceu?Evans: Podemos encontrar no bistrô Lavinnye?Jonas: Estou indo para lá.O Bistrô Lavinnye era um restaurante chique, despretensioso que servia bebidas e alguns lanches deliciosos. Com mesas e cadeiras altas dispostas do lado de fora e coberto com um suntuoso toldo, lembrando bem o estilo dos bistrôs franceses. Situado em frente a uma pequena praça e próximo haviam outros bares. A chegada de Evans no local não causava muito impacto, porque naquela hora estavam somente a proprietária e um funcionário, mas mesmo assim, ele não deixou de chamar atenção com aquela beleza européia. Ele desceu do carro e pediu uma cerveja artesanal frutada. Ela era fabricada pelos proprietários do bistrô. Já havia tanto tempo que ele não passava ali, que resolveu saborear aquela preciosidade. E
A semana para Mayara foi muito estranha, não conseguia relaxar preocupada com a saída da aula e do treino. ela queria encontrar aquele homem, mas não queria. Ela estava com muitos sentimentos tomando seu coração. Kadu a acompanhou até o ponto de ônibus nos dias em que não havia treino e só não a acompanhou na sexta-feira. Flávia estava preparando a festa de aniversário e precisava ir à loja de materiais de festa para comprar algum souvenir.Evans contra sua vontade não foi na escola de Mayara. Ele estava pensando o que fazer para alcançá-la em seu território conforme instruções de Jonas. Ele sabia que era aniversário dela na sexta-feira, pois estava registrado em seu dossiê, pensou em um presente que daria a uma adolescente em período de transição onde começa a deixar as coisas de criança e está se tornando uma mulher.Mayara nunca teve festa suntuosa de aniversário. A família é muito grande e sempre é complicado fazer um bolo, quem dirá fazer um baile de debutante. Por isso, para ela