CAPÍTULO 67 Desirée

Minha mãe lança um olhar de desgosto para Otávio, que permanece impassível, mas seu silêncio parece mais ameaçador do que qualquer palavra que ele pudesse dizer.

— Posso ver que você se envolveu com o conselheiro da Cosa Nostra. Tem que ter muita coragem para isso. — Ela faz uma pausa, como se quisesse que suas palavras se aprofundassem como lâminas. — Você sabe exatamente o que ele faz?

— Eu sei exatamente o que ele fez e faz. — Minha voz soa firme, mas por dentro eu tremo.

Não, eu não sei exatamente o que ele fez e faz.

Ela sorri, aquele sorriso debochado que me faz querer atravessá-la.

— Percebo. — A risada seca dela ecoa pelo quarto. Meu olhar corre para Otávio, e vejo um brilho assassino nos olhos dele, tão intenso que quase me faz recuar.

— Mas vamos lá... Tentarei ser uma boa mãe dessa vez. O que minha filha deseja saber?

Minhas unhas se cravam na palma da minha mão. A vontade de esbofeteá-la é quase insuportável, mas me seguro.

— Paulo realmente não é meu pai? — Minha voz falh
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