Kallista estava perdida em seus pensamentos, ainda ecoando os fragmentos do sonho que a deixaram inquieta. De repente, ouviu um estalo de dedos bem na sua frente. Ela piscou, voltando à realidade, e encontrou Lucien a observando com uma expressão preocupada.“Está tudo bem?” ele perguntou, a preocupação evidente em seu tom. “Você tem estado um tanto dispersa nas últimas noites.”Kallista suspirou, tentando afastar os resquícios do sonho que ainda a atormentavam. “Quando você vai me assumir para a sua família?” ela perguntou de forma direta. “Quando esse joguinho vai acabar?”Lucien hesitou por um momento, olhando nos olhos dela. “Calma, Kallista. Estou esperando os resultados saírem. Assim que comprovar que você é apenas uma híbrida, começarei a trilhar um caminho para que meus pais a aceitem.”Ela soltou uma risada sem humor. “Mesmo sendo híbrida, já seria um caminho difícil, não acha? E se eu fosse… tribida? O que você acharia?”Ele riu, um som que soou leve, mesmo que a tensão no a
Kallista saiu correndo da biblioteca, seu coração acelerado e a mente a mil. Ela precisava encontrar uma saída antes que o clã tivesse os resultados em mãos e o peso de sua verdadeira identidade se tornasse um fardo insuportável. As saias dos vestidos a atrapalhavam, dificultando sua corrida, mas a adrenalina a impulsionava a continuar.Ao chegar no meio do corredor, um conhecido sorriso arrogante apareceu à sua frente. Era Fausto, que a observava com um ar de superioridade. “Estou ansioso pela chegada dos seus exames, Kallista,” ele disse, a voz cheia de ironia.Ela não o confrontou, não tinha forças para isso. Com um gesto desdenhoso, apenas passou por ele, determinada a não deixar que suas palavras a afetassem. O que importava naquele momento era se proteger e descobrir como lidar com a nova realidade que a aguardava.Ao chegar em seu quarto, Kallista fechou a porta com força e correu até sua escrivaninha. Com mãos trêmulas, abriu seu diário e começou a escrever freneticamente. “Ag
Kallista pulou a janela de seu dormitório, o coração ainda pesado com a dor da rejeição que sentira naquela noite. Porém, ao se deparar com uma cena inesperada, sua surpresa a fez hesitar. O rei Viktor estava ali, ao lado de Adrian, que estava sentado em sua cama, com um semblante sério, mas acolhedor.Antes que Kallista pudesse começar a se explicar ou sentir a pressão do momento, Adrian sorriu para ela, fazendo um gesto que parecia aliviar a tensão. “Sua mãe fazia a mesma coisa,” ele disse, como se compartilhasse um segredo. “Sempre escapava pela janela quando as coisas ficavam difíceis.”A confusão de Kallista aumentou. “O que vocês estão fazendo aqui?” ela perguntou, tentando entender a situação.O rei Viktor, com sua presença imponente, interveio. “O resultado do seu exame já saiu, Kallista. Ele confirma que você é tribida,” disse ele, com uma seriedade que não podia ser ignorada. “Estamos revirando a árvore genealógica de toda a família real para entender a extensão dos seus laç
A luz suave da manhã filtrava-se pelas cortinas da janela do quarto de Kallista, iluminando o espaço com um brilho dourado. Hoje era um dia especial; ela completava 17 anos. A expectativa dançava no ar, misturada à ansiedade. Amigos e familiares estavam a caminho para a festa, mas uma sensação inquietante a acompanhava, como se algo estivesse prestes a mudar. Kallista se sentou em frente ao espelho, observando seu reflexo. Seus cabelos castanho-claro caíam em ondas suaves sobre os ombros, e ela sempre achou que tinham um brilho especial sob a luz do sol. Mas eram seus olhos que mais a intrigavam: grandes e expressivos, refletiam uma profundidade que a fazia sentir que, em algum lugar dentro dela, havia um segredo escondido, esperando para ser descoberto.Às vezes, ela se perguntava se aqueles olhos revelavam mais do que apenas sua aparência. Havia algo neles que parecia carregar uma história, um mistério que desafiava a superfície de sua vida cotidiana. Kallista costumava se perder em
O lobo cinza, imponente e majestoso, permaneceu parado na varanda, seus olhos amarelos fixos em Kallista e Alaric. O silêncio que se seguiu parecia quase pesado, como se o ar estivesse carregado de expectativa. Kallista estava paralisada, o coração batendo descontroladamente enquanto o instinto de luta ou fuga a dominava. Ela não sabia se corria ou se ficava ali, mas a presença do lobo a fazia sentir-se extremamente vulnerável.Então, algo extraordinário aconteceu. Kallista ouviu uma voz ressoar em sua mente, profunda e poderosa, como um eco distante. "Kallista. Eu não sou seu inimigo."Ela se virou para Alaric, seus olhos arregalados de medo. "Ele está falando comigo... na minha cabeça!"Alaric, ainda em sua postura protetora, olhou para o lobo com uma mistura de respeito e preocupação. "Fenris, o que você está fazendo aqui?""E vim trazer uma mensagem urgente."Kallista se agarrou a Alaric, buscando conforto na presença familiar dele. "O que você quer dizer com isso? O que está acon
A chuva caía incessantemente naquela noite, uma cortina de água fria que parecia lavar as ruas e o desespero que envolvia Katherine. Com Kallista, ainda um bebê, nos braços, ela se movia rapidamente, suas habilidades vampíricas permitindo que seus pés mal tocassem o solo. A escuridão a rodeava, mas nada era mais opressivo do que a dor que sentia pela perda de Damon, o homem que amava e que havia dado a vida para protegê-las.As lágrimas escorriam pelos olhos azuis de Katherine, misturando-se com a chuva. Ela não se permitia pensar na morte de Damon, não agora. Ele havia se sacrificado para que elas pudessem ter uma chance, e ela não poderia deixar que sua coragem fosse em vão. Cada passo que dava era uma promessa silenciosa de que Kallista teria um futuro, longe das garras dos sobrenaturais que as perseguiam.Finalmente, após o que pareceram horas de corrida, Katherine parou em frente à casa dos Walter. Era um lugar que o rei feérico Thalion havia indicado como seguro, e ela se agarro
Kallista estava parada em frente à mala aberta, seu coração pesado enquanto encarava a realidade que a cercava. Em uma única noite, sua vida havia mudado radicalmente; agora, ela estava prestes a deixar tudo o que conhecia para trás e se aventurar em um mundo desconhecido. Um mundo onde era vista como uma estranha, onde os sobrenaturais a olhavam com desconfiança e desprezo. O medo do que estava por vir se mesclava à ansiedade, e ela se sentia como se estivesse prestes a saltar de um penhasco sem saber o que encontraria lá embaixo.Alaric, encostado na porta, observava em silêncio. Ele sempre fora seu apoio, mas agora a deixaria seguir sozinha. Kallista virou-se para ele, a frustração começando a brotar. "Por que você não pode me acompanhar para essa escola?" Ela perguntou, a voz trêmula. "Eu não quero ir sozinha."Ele suspirou, seu olhar sério. "Kallista, no reino dos lobos e dos vampiros, eu sou visto como um bastardo, um filho fora do casamento. Não sou bem-vindo lá. Assim que você
Kalista agora estava sentada em frente a uma mesa enorme de madeira, algo raro de se ver nos dias de hoje. Atrás dela estava o diretora Adriata, uma vampira de beleza estonteante. Sua pele pálida e impecável era típica da sua espécie, e seus lábios vermelhos contrastavam com os olhos azul-claros que transmitiam uma serenidade acolhedora. Kalista percebeu que havia ternura e compaixão no olhar de Adriata, o que a deixava um pouco mais à vontade em meio a toda a estranheza que a cercava."Kalista, precisamos discutir algumas regras", começou ela, sua voz suave. "Aqui, você não pode usar nada que pertença ao mundo humano. É uma questão de segurança.Ela assentiu, sentindo o peso das palavras. "E se eu esquecer e usar algo por acidente?""Os resultados podem ser severos", respondeu , com um olhar sério. "Mas não se preocupe, você terá tempo para se acostumar. A escola pode ser um lugar acolhedor, se você permitir."Kalista olhou para ela, seu coração apertando. "E quanto ao meu dormitório