Capítulo 5: Começos

O vilarejo à minha frente era simples, mas encantador. Pessoas com traços semelhantes a Alaric e Fenrys circulavam por ali: homens e mulheres de porte atlético, altos e levemente bronzeados, com cabelos em tons claros que brilhavam sob a luz do sol. Eu fiquei fascinada e um pouco intimidada.

"Bem-vinda à alcateia de lobos," Fenrys explicou, observando minha reação. "Essa é uma característica forte dos lobos. E assim como todos os vampiros são altos, esguios e pálidos, com cabelos que vão do preto ao ruivo, você começará a entender como funciona o mundo ao qual agora pertence."

Olhei em volta, absorvendo cada detalhe. Havia uma energia vibrante no ar, e, apesar de todo o desconhecido, uma parte de mim se sentia em casa. O medo ainda estava presente, mas era acompanhado por uma curiosidade ardente. O mundo sobrenatural era real, e agora eu fazia parte dele.

Com um suspiro profundo, me preparei para dar o próximo passo em minha nova vida, determinada a descobrir quem eu era e onde me encaixava nesse novo cenário.

Minha mãe adotiva, Amelia, se aproximou com um colar que reconheci imediatamente. Era o brasão da minha família, uma águia bípede, um símbolo de força. Amelia também segurava uma carta, que eu sabia ser da minha mãe biológica. "Leia quando estiver menos confusa," disse meu pai adotivo, a voz cheia de amor e preocupação. "Quando puder compreender quem foram seus pais."

Com lágrimas nos olhos, olhei para os objetos como se tivessem vida própria. Despedi-me de meus pais adotivos com um abraço apertado, sentindo o calor e o amor que sempre me cercaram. O mundo humano estava atrás de mim, e o desconhecido à minha frente.

Antes de partir, Alaric se aproximou e entregou um presente. Era um diário de capa preta, com desenhos de estrelas e da lua. "Quando se sentir confusa ou perdida, escreva neste diário. Ele ajudará você," ele disse, o olhar sincero.

Observei o presente, confusa, mas achando o gesto incrivelmente bonito. Sorri, um sorriso triste, e então olhei profundamente para aquelas três pessoas que tanto amava. O amor e a saudade me envolviam, mas eu sabia que precisava seguir em frente.

Com um último olhar para o lar que deixava para trás, segui em direção ao mundo sobrenatural. O portal me aguardava, e com cada passo, meu coração pulsava com uma mistura de medo e esperança. A jornada estava apenas começando, e eu estava determinada a encontrar meu lugar, mesmo em meio à incerteza.

Parei em frente a um pequeno castelo, admirando as grandes estátuas de anjos caídos que guardavam a entrada. Fiz uma careta, pensando em quão dramático aquilo parecia. Era como se cada figura estivesse ali para contar uma história de tragédia e desespero, e não pude deixar de rir da situação.

Adrian parou ao meu lado, admirando os mesmos anjos. "Patético, não? Beirando ao drama?" ele perguntou, um sorriso de lado iluminando seu rosto. Assenti, a risada escapando de meus lábios. Havia algo reconfortante na presença dele, uma sensação familiar que não conseguia identificar. Os olhos azuis, cheios de expressividade, e o sorriso de lábios cheios pareciam ressoar com uma parte de mim.

Percebendo que eu o observava com curiosidade, Adrian suspirou e disse: "Devemos entrar para conhecer a diretora." Ele fez questão de desviar dos alunos que circulavam, explicando que eu não precisava desse tipo de atenção no momento. Senti-me grata por isso; a última coisa que queria era ser o centro das atenções em meu primeiro dia.

Ao entrar, me vi em um antigo palácio que agora servia como escola. O lugar era magnífico, e um sorriso se espalhou pelo meu rosto ao pensar em como aquilo lembrava Hogwarts. Havia uma sensação de magia no ar, embora os símbolos de águia e lobo estivessem por toda parte.

"Adrian, o que a águia e o lobo significam?" Perguntei, olhando ao redor e tentando absorver cada detalhe. "Por que estão em todo lugar?"

Adrian sorriu ao ouvir minha pergunta. "A águia é o brasão do Reino dos Hungrias," ele explicou. "E o lobo representa os reis Saint Luise. Juntos, eles simbolizam a união das nossas linhagens."

Eu estava tão imersa na conversa que não percebi a conexão imediata. Mas, de repente, um estalo percorreu meu corpo quando olhei para meu pescoço. Com um movimento rápido, peguei o colar que minha mãe me deixara, o brasão da águia bípede brilhando sob a luz suave do castelo.

Olhei assustada para Adrian, que, com um sorriso sem graça, confirmou minha suspeita. "Katherine Hungria era sua mãe, a princesa herdeira," ele disse com suavidade. "E Damon Saint Luise, seu pai, era o único herdeiro do trono dos lobos."

As peças do quebra-cabeça começaram a se encaixar em minha mente. Fiquei em silêncio, o coração acelerado. "Isso faz de mim... a única sucessora viva?" A pergunta saiu em um sussurro, como se eu temesse que a resposta fosse negativa.

"Sim," Adrian confirmou, seu olhar sério. "É por isso que você não foi morta. Você é a última princesa dos dois tronos."

Senti uma onda de emoções me invadir. Medo, confusão, mas também um senso crescente de identidade. Eu não era apenas uma adolescente perdida; era parte de algo maior, de um legado que me conectava ao passado e ao futuro. A responsabilidade pesava sobre meus ombros, mas, ao mesmo tempo, algo dentro de mim começou a se acender.

"Se eu sou a última princesa, o que isso significa para mim? O que eu faço agora?" Perguntei, a incerteza evidente em minha voz.

Adrian olhou nos meus olhos, a seriedade de sua expressão refletindo a importância do que estávamos discutindo. "Significa que você tem um papel a desempenhar, Kallista. Mas primeiro, você precisa se conhecer e entender suas habilidades. Essa escola é o primeiro passo."

Respirei fundo, sentindo a mistura de ansiedade e excitação. Havia muito a aprender e a descobrir. Com um último olhar para o colar, me preparei para enfrentar o que estava por vir, determinada a abraçar meu destino e entender verdadeiramente quem eu era.

Eu estava sentada em frente a uma enorme mesa de madeira, algo raro de se ver nos dias de hoje. Atrás de mim estava a diretora Adriata, uma vampira de beleza estonteante. Sua pele pálida e impecável era típica da sua espécie, e seus lábios vermelhos contrastavam com seus olhos azul-claros que transmitiam uma serenidade acolhedora. Percebi que havia ternura e compaixão no olhar de Adriata, o que me deixava um pouco mais à vontade em meio a toda a estranheza que me cercava.

"Kallista, precisamos discutir algumas regras," começou ela, sua voz suave. "Aqui, você não pode usar nada que pertença ao mundo humano. É uma questão de segurança."

Assenti, sentindo o peso das palavras. "E se eu esquecer e usar algo por acidente?"

"Os resultados podem ser severos," respondeu ela, com um olhar sério. "Mas não se preocupe, você terá tempo para se acostumar. A escola pode ser um lugar acolhedor, se você permitir."

Olhei para ela, meu coração apertando. "E quanto ao meu dormitório? Eu ouvi que vou dividir com duas colegas."

Adriata fez uma pausa, como se estivesse ponderando suas palavras. "Sim, isso é verdade. No entanto, confio na escolha de suas colegas. Elas não farão de sua estadia um inferno."

Eu olhei para Adrian, implorando com os olhos. "Por favor, diga que elas não vão me tratar mal. Não sei se aguentaria mais preconceito."

Adrian inclinou a cabeça. "Acredite em mim, Kallista. Você está segura. Vamos lá, eu vou te levar até o dormitório."

Durante o trajeto, senti os olhares pesados de desprezo e medo dirigidos a mim. Era evidente que muitos me viam como uma estranha, e os lobos que cruzaram meu caminho não faziam questão de esconder suas opiniões.

"Parece que os sobrenaturais são mais preconceituosos do que eu imaginava," comentei, olhando para Adrian.

Ele concordou, um semblante triste se instalando em seu rosto. "Infelizmente, sim. Há muito tempo, eu também enfrentei isso. Mas as aparências podem enganar. Dê uma chance a eles."

Finalmente, chegamos ao quarto. A porta se abriu, revelando uma loira alta com olhos verdes brilhantes. Seu sorriso era radiante, marcado por uma camada de gloss rosa que refletia a luz. A jovem parecia ter uma alegria contagiante que aqueceu meu coração.

"Oi! Eu sou Vivianne!" disse a loira com entusiasmo, estendendo a mão em um gesto amistoso. "Você deve ser a Kallista! Estávamos ansiosas para te conhecer!"

Sorri timidamente. "Oi, Vivianne. É bom te conhecer."

Sentei-me na cama que seria minha por um tempo, observando o quarto ao meu redor. Vivi, minha nova colega de quarto, estava animada e já havia se acomodado ao meu lado, enquanto Ravenna, a outra colega, estava no canto, envolta em sombras, como se o escuro a abraçasse.

Ravenna, com seus longos cabelos negros e belos olhos azuis elétricos, olhou para mim e sorriu. "Legal, temos uma híbrida!" Ela voltou a se concentrar em sua HQ, um sorriso brincando em seus lábios.

Vivi virou-se para mim, a curiosidade brilhando em seus olhos. "E aí, Kallista! Como é o mundo humano? Eu sempre fico fascinada com as histórias que ouço!"

Hesitei por um momento, mas logo me senti à vontade para compartilhar. "Ah, o mundo humano é... diferente. As pessoas são, na maioria, ocupadas e muitas vezes não percebem o que acontece ao seu redor. Tem tecnologia, música, e uma variedade de culturas. Mas também há muito preconceito e dor, como... aqui."

Vivi ficou atenta, balançando a cabeça. "E como você está lidando com tudo isso aqui? Deve ser difícil."

"Eu ainda não sei como me sinto exatamente," confessei, olhando para o chão. "É tudo novo e assustador. Mas espero que, com o tempo, isso melhore."

Ravenna, que até então estava quieta, fechou sua HQ e se juntou à conversa. "Você vai se acostumar."

Vivi me olhou com empatia. "É injusto, Kallista. Mas você não está sozinha. Estamos aqui para te apoiar. Juntas, podemos enfrentar o que vier."

Ravenna assentiu. "Sim, e pode acreditar que há muitos que enfrentam batalhas semelhantes. Não deixe que o passado defina seu futuro. Você é forte, e pode mudar as coisas."

Eu senti uma onda de gratidão por ter encontrado duas amigas tão compreensivas. "Obrigada, meninas. Eu realmente aprecio isso. Espero que possamos nos entender bem e criar novas memórias juntas."

"Com certeza!" Vivi exclamou, animada. "Vamos fazer dessa experiência algo incrível. E quem sabe, podemos até encontrar uma forma de mudar a percepção que os outros têm sobre você."

Enquanto o sol começava a se pôr, projetando uma luz suave sobre o quarto, eu sorri. Apesar das dificuldades que enfrentaria, sabia que com Vivi e Ravenna ao meu lado, a jornada seria um pouco mais leve. E, quem sabe, a esperança de um futuro melhor começava a nascer em meu coração.

Não me atrevi a sair do quarto, pelo menos não no primeiro dia. Minhas novas amigas, Vivi e Ravenna, foram fiéis e trouxeram um pouco de comida para que eu não precisasse ir ao refeitório. Agora, sentada em frente à janela, eu olhava para o céu noturno, salpicado de estrelas. O céu parecia ser a coisa mais linda e luminosa que eu já tinha visto; ali, até isso era diferente.

Enquanto contemplava a vastidão do cosmos, observei minhas duas amigas dormirem em suas camas. A tranquilidade do momento me envolveu, e me senti grata por ter alguém ao meu lado. Em um impulso, decidi abrir o diário com estrelas que meu amigo Alaric me dera. Ele sempre dizia que escrever ajudava a organizar os pensamentos e a aliviar a alma.

Ao abrir a primeira página, peguei uma caneta e escrevi: "Meu primeiro dia não foi tão ruim. Fiz duas amigas; elas parecem ser boas. Não me sinto totalmente sozinha." Assim que terminei de escrever, as letras desapareceram diante de meus olhos.

Assustada, olhei ao redor, procurando entender o que estava acontecendo. Para onde foram minhas palavras? O que significava aquilo? Foi então que, como mágica, novas letras surgiram na página em uma caligrafia caprichada e forte: "Isso é um bom sinal; ter amigos é bom."

Fiquei boquiaberta. O diário estava falando comigo? Sem pensar, escrevi novamente: "Você é um diário falante?"

As palavras desapareceram novamente, e, por um breve momento, eu jurei ter ouvido uma risada suave vindo do diário. Então, uma nova frase surgiu: "Pode ser, se é assim que você quer me chamar. Estarei aqui para te ouvir quando ninguém mais puder."

Li aquilo, ainda sem acreditar. "Como é seu nome?" perguntei, a curiosidade me consumindo.

Uma resposta simples apareceu na página: "Sou o que você precisar."

Fiquei em silêncio, absorvendo a estranheza da situação. "Isso é insano," murmurei para mim mesma. "Um diário que fala... e que me entende."

"Sim, insano é uma boa palavra," uma nova frase apareceu. "Mas a magia está em aceitar o inesperado."

Sorri, sentindo-me mais leve. "Então, você pode me ajudar?"

"Com certeza. Estou aqui para isso," respondeu o diário, como se tivesse vida própria.

Meu coração se encheu de esperança. "Talvez você possa me ajudar a entender melhor esse novo mundo," escrevi, ansiosa por compartilhar meus medos e inseguranças.

"Tudo tem seu tempo. Escreva, e eu estarei aqui para guiá-la," as letras foram aparecendo, firmes e encorajadoras.

Conforme a noite avançava, me senti menos sozinha. O diário não era apenas um objeto; era um amigo inesperado que estaria ao meu lado em minha jornada. E, enquanto as estrelas brilhavam lá fora, comecei a escrever, deixando minhas palavras fluírem e minhas emoções serem registradas nas páginas mágicas, acreditando que talvez, apenas talvez, a vida pudesse ser mais do que eu imaginara.

Eu me observei no espelho, meus enormes olhos castanhos refletindo uma mistura de insegurança e determinação. O uniforme da escola era composto por uma saia de pregas pretas que chegava até os joelhos e uma camisa branca bem passada, escondida sob um terninho que me fazia parecer alguém deprimida, como se estivesse me preparando para um dia qualquer em um escritório. Franzi a testa, pensando em como tudo aquilo parecia tão formal e distante da imagem de uma estudante normal.

Depois de prender o cabelo em um rabo de cavalo baixo, tomei coragem. Com um suspiro profundo, peguei a bolsa com meus livros e saí do quarto. Ao abrir a porta, avistei Ravenna e Vivianne, que me esperavam com sorrisos animados.

"Pronta para a sua primeira aula?" Ravenna perguntou, os olhos brilhando de excitação.

"Mais ou menos," respondi, tentando esconder a ansiedade. Nós três começamos a caminhar juntas pelos corredores da escola, e Ravenna começou a falar sobre a rotina.

"Então, você precisa ficar atenta a algumas coisas," Vivianne disse, sua expressão se tornando séria. "A todo custo, devemos evitar a Lupi. Ela é maldosa e já fez coisas horríveis com outras alunas. Se você souber o que é bom, fique longe dela."

Assenti, absorvendo as informações. "Por que ela é assim?" perguntei, curiosa.

"Ela adora fazer o jogo psicológico," Ravenna respondeu. "E você não quer ser o alvo dela. Já imaginou? Uma bruxa como ela com uma nova vítima em mente? É melhor se manter longe."

Conforme nos aproximávamos da sala de aula, senti meu coração acelerar. Ao entrar, percebi que todos os olhares se voltaram para mim, como se fosse a peste negra. A sensação de desconforto me envolvia, e me perguntei se sempre seria assim, totalmente deslocada.

Mas, para minha surpresa, um menino loiro e sorridente se sentou na minha frente e se virou, estendendo a mão. "Oi, sou Raelan! Bem-vinda à escola!" Ele sorriu, seu entusiasmo contagiante.

Sorri de volta, um pouco aliviada. Ao seu lado, um garoto de cabelos castanhos escuros e olhos levemente puxados também se apresentou. "Eu sou Dorian," disse ele, com um brilho travesso nos olhos. "E você já está se tornando a nova sensação da escola, Kallista!"

"É, porque você é a única que não está fugindo dela," Raelan brincou, apontando para Vivianne, que estava olhando para Dorian com uma expressão de ceticismo.

"Ah, cala a boca, Dorian," Vivianne respondeu, corando ligeiramente. "Não comece com suas piadas."

Dorian deu uma piscadela. "Mas eu sou seu amante, não sou?" ele provocou, fazendo uma cara de quem estava se divertindo. Não consegui evitar uma risada, e Vivianne ficou ainda mais vermelha.

"Se você fizer essa brincadeira de novo, eu te empalarei!" Vivianne exclamou, pegando um lápis e jogando em Dorian. Ele catou o lápis no ar com facilidade, rindo.

"Calma, calma, estou apenas brincando! Não quero ser empalado!" Dorian disse, colocando as mãos para cima em rendição.

Observei a interação dos dois, sentindo uma onda de conforto. Talvez esse lugar não fosse tão ruim assim. Com a presença de Raelan e Dorian, e a amizade de Ravenna e Vivianne, havia uma chance de que eu pudesse me sentir em casa.

Enquanto a aula começava e eu tentava me concentrar, a tensão do primeiro dia começou a dissipar. Sabia que ainda havia desafios pela frente, mas, por ora, rodeada de novas amizades, eu me sentia um pouco mais confiante. A jornada estava apenas começando, e eu estava decidida a abraçar cada momento.

Mais tarde, estava sentada em minha cama, cercada por meus quatro novos amigos. Dorian, Raelan, Vivianne e Ravenna me observavam atentamente enquanto eu começava a narrar o último parágrafo de Harry Potter, uma história que sempre tocou meu coração. A animação deles era contagiante, e eu me sentia feliz por poder compartilhar algo tão especial.

"E assim, com a certeza de que a magia nunca desapareceria, Harry olhou para o futuro, pronto para enfrentar qualquer desafio que surgisse," eu disse, minha voz cheia de emoção. "É uma cena que me faz acreditar que sempre há esperança, não importa o quão sombria a situação pareça."

Os olhos de Dorian brilharam. "Uau, isso é tão inspirador! Não posso acreditar que você realmente ama Harry Potter! Como é o mundo humano, Kallista?" Ele estava tão empolgado que mal conseguia conter a energia.

Raelan, que estava encostado na parede, fez uma careta. "Acho que o mundo humano é um lugar chato, não? Apenas livros e mais livros."

Ri, lembrando de como Dorian e Raelan praticamente imploraram para conhecer mais sobre mim. Desde que chegamos da última aula, não pararam de fazer perguntas sobre minha vida no mundo humano, e eu estava adorando compartilhar minhas experiências.

"Na verdade, eu amo ler," expliquei, sorrindo. "Eu sempre fui a garota que se perdia em histórias. Harry Potter foi uma das minhas primeiras grandes paixões. A ideia de um menino que descobre seu lugar em um mundo mágico é simplesmente incrível!"

"E você leu tudo?" Ravenna perguntou, genuinamente interessada.

"Sim! Li todos os livros, várias vezes. O primeiro livro é sobre como Harry descobre que é um bruxo e vai para Hogwarts, um lugar mágico cheio de aventuras!" eu disse, minha voz animada. "Ele faz amigos, enfrenta desafios e, no final, descobre quem realmente é."

Meus quatro amigos me escutavam com atenção, fascinados. Dorian então se lembrou de algo. "Ah, eu me lembro de um livro que tivemos que ler no ano passado sobre a maturidade dos sobrenaturais. Aquilo foi um verdadeiro porre!" Ele fez uma careta, e todos começaram a rir.

"Eu às vezes tenho pesadelos com isso!" Dorian continuou, dramatizando a situação, enquanto todos se divertiam. Não pude deixar de rir junto com eles, sentindo-me cada vez mais à vontade.

Enquanto observava meus amigos rindo e se divertindo, percebi que eles não tinham resistência alguma em se tornar amigos. A gratidão me envolvia, e uma onda de felicidade me dominava. Era como se, de alguma forma, já nos conhecêssemos há muito tempo.

"Estou tão feliz por ter vocês por perto," disse, com sinceridade nos olhos. "É incrível ter amigos que realmente se importam e que estão dispostos a conhecer mais sobre mim."

Vivianne sorriu, balançando a cabeça. "E nós estamos apenas começando! Mal podemos esperar para descobrir mais sobre o mundo humano, e quem sabe, você pode nos levar para conhecer algumas das suas histórias favoritas."

"Sim! E quem sabe um dia podemos fazer uma maratona de Harry Potter!" Raelan sugeriu, animado.

Sorri amplamente, imaginando como seria incrível compartilhar essas experiências com eles. O mundo sobrenatural pode ser diferente do humano, mas naquele momento, cercada por novos amigos, senti que finalmente encontrei um pedaço de casa. A amizade deles era uma magia própria, e eu estava pronta para explorar essa nova jornada ao lado deles.

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