Kalista agora estava sentada em frente a uma mesa enorme de madeira, algo raro de se ver nos dias de hoje. Atrás dela estava o diretora Adriata, uma vampira de beleza estonteante. Sua pele pálida e impecável era típica da sua espécie, e seus lábios vermelhos contrastavam com os olhos azul-claros que transmitiam uma serenidade acolhedora. Kalista percebeu que havia ternura e compaixão no olhar de Adriata, o que a deixava um pouco mais à vontade em meio a toda a estranheza que a cercava.
"Kalista, precisamos discutir algumas regras", começou ela, sua voz suave. "Aqui, você não pode usar nada que pertença ao mundo humano. É uma questão de segurança. Ela assentiu, sentindo o peso das palavras. "E se eu esquecer e usar algo por acidente?" "Os resultados podem ser severos", respondeu , com um olhar sério. "Mas não se preocupe, você terá tempo para se acostumar. A escola pode ser um lugar acolhedor, se você permitir." Kalista olhou para ela, seu coração apertando. "E quanto ao meu dormitório? Eu ouvi que vou dividir com duas colegas." Adriata fez uma pausa, como se estivesse ponderando suas palavras. "Sim, isso é verdade. No entanto, confio na escolha de suas colegas. Elas não farão de sua estadia um inferno." A jovem olhou para para Adrian, implorando com os olhos. "Por favor, diga que elas não vão me tratar mal. Não sei se aguentaria mais preconceito." Adrian inclinou a cabeça. "Acredite em mim, Kalista. Você está segura. Vamos lá, eu vou te levar até o dormitório." Durante o trajeto, Kalista sentiu os olhares pesados de desprezo e medo dirigidos a ela. Era evidente que muitos a viam como uma estranha, e os lobos que cruzaram seu caminho não faziam questão de esconder suas opiniões. "Parece que os sobrenaturais são mais preconceituosos do que eu imaginava," Kalista comentou, olhando para Adrian. Ele concordou, um semblante triste se instalando em seu rosto. "Infelizmente, sim. Há muito tempo, eu também enfrentei isso. Mas as aparências podem enganar. Dê uma chance a eles." Finalmente, chegaram ao quarto. A porta se abriu, revelando uma loira alta com olhos verdes brilhantes. Seu sorriso era radiante, marcado por uma camada de gloss rosa que refletia a luz. A jovem parecia ter uma alegria contagiante que aqueceu o coração de Kalista. "Oi! Eu sou Vivianne!" disse a loira com entusiasmo, estendendo a mão em um gesto amistoso. "Você deve ser a Kallista! Estávamos ansiosas para te conhecer!" Kalista sorriu timidamente. "Oi, Vivianne. É bom te conhecer" Kalli sentou-se na cama que seria sua por um tempo, observando o quarto ao seu redor. Vivi, sua nova colega de quarto, estava animada e já havia se acomodado ao seu lado, enquanto Ravenna, a outra colega, estava no canto, envolta em sombras, como se o escuro a abraçasse. Ravenna, com seus longos cabelos negros e belos olhos azuis elétricos, olhou para Kalista e sorriu. "Legal, temos uma híbrida!" Ela voltou a se concentrar em sua HQ, um sorriso brincando em seus lábios. Vivi virou-se para Kalista, a curiosidade brilhando em seus olhos. "E aí, Kallista! Como é o mundo humano? Eu sempre fico fascinada com as histórias que ouço!" Kalista hesitou por um momento, mas logo se sentiu à vontade para compartilhar. "Ah, o mundo humano é... diferente. As pessoas são, na maioria, ocupadas e muitas vezes não percebem o que acontece ao seu redor. Tem tecnologia, música, e uma variedade de culturas. Mas também há muito preconceito e dor, como ... aqui." Vivi ficou atenta, balançando a cabeça. "E como você está lidando com tudo isso aqui? Deve ser difícil." "Eu ainda não sei como me sinto exatamente," Kalista confessou, olhando para o chão. "É tudo novo e assustador. Mas espero que, com o tempo, isso melhore." Ravenna, que até então estava quieta, fechou sua HQ e se juntou à conversa. "Você vai se acostumar" Vivi a olhou com empatia. "É injusto, Kallista. Mas você não está sozinha. Estamos aqui para te apoiar. Juntas, podemos enfrentar o que vier." Ravenna assentiu. "Sim, e pode acreditar que há muitos que enfrentam batalhas semelhantes. Não deixe que o passado defina seu futuro. Você é forte, e pode mudar as coisas." Kalista sentiu uma onda de gratidão por ter encontrado duas amigas tão compreensivas. "Obrigada, meninas. Eu realmente aprecio isso. Espero que possamos nos entender bem e criar novas memórias juntas." "Com certeza!" Vivi exclamou, animada. "Vamos fazer dessa experiência algo incrível. E quem sabe, podemos até encontrar uma forma de mudar a percepção que os outros têm sobre você." Enquanto o sol começava a se pôr, projetando uma luz suave sobre o quarto, Kalista sorriu. Apesar das dificuldades que enfrentaria, sabia que com Vivi e Ravenna ao seu lado, a jornada seria um pouco mais leve. E, quem sabe, a esperança de um futuro melhor começava a nascer em seu coração. Kalista não se atreveu a sair do quarto, pelo menos não no primeiro dia. Suas novas amigas, Vivi e Ravenna, foram fiéis e trouxeram um pouco de comida para que ela não precisasse ir ao refeitório. Agora, sentada em frente à janela, ela olhava para o céu noturno, salpicado de estrelas. O céu parecia ser a coisa mais linda e iluminosa que ela já tinha visto; ali, até isso era diferente. Enquanto contemplava a vastidão do cosmos, Kalista observou suas duas amigas dormirem em suas camas. A tranquilidade do momento a envolveu, e ela se sentiu grata por ter alguém ao seu lado. Em um impulso, decidiu abrir o diário com estrelas que seu amigo Alaric lhe dera. Ele sempre dizia que escrever ajudava a organizar os pensamentos e a aliviar a alma. Ao abrir a primeira página, pegou uma caneta e escreveu: "Meu primeiro dia não foi tão ruim. Fiz duas amigas; elas parecem ser boas. Não me sinto totalmente sozinha." Assim que terminou de escrever, as letras desapareceram diante de seus olhos. Assustada, Kalista olhou ao redor, procurando entender o que estava acontecendo. Para onde foram suas palavras? O que significava aquilo? Foi então que, como mágica, novas letras surgiram na página em uma caligrafia caprichada e forte: "Isso é um bom sinal; ter amigos é bom." Kalista ficou boquiaberta. O diário estava falando com ela? Sem pensar, escreveu novamente: "Você é um diário falante?" As palavras desapareceram novamente, e, por um breve momento, ela jurou ter ouvido uma risada suave vindo do diário. Então, uma nova frase surgiu: "Pode ser, se é assim que você quer me chamar. Estarei aqui para te ouvir quando ninguém mais puder." Kalista leu aquilo, ainda sem acreditar. "Como é seu nome?" ela perguntou, a curiosidade a consumindo. Uma resposta simples apareceu na página: "Sou o que você precisar." Ela ficou em silêncio, absorvendo a estranheza da situação. "Isso é insano," murmurou para si mesma. "Um diário que fala... e que me entende." "Sim, insano é uma boa palavra," uma nova frase apareceu. "Mas a magia está em aceitar o inesperado." Kalista sorriu, sentindo-se mais leve. "Então, você pode me ajudar?" "Com certeza. Estou aqui para isso," respondeu o diário, como se tivesse vida própria. O coração de Kalista se encheu de esperança. "Talvez você possa me ajudar a entender melhor esse novo mundo," ela escreveu, ansiosa por compartilhar seus medos e inseguranças."Tudo tem seu tempo. Escreva, e eu estarei aqui para guiá-la," as letras foram aparecendo, firmes e encorajadoras. Conforme a noite avançava, Kalista se sentiu menos sozinha. O diário não era apenas um objeto; era um amigo inesperado que estaria ao seu lado em sua jornada. E, enquanto as estrelas brilhavam lá fora, ela começou a escrever, deixando suas palavras fluir e suas emoções serem registradas nas páginas mágicas, acreditando que talvez, apenas talvez, a vida pudesse ser mais do que ela imaginara. Kallista se observou no espelho, os enormes olhos castanhos refletindo uma mistura de insegurança e determinação. O uniforme da escola era composto por uma saia de pregas pretas que chegava até os joelhos e uma camisa branca bem passada, escondida sob um terninho que a fazia parecer alguém deprimida, como se estivesse se preparando para um dia qualquer em um escritório. Ela franziu a testa, pensando em como tudo aquilo parecia tão formal e distante da imagem de uma estudante normal. Depois de prender o cabelo em um rabo de cavalo baixo, Kallista tomou coragem. Com um suspiro profundo, pegou a bolsa com seus livros e saiu do quarto. Ao abrir a porta, avistou Ravenna e Vivianne, que a esperavam com sorrisos animados. "Pronta para a sua primeira aula?" Ravenna perguntou, os olhos brilhando de excitação. "Mais ou menos," Kallista respondeu, tentando esconder a ansiedade. As duas começaram a caminhar juntas pelos corredores da escola, e Ravenna começou a falar sobre a rotina. "Então, você precisa ficar atenta a algumas coisas," Vivianne disse, sua expressão se tornando séria. "A todo custo, devemos evitar a Lupi. Ela é maldosa e já fez coisas horríveis com outras alunas. Se você souber o que é bom, fique longe dela." Kallista assentiu, absorvendo as informações. "Por que ela é assim?" perguntou, curiosa. "Ela adora fazer o jogo psicológico," Ravenna respondeu. "E você não quer ser o alvo dela. Já imaginou? Uma bruxa como ela com uma nova vítima em mente? É melhor se manter longe." Conforme se aproximavam da sala de aula, Kallista sentiu seu coração acelerar. Ao entrar, percebeu que todos os olhares se voltaram para ela, como se fosse a peste negra. A sensação de desconforto a envolvia, e ela se perguntou se sempre seria assim, totalmente deslocada. Mas, para sua surpresa, um menino loiro e sorridente se sentou na frente dela e se virou, estendendo a mão. "Oi, sou Raelan! Bem-vinda à escola!" Ele sorriu, seu entusiasmo contagiante. Kallista sorriu de volta, um pouco aliviada. Ao seu lado, um garoto de cabelos castanhos escuros e olhos levemente puxados também se apresentou. "Eu sou Dorian," disse ele, com um brilho travesso nos olhos. "E você já está se tornando a nova sensação da escola, Kallista!" "É, porque você é a única que não está fugindo dela," Raelan brincou, apontando para Vivianne, que estava olhando para Dorian com uma expressão de ceticismo. "Ah, cala a boca, Dorian," Vivianne respondeu, corando ligeiramente. "Não comece com suas piadas." Dorian deu uma piscadela. "Mas eu sou seu amante, não sou?" ele provocou, fazendo uma cara de quem estava se divertindo. Kallista não conseguiu evitar uma risada, e Vivianne ficou ainda mais vermelha. "Se você fizer essa brincadeira de novo, eu te empalarei!" Vivianne exclamou, pegando um lápis e jogando em Dorian. Ele catou o lápis no ar com facilidade, rindo. "Calma, calma, estou apenas brincando! Não quero ser empalado!" Dorian disse, colocando as mãos para cima em rendição. Kallista observou a interação dos dois, sentindo uma onda de conforto. Talvez esse lugar não fosse tão ruim assim. Com a presença de Lucas e Dorian, e a amizade de Ravenna e Vivianne, havia uma chance de que ela pudesse se sentir em casa. Enquanto a aula começava e Kallista tentava se concentrar, a tensão do primeiro dia começou a dissipar. Ela sabia que ainda havia desafios pela frente, mas, por ora, rodeada de novas amizades, ela se sentia um pouco mais confiante. A jornada estava apenas começando, e ela estava decidida a abraçar cada momento. Kallista estava sentada em sua cama, cercada por seus quatro novos amigos. Dorian, Raelan, Vivianne e Ravenna a observaram atentamente enquanto ela começava a narrar o último parágrafo de Harry Potter, uma história que sempre tocou seu coração. A animação deles era contagiante, e ela se sentia feliz por poder compartilhar algo tão especial. "E assim, com a certeza de que a magia nunca desapareceria, Harry olhou para o futuro, pronto para enfrentar qualquer desafio que surgisse," ela disse, sua voz cheia de emoção. "É uma cena que me faz acreditar que sempre há esperança, não importa o quão sombria a situação pareça." Os olhos de Dorian brilharam. "Uau, isso é tão inspirador! Não posso acreditar que você realmente ama Harry Potter! Como é o mundo humano, Kallista?" Ele estava tão empolgado que mal conseguia conter a energia. Raelan, que estava encostado na parede, fez uma careta. "Acho que o mundo humano é um lugar chato, não? Apenas livros e mais livros." Kallista riu, lembrando de como Dorian e Raelan praticamente imploraram para conhecer mais sobre ela. Desde que chegaram da última aula, não pararam de fazer perguntas sobre sua vida no mundo humano, e ela estava adorando compartilhar suas experiências. "Na verdade, eu amo ler," Kallista explicou, sorrindo. "Eu sempre fui a garota que se perdia em histórias. Harry Potter foi uma das minhas primeiras grandes paixões. A ideia de um menino que descobre seu lugar em um mundo mágico é simplesmente incrível!" "E você leu tudo?" Ravenna perguntou, genuinamente interessada. "Sim! Li todos os livros, várias vezes. O primeiro livro é sobre como Harry descobre que é um bruxo e vai para Hogwarts, um lugar mágico cheio de aventuras!" Kallista disse, sua voz animada. "Ele faz amigos, enfrenta desafios e, no final, descobre quem realmente é." Os quatro amigos a escutavam com atenção, fascinados. Dorian então se lembrou de algo. "Ah, eu me lembro de um livro que tivemos que ler no ano passado sobre a maturidade dos sobrenaturais. Aquilo foi um verdadeiro porre!" Ele fez uma careta, e todos começaram a rir. "Eu às vezes tenho pesadelos com isso!" Dorian continuou, dramatizando a situação, enquanto todos se divertiam. Kallista não podia deixar de rir junto com eles, sentindo-se cada vez mais à vontade. Enquanto observava seus amigos rindo e se divertindo, Kallista percebeu que eles não tinham resistência alguma em se tornar amigos dela. A gratidão a envolvia, e uma onda de felicidade a dominava. Era como se, de alguma forma, eles já se conhecessem há muito tempo. "Estou tão feliz por ter vocês por perto," Kallista disse, com sinceridade nos olhos. "É incrível ter amigos que realmente se importam e que estão dispostos a conhecer mais sobre mim." Vivianne sorriu, balançando a cabeça. "E nós estamos apenas começando! Mal podemos esperar para descobrir mais sobre o mundo humano, e quem sabe, você pode nos levar para conhecer algumas das suas histórias favoritas." "Sim! E quem sabe um dia podemos fazer uma maratona de Harry Potter!" Raelan sugeriu, animado. Kallista sorriu amplamente, imaginando como seria incrível compartilhar essas experiências com eles. O mundo sobrenatural pode ser diferente do humano, mas naquele momento, cercada por novos amigos, ela sentiu que finalmente encontrou um pedaço de casa. A amizade deles era uma magia própria, e ela estava pronta para explorar essa nova jornada ao lado deles.A professora Ursula caminhava de um lado para o outro na sala de aula, o som de seus saltos batendo no chão ecoando como um metrônomo. Sua voz era firme e clara enquanto falava sobre a maturidade sobrenatural. "Quando os lobos atingem seu pico de maturidade, seus ossos são todos quebrados para que o novo corpo possa se adaptar," ela disse, com uma expressão séria. "Dias antes, eles apresentam picos de febres e dores de cabeça constantes. Após a primeira transformação, tendem a ganhar músculos e peso, e claro, habilidades noturnas."Kallista se encolheu ao ouvir que os ossos eram quebrados. A ideia de passar por algo tão doloroso e traumático parecia surreal e, ao mesmo tempo, normal para todos os outros alunos. Ela se perguntou se também teria que passar por aquilo. A sala estava em silêncio, mas a expressão de todos mostrava que estavam acostumados com essa realidade.A professora continuou. "Para os vampiros, o processo é diferente. Costumam apresentar dores de cabeça frequentes, av
Depois da conversa na diretoria, Kallista saiu da sala com uma mistura de indignação e confusão. A diretora Sullivan havia lhe avisado sobre a necessidade de controlar seu gênio, mas Kallista sentia-se como um alvo, injustamente marcada por ser diferente. Enquanto caminhava pelo corredor, Adrian a seguiu, mantendo-se próximo para garantir que ela estivesse segura."Ei, Kallista," ele chamou, seu tom de voz suave, mas Kallista percebeu que ele estava tenso. "Como você está se sentindo?""Como você acha que eu estou? É tão injusto! Sou um alvo só por ser diferente. Meu melhor amigo, Alaric, não está aqui porque esse bando de 'perfeitos' o julga por ser bastardo. É tão vulgar usar um termo tão arcaico para alguém!" Kallista desabafou, sentindo a frustração transbordar.Adrian parou ao lado dela, colocando as mãos nos bolsos, a expressão dele carregada de preocupação. "Eu entendo como você se sente," ele começou, hesitando por um momento antes de continuar. "Passei pela mesma situação mui
A madrugada envolvia Kallista em um manto de desconforto e delírios, enquanto ela se contorcia em sua cama. O suor escorria pelo seu rosto e a sensação de mal-estar a dominava, levando-a a um estado entre a consciência e o sonho. Em meio a essa névoa, lembranças de sua infância começaram a emergir, vívidas e cheias de emoção.Ela se viu em um dia chuvoso, envolta pela proteção calorosa de sua mãe. O som da chuva batendo contra as janelas preenchia o ar. Enquanto sua mãe a segurava, Kallista sentia a segurança em seus braços.A imagem mudava, e agora era seu pai, com um sorriso largo, brincando com ela. Ele a levantava no ar, e Kallista sentia a leveza e a felicidade daquele momento."Você é a nossa garotinha especial!" ele exclamava, rindo, enquanto Kallista balançava os pés, deslumbrada com a atenção.Os flashes de alegria continuavam, mostrando sua mãe e pai juntos, brincando e rindo ao seu redor. As vozes deles formavam um coro de amor e proteção, enquanto o mundo exterior parecia
A biblioteca da escola estava mergulhada em um silêncio profundo, interrompido apenas pelo sussurro do vento que passava pelas janelas. Kallista caminhou entre as estantes, iluminada apenas pela luz suave de uma lâmpada em um canto. Na noite anterior, ela finalmente tivera coragem de sair e encarar o mundo lá fora. Os olhares que recebeu foram variados: alguns julgadores, outros admirados. Ela se destacava entre as lobas, sua beleza e curvas chamando a atenção de muitos. Os pensamentos descarados dos machos a perseguiam, e Ravenna tinha razão; todos pareciam ter esquecido que ela era híbrida.Decidida a evitar mais atenção indesejada, Kallista optou por se refugiar na biblioteca durante a madrugada. Seu objetivo era claro: aprender mais sobre o mundo dos lobos e dos vampiros, especialmente com a aproximação do encontro com seus avós maternos, que eram reis. A última coisa que ela queria era fazer papel de idiota diante deles.Ao entrar na seção de história sobrenatural, uma lembrança
O sol se punha lentamente no horizonte, tingindo o céu de tons alaranjados e lilases, enquanto Kallista estava em seu quarto, imersa na leitura do livro sobre o mundo feérico. As páginas viravam-se com facilidade sob seus dedos, e cada nova descoberta a deixava mais fascinada. Ela estava prestes a aprender sobre as antigas tradições feéricas, quando uma sensação inexplicável a atingiu.Uma presença magnética e poderosa parecia chamar por ela, como se o próprio universo estivesse sussurrando seu nome. Kallista se levantou delicadamente, movendo-se em direção à janela, seu coração batendo mais rápido a cada passo. Assim que chegou à borda da janela, um lobo enorme e cinza apareceu em seu campo de visão, como uma sombra da noite que emergia da penumbra.Ela ficou imóvel, a respiração suspensa, enquanto o lobo a encarava. Seus olhos brilhavam intensamente, refletindo a luz do crepúsculo e transmitindo uma sabedoria antiga. No entanto, algo no olhar do lobo parecia assustado, quase como se
Kallista entrou em seu quarto, ainda atordoada com tudo o que havia acontecido. O coração batia acelerado enquanto ela avistava Vivianne e Ravenna, que estavam sentadas na cama, conversando em sussurros. Ambas levantaram os olhos para ela, e a expressão de expectativa em seus rostos era clara.“Kallista! Onde você esteve?” Vivianne perguntou, a preocupação evidente em sua voz. “O que aconteceu?”Kallista se deixou cair na cadeira próxima à mesa, sentindo-se um turbilhão de emoções. “Vocês não vão acreditar no que aconteceu!” Ela respirou fundo, tentando organizar os pensamentos. “Eu conheci meus avós. Eles são o Rei e a Rainha, e… e o clã de lobos estava lá também.”Ravenna arregalou os olhos, claramente intrigada. “O clã de lobos? E como foi isso?”“Foi um pouco… intenso,” Kallista admitiu, lembrando-se dos olhares avaliadores que havia recebido. “Mas o que realmente me deixou em choque foi que Lucien estava lá! Ele é o filho do Alpha e… ele é meu parceiro.”As duas amigas trocaram o
Kallista estava absorta em seus pensamentos, lembrando do beijo de Lucien, a sensação de calor e eletricidade ainda pulsando em seus lábios. A mente dela girava entre a confusão e a excitação, até que Ravenna a despertou de seus devaneios.“Kallista?” Ravenna chamou, rindo levemente. “Você está bem? Parece meio aérea.”Kallista sorriu sem graça, tentando disfarçar a intensidade das emoções que a envolviam. “Sim, estou bem. O que você estava perguntando?”Ravenna observou sua amiga com um olhar curioso. “Eu estava perguntando se você já se apaixonou por alguém que não deveria.”A pergunta fez Kallista hesitar, notando uma mudança na expressão de Ravenna. A amiga parecia um pouco triste, e Kallista imediatamente se preocupou. “Está tudo bem?” ela questionou, percebendo que Ravenna olhou em direção à porta do quarto, como se estivesse tentando ouvir se Vivianne vinha pelo corredor.“Na verdade, até pouco tempo atrás, eu namorava Raelan,” Ravenna confessou, sua voz suave. Kallista ficou c
Kallista entrou em seu quarto, exausta após as conversas e lições do dia. Ao olhar para a cama, notou um pequeno bilhete em cima dela, seu nome cuidadosamente escrito em letras cursivas. Curiosa, ela se aproximou e abriu o papel. A mensagem a fez parar por um momento: “Encontre-me à meia-noite no mesmo lugar em que conversamos na noite passada.”Um suspiro escapou de seus lábios. Será que isso era uma boa ideia? A mente de Kallista estava repleta de dúvidas, mas a curiosidade e a emoção eram mais fortes. A noite chegou, e quando o relógio finalmente marcou meia-noite, Kallista pulou a janela e atravessou o grande gramado da escola. Ao se aproximar da árvore que lançava sombras densas, ela percebeu como a escuridão parecia viva ao seu redor. Agora, como loba, sua visão noturna era aguçada, tornando a travessia mais fácil.Assim que chegou perto da árvore, Lucien apareceu de trás dela, acenando com a mão. “Kallista,” ele chamou, um sorriso no rosto.“O que você quer?” ela perguntou, cru