Kallista estava absorta em seus pensamentos, lembrando do beijo de Lucien, a sensação de calor e eletricidade ainda pulsando em seus lábios. A mente dela girava entre a confusão e a excitação, até que Ravenna a despertou de seus devaneios.“Kallista?” Ravenna chamou, rindo levemente. “Você está bem? Parece meio aérea.”Kallista sorriu sem graça, tentando disfarçar a intensidade das emoções que a envolviam. “Sim, estou bem. O que você estava perguntando?”Ravenna observou sua amiga com um olhar curioso. “Eu estava perguntando se você já se apaixonou por alguém que não deveria.”A pergunta fez Kallista hesitar, notando uma mudança na expressão de Ravenna. A amiga parecia um pouco triste, e Kallista imediatamente se preocupou. “Está tudo bem?” ela questionou, percebendo que Ravenna olhou em direção à porta do quarto, como se estivesse tentando ouvir se Vivianne vinha pelo corredor.“Na verdade, até pouco tempo atrás, eu namorava Raelan,” Ravenna confessou, sua voz suave. Kallista ficou c
Kallista entrou em seu quarto, exausta após as conversas e lições do dia. Ao olhar para a cama, notou um pequeno bilhete em cima dela, seu nome cuidadosamente escrito em letras cursivas. Curiosa, ela se aproximou e abriu o papel. A mensagem a fez parar por um momento: “Encontre-me à meia-noite no mesmo lugar em que conversamos na noite passada.”Um suspiro escapou de seus lábios. Será que isso era uma boa ideia? A mente de Kallista estava repleta de dúvidas, mas a curiosidade e a emoção eram mais fortes. A noite chegou, e quando o relógio finalmente marcou meia-noite, Kallista pulou a janela e atravessou o grande gramado da escola. Ao se aproximar da árvore que lançava sombras densas, ela percebeu como a escuridão parecia viva ao seu redor. Agora, como loba, sua visão noturna era aguçada, tornando a travessia mais fácil.Assim que chegou perto da árvore, Lucien apareceu de trás dela, acenando com a mão. “Kallista,” ele chamou, um sorriso no rosto.“O que você quer?” ela perguntou, cru
A luz suave da manhã filtrava-se pelas cortinas da janela do quarto de Kallista, iluminando o espaço com um brilho dourado. Hoje era um dia especial; ela completava 17 anos. A expectativa dançava no ar, misturada à ansiedade. Amigos e familiares estavam a caminho para a festa, mas uma sensação inquietante a acompanhava, como se algo estivesse prestes a mudar. Kallista se sentou em frente ao espelho, observando seu reflexo. Seus cabelos castanho-claro caíam em ondas suaves sobre os ombros, e ela sempre achou que tinham um brilho especial sob a luz do sol. Mas eram seus olhos que mais a intrigavam: grandes e expressivos, refletiam uma profundidade que a fazia sentir que, em algum lugar dentro dela, havia um segredo escondido, esperando para ser descoberto.Às vezes, ela se perguntava se aqueles olhos revelavam mais do que apenas sua aparência. Havia algo neles que parecia carregar uma história, um mistério que desafiava a superfície de sua vida cotidiana. Kallista costumava se perder em
O lobo cinza, imponente e majestoso, permaneceu parado na varanda, seus olhos amarelos fixos em Kallista e Alaric. O silêncio que se seguiu parecia quase pesado, como se o ar estivesse carregado de expectativa. Kallista estava paralisada, o coração batendo descontroladamente enquanto o instinto de luta ou fuga a dominava. Ela não sabia se corria ou se ficava ali, mas a presença do lobo a fazia sentir-se extremamente vulnerável.Então, algo extraordinário aconteceu. Kallista ouviu uma voz ressoar em sua mente, profunda e poderosa, como um eco distante. "Kallista. Eu não sou seu inimigo."Ela se virou para Alaric, seus olhos arregalados de medo. "Ele está falando comigo... na minha cabeça!"Alaric, ainda em sua postura protetora, olhou para o lobo com uma mistura de respeito e preocupação. "Fenris, o que você está fazendo aqui?""E vim trazer uma mensagem urgente."Kallista se agarrou a Alaric, buscando conforto na presença familiar dele. "O que você quer dizer com isso? O que está acon
A chuva caía incessantemente naquela noite, uma cortina de água fria que parecia lavar as ruas e o desespero que envolvia Katherine. Com Kallista, ainda um bebê, nos braços, ela se movia rapidamente, suas habilidades vampíricas permitindo que seus pés mal tocassem o solo. A escuridão a rodeava, mas nada era mais opressivo do que a dor que sentia pela perda de Damon, o homem que amava e que havia dado a vida para protegê-las.As lágrimas escorriam pelos olhos azuis de Katherine, misturando-se com a chuva. Ela não se permitia pensar na morte de Damon, não agora. Ele havia se sacrificado para que elas pudessem ter uma chance, e ela não poderia deixar que sua coragem fosse em vão. Cada passo que dava era uma promessa silenciosa de que Kallista teria um futuro, longe das garras dos sobrenaturais que as perseguiam.Finalmente, após o que pareceram horas de corrida, Katherine parou em frente à casa dos Walter. Era um lugar que o rei feérico Thalion havia indicado como seguro, e ela se agarro
Kallista estava parada em frente à mala aberta, seu coração pesado enquanto encarava a realidade que a cercava. Em uma única noite, sua vida havia mudado radicalmente; agora, ela estava prestes a deixar tudo o que conhecia para trás e se aventurar em um mundo desconhecido. Um mundo onde era vista como uma estranha, onde os sobrenaturais a olhavam com desconfiança e desprezo. O medo do que estava por vir se mesclava à ansiedade, e ela se sentia como se estivesse prestes a saltar de um penhasco sem saber o que encontraria lá embaixo.Alaric, encostado na porta, observava em silêncio. Ele sempre fora seu apoio, mas agora a deixaria seguir sozinha. Kallista virou-se para ele, a frustração começando a brotar. "Por que você não pode me acompanhar para essa escola?" Ela perguntou, a voz trêmula. "Eu não quero ir sozinha."Ele suspirou, seu olhar sério. "Kallista, no reino dos lobos e dos vampiros, eu sou visto como um bastardo, um filho fora do casamento. Não sou bem-vindo lá. Assim que você
Kalista agora estava sentada em frente a uma mesa enorme de madeira, algo raro de se ver nos dias de hoje. Atrás dela estava o diretora Adriata, uma vampira de beleza estonteante. Sua pele pálida e impecável era típica da sua espécie, e seus lábios vermelhos contrastavam com os olhos azul-claros que transmitiam uma serenidade acolhedora. Kalista percebeu que havia ternura e compaixão no olhar de Adriata, o que a deixava um pouco mais à vontade em meio a toda a estranheza que a cercava."Kalista, precisamos discutir algumas regras", começou ela, sua voz suave. "Aqui, você não pode usar nada que pertença ao mundo humano. É uma questão de segurança.Ela assentiu, sentindo o peso das palavras. "E se eu esquecer e usar algo por acidente?""Os resultados podem ser severos", respondeu , com um olhar sério. "Mas não se preocupe, você terá tempo para se acostumar. A escola pode ser um lugar acolhedor, se você permitir."Kalista olhou para ela, seu coração apertando. "E quanto ao meu dormitório
A professora Ursula caminhava de um lado para o outro na sala de aula, o som de seus saltos batendo no chão ecoando como um metrônomo. Sua voz era firme e clara enquanto falava sobre a maturidade sobrenatural. "Quando os lobos atingem seu pico de maturidade, seus ossos são todos quebrados para que o novo corpo possa se adaptar," ela disse, com uma expressão séria. "Dias antes, eles apresentam picos de febres e dores de cabeça constantes. Após a primeira transformação, tendem a ganhar músculos e peso, e claro, habilidades noturnas."Kallista se encolheu ao ouvir que os ossos eram quebrados. A ideia de passar por algo tão doloroso e traumático parecia surreal e, ao mesmo tempo, normal para todos os outros alunos. Ela se perguntou se também teria que passar por aquilo. A sala estava em silêncio, mas a expressão de todos mostrava que estavam acostumados com essa realidade.A professora continuou. "Para os vampiros, o processo é diferente. Costumam apresentar dores de cabeça frequentes, av