Kallista estava absorta em seus pensamentos, lembrando do beijo de Lucien, a sensação de calor e eletricidade ainda pulsando em seus lábios. A mente dela girava entre a confusão e a excitação, até que Ravenna a despertou de seus devaneios.“Kallista?” Ravenna chamou, rindo levemente. “Você está bem? Parece meio aérea.”Kallista sorriu sem graça, tentando disfarçar a intensidade das emoções que a envolviam. “Sim, estou bem. O que você estava perguntando?”Ravenna observou sua amiga com um olhar curioso. “Eu estava perguntando se você já se apaixonou por alguém que não deveria.”A pergunta fez Kallista hesitar, notando uma mudança na expressão de Ravenna. A amiga parecia um pouco triste, e Kallista imediatamente se preocupou. “Está tudo bem?” ela questionou, percebendo que Ravenna olhou em direção à porta do quarto, como se estivesse tentando ouvir se Vivianne vinha pelo corredor.“Na verdade, até pouco tempo atrás, eu namorava Raelan,” Ravenna confessou, sua voz suave. Kallista ficou c
Kallista entrou em seu quarto, exausta após as conversas e lições do dia. Ao olhar para a cama, notou um pequeno bilhete em cima dela, seu nome cuidadosamente escrito em letras cursivas. Curiosa, ela se aproximou e abriu o papel. A mensagem a fez parar por um momento: “Encontre-me à meia-noite no mesmo lugar em que conversamos na noite passada.”Um suspiro escapou de seus lábios. Será que isso era uma boa ideia? A mente de Kallista estava repleta de dúvidas, mas a curiosidade e a emoção eram mais fortes. A noite chegou, e quando o relógio finalmente marcou meia-noite, Kallista pulou a janela e atravessou o grande gramado da escola. Ao se aproximar da árvore que lançava sombras densas, ela percebeu como a escuridão parecia viva ao seu redor. Agora, como loba, sua visão noturna era aguçada, tornando a travessia mais fácil.Assim que chegou perto da árvore, Lucien apareceu de trás dela, acenando com a mão. “Kallista,” ele chamou, um sorriso no rosto.“O que você quer?” ela perguntou, cru
A noite de lua cheia chegou, e Kallista passou o dia ansiosa. Ela não via Lucien desde aquela noite mágica, e a culpa a consumia por se envolver com ele, sabendo que ele ainda estava com Lana. Porém, uma voz dentro dela sussurrava que Lana também era sua igual, e que era apenas uma questão de tempo até que Lucien revelasse a verdade sobre ela para a alcateia.Viviane quebrou seus pensamentos, aproximando-se com um olhar sério. “Kallista, você precisa se preparar para a noite. Use roupas confortáveis, algo que não te impeça de se mover.”Kallista franziu a testa. “Roupas confortáveis? Para quê?”“Para a transformação,” Vivi respondeu, como se fosse óbvio. “E, por favor, tome isso.” Ela estendeu um pequeno frasco com um tônico.Kallista olhou para o frasco, confusa. “O que é isso?”“Um tônico para evitar que você engravide,” Viviane disse, seu tom sério. “Quando estamos na forma de lobo e possuídos pelo poder do lobo, o instinto carnal fala mais alto. É melhor se precaver.”Kallista fic
Kallista se escondia na biblioteca, seu rosto coberto por um moletom grande e confortável. Fazia dois dias que não ia às aulas, e quando saía, era apenas nos horários em que não havia ninguém pelos corredores. O peso da transformação e a incerteza sobre o futuro a mantinham afastada. Lucien não aparecera nesses dias, e, estranhamente, Kallista se sentia grata por isso.Enquanto observava a chuva cair através da grande janela da biblioteca, perdida em seus pensamentos, Adrian se aproximou e se sentou de frente para ela. Ele a olhou com uma expressão de preocupação.“Por que você está se escondendo?” ele perguntou, quebrando o silêncio.Kallista suspirou, a voz baixa e carregada de tristeza. “Eu já me sinto um monstro. Não quero que todo mundo me olhe como se eu fosse mais do que isso.”Adrian a observou por um momento antes de responder. “Cedo ou tarde, você terá que enfrentar o mundo. Se esconder não é uma opção.”Ela balançou a cabeça, pensando nas palavras dele. “Como você conseguiu
Finalmente, Kallista decidiu que era hora de voltar à rotina e sair para as aulas. Acordou sentindo-se mais leve, como se as conversas com seu diário tivessem a ajudado a encontrar um pouco de clareza. Vestiu-se cuidadosamente, escolhendo um conjunto que a fazia sentir-se bem, e respirou fundo antes de deixar o quarto.Ao entrar na escola, seu coração disparou. Os corredores estavam cheios, e ela imediatamente sentiu os olhares se voltando para ela. Sussurros e risadinhas ecoavam em seu entorno, mas dessa vez, ao contrário de antes, Kallista estava ao lado de seus quatro amigos—Raelan, Ravenna, Viviane e Dorian.“Olhem só quem decidiu aparecer!” disse Ravenna, com um sorriso encorajador. “Estamos todos aqui para você.”Kallista sorriu, sentindo um calor no coração. A presença deles a fazia sentir-se mais confiante, apesar dos olhares julgadores que a seguiam. “Obrigada, meninas. Isso significa muito.”Conforme caminhavam pelos corredores, Kallista sentiu a intensidade dos olhares. Alg
A luz suave da manhã filtrava-se pelas cortinas da janela do quarto de Kallista, iluminando o espaço com um brilho dourado. Hoje era um dia especial; ela completava 17 anos. A expectativa dançava no ar, misturada à ansiedade. Amigos e familiares estavam a caminho para a festa, mas uma sensação inquietante a acompanhava, como se algo estivesse prestes a mudar. Kallista se sentou em frente ao espelho, observando seu reflexo. Seus cabelos castanho-claro caíam em ondas suaves sobre os ombros, e ela sempre achou que tinham um brilho especial sob a luz do sol. Mas eram seus olhos que mais a intrigavam: grandes e expressivos, refletiam uma profundidade que a fazia sentir que, em algum lugar dentro dela, havia um segredo escondido, esperando para ser descoberto.Às vezes, ela se perguntava se aqueles olhos revelavam mais do que apenas sua aparência. Havia algo neles que parecia carregar uma história, um mistério que desafiava a superfície de sua vida cotidiana. Kallista costumava se perder em
O lobo cinza, imponente e majestoso, permaneceu parado na varanda, seus olhos amarelos fixos em Kallista e Alaric. O silêncio que se seguiu parecia quase pesado, como se o ar estivesse carregado de expectativa. Kallista estava paralisada, o coração batendo descontroladamente enquanto o instinto de luta ou fuga a dominava. Ela não sabia se corria ou se ficava ali, mas a presença do lobo a fazia sentir-se extremamente vulnerável.Então, algo extraordinário aconteceu. Kallista ouviu uma voz ressoar em sua mente, profunda e poderosa, como um eco distante. "Kallista. Eu não sou seu inimigo."Ela se virou para Alaric, seus olhos arregalados de medo. "Ele está falando comigo... na minha cabeça!"Alaric, ainda em sua postura protetora, olhou para o lobo com uma mistura de respeito e preocupação. "Fenris, o que você está fazendo aqui?""E vim trazer uma mensagem urgente."Kallista se agarrou a Alaric, buscando conforto na presença familiar dele. "O que você quer dizer com isso? O que está acon
A chuva caía incessantemente naquela noite, uma cortina de água fria que parecia lavar as ruas e o desespero que envolvia Katherine. Com Kallista, ainda um bebê, nos braços, ela se movia rapidamente, suas habilidades vampíricas permitindo que seus pés mal tocassem o solo. A escuridão a rodeava, mas nada era mais opressivo do que a dor que sentia pela perda de Damon, o homem que amava e que havia dado a vida para protegê-las.As lágrimas escorriam pelos olhos azuis de Katherine, misturando-se com a chuva. Ela não se permitia pensar na morte de Damon, não agora. Ele havia se sacrificado para que elas pudessem ter uma chance, e ela não poderia deixar que sua coragem fosse em vão. Cada passo que dava era uma promessa silenciosa de que Kallista teria um futuro, longe das garras dos sobrenaturais que as perseguiam.Finalmente, após o que pareceram horas de corrida, Katherine parou em frente à casa dos Walter. Era um lugar que o rei feérico Thalion havia indicado como seguro, e ela se agarro