A madrugada se estendia silenciosa, e Kallista estava encostada na janela, observando o céu estrelado que se estendia até onde a vista alcançava. As estrelas brilhavam como pequenos faróis de esperança, mas seu coração estava pesado. Uma semana havia se passado desde a reunião tumultuada, e ela se sentia mais sozinha do que nunca. Seus avós vinham a visitar frequentemente, trazendo palavras de encorajamento, mas a solidão ainda a envolvia como um manto.Kallista sentiu falta de Alaric, seu amigo que sempre a apoiara, e se perguntava como ele estaria. Será que ele ainda estava no mesmo mundo que ela? As memórias das conversas que tiveram a deixaram nostálgica. Olhou para sua nova escrivaninha e decidiu pegar seu diário, um meio de se conectar com seus próprios pensamentos.Ela começou a escrever: “Oi, você está por aí?” Esperou um momento, e logo as palavras surgiram na página: “Sim, estou aqui.”Um sorriso iluminou seu rosto ao ver a resposta. “Você nunca dorme?” questionou, curiosa s
Era uma noite silenciosa quando Kallista se preparou para pular a janela, seu coração acelerado com a ideia de escapar da prisão que se tornara sua vida. Ela abriu a janela com cuidado, tentando fazer o mínimo de barulho possível, mas, de repente, uma cabeleira castanha apareceu diante dela. Com um susto, Kallista deu alguns passos para trás, e seus olhos se encontraram com os olhos castanhos de Lucien.“Você!” Kallista exclamou, uma mistura de raiva e alívio percorrendo seu corpo. “O que você está fazendo aqui? Você não devia ter aparecido!”“Não vou embora,” Lucien respondeu, sua voz firme, mas com um toque de vulnerabilidade.Kallista franziu a testa. “Se você não for, vou gritar para os guardas lá fora.”“Um minuto, por favor,” ele pediu, esboçando um sorriso triste. “Me deixe explicar.”Ela cruzou os braços, desafiadora, enquanto ele falava. “Não pude vir antes porque meus pais me proibiram de ter qualquer contato com você.”Kallista soltou uma risada sem humor, imaginando a situ
Na manhã seguinte, Kallista estava em um misto de emoções, ainda refletindo sobre a noite intensa que tivera. Quando Vivi e Ravenna entraram em seu quarto, não puderam conter os gritos de animação ao ouvirem Kallista compartilhar que tinha perdido a virgindade.“Uau! Você conseguiu!” Vivi exclamou, enquanto Ravenna pulava de empolgação. “Como você se sente?”Kallista hesitou por um momento, tentando encontrar as palavras certas. “Me sinto… normal, eu acho,” respondeu, forçando um sorriso. “Na verdade, foi bom, mas eu esperava… mais.”As duas amigas trocaram olhares confusos, a surpresa estampada em seus rostos. “Mais? O que você quer dizer com isso?” Ravenna perguntou, inclinando-se para frente, cheia de curiosidade.Kallista, sentindo-se um pouco envergonhada, decidiu mudar de assunto. “Ah, esqueçam isso! Olhem o que eu ganhei!” Ela se levantou rapidamente e abriu o armário, revelando um verdadeiro arsenal de vestidos novos que seus avós lhe haviam dado.“Meu Deus, Kallista! Isso é i
Kallista estava perdida em seus pensamentos, ainda ecoando os fragmentos do sonho que a deixaram inquieta. De repente, ouviu um estalo de dedos bem na sua frente. Ela piscou, voltando à realidade, e encontrou Lucien a observando com uma expressão preocupada.“Está tudo bem?” ele perguntou, a preocupação evidente em seu tom. “Você tem estado um tanto dispersa nas últimas noites.”Kallista suspirou, tentando afastar os resquícios do sonho que ainda a atormentavam. “Quando você vai me assumir para a sua família?” ela perguntou de forma direta. “Quando esse joguinho vai acabar?”Lucien hesitou por um momento, olhando nos olhos dela. “Calma, Kallista. Estou esperando os resultados saírem. Assim que comprovar que você é apenas uma híbrida, começarei a trilhar um caminho para que meus pais a aceitem.”Ela soltou uma risada sem humor. “Mesmo sendo híbrida, já seria um caminho difícil, não acha? E se eu fosse… tribida? O que você acharia?”Ele riu, um som que soou leve, mesmo que a tensão no a
Kallista saiu correndo da biblioteca, seu coração acelerado e a mente a mil. Ela precisava encontrar uma saída antes que o clã tivesse os resultados em mãos e o peso de sua verdadeira identidade se tornasse um fardo insuportável. As saias dos vestidos a atrapalhavam, dificultando sua corrida, mas a adrenalina a impulsionava a continuar.Ao chegar no meio do corredor, um conhecido sorriso arrogante apareceu à sua frente. Era Fausto, que a observava com um ar de superioridade. “Estou ansioso pela chegada dos seus exames, Kallista,” ele disse, a voz cheia de ironia.Ela não o confrontou, não tinha forças para isso. Com um gesto desdenhoso, apenas passou por ele, determinada a não deixar que suas palavras a afetassem. O que importava naquele momento era se proteger e descobrir como lidar com a nova realidade que a aguardava.Ao chegar em seu quarto, Kallista fechou a porta com força e correu até sua escrivaninha. Com mãos trêmulas, abriu seu diário e começou a escrever freneticamente. “Ag
Kallista pulou a janela de seu dormitório, o coração ainda pesado com a dor da rejeição que sentira naquela noite. Porém, ao se deparar com uma cena inesperada, sua surpresa a fez hesitar. O rei Viktor estava ali, ao lado de Adrian, que estava sentado em sua cama, com um semblante sério, mas acolhedor.Antes que Kallista pudesse começar a se explicar ou sentir a pressão do momento, Adrian sorriu para ela, fazendo um gesto que parecia aliviar a tensão. “Sua mãe fazia a mesma coisa,” ele disse, como se compartilhasse um segredo. “Sempre escapava pela janela quando as coisas ficavam difíceis.”A confusão de Kallista aumentou. “O que vocês estão fazendo aqui?” ela perguntou, tentando entender a situação.O rei Viktor, com sua presença imponente, interveio. “O resultado do seu exame já saiu, Kallista. Ele confirma que você é tribida,” disse ele, com uma seriedade que não podia ser ignorada. “Estamos revirando a árvore genealógica de toda a família real para entender a extensão dos seus laç
A luz suave da manhã filtrava-se pelas cortinas da janela do quarto de Kallista, iluminando o espaço com um brilho dourado. Hoje era um dia especial; ela completava 17 anos. A expectativa dançava no ar, misturada à ansiedade. Amigos e familiares estavam a caminho para a festa, mas uma sensação inquietante a acompanhava, como se algo estivesse prestes a mudar. Kallista se sentou em frente ao espelho, observando seu reflexo. Seus cabelos castanho-claro caíam em ondas suaves sobre os ombros, e ela sempre achou que tinham um brilho especial sob a luz do sol. Mas eram seus olhos que mais a intrigavam: grandes e expressivos, refletiam uma profundidade que a fazia sentir que, em algum lugar dentro dela, havia um segredo escondido, esperando para ser descoberto.Às vezes, ela se perguntava se aqueles olhos revelavam mais do que apenas sua aparência. Havia algo neles que parecia carregar uma história, um mistério que desafiava a superfície de sua vida cotidiana. Kallista costumava se perder em
O lobo cinza, imponente e majestoso, permaneceu parado na varanda, seus olhos amarelos fixos em Kallista e Alaric. O silêncio que se seguiu parecia quase pesado, como se o ar estivesse carregado de expectativa. Kallista estava paralisada, o coração batendo descontroladamente enquanto o instinto de luta ou fuga a dominava. Ela não sabia se corria ou se ficava ali, mas a presença do lobo a fazia sentir-se extremamente vulnerável.Então, algo extraordinário aconteceu. Kallista ouviu uma voz ressoar em sua mente, profunda e poderosa, como um eco distante. "Kallista. Eu não sou seu inimigo."Ela se virou para Alaric, seus olhos arregalados de medo. "Ele está falando comigo... na minha cabeça!"Alaric, ainda em sua postura protetora, olhou para o lobo com uma mistura de respeito e preocupação. "Fenris, o que você está fazendo aqui?""E vim trazer uma mensagem urgente."Kallista se agarrou a Alaric, buscando conforto na presença familiar dele. "O que você quer dizer com isso? O que está acon