A professora Ursula caminhava de um lado para o outro na sala de aula, o som de seus saltos batendo no chão ecoando como um metrônomo. Sua voz era firme e clara enquanto falava sobre a maturidade sobrenatural. "Quando os lobos atingem seu pico de maturidade, seus ossos são todos quebrados para que o novo corpo possa se adaptar," ela disse, com uma expressão séria. "Dias antes, eles apresentam picos de febres e dores de cabeça constantes. Após a primeira transformação, tendem a ganhar músculos e peso, e claro, habilidades noturnas."
Kallista se encolheu ao ouvir que os ossos eram quebrados. A ideia de passar por algo tão doloroso e traumático parecia surreal e, ao mesmo tempo, normal para todos os outros alunos. Ela se perguntou se também teria que passar por aquilo. A sala estava em silêncio, mas a expressão de todos mostrava que estavam acostumados com essa realidade.
A professora continuou. "Para os vampiros, o processo é diferente. Costumam apresentar dores de cabeça frequentes, aversão à claridade e, claro, há a perda da coloração da pele. As presas costumam se manifestar somente quando há necessidade de sangue, mas o sangue não é uma necessidade constante. É uma dieta intercalada com alimentos comuns."
Kallista sorriu discretamente ao lembrar de todos os contos que havia lido sobre vampiros, imaginando como a literatura tinha distorcido algumas verdades. Enquanto a professora falava, Dorian se inclinou discretamente na direção dela e sussurrou: "Esse é o livro que eu mencionei na última vez. Ainda acho bizarro."
Kallista soltou uma risadinha baixa, mas ao voltar seu olhar para a professora, notou algo estranho. No canto do olho, viu uma menina loira de olhos verdes super claros, observando-a. A garota estava vestida com o uniforme da escola de uma maneira que a tornava estilosa, mastigando um chiclete de forma que deixava seus lábios lindos e perigosos. Suas unhas estavam pintadas de um rosa vibrante, e a confiança que exalava era palpável.
Antes que Kallista pudesse desviar o olhar, a garota enviou uma mensagem telepática: "O que foi, sua coisinha de sangue ruim?" Kallista ficou extremamente ofendida e nervosa com aquilo. Ela se conteve ao máximo para não responder, preferindo voltar sua atenção para a frente. "É assim que eu gosto," a garota finalizou, e Kallista suspirou, tentando ignorar a provocação.
Raelan, que estava ao lado dela, percebeu a mudança na expressão de Kallista e virou-se. "Ignore Lupi. Ela gosta de ser maldosa com todos," ele disse, tentando confortá-la. Mas Kallista sabia que não conseguiria suportar ser insultada sem ter feito nada para merecer. A raiva fervia dentro dela, e a ideia de discutir aquilo com Lupi a deixava ainda mais irritada.
Com certeza, naquela noite, ela conversaria com seu diário mágico, buscando conselhos do amigo oculto que sempre a ajudava a lidar com esses problemas. Enquanto a aula prosseguia, Kallista se perdeu em pensamentos, ponderando sobre a amizade, a maturidade e como poderia enfrentar os desafios que a esperavam neste novo mundo. Ela sabia que, com o apoio de seus amigos, conseguiria enfrentar qualquer coisa, mesmo que isso incluísse uma garota como Lupi.
A madrugada envolvia Kallista em um silêncio profundo e confortável, mas ela não conseguia dormir. O que aconteceu com Lupi ainda martelava em sua mente, e a inquietação a impedia de relaxar. Em vez de se perder em pensamentos, decidiu que precisava colocar tudo para fora. Levantou-se da cama, vestiu um casaco leve e caminhou até sua escrivaninha, que ficava de frente para a janela.
A luz da lua filtrava-se pelo vidro, iluminando o ambiente suavemente. Kallista abriu seu diário, a capa desgastada lembrando-a que ali era o seu refúgio. Com a caneta em mãos, começou a escrever sobre a última interação com Lupi, descrevendo cada palavra maldosa que a garota havia lançado.
Após alguns minutos, Kallista aguardou uma resposta, mas o diário permaneceu em silêncio. De repente, letras formosas e firmes começaram a aparecer na página, formando uma frase que a fez parar. "Se quer paz, prepare-se para guerra." Kallista ponderou sobre aquelas palavras, sentindo o peso delas.
"Devo enfrentar Lupi na próxima vez?" ela escreveu, ansiosa. O diário levou alguns momentos para responder, e quando as palavras apareceram, Kallista leu com atenção.
"Não aja com emoção. Nunca abaixe a guarda, pois você é a princesa herdeira. Abaixar a guarda para qualquer um é sinal de fraqueza e impudência. Mostre que, mesmo sendo uma híbrida, você é da realeza e merece respeito."
Kallista sorriu ao ler aquilo. A perspectiva de se afirmar como parte da realeza a encorajava. Com um suspiro, decidiu compartilhar um desejo mais profundo. "Gostaria que você fosse alguém com quem eu pudesse conversar pessoalmente."
Alguns minutos se passaram até que o diário respondeu, surpreendendo-a. "Eu sou alguém, de muito longe, que se comunica com você por este diário."
A animação tomou conta dela. "Quem é você? E um dia nós nos conheceremos?" Kallista perguntou, a curiosidade transbordando.
Após uma breve espera, o diário respondeu novamente. "Sou alguém que você precisa neste momento. Na hora e no tempo certo, nos conheceremos. Por enquanto, a magia está em nos ajudarmos sem nos conhecermos."
Kallista percebeu que o diário se referia a ele como "ele", e isso a fez supor que era um homem. Reclinado em sua cadeira, olhou para o céu estrelado e brilhante que se estendia além da janela. Com um suspiro, escreveu: "De onde eu venho, o céu não é tão iluminado assim. É a coisa mais linda e limpa que já vi. Como é o céu para você?"
Minutos se passaram até que algo incrível e lindo apareceu no diário. Um céu estrelado azul, com um toque lilás manchando o horizonte, se revelava. As estrelas eram amarelas e vibrantes, parecendo dançar. Kallista jurava que poderia ouvir uma canção antiga ressoar ao fundo daquela imagem. Era como se estivesse olhando por uma janela mágica, e a beleza era tão real que ela quis tocar.
As lágrimas se formaram em seus olhos, transbordando de emoção ao ver aquela linda imagem. Uma gota silenciosa caiu sobre o diário, e ela ficou maravilhada. A imagem começou a desaparecer, mas novas letras apareceram: "Esse é o céu da minha casa."
Kallista sorriu ao ler isso, sentindo-se conectada de alguma forma. "Obrigada por me mostrar isso, foi a coisa mais linda que eu já vi," ela respondeu, e não estava mentindo. "Por favor, me mostre de novo."
E, como se atendendo ao seu pedido, o diário respondeu mais uma vez, revelando novamente aquele céu encantador. Kallista percebeu que, mesmo na solidão da madrugada, ela havia encontrado uma conexão mágica que a fazia sentir-se menos sozinha. Aquele diário não era apenas um objeto; era uma ponte para alguém que, de alguma forma, compreendia sua luta e a inspirava a ser mais forte.
Kallista caminhava pelos corredores da escola, acompanhada por Vivi e Ravenna. O som de suas vozes ecoava nas paredes antigas enquanto elas se dirigiam para mais uma aula. As semanas haviam se passado desde que Kallista adentrara no mundo sobrenatural, e, para sua surpresa, ela estava se adaptando melhor do que esperava.
"Você realmente está se saindo bem, Kallista!" Vivi disse, sorrindo. "Ninguém diria que você é nova aqui. Parece que sempre pertenceu a este lugar."
"É verdade!" Ravenna concordou, animada. "Você já conhece todos os atalhos e até se enturmou com a galera. Estamos tão orgulhosas de você!"
Kallista sorriu, sentindo-se aquecida com o apoio das amigas. "Obrigada, meninas. É mais fácil quando tenho vocês ao meu lado."
Assim que chegaram ao refeitório, no entanto, o clima mudou. Lupi, com seu olhar desdenhoso, apareceu diante delas. "Ah, olha quem está se adaptando tão bem," disse ela, com um sorriso sarcástico. "Estava esperando o momento certo para confrontar você, Kallista. Esperava mais de uma híbrida."
Kallista franziu a testa, sentindo a raiva começar a borbulhar dentro dela. "O que você quer, Lupi?" ela respondeu, tentando manter a calma.
"Quero que você saiba que não é bem-vinda aqui. Você pode ser uma princesa, mas isso não muda o fato de que é apenas uma híbrida," Lupi provocou, seus olhos brilhando de malícia.
"Você não sabe nada sobre mim," Kallista retrucou, a voz tremendo de indignação.
"Parece que você não entende seu lugar," Lupi continuou, avançando um passo. "Deveria saber que não pertence a este mundo."
A raiva de Kallista começou a crescer de forma inexplicável, como se algo dentro dela estivesse ansioso para sair. As amigas perceberam a mudança em seu comportamento e rapidamente intervieram. "Kallista, vamos sair daqui. Ignora essa garota e suas amigas," Vivi sugeriu, puxando-a pelo braço.
Mas Lupi não se deixou intimidar. "Olha só, suas amigas estão tentando te proteger, mas você não vale a pena," ela disparou, lançando ofensas direcionadas a Vivi e Ravenna.
Aquilo foi o suficiente para que a raiva de Kallista explodisse. Sem pensar, ela lançou-se para cima de Lupi, suas habilidades sobrenaturais tomando conta. A força a impulsionou com tanta velocidade que as duas atravessaram paredes de concreto, Kallista em cima de Lupi, parecendo um felino pronto para atacar.
Os professores Adrian e Fenris apareceram bem na hora, intercedendo antes que Kallista pudesse causar mais danos. "Kallista, pare!" Adrian gritou, puxando-a para longe de Lupi.
Lupi, ainda no chão, começou a gritar. "Meus pais saberão disso! Eles são pessoas influentes!"
Kallista não pôde evitar uma risada sarcástica. "Mais influentes que eu, a própria e única princesa herdeira dos dois tronos?" Ela desafiou, seus olhos brilhando com uma mistura de diversão e desdém.
Lupi revidou, furiosa. "Você é uma híbrida imunda! Nunca será uma verdadeira princesa!"
Kallista riu alto, um riso mortal e tenebroso. "Você pode me chamar do que quiser, mas saiba que, mesmo sendo uma híbrida imunda, ainda sou mais importante do que você."
A tensão no ar era palpável, e parecia que outra briga estava prestes a estourar. Foi então que Adrian decidiu intervir novamente, puxando Kallista para longe antes que a situação se tornasse incontrolável. "Vamos para a diretoria, agora!" ele ordenou, enquanto Ravenna e Vivi o seguiam, preocupadas com a amiga.
Kallista podia sentir ainda a adrenalina pulsando em suas veias, mas a raiva começou a se dissipar. O que havia acontecido entre ela e Lupi era apenas o começo de um conflito que ela sabia que teria que enfrentar. E, de alguma forma, isso a fazia sentir-se viva.
Depois da conversa na diretoria, Kallista saiu da sala com uma mistura de indignação e confusão. A diretora Sullivan havia lhe avisado sobre a necessidade de controlar seu gênio, mas Kallista sentia-se como um alvo, injustamente marcada por ser diferente. Enquanto caminhava pelo corredor, Adrian a seguiu, mantendo-se próximo para garantir que ela estivesse segura."Ei, Kallista," ele chamou, seu tom de voz suave, mas Kallista percebeu que ele estava tenso. "Como você está se sentindo?""Como você acha que eu estou? É tão injusto! Sou um alvo só por ser diferente. Meu melhor amigo, Alaric, não está aqui porque esse bando de 'perfeitos' o julga por ser bastardo. É tão vulgar usar um termo tão arcaico para alguém!" Kallista desabafou, sentindo a frustração transbordar.Adrian parou ao lado dela, colocando as mãos nos bolsos, a expressão dele carregada de preocupação. "Eu entendo como você se sente," ele começou, hesitando por um momento antes de continuar. "Passei pela mesma situação mui
A madrugada envolvia Kallista em um manto de desconforto e delírios, enquanto ela se contorcia em sua cama. O suor escorria pelo seu rosto e a sensação de mal-estar a dominava, levando-a a um estado entre a consciência e o sonho. Em meio a essa névoa, lembranças de sua infância começaram a emergir, vívidas e cheias de emoção.Ela se viu em um dia chuvoso, envolta pela proteção calorosa de sua mãe. O som da chuva batendo contra as janelas preenchia o ar. Enquanto sua mãe a segurava, Kallista sentia a segurança em seus braços.A imagem mudava, e agora era seu pai, com um sorriso largo, brincando com ela. Ele a levantava no ar, e Kallista sentia a leveza e a felicidade daquele momento."Você é a nossa garotinha especial!" ele exclamava, rindo, enquanto Kallista balançava os pés, deslumbrada com a atenção.Os flashes de alegria continuavam, mostrando sua mãe e pai juntos, brincando e rindo ao seu redor. As vozes deles formavam um coro de amor e proteção, enquanto o mundo exterior parecia
A biblioteca da escola estava mergulhada em um silêncio profundo, interrompido apenas pelo sussurro do vento que passava pelas janelas. Kallista caminhou entre as estantes, iluminada apenas pela luz suave de uma lâmpada em um canto. Na noite anterior, ela finalmente tivera coragem de sair e encarar o mundo lá fora. Os olhares que recebeu foram variados: alguns julgadores, outros admirados. Ela se destacava entre as lobas, sua beleza e curvas chamando a atenção de muitos. Os pensamentos descarados dos machos a perseguiam, e Ravenna tinha razão; todos pareciam ter esquecido que ela era híbrida.Decidida a evitar mais atenção indesejada, Kallista optou por se refugiar na biblioteca durante a madrugada. Seu objetivo era claro: aprender mais sobre o mundo dos lobos e dos vampiros, especialmente com a aproximação do encontro com seus avós maternos, que eram reis. A última coisa que ela queria era fazer papel de idiota diante deles.Ao entrar na seção de história sobrenatural, uma lembrança
O sol se punha lentamente no horizonte, tingindo o céu de tons alaranjados e lilases, enquanto Kallista estava em seu quarto, imersa na leitura do livro sobre o mundo feérico. As páginas viravam-se com facilidade sob seus dedos, e cada nova descoberta a deixava mais fascinada. Ela estava prestes a aprender sobre as antigas tradições feéricas, quando uma sensação inexplicável a atingiu.Uma presença magnética e poderosa parecia chamar por ela, como se o próprio universo estivesse sussurrando seu nome. Kallista se levantou delicadamente, movendo-se em direção à janela, seu coração batendo mais rápido a cada passo. Assim que chegou à borda da janela, um lobo enorme e cinza apareceu em seu campo de visão, como uma sombra da noite que emergia da penumbra.Ela ficou imóvel, a respiração suspensa, enquanto o lobo a encarava. Seus olhos brilhavam intensamente, refletindo a luz do crepúsculo e transmitindo uma sabedoria antiga. No entanto, algo no olhar do lobo parecia assustado, quase como se
Kallista entrou em seu quarto, ainda atordoada com tudo o que havia acontecido. O coração batia acelerado enquanto ela avistava Vivianne e Ravenna, que estavam sentadas na cama, conversando em sussurros. Ambas levantaram os olhos para ela, e a expressão de expectativa em seus rostos era clara.“Kallista! Onde você esteve?” Vivianne perguntou, a preocupação evidente em sua voz. “O que aconteceu?”Kallista se deixou cair na cadeira próxima à mesa, sentindo-se um turbilhão de emoções. “Vocês não vão acreditar no que aconteceu!” Ela respirou fundo, tentando organizar os pensamentos. “Eu conheci meus avós. Eles são o Rei e a Rainha, e… e o clã de lobos estava lá também.”Ravenna arregalou os olhos, claramente intrigada. “O clã de lobos? E como foi isso?”“Foi um pouco… intenso,” Kallista admitiu, lembrando-se dos olhares avaliadores que havia recebido. “Mas o que realmente me deixou em choque foi que Lucien estava lá! Ele é o filho do Alpha e… ele é meu parceiro.”As duas amigas trocaram o
Kallista estava absorta em seus pensamentos, lembrando do beijo de Lucien, a sensação de calor e eletricidade ainda pulsando em seus lábios. A mente dela girava entre a confusão e a excitação, até que Ravenna a despertou de seus devaneios.“Kallista?” Ravenna chamou, rindo levemente. “Você está bem? Parece meio aérea.”Kallista sorriu sem graça, tentando disfarçar a intensidade das emoções que a envolviam. “Sim, estou bem. O que você estava perguntando?”Ravenna observou sua amiga com um olhar curioso. “Eu estava perguntando se você já se apaixonou por alguém que não deveria.”A pergunta fez Kallista hesitar, notando uma mudança na expressão de Ravenna. A amiga parecia um pouco triste, e Kallista imediatamente se preocupou. “Está tudo bem?” ela questionou, percebendo que Ravenna olhou em direção à porta do quarto, como se estivesse tentando ouvir se Vivianne vinha pelo corredor.“Na verdade, até pouco tempo atrás, eu namorava Raelan,” Ravenna confessou, sua voz suave. Kallista ficou c
Kallista entrou em seu quarto, exausta após as conversas e lições do dia. Ao olhar para a cama, notou um pequeno bilhete em cima dela, seu nome cuidadosamente escrito em letras cursivas. Curiosa, ela se aproximou e abriu o papel. A mensagem a fez parar por um momento: “Encontre-me à meia-noite no mesmo lugar em que conversamos na noite passada.”Um suspiro escapou de seus lábios. Será que isso era uma boa ideia? A mente de Kallista estava repleta de dúvidas, mas a curiosidade e a emoção eram mais fortes. A noite chegou, e quando o relógio finalmente marcou meia-noite, Kallista pulou a janela e atravessou o grande gramado da escola. Ao se aproximar da árvore que lançava sombras densas, ela percebeu como a escuridão parecia viva ao seu redor. Agora, como loba, sua visão noturna era aguçada, tornando a travessia mais fácil.Assim que chegou perto da árvore, Lucien apareceu de trás dela, acenando com a mão. “Kallista,” ele chamou, um sorriso no rosto.“O que você quer?” ela perguntou, cru
A luz suave da manhã filtrava-se pelas cortinas da janela do quarto de Kallista, iluminando o espaço com um brilho dourado. Hoje era um dia especial; ela completava 17 anos. A expectativa dançava no ar, misturada à ansiedade. Amigos e familiares estavam a caminho para a festa, mas uma sensação inquietante a acompanhava, como se algo estivesse prestes a mudar. Kallista se sentou em frente ao espelho, observando seu reflexo. Seus cabelos castanho-claro caíam em ondas suaves sobre os ombros, e ela sempre achou que tinham um brilho especial sob a luz do sol. Mas eram seus olhos que mais a intrigavam: grandes e expressivos, refletiam uma profundidade que a fazia sentir que, em algum lugar dentro dela, havia um segredo escondido, esperando para ser descoberto.Às vezes, ela se perguntava se aqueles olhos revelavam mais do que apenas sua aparência. Havia algo neles que parecia carregar uma história, um mistério que desafiava a superfície de sua vida cotidiana. Kallista costumava se perder em