Sai do carro apressada com o meu coração quase saltando pela boca e corri para a capela Nossa Senhora, às portas estavam fechadas, um pouco encostadas mostrando apenas uma fresta e às abrir rápido de forma espalhafatosa. — Você não pode se casar com ela! — Gritei, somente o som da minha voz ecoou pela grande capela, dois padres se viraram para me olhar com o semblante confusos, eles pareciam estar conversando quando eu os interrompi. Olhei em volta sem entender como o local ainda estava vazio, será que eu havia me enganado de horário? Não, não era isso, senão Edgar não saia dizendo que estava atrasado. Um dos padres que vinha em minha direção parou na minha frente. — Posso ajudar, Sra? — Sim, eu queria saber o que aconteceu aqui, achei que estava rolando um casamento nesse lugar hoje. O homem franziu o cenho e ajeitou os óculos. — Nenhum casamento foi marcado aqui, você se enganou de lugar. — Não, eu tenho certeza de que é na capela Nossa Senhora? — Não s
O som das folhas balançando nas árvores era como música sobre os meus ouvidos, o céu estava corado, em tons de pastel vivos, a paisagem verde em abundância me lembrava de filmes antigos, o vento forte que chicoteava minhas bochechas não era incomodo. Parei a cadeira de rodas e ajeitei a coberta sobre o colo de Antonio. — Está bom, obrigada. Sorri e voltei a segurar a cadeira, era uma ladeira íngreme, um ponto alto das colinas na Escócia, perto do castelo Edimburgo, não entendia por que Antônio havia decidido vir para cá, mas respeitava sua vontade, afinal, Antônio estava morrendo. — De todos os lugares em que eu queria visitar o mundo, esse foi o único que faltou… Agora, me sinto realizado Rosa. — Como é a sensação Sr Antonio? — É boa, de paz e conquista, de satisfação, prazer… — Ele apontou para o campo aberto — Esse lugar… Muitos dos meus parentes foram enterrados aqui e é aqui que eu também quero ser enterrado. — Não diga
— Eu sabia — Disse Renato, quase como um sussurro ao meu lado, ele estava sorrindo? Franzi a testa incrédula, só então me dei conta de que era um testamento. — Testamento? — Me inclinei sobre a cadeira — O que eu tenho haver com isso? — Sim, Sr. Lorenzo o que ela tem haver com isso? — Perguntou Renato do outro lado, até agora se mostrava o mais comunicativo dos três — Ela foi apenas a cuidadora do nosso avô! — E também, como uma filha para ele. — Nós somos como filhos para ele! — Disse Damon do meu lado, assim como Renato ele falava de mim como se eu não estivesse do seu lado. — Vocês foram no aniversário dele? Mês passado ou ligaram para saber como estava indo a doença? — Perguntou Lorenzo de forma ousada, quando houve apenas o silêncio de novo ele continuou — O Sr Antônio deixou a coleção de carros importados para dividirem como bem entenderem entre vocês três. — Eu não quero, podem dividir vocês dois — Disse Edgar no
Quando abri os olhos estava em um quarto, cercada por três homens. Me levantei rápido me sentando na cama. — O que é isso? O que aconteceu? — Perguntei olhando em volta, a minha cabeça doía então botei a mão sobre ela. — Fique deitada, Sr. Rosalina, o médico está vindo você bateu a cabeça. — Disse Lorenzo. Assenti e me deitei na cama. — Então tudo foi um sonho. Ouvi um riso distante do outro lado do cômodo, era Renato ele me olhava com desdém. — Não, nada foi um sonho. Estava lendo o testamento quando você desmaiou e batendo forte a cabeça na mesa do escritório.Olhei para Edgar e Damon e senti meu rosto esquentar enquanto a vergonha se apossou de todo o meu corpo. — Ela está acordada, pode continuar a ler agora. — Disse Renato, ainda impaciente. — Acho melhor esperarmos ela se recuperar. — Não! — Falei rápido — Eu quero ouvir, preciso saber por que ele me escolheu… Lorenzo assentiu e puxou uma cadeira em um can
O dia havia sido cansativo e eu queria apenas me deitar e dormir, tudo o que havia acontecido parecia um delírio da minha cabeça do qual eu ainda não sabia o que pensar.— Sr. Rosa.Eu estava prestes a abrir a porta do meu quarto, me fechar e hibernar, mas a voz familiar do qual eu conhecia bem me chamou atenção.— O que foi agora, Wallace?— Você não dorme mais em seu quarto de funcionária — Ele apontou para o andar de cima.— Eu não vou dormir no quarto de Antônio, eu me recuso!— Tudo bem, então durma no quarto ao lado. É uma suíte bem grande, você não precisa dormir em um pequeno quarto, a casa inteira agora é sua agora!— Eu só quero uma cama.— E travesseiros de pena?— O que? — Franzi a testa, mas larguei a maçaneta e o segui.Ele me levou até o último andar, em um quarto grande e ao que parecia, feminino.— Esse quarto... — Olhei para Wallace e então me virei para sair dele o mais rápido possível — Não, você ficou louco!— Rosa, não saia daqui!Parei de andar e o olhei confusa
Mesmo envergonhada, mantive meus olhos fixos nele. Não sabia o que dizer e a cada segundo podia sentir meu rosto esquentar mais envergonhada, me sentindo culpada, intrusa, como se eu fosse a vilã naquela casa. — Eu… eu… — Você? — Eu… Renato esfregou o rosto perdendo a paciência e caminhou pelo quarto. — Você acha que podemos chegar em nossas vidas e tirar tudo o que temos? Você sabe o que esse quarto significa para mim? — Não — Fechei os olhos percebendo que havia piorado a situação. — Assim não dá, eu não consigo manter uma conversa com você. Você é oportunista. Arregalei os olhos. — O que? — O que está acontecendo? — Perguntou Edgar da porta, ele cruzou os braços sério e alternou o olhar entre nós. — Essa garota ai — Ele apontou — Ela mal tomou a casa e já está no quarto da nossa mãe. — Edgar a mamãe odiava esse quarto, ela dizia que era mal assombrado, se você botou os pés aqui foi por três vezes, no máxi
Rosa Parei nos degraus e respirei fundo, consertei minha postura, não estava preparada para encará-los na mesa do almoço, mesmo assim dei um passo à frente. Os saltos eram exagerados e eu não sabia como andar com eles, ainda assim dei mais um passo à frente, descendo às escadas com calma, a casa estava silenciosa, olhei para os lados, tudo o que eu queria era voltar para o quarto e me deitar, ficar na cama de moletom e me remoer em minha dor, mas precisava cumprir o cronograma. Entrei na sala de estar e era como se meus olhos se enchessem, às lembranças pairavam em minha mente brotando involuntariamente a cada segundo que se passava, eram tantas recordações com o Sr Antonio naquela mesa, comíamos juntos algo que quase ninguém entendia, mas ele era um homem solitário e após meses de insistência, eu me sentei a mesa e passei a comer todos os dias com ele, desde então não percebemos quando haviamos esvaziado o prato, continuavamos na mesa conversando por um tempo enquan
Rosa Eu e Jonathan subimos as escadas, ele parecia impressionado com o quarto enquanto eu contava os últimos acontecimentos, Jonathan balançava a cabeça e dizia poucas palavras. Ele tocou em um dos quadros de António antigo do qual havia um barco ao fundo, em um mar turbulento. — Por favor Jonathan, não toque em nada, esse quarto não é meu! — Não é ? — Ele se virou e abriu um sorriso — Você tem noção da sorte que você tem? Agora essa casa inteira é sua, isso é tão incrível quanto absurdo! Ele se aproximou rápido da cama onde eu estava sentada e me deu um beijo rápido que me pegou desprevenida. — Jonathan… — Ele me beijou de novo, um beijo rápido, mas forte me impulsionando um pouco para trás — Jonathan, você ouviu o que eu disse? — Sim, você acabou de ganhar na mega sena! — Não — Falei segurando o rosto dele, tentando impedir que ele me beijasse de novo e ele me puxou pela cintura me aproximando mais de si, tirou a alça do meu vestido e beijou meu p