Quando abri os olhos estava em um quarto, cercada por três homens. Me levantei rápido me sentando na cama.
— O que é isso? O que aconteceu? — Perguntei olhando em volta, a minha cabeça doía então botei a mão sobre ela.
— Fique deitada, Sr. Rosalina, o médico está vindo você bateu a cabeça. — Disse Lorenzo.
Assenti e me deitei na cama.
— Então tudo foi um sonho.
Ouvi um riso distante do outro lado do cômodo, era Renato ele me olhava com desdém.
— Não, nada foi um sonho. Estava lendo o testamento quando você desmaiou e batendo forte a cabeça na mesa do escritório.
Olhei para Edgar e Damon e senti meu rosto esquentar enquanto a vergonha se apossou de todo o meu corpo.
— Ela está acordada, pode continuar a ler agora. — Disse Renato, ainda impaciente.
— Acho melhor esperarmos ela se recuperar.
— Não! — Falei rápido — Eu quero ouvir, preciso saber por que ele me escolheu…
Lorenzo assentiu e puxou uma cadeira em um canto do cômodo, ele abriu a pasta pegando os papéis e voltou a botar no chão.
— A outra metade das companhias, da empresa, junto com a mesma quantia avaliada em bens, dinheiro e posses avaliado em cem milhões de reais será dado ao neto que, segundo o falecido Sr Antonio, será considerado digno.
— Digno? Digno como? — Perguntou Edgar curioso. — O que quer dizer isso?
— Que você, o Sr Renato e o Sr Damon tem exatamente um ano para se casar, para mostrar serem homens sérios e centrados, capazes de cultivar raízes e amor.
— Amor — Damon soltou um riso sarcástico — Meu avô falava dessas baboseiras, em nosso mundo não existe amor!
— Então eu sinto te informar, mas irão perder a sua parte da fortuna deixada pelo avô de vocês que será destinada a caridade.
Damon balançou a cabeça lentamente.
— Só temos que casar, é isso?
— As regras são simples Damon, mas difíceis de cumprir. É preciso que a mulher com que se casa seja aprovada pela Sra Rosalina e que seja por amor.
— Eu não vou me casar! — Disse Renato incrédulo — Isso é ridículo!
— Bom, como eu não ligo para o dinheiro. Já tenho a minha parte, eu corta fora do baralho — Edgar tocou no ombro de Damon — Não precisa se preocupar comigo.
Damon assentiu e então me olhou.
— Por que ela é tão importante?
— Segundo o Sr Antônio, ela é a pessoa mais íntegra, doce, gentil e sabia que ele já conheceu, com a pouca idade que tem.
— Eu concordo com Renato e isso é muito difícil, mas tudo isso que está nos falando é ridículo, só pode ser uma piada! — Disse Damon com incredulidade.
— De qualquer forma — Lorenzo se levantou — Se quiser a fortuna e metade das ações e da empresa, você Damon e você Renato terão que se casar em um ano e se submeter a um detector de mentira avançado, para que comprovem que não estão tentando apenas conseguir a parte do dinheiro sem cumprir a última vontade do seu avô, que era vê-los casados e felizes. Caso ambos consigam isso, o valor será dividido entre vocês no final desse ano, contando da data da morte do Sr. Antonio, hoje, dia nove de outubro de dois mil e dezoito. Também a outras exigências, terão que morar sobre o mesmo teto, na mansão durante esse ano e participar de eventos juntos, comer na mesma mesa pelo menos uma vez por semana, nem que seja um chazinho da tarde.
Renato soltou um riso sarcástico, o seu semblante de indignação podia ser visto a quilômetros enquanto Damon parecia prestes a voar no pescoço de Lorenzo.
— Também terão que assistir ao funeral, do qual a Sra. Rosalina irá preparar.
— O que? — Olhei para Lorenzo em choque — Mas o funeral não está marcado para essa tarde?
— Sim — Ele olhou o relógio — É nove e treze, tudo precisa estar pronto até às três, para isso ele deixou uma lista de exigências, números para que ligue, pessoas para convidar. Pode pedir ajuda Sr. Wallace, creio que é coisa demais para uma pessoa só.
Esperava que o dia fosse calmo, tranquilo, fúnebre, que eu tivesse apenas que arrumar minhas malas e me derramar em lágrimas sobre a cama que, em breve, não dormiria mais.
Iria para a minha casa onde Jonathan, o meu namorado me esperava. Já estávamos juntos há oito anos, desde que meus pais morreram havia sido apenas eu e Jonathan. Fiquei com a casa dos meus pais e depois de dois anos, eu e Jonathan decidimos morar juntos, afinal, não havia necessidade dele pagar aluguel, tínhamos uma relação bem sólida.
Depois do terceiro ano juntos sentia que havíamos nos acomodado, ainda era bom, mas conforme o tempo passava percebi que não voltaríamos a ser como era nos primeiro três anos, ainda assim eu tínhamos um ao outro para nos apoiar.
Depois de cuidar de Antônio por sete anos, um homem tão rico e conhecido sabia que não seria difícil arranjar um novo trabalho, mas pretendia tirar um mês para me recuperar, esperava que logo voltasse a ter ânimo, mas me sentia abatida demais.
Como se já bastasse meus medos, ansiedades, preocupações eu ainda tinha um enorme buraco em meu peito para lidar chamado luto.
Antonio havia partido e por muito tempo, seus ensinamentos, sua companhia, seu sorriso haviam sido grande parte do meu dia, ele foi o mais próximo de um pai que eu tive já que não havia conhecido o meu de verdade e agora, havia partido. Lembrar do quanto ele sofria era a única coisa que me confortava, ele não queria mais viver, estava farto de dias e com o câncer em estágio avançado.
Agora, ele deve ter se encontrado com sua filha de novo, sorri com o pensamento e peguei mais um dos números para ligar, já havia contratado a banda, o caixão, a coroa de flores, ligado para o padre entre muitos outros detalhes, o que mais me preocupava era a lista de amigos, colegas e familiares distantes do qual eu teria que ligar. O enterro será na capela de Nossa senhora de Aparecida, Antonio era catolico, ele não acreditava em reencarnação como eu, mas que no final, íamos para o céu ou inferno sem direito a retornar para terra.
Talvez, esse fosse um pensamento mais agradável para quem estava cansado de viver, mas para mim que almejava o mundo e ainda conseguia ver beleza nas coisas, preferia acreditar que voltaria de outra forma.
Eu era uma das herdeira, meu peito disparou e suspirei fundo, não sabia como processar isso e nem tinha tempo para pensar que o chão pelo qual eu havia vivido durante sete anos, todas às paredes elegantes, o salão principal e o grande campo agora eram meus, eu queria entender por que Antônio nunca havia me contado de seus planos? Ele nunca sequer havia mencionado nada a respeito ou perguntado se eu queria aquela vida, mas dado às outras opções, talvez eu entendesse um pouco o por que seus netos teriam que suar a camisa para conseguir sua parte da herança.
Ele queria que eles entendesse o significado do amor, mesmo que fosse uma corrida para alcançar o dinheiro, queria que eles convivem sem sob mesmo teto e que comessem juntos mesmo se brigarem por semanas, queria que eles olhassem para algo que não fosse o dinheiro, que construíssem uma família, para que não acabassem sozinhos no final de sua vida, como a mãe deles, Cecília do qual Antônio falava com tanto carinho.
Eu estava certa de que Antônio era um homem extremamente sábio, ele havia passado por muitas coisas na vida e por dois terços dela ele havia sido ganancioso e mesquinho, usava de avareza para com tudo, havia apenas trabalho, foi então que entrei em sua vida. Ele já estava sozinho nessa época, o câncer havia batido às portas e o choque de realidade o fez mudar, entendeu que todo o dinheiro que tinha não era suficiente para o curar e que ninguém queria segurar sua mão, por que ele havia afastado todos.
Era um homem orgulhoso, não correu atrás de ninguem e nem quis mostrar que havia mudado, disse que se eles quissesem, eles veriam então eu segurei sua mão, por que estava sozinho e fui gentil, por que o vi chorar escondido diversas vezes então ele me contava suas historias de vida enquanto o jornal passava, não saia muito por conta do cancer, às vezes dormia no hospital, em um quarto de luxo até que tambem passou a se sentir sozinho lá e pediu para mudar para um quarto normal, junto onde o dividiu com Jair, um homem humorado de olhos brilhantes, careca, negro de aparente cinquenta anos.
Eu estava na capela com a lista, o telefone, via às pessoas em movimento como um borrão, já estava quase gritando socorro, me sentindo sufocada pelo lugar quando a cerimônia começou.
Às coisas pareciam calmas, ninguém parecia chorar assim como ninguém parecia saber o que dizer quando o padre ofereceu o microfone para que alguém falasse algo sobre ele.
Edgar foi o primeiro a levantar, parecia incomodado e nervoso quando começou a falar, ele chorou como um bebe, não pude deixar de me comover pelas desculpas dirigidas ao seu avô ao qual não via a anos, por estar em outro continente, ele dizia que era fácil pegar um avião e que havia sido, por deixar de lado a família que não havia o visitado.
— A, por favor. Você não está comovida com isso! — Disse Damon aparecendo do meu lado e me dando um susto.
— Ele parece sincero…
Damon balançou a cabeça e então sorriu, segui seus olhos, Renato havia pego o microfone. Ele começou a chorar e dizer coisas doces sobre o seu avô, fechei a mão sobre meus braços e fiquei olhando tudo apática.
— Não vai chorar também? — Perguntou Damon com sarcasmo, ele saiu da capela e ficou olhando da porta, acendeu um cigarro enquanto olhava para a rua, seu terno cinza justo e a forma relaxada com que seus ombros estavam.
Ele notou que eu o olhava e ofereceu o cigarro que balancei a cabeça negando.
— Você não sente nada por ele?
— Pelo meu avô? Sinto… — Ele botou o cigarro nos lábios de novo e depois de soltar a fumaça voltou a falar” Eu estou triste, mas acho que ainda não caiu a ficha. De qualquer forma, o meu avô preferia Edgar.
— Eu consigo entender o porquê.
Ele sorriu e tragou de novo o cigarro.
— Eu não sou um homem emotivo, e…
— Rosa.
Ele balançou a cabeça assentindo e me olhou de cima para baixo, cruzei os braços me sentindo violada e ele sorriu.
— Rosa, eu quero entender como você se tornou a principal herdeira do meu avô — Ele jogou o cigarro no chão e se virou para mim com as mãos no bolso — Se você armou de alguma forma para que isso aconteça, se você o persuadiu, o ameaçou.
— Ameaçou? Olhe o que você está falando… Como eu vou ameaçar um homem tão poderoso quanto o Sr. Antônio era?
Damon sorriu, mas parecia com raiva, se aproximou a poucos passos ficando a apenas um centímetro do meu rosto e olhou em meus olhos.
— Não importa, você fez algo impossível acontecer e eu vou descobrir como, afinal, agora temos muito tempo juntos, já que terei que morar na sua mansão, viveremos sobre o mesmo teto. Vou fazer esse esforço, para tomar a mansão e tudo o que pegou de nós!
O dia havia sido cansativo e eu queria apenas me deitar e dormir, tudo o que havia acontecido parecia um delírio da minha cabeça do qual eu ainda não sabia o que pensar.— Sr. Rosa.Eu estava prestes a abrir a porta do meu quarto, me fechar e hibernar, mas a voz familiar do qual eu conhecia bem me chamou atenção.— O que foi agora, Wallace?— Você não dorme mais em seu quarto de funcionária — Ele apontou para o andar de cima.— Eu não vou dormir no quarto de Antônio, eu me recuso!— Tudo bem, então durma no quarto ao lado. É uma suíte bem grande, você não precisa dormir em um pequeno quarto, a casa inteira agora é sua agora!— Eu só quero uma cama.— E travesseiros de pena?— O que? — Franzi a testa, mas larguei a maçaneta e o segui.Ele me levou até o último andar, em um quarto grande e ao que parecia, feminino.— Esse quarto... — Olhei para Wallace e então me virei para sair dele o mais rápido possível — Não, você ficou louco!— Rosa, não saia daqui!Parei de andar e o olhei confusa
Mesmo envergonhada, mantive meus olhos fixos nele. Não sabia o que dizer e a cada segundo podia sentir meu rosto esquentar mais envergonhada, me sentindo culpada, intrusa, como se eu fosse a vilã naquela casa. — Eu… eu… — Você? — Eu… Renato esfregou o rosto perdendo a paciência e caminhou pelo quarto. — Você acha que podemos chegar em nossas vidas e tirar tudo o que temos? Você sabe o que esse quarto significa para mim? — Não — Fechei os olhos percebendo que havia piorado a situação. — Assim não dá, eu não consigo manter uma conversa com você. Você é oportunista. Arregalei os olhos. — O que? — O que está acontecendo? — Perguntou Edgar da porta, ele cruzou os braços sério e alternou o olhar entre nós. — Essa garota ai — Ele apontou — Ela mal tomou a casa e já está no quarto da nossa mãe. — Edgar a mamãe odiava esse quarto, ela dizia que era mal assombrado, se você botou os pés aqui foi por três vezes, no máxi
Rosa Parei nos degraus e respirei fundo, consertei minha postura, não estava preparada para encará-los na mesa do almoço, mesmo assim dei um passo à frente. Os saltos eram exagerados e eu não sabia como andar com eles, ainda assim dei mais um passo à frente, descendo às escadas com calma, a casa estava silenciosa, olhei para os lados, tudo o que eu queria era voltar para o quarto e me deitar, ficar na cama de moletom e me remoer em minha dor, mas precisava cumprir o cronograma. Entrei na sala de estar e era como se meus olhos se enchessem, às lembranças pairavam em minha mente brotando involuntariamente a cada segundo que se passava, eram tantas recordações com o Sr Antonio naquela mesa, comíamos juntos algo que quase ninguém entendia, mas ele era um homem solitário e após meses de insistência, eu me sentei a mesa e passei a comer todos os dias com ele, desde então não percebemos quando haviamos esvaziado o prato, continuavamos na mesa conversando por um tempo enquan
Rosa Eu e Jonathan subimos as escadas, ele parecia impressionado com o quarto enquanto eu contava os últimos acontecimentos, Jonathan balançava a cabeça e dizia poucas palavras. Ele tocou em um dos quadros de António antigo do qual havia um barco ao fundo, em um mar turbulento. — Por favor Jonathan, não toque em nada, esse quarto não é meu! — Não é ? — Ele se virou e abriu um sorriso — Você tem noção da sorte que você tem? Agora essa casa inteira é sua, isso é tão incrível quanto absurdo! Ele se aproximou rápido da cama onde eu estava sentada e me deu um beijo rápido que me pegou desprevenida. — Jonathan… — Ele me beijou de novo, um beijo rápido, mas forte me impulsionando um pouco para trás — Jonathan, você ouviu o que eu disse? — Sim, você acabou de ganhar na mega sena! — Não — Falei segurando o rosto dele, tentando impedir que ele me beijasse de novo e ele me puxou pela cintura me aproximando mais de si, tirou a alça do meu vestido e beijou meu p
Rosa Sai do terraço me sentindo vitoriosa, com um sorriso nos lábios, sabia que agora Damon estava com ainda mais raiva de mim, mas entre às desavenças e o desejo deles de me diminuir a qualquer custo eu estava chegando a um ponto onde me sentia sufocado, não tinha mais lágrimas para chorar ou cabeça para suportar, entre os cochichos dos meus colegas de trabalho e o olhar penetrante e julgador de Renato que insistentemente jogava piadas quase sempre que me via, Damon também não facilitava, era mais sutil, porém, tinha o mesmo desdém de todos da casa. Fazer com que todos gostassem de mim nunca foi tão difícil… Suspirei e parei em uma das janelas do corredor sentindo um nó em minha garganta, notei pelo lado de fora da janela e logo depois do grande gramado que se estendia a muitos metros, que atrás dos muros estavam abarrotados de jornalistas, todos pelos quais havia me prendido naquelas paredes, sem que eu pudesse sair para espairecer nem mesmo no quintal, pois sabia que logo
Rosa — A Sra. Rosa — Wallace me olhou de cima a baixo — Suas roupas. Olhei para minhas roupas, mas elas não estavam fora do lugar, me sentia envergonhada como se tivesse sido pega de surpresa e olhei para os olhos dele. — O que tem minhas roupas? — Elas estão amarrotadas, quer que eu as leve para as passar? — Agora? — Franzi a testa — O Sr. Antonio às vezes pedia para que passassem a roupa dele no meio do dia… Wallace balançou a cabeça assentindo. — E nesse tempo ele ficava como? Pelado? — De roupão, em sua sala de descanso. Balancei a cabeça assentindo, parece que havia coisas sobre a rotina de Antônio que eu não sabia. — Não é preciso, eu vou tomar um banho e me deitar. Já estava saindo quando Wallace chamou meu nome de novo, parei e olhei para ele. — Diga. — Isso é para você — Ele ergueu a mão revelando uma carta. A segurei, então olhando para ele e para ela a abri com cuidado para não rasgar o conteúdo de de
Rosa Ainda era muito cedo quando abri os olhos e perdi o sono. Deixei Jonathan dormindo na cama e caminhei pela casa perambulando pelos corredores que eu conhecia bem, mas que agora, de alguma forma, pareciam diferentes. Eu havia acordado pensativa, com tantas coisas acontecendo eu não sabia como agir, o que pensar, o que fazer. Todos pareciam contra mim, tudo parecia sufocante, eu ainda estava com um milhão de memórias que me vinham e iam pela mente durante o dia do Sr Antônio que foi como um pai para mim e todos os meus colegas e alguns que eu considerava amigos, viraram às costas para mim. Caminhei pelo campo e parei perto de um pequeno lago bonito, era frio e a neblina deixava tudo parecendo ainda mais monótono. Foi quando vi Jonathan dirigindo como um louco em um carrinho de golfe e gritando, vindo em minha direção. — O que é isso? — Perguntei incrédula e balancei — Parece uma criança. — É divertido — Disse ele saindo do carrinho de golfe, ele botou a mão e
Rosa Na mesa do jantar o silêncio reinava, Edgar havia pintado os cabelos de vermelho a uma hora atrás fazendo com que Renato o olhasse com desdém e Damon risse do seu novo visual. Ninguém me olhava e quando olhava era com desdém, mas Jonathan parecia ser ignorado completamente por eles. Era algo bem melhor do que o que eu estava passando. — Você também irá à festa Damon? — Como? — Perguntou Damon me olhando surpreso. — Você foi convidada? — Perguntou Renato com indignação. Alternei o olhar entre eles. — Sim, eu fui. Edgar esboçou um riso contido e me olhou com olhos travessos. — Você não vê, né Rosa? — Não vejo o que? — Ninguém te conhece, ninguém quer você lá, ganhou destaque por causa do nosso avô, mas se você for, será motivo de piada! — Wallace disse que… — O Wallace que diz é o nosso Wallace, o mordomo? — Perguntou Renato e balancei a cabeça assentindo — O que ele sabe? — Ele era o braço direito do Sr Antônio