O jantar começou e tudo parecia tranquilo. — Não! — Ouvi a voz de Anna sobressair mais um pouco, ela pegou discretamente os legumes e botou no prato de Damon, olhei em volta e Brad fez uma careta rápida e discreta. — Não faça isso! — Pedi, eu mesma estava envergonhada. — Rosa você é um anjo, mas isso às vezes é irritante. O olhei surpresa e ele sorriu para mim. — Brad está certo — Enfatizou Thomas também falando baixo — Damon comendo legumes e ignorando as carnes? É ridículo! Olhei em volta, apesar deles falarem extremamente baixo e do som em volta da mesa, Anna e Damon estavam na nossa frente e me sentia desconfortável com a situação. — Concorda? — Perguntou Brad em um tom de voz mais alto para mim, meu rosto esquentar de vergonha — Só diga, sim ou não? — Sim. Ele assentiu e voltou para a comida feliz. — Sobre o que estão falando? — Perguntou Anna com um sorriso doce. — Da despedida de solteiro do seu noivo. — Eu já deixei claro que não quero — R
— Você está chegando? — Perguntei a Lisa pelo telefone. — Rosa pela décima vez, sim! — Eu vou chamar Edgar, parece que ele tem amigos e está bem entretido, talvez nem vá. — Vamos nos divertir por ele. Suspirei, estava tão cansada de tudo, desanimada, triste. — Eu espero que sim. — Precisa levantar esse ânimo. Era impossível uma vez que sentia que estava constantemente triste, era isso que o amor fazia, ele tinha o poder de te deixar radiante ou apagar o seu brilho completamente. — Onde está? — Estou dentro da mansão, não quis mais ficar e sorrir para todos estava cansada de fingir. — Sua vaca! Tomei um susto e me virei rápido vendo Anna vir em minha direção furiosa fiquei nervosa. — Rosa? Quem está aí? — Perguntou Lisa pelo telefone. — Depois eu te ligo! — Desliguei o telefone e olhei para os olhos de Anna. — Você é uma vagabunda! Damon aparece atrás dela, ele estava tão confuso quanto eu, totalmente tenso imaginando o pior eu me senti p
— Eu vou pedir um tira gosto — Disse Lisa olhando para os lados procurando o garçom, olhei para os olhos dela e não consegui sustentar o olhar enquanto as lágrimas pareciam querer voltar a vir — Não Rosa, de novo não! — Ela está chorando? — Perguntou Edgar aparecendo com três cervejas pequenas — De novo. — Sim, de novo. Eu já não sei o que eu faço — Lisa franziu o cenho ao notar as mãos dele — Você não foi ao banheiro? — Sim, mas aproveitei para pegar cervejas no bar, acho que o garçom está ocupado agora — Edgar apontou com a cabeça para o garçom que canta uma mulher no canto e então se sentou. — Vocês não precisam tentar me alegrar, não tem bebida que me alegre essa noite — Falei rolando a cerveja lentamente com os dedos. — Precisamos interromper esse casamento amanhã — Falou Lis e Edgar a olhou surpreso. — E vai fazer o que batgirl? — Eu vou roubar o vestido da noiva — Ela ergueu o dedo dando ênfase de forma engraçada — E você vai ser meu sentinela. — Ning
A tensão parecia ter aumentado drasticamente, como se já não estivesse sufocante, sentia o peso do jugo dos olhos de Damon e sabia que ele estava questionando quanto a integridade do relacionamento que eu tinha com Edgar, talvez até mesmo questionando se ele de fato existia. — Sim, é isso mesmo um fetiche — Falei com firmeza olhando em seus olhos e Damon sorriu, dava para perceber que ele não seria facilmente convencido. — De Edgar talvez eu acredite, mas não com você, você é muito puritana Rosa. — Você não me conhece tão bem. — Conheço sim! — Acho que eu devo conhecer Rosa melhor do que você, afinal, passamos mais tempo juntos e ela é a minha namorada — Edgar enfatizou o final e Damon o olhou com o semblante fechado, dava para perceber a tensão entre eles. — Se vocês estão tão apaixonados assim, por que nunca os vi se beijar? — A gente se beija muito — Falei. — Sim, eles se beijam o tempo todo — Disse Lisa — Chega a ser desconfortável, ficar de vela sabe.
Ajeitei a gravata borboleta de Edgar, como sempre ele se destacaria. Edgar mexia as mãos o tempo todo de forma repetitiva, parecia nervoso enquanto olhava para o relógio em seu pulso. — Te ver nervoso assim me faz pensar que você gosta de Damon. — Claro que eu gosto daquele idiota. “É uma pena que você não demonstra isso” pensei em vista a distância de um abismo que tinha entre eles, mas eu estava cansada até mesmo para argumentar, me sentia tão triste que não queria fazer mais nada, não me sentia bem e sabia que não me sentiria por um bom tempo. Estava extremamente triste, já havia chorado lágrimas de uma vida inteira e ainda sentia que elas poderiam vir com a menor menção de Damon, então, eu precisava me manter firme até que Edgar saísse, pois sabia que ele se preocupava muito comigo e que apesar de saber que eu não estava bem por que era impossível esconder eu não podia desabar, não na sua frente. — Rosa — Olhei para os olhos de Edgar — Lisa ainda está dormindo, quer
— Bom dia Lorenzo — Falei descendo as escadas, fui em sua direção e ele estendeu a mão que apertei — O que faz aqui? Achei que estaria no casamento de Damon. — Eu vou para lá. Olhei para as horas, eram nove em ponto fazendo meu coração saltar de ansiedade e aflição. — Então chegará para a festa, por que, acredito eu que essa hora a noiva já está entrando pela porta da igreja. — Você sabe que noivas sempre se atrasam meia hora para fazer suspense. Assenti, mas não consegui sorrir. — Acho que sim, né. Quer alguma coisa, um chá, um café, suco? — Não, hoje eu vim rápido, só como um carteiro. Franzi o cenho sem entender e ele puxou um envelope que estava embaixo do seu braço e me entregou. — Rosa, eu acho que eu cometi um erro… E eu não poderia ficar bem com o Sr. Antonio, do qual era um amigo que eu tinha apreço se levasse essa mentira adiante. — Do que está falando Lorenzo? — Os testes de Damon não falharam, os testes não faltaram, mas eu sim e foi por i
Sai do carro apressada com o meu coração quase saltando pela boca e corri para a capela Nossa Senhora, às portas estavam fechadas, um pouco encostadas mostrando apenas uma fresta e às abrir rápido de forma espalhafatosa. — Você não pode se casar com ela! — Gritei, somente o som da minha voz ecoou pela grande capela, dois padres se viraram para me olhar com o semblante confusos, eles pareciam estar conversando quando eu os interrompi. Olhei em volta sem entender como o local ainda estava vazio, será que eu havia me enganado de horário? Não, não era isso, senão Edgar não saia dizendo que estava atrasado. Um dos padres que vinha em minha direção parou na minha frente. — Posso ajudar, Sra? — Sim, eu queria saber o que aconteceu aqui, achei que estava rolando um casamento nesse lugar hoje. O homem franziu o cenho e ajeitou os óculos. — Nenhum casamento foi marcado aqui, você se enganou de lugar. — Não, eu tenho certeza de que é na capela Nossa Senhora? — Não s
O som das folhas balançando nas árvores era como música sobre os meus ouvidos, o céu estava corado, em tons de pastel vivos, a paisagem verde em abundância me lembrava de filmes antigos, o vento forte que chicoteava minhas bochechas não era incomodo. Parei a cadeira de rodas e ajeitei a coberta sobre o colo de Antonio. — Está bom, obrigada. Sorri e voltei a segurar a cadeira, era uma ladeira íngreme, um ponto alto das colinas na Escócia, perto do castelo Edimburgo, não entendia por que Antônio havia decidido vir para cá, mas respeitava sua vontade, afinal, Antônio estava morrendo. — De todos os lugares em que eu queria visitar o mundo, esse foi o único que faltou… Agora, me sinto realizado Rosa. — Como é a sensação Sr Antonio? — É boa, de paz e conquista, de satisfação, prazer… — Ele apontou para o campo aberto — Esse lugar… Muitos dos meus parentes foram enterrados aqui e é aqui que eu também quero ser enterrado. — Não diga