Enquanto Olívia estava voltando para casa, não muito longe dali em um motel barato, estava Nathan e Kate. Afinal já que não conseguiria comemorar com sua namorada ele decidiu comemorar com outra.
— Nossa por que temos que nos encontrar nesse muquifo? — perguntou Kate, nua ao lado dele também nu na cama do motel, abraçada nele. — Você sabe que não posso botar tudo a perder, Kate. Preciso ter cuidado. — É eu sei, mas por que você não casa logo com ela e acaba logo com isso? Sei lá. Eu só queria poder ter a liberdade de ter você só pra mim. — Calma, princesa. Tudo tem o seu tempo. Assim como eu que já tô pronto pro próximo round! — disse ele de forma maliciosa e então a beijou apaixonadamente. Nathan tinha um objetivo apenas na vida: ser rico!Mal sabia Kate que Nate gostava mesmo de Olívia e queria ficar com ela, ainda mais pelo fato dela ser herdeira de uma pequena fortuna. Isso alimentava ainda mais as coisas para ele. Mentira para Kate que daria um golpe em Olívia, quando na verdade nunca pensou em sua vida sem ela.Nathan era um viciado em sexo, o problema é que ele fazia com qualquer garota que sentisse atração. E infelizmente, sabia esconder isso muito bem da sua companheira.Kate era mais uma vítima da sua canalhice. Uma válvula de escape para variar. O dia amanheceu e Olívia dormiu sentada a mesa, com uma taça de vinho e um pequeno bolo que havia uma vela já apagada. Nathan perdeu a hora e deixou a pobre moça esperando. Ao acordar irritada percebeu que tinha que se arrumar rápido ou se atrasaria para o trabalho. No caminho para o trabalho mandou uma mensagem para ele perguntando onde ele estava, porém sem resposta. Ao chegar no andar do escritório de Terry ela viu uma mesa ao lado de fora da porta. — Não acredito que ele fez isso. — falou para si mesma ao senta-se ali. — Bom dia Srta. White. — ouviu a voz de Terry que rapidamente passou pela sua mesa e adentrou em sua sala. Ao revisar alguns contratos Olivia precisava levar eles para Terry antes de arquiva-los. — White, preciso que organize para hoje ainda aqueles arquivos. — disse ele ao apontar para um canto da sala onde haviam três caixas enormes com papéis saindo até a boca. — Senhor... Uau, parece muita coisa, não acredito que eu termine hoje. — É bom que termine por que preciso deles prontos até amanhã para eu revisá-los e para que você os arquive pra mim. Ah, e eu estou com fome, quero que busque um sanduíche para mim. Pão integral, alface, sem tomate, queijo prato, sem azeitonas, com peito de frango defumado e maioneses light. Ah e para beber um café sem açúcar.“Meu Deus, quem bebe café sem açúcar?!” pensou sou Olívia. — Sim senhor. — Ah, e sem cebola também. No sanduíche. Odeio cebola crua. Eram muitas exigências para um sanduíche, mas ela não iria reclamar. Apenas fazer o que lhe foi mandado. Demorou apenas dez minutos para que o pedido ficasse pronto e cinco até volta para empresa. — White, que porcaria é essa? — disse ele apontando para o sanduíche. — O seu sanduíche de sempre... — Cebola! Tem cebola nessa porcaria! Você é burra? Tem problema de audição? — esbravejou — E o café veio errado! Você não verifica quando recebe? Você é idiota, só pode ser! Olívia que achava que já haviam se entendido no jantar, percebeu que ele ainda estava cumprindo sua “vingancinha” com ela. Ela já estava de saco cheio de ser tratada daquela forma. — Me desculpe. — era a única coisa que conseguia dizer engolindo em seco.— Saia. — disse ele bravo. Olívia contrariada, saiu da sala. Sentia seu rosto vermelho de raiva. Será que ele estava fazendo isso apenas para provoca-la? O que ela não sabia é que nenhuma das objeções do tal sanduíche faziam diferença. Terry apenas queria irrita-la, queria ver ela atingir seu extremo e que pedisse para ir embora. Enquanto isso Terrence ria se divertindo ao ver a pobre moça se descabelar para fazer tudo tão perfeito para ele. Enquanto isso, Terry se divertia, rindo internamente ao ver a moça se esforçando para agradá-lo.Sentado em sua cadeira, Terry sorria satisfeito.— Está sendo interessante tê-la por perto. — admitiu para si mesmo.Apesar da diversão momentânea, no fundo do coração, Terry ainda guardava mágoa por amar alguém que não confiou nele. Ele não entendia como Olívia preferiu confiar em alguém que mal conhecia em vez dele, seu melhor amigo de longa data. Nada do que ele fazia com ela aliviava sua dor. Ele se questionava o que Olívia via em Nathan, o que o outro homem tinha que ele não tinha. Enquanto pensava nisso, sua irmã Sarah entrou em sua sala.— É sério isso, Terry? — perguntou ela, sentando-se na cadeira em frente à mesa dele. — Até quando vai ficar nesse joguinho?— Sua amiguinha já veio te contar, é? — Terry respondeu, com um sorriso sarcástico.— Você está sendo ridículo. E desde quando você não come cebola? — Sarah questionou, olhando-o com reprovação.Ele riu, lembrando da expressão de Olívia durante a discussão sobre o sanduíche.— Não tem graça, ela está sofrendo. — Sarah continuou, com um tom mais sério.— Ah, Sarah, pode ter certeza que ela não sofreu nem metade do que ela me fez passar! Ela simplesmente me cortou da vida dela sem ao menos considerar meu lado. — Terry retrucou, com amargura na voz.— Então tudo isso é vingança mesmo. Olha Terry, se isso te consola, parece que o relacionamento dela já não é mais o mesmo. — Sarah respirou fundo antes de continuar. — Olha, não conte para ela, eu mesma não disse porque ela prefere se fazer de cega. Mas na semana passada eu vi o Nathan saindo de um bar, um lugar bem suspeito, aos beijos com uma garota.— Não me surpreende. E você preferiu não contar, nem tirar uma foto para mostrar para ela? Ótima amiga você. — Terry respondeu, com ironia.— E adiantaria? Você conhece a lábia desse cara. Ele sempre consegue conquistar Olívia, é como se fosse magia. — Sarah explicou, olhando para o irmão com compaixão. — Terry, eu sei que ainda a ama.— E quem disse isso? — ele retrucou, tentando esconder seus sentimentos.— Seus olhos dizem! Eu sou sua irmã, conheço você como a palma da minha mão. Eu amo Olívia, mas amo você muito mais, odeio ver você sofrer. Por que não segue em frente?— E acha que não tentei? — Terry suspirou, mostrando sua frustração. — Sarah, eu tentei, você sabe disso! Mas esse sentimento... eu simplesmente não consigo esquecê-la. Mesmo assim, decidi deixá-la seguir e ser feliz da forma que ela quisesse.— Ou seja, desistiu de lutar por ela. — Sarah concluiu, com tristeza na voz.— Não é desistir, é apenas cansar. E quando finalmente estava conseguindo me distrair, ela volta! — Terry explicou, expressando sua confusão emocional.No coração da cidade, em um bar suspeito, o pai de Olívia, James, aguardava alguém. O Sr. Sallow, pai de Terry, chegou e cumprimentou-o. — Olá, White. — Olha Sallow, eu sei por que me chamou aqui e eu estou ciente de que estou devendo para eles. — James respondeu, sério. — Devendo? James, maldição. Você não faz ideia no que se meteu. Essa máfia não brinca. Se você não os pagar, não vão apenas matar você. Seria fácil demais. Eles vão torturar você ou pior... Se descobrirem a existência da Liv... — alertou Sr. Sallow com um tom sombrio. James concordou, visivelmente tenso — Eu sei do que são capazes. E vou pagar, ok? — Claro que sabe. Você já arquivou casos de pessoas desaparecidas ou corpos desfigurados e mutilados. — O clima tenso pairava no ar. — Eu vou pagar, eu já disse. É esse vício, eu tinha certeza que conseguiria triplicar meu valor... — explicou ele, nervoso. — James, como Liv reagiu quando contou a ela? — questionou Sallow com um olhar penetrante. James evitou
Finalmente depois de tantos tapas, Nathan conseguiu se enrolar num lençol. A garota que o acompanhava estava perplexa apenas assistindo. — Como pode fazer isso comigo? — dizia em meio as soluços. — Olívia eu... Droga a culpa é toda sua! Você sabe que eu preciso de sexo e nesses últimos dias você só trabalha e fica o tempo todo a disposição daquele bastardo do Sallow! Como você espera que eu me sinta vendo você trabalhando com um cara que vivia dizendo ser perdidamente apaixonado por você? — ele esbravejou. — Você é a única culpada! Olha vamos resolver isso, ok? — ele tentou se aproximar dela, porém ela se afastou. — O quê? Agora a culpa é minha? — ela chorava indignada — Meu Deus e ele estava certo sobre você! Você é doente! Esse tempo todo... Meu Deus eu perdi alguém que realmente gostava de mim, que me respeitava de verdade por causa de você! Um bosta como você! Por sua causa eu passei por cima de todos, até do meu pai! — ela chorava — Tá tudo acabado. — Não! Olívia, me e
Os lábios se encontraram em um beijo ardente, algo que Terry desejara e sonhara por muito tempo. Porém, não era dessa forma que ele havia imaginado, e definitivamente não era assim que queria ter Olivia para si. Sentia-se como uma válvula de escape para o que ela estava passando, uma maneira de esquecer ou se vingar de seu ex traidor. Apesar de seu profundo desejo por ela, Terry ainda mantinha seu orgulho masculino e a coerência de suas ações. Ele sabia que não poderia ficar com ela enquanto estivesse bêbada, não dessa forma.Com todos esses sentimentos fluindo, ele interrompeu o beijo com delicadeza.— Não, Olivia. Isso não está certo. — ele se afasta.— O quê? —Ela parecia um pouco confusa. — Espere, você está certo. O que eu estava pensando? Você é meu chefe...— Não é só isso. — Ele a olhou nos olhos. — Você está bêbada, magoada com o seu ex. Eu nunca quis ficar com você nessas circunstâncias. —Eu sei, eu sei. Droga, me desculpa Terry. — Eu acho melhor eu descansar e... — É, e
— Desculpe por ele ter te incomodado. — Não tem problema, já o bloqueei. Agora, você precisa ligar para seu pai; ele está desesperado procurando por você. Está quase colocando cartazes de pessoa desaparecida! — Meu Deus, ele está exagerando. Vou ligar para ele agora. Com licença. — Ela saiu do quarto, deixando Sarah e Terry sozinhos.Sarah cruzou os braços e franziu o cenho para o irmão. — O que ela estava fazendo aqui? — É uma longa história. — Ele respondeu, mas Sarah olhou para ele com malícia — Não aconteceu nada, eu juro. — Você vai ter que me contar tudo direitinho! — Ela sorriu, dando um tapinha no ombro dele. — Ela descobriu a verdade sobre aquele idiota do namorado dela. Se sentiu arrependida e veio pedir desculpas. Foi isso! — E para isso ela precisava dormir aqui? — Ela dirigiu bêbada da casa dela até aqui. Queria que a deixasse voltar daquele jeito? Se quer saber mais, pergunte a ela. Eu tenho coisas para fazer. — Ele disse, abrindo o guarda-roupa para pegar
Sarah ficou um pouco chateada ao ver que a amiga saiu sem nem ao menos dizer tchau, pois ela queria saber como havia sido a conversa com Terry na noite passada. — Ela foi embora? — perguntou Terry para Sarah, que confirmou — Deve ter ido pra casa se trocar, logo ela vai estar na empresa. Se quiser passar lá na hora do almoço, aí vocês podem fofocar a vontade. — Ah, engraçadinho! — ela riu — Bom, eu também tenho meu curso agora pela manhã, e alguns ensaios. Te vejo depois, maninho. — disse ela ao dar um beijo no rosto do irmão e sair. Terry chegou ao escritório e notou que a mesa de Olívia estava vazia. Ele imaginou que ela estivesse resolvendo algo em outro andar. Percebeu também que a recepção precisava de melhorias, já que a mesa atual não combinava com o padrão do escritório dele. E talvez essa "vingança" dele pode ter sido boba e exagerada. Já havia passado uma hora desde que ele chegará ao escritório e nada de Olívia chegar. Terry começou a ficar preocupado,
Apesar de todos os esforços de James para encontrar Nathan, ele não conseguiu. O rapaz conseguiu simplesmente desaparecer. James, frustrado em não encontrar o agressor de sua filha chegou irritado no departamento de polícia. — Spancer! — disse ele ao ir até a mesa de outro oficial — Faz um registro de criminoso foragido para mim, no nome de Nathan Parker. Eu tenho a foto. Coloca no sistema. Procurado por violência doméstica e estupro. — Senhor, mas eu vou precisar das provas antes de abrir isso no sistema... — Peter está trazendo as provas, ele está com a vítima no hospital. — Ok. Nome da vítima para o inquérito? — Olívia White. — o agente parou perplexo por um momento, mas logo tornou sua atenção para o computador e terminou de preencher no sistema. Algumas horas depois, Olívia já havia sido examinada e medicada. Seus hematomas externos eram superficiais e apesar de não conseguir caminhar direito pela dor da violência que sofrera de seu ex, tudo indicava que na
Todd’s Pub não era exatamente um bom lugar para as pessoas se encontrarem após o trabalho e tomar umas para relaxar. Pelo contrário. Localizado na mais sombria e decadente parte da cidade, se erguia como um farol de perdição. O cheiro de álcool misturado com fumaça de cigarro impregnava o ar, como se fosse o próprio aroma da decadência. Era exatamente nesse bar que James White e Arthur Sallow fizeram seu acordo, e era nesse mesmo bar que estavam nesse exato momento. — E então, nenhuma pista daquele desgraçado? — perguntou Sallow a James. — Não. Aquele bosta conseguiu evaporar feito fumaça! — respondeu enquanto dava uma tragada no cigarro — Mas sabe o mais engraçado nessa história? Olívia me contou que ela recebeu, no mesmo dia em que firmamos o acordo, um envelope com as fotos que você me mostrou mas com um adendo dizendo onde pegar ele em flagrante com uma vagabunda. — Sim. Sarah me contou tudo. — Foi você, não foi? — Claro que foi. Eu disse que faria ela descobrir t
Após alguns dias, Olívia já se sentia um pouco melhor na casa de seu pai. Contudo, a realidade de morar com ele não parecia muito diferente de morar sozinha. Ele estava constantemente imerso em seu trabalho, uma cena que ecoava os dias de sua infância. No entanto, o que Olívia não sabia era que muitas vezes, durante sua infância, seu pai passava horas envolvido em jogos de azar nos bares da cidade, arriscando tudo o que tinha e até mesmo o que não tinha.Naquele dia, Olívia estava recolhida em seu quarto, folheando um de seus antigos diários da adolescência. Parecia que ela estava em busca da resposta para quando exatamente sua vida se tornou tão complicada e melancólica. Ela já conhecia a resposta, e havia apenas uma pessoa a ser responsabilizada por isso: ela mesma.— Querida? — ela ouviu o pai bater na porta.— Oi pai, pode entrar.Ele entrou e se sentou ao pé da cama de Olívia.— Lendo seus antigos diários? — sorriu, mas seu olhar denotava preocupação.— É, por causa da nostalgia.