14

Falcão

Fiquei encarando o papel jogado na mesa, sentindo um gosto amargo na boca.

A porra do exame confirmava o que eu já desconfiava, mas que preferia negar. Aquela criança era minha.

Passei a língua nos dentes, irritado.

A vadia entrou aqui achando que ia ditar regra? Que ia me dizer que eu não teria nada a ver com meu próprio filho?

Soltei uma risada seca.

— Essa daí tem coragem, hein — comentou L7, largado no sofá, tragando um cigarro.

Sombra riu de canto.

— E tem mais: ela entrou aqui como se fosse dona do lugar. Nem hesitou.

Me encostei na cadeira, respirando fundo pra não deixar a raiva me dominar.

— Cês tão achando bonito, é?

L7 deu de ombros.

— Não é isso. Mas cê viu, né? Ela não abaixou a cabeça pra você. Diferente das outras.

Fechei a cara.

— E que porra isso muda?

Ninguém respondeu. Ficaram só se olhando, como se soubessem de algo que eu não queria admitir.

Levantei de supetão e empurrei a cadeira pra trás.

— Essa mina tá achando que pode escolher como as coisas vão ser. T
Continue lendo no Buenovela
Digitalize o código para baixar o App

Capítulos relacionados

Último capítulo

Digitalize o código para ler no App