18

Os dias passaram mais devagar do que eu imaginava. Eu me sentia sufocada naquela casa, como se cada parede estivesse me vigiando, me lembrando que eu não tava ali porque queria.

Falcão me tratava como se nada tivesse acontecido, como se fosse normal ele me tirar da minha casa e decidir que eu tinha que ficar ali. Ele saía, resolvia as merdas dele e voltava como se fosse dono de tudo—incluindo eu.

A única coisa que eu consegui arrancar dele foi a permissão pra continuar trabalhando. Ele não gostou, mas aceitou. Pelo menos isso.

Mas o que me incomodava de verdade era a mãe dele.

Dona Cecília me olhava torto desde o dia que eu cheguei. No começo, achei que fosse surpresa ou preocupação, mas agora eu sabia que era outra coisa. Ela não gostava de mim ali.

E, sinceramente? Eu também não gostava de estar.

— Você comeu direito? — Falcão perguntou do nada, se sentando no sofá ao meu lado.

Revirei os olhos.

— Você acha que eu sou criança agora?

Ele suspirou, passando a mão no rosto.

— Tô pergun
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