O que era para em apenas dois meses, levou praticamente um ano...
Helena e Sabriel voltaram para o Brasil para se casarem na igreja ortodoxa grega, como foi combinado com seus pais. Não foi exatamente o combinado, mas tudo bem. Claro que antes de voltarem ao Brasil, eles curtiram o máximo a estadia dela na Flórida. Ela foi muito bem recebida pelos pais dele e pela comunidade latina.
Assim que voltaram, foram muito bem recebidos pela comunidade grega, graças a vovó Tina. Além de rever a sua querida neta, acabara por ganhar um neto. É claro que para não perder o velho costume, Constantino
Foi numa viagem à Paris, onde tudo começou... ou foi devido a uma postagem no F******k? A mais ou menos uns dois ou três anos, Helena namora com Luiz, um lutador de UFC que ela conheceu na academia... o engraçado é que ela não era tipo que frequenta academia e muito menos se envolver com um lutador de artes marciais. Nada contra, mas ela é mais do tipo que passaria o dia inteiro em uma livraria, biblioteca ou em algum evento literário. É uma moça culta, fina e sofisticada. Formada em Ciências Contábeis pela Universidade de São Paulo, a USP, com todas as honras, algo já esperado por sua família e amigos. Mesmo sendo de origem humilde, sempre foi dedicada em relação aos estudos e ao trabalho. Não foi à toa que assim que se formou, conseguiu um emprego em uma multinacional da moda... fazendo contas, é claro! E mesmo tendo um título de bacharel e ocupando um cargo importante em um ótimo emprego, ela tinha muito orgulho de suas origens... Helena Petropoulos é neta de imigrantes gr
Helena mora sozinha numa quitinete no centro de São Paulo, "próxima" ao seu serviço, uma multinacional japonesa de grande porte, a Shingen S/A, referência mundial em moda e especializada em produção de roupas, acessórios e tecidos. Estilistas do mundo todo sonham em ter suas grifes produzidas por esta empresa. Um deles é Dayane Remy Ribeiro, amiga franco-brasileira de Helena e Samantha. Ela estudou moda na ESMOD em Paris, já trabalhou com os maiores nomes da moda internacional e hoje lança a sua própria coleção. Quando se diz "próxima", quer dizer ter o acesso mais fácil e mesmo assim, precisa enfrentar o metrô de São Paulo, como a maioria dos paulistanos. Mas seria muito pior se continuasse a morar com seus pais, onde o tráfego é muito mais contramão. Assim que alugou a quitinete, Luiz queria morar junto com ela, porém Helena foi firme, dizendo que era muito cedo. Queria curtir o fato de morar sozinha por um tempo, comemorar a sua independência em seu próprio espaço, conquistado
Mais alguns dias se passaram e nenhum sinal de Luiz. Helena ligava, mandava mensagens, olhava no F******k e nada. Chegou a perguntar para Samantha se o viu na academia, mas ela também não soube lhe dizer nada. O que por um lado foi inútil, uma vez que os seus horários não se coincidem. Ela já pensava no pior. "Notícia ruim sempre vem primeiro!" Disse para si mesma. * Em uma manhã quente de janeiro, Helena se arrumava para ir trabalhar, quando ouviu um barulho de algo se quebrando. Era o seu olho grego, feito especialmente para ela, por sua vó, que estava pendurado na parede da sala. Na cultura grega, este artefato simboliza o Olho dos Deuses, protegendo a pessoa da inveja e do mal olhado. Quando se quebra, é porque a protegeu de algum mal... ... ou é porque algo muito ruim está para acontecer com ela. Mas seu olho grego quebrou de um jeito tão estranho, que a deixou assustada. O objeto se partiu em mil pedaços, que se espalharam por toda a sala. Foi como se alguém tivesse
Como prometido, Samantha realmente passou o dia todo cuidando de Helena. Limpou os cacos de porcelana do vaso e do olho grego, passou uma pomada em seu machucado e fez uma comprinha básica no mercadinho da esquina, para preparar um almoço simples, mas bem gostoso para elas. Também fez questão de comprar algumas guloseimas, como chocolates e sorvete. Encontrou uma edição limitada sabor baunilha com calda de goiaba e quis levar para experimentarem. Nada como um docinho para adoçar um coração amargurado. Também ligou para o seu escritório, para explicar que ela não estava se sentindo muito bem, mas amanhã estaria melhor. A secretária parecia que já estava ciente do caso do F******k, foi muito grosseira e desligou na sua cara. — Credo, que grossa! Vai desligar na cara da sua vó! — Esbravejou. De lá do seu quarto, Helena ouvia a amiga reclamar, só imaginando quem foi que a atendeu. Como era de se esperar, a família de Helena ligou para saber como ela estava. Sophia fez um verdad
No dia seguinte, Helena foi trabalhar, tentando fingir que nada aconteceu. Vestiu o seu melhor conjunto social para provar, pelo menos a si mesma, que era melhor do que aqueles dois. E também porque precisa acertar alguns detalhes da viagem. Chegando lá, muitos a olhavam de forma muito estranha: uns davam risada, outros ficavam com pena e alguns com curiosidade. A profissional bem-sucedida e admirada por sua garra e competência, agora não passa de uma pobre coitada que levou um chifre pelo F******k. Chegou a ouvir os comentários: "Se uma moça como ela não conseguiu segurar um namorado, então não há esperança para nenhuma de nós..." “Coitada, ela não merece isso. Saber da traição do namorado pelo F******k não deve ter sido nada fácil para ela...” “Sinceramente, aquele cara nunca me enganou...” "Ela sempre se achou perfeita demais! Achou que nunca seria traída! Bem-feito para ela!" "Agora que está solteira, podemos ter alguma chance! Vamos apostar quem é que consegue sair com
As duas só olharam para o lado e quando viram quem era, não sabiam onde enfiar a cara. Sim, era ele mesmo, o presidente da empresa, Takeda Shingen, com a sua imponente presença, olhando para elas naquela cena deplorável. Helena somente pensou na hora que realmente não era o seu dia. — Sr. Shin-gen! — Gaguejou ao vê-lo. Fez a tradicional reverência japonesa, pois sabia o quanto seu chefe era apegado às tradições de sua Terra Natal. — Eu a avisei que o senhor queria falar com ela, mas ela não quis me ouvir. — Disse a bruxa da Olga, querendo se safar. — O QUÊ? Isso é mentira, eu já ia mesmo falar com o senhor, mas... O presidente somente um gesto com a mão pedindo basta, com toda a sua calma oriental: — Dona Olga, volte agora para sua mesa, por favor. Deixe que eu mesmo converso com a Helena. E todos vocês, voltem ao trabalho. — Sim senhor. — A velha senhora só a olhou de cima a baixo e saiu pisando firme. Todos olhavam a cena. E ela o olhou com o rosto vermelho, esperando pel
Dias depois, Helena recebeu uma ligação e ficou aliviada ao ver na tela no celular que era a Samantha. Porém quando foi atender, percebeu que no lugar da voz da amiga, era outra pessoa. — Helena Petropoulos? Por acaso é amiga de Samantha Ferreira e Duarte? Era a voz de uma mulher. Naquele exato momento, sentiu um aperto no coração. Aliás, era só o que tem sentido ultimamente. — Sim, sou eu. — Aqui é do Pronto Socorro, sua amiga foi agredida e precisou ser socorrida. — O que? Como ela está? Por favor me passe o endereço que eu vou buscá-la! Após anotar o endereço do local, saiu correndo já pedindo um Uber escadaria a abaixo. Durante a corrida, ficou imaginando o que poderia ter acontecido a sua amiga... Chegando lá, perguntou por ela na recepção e a encaminharam até a sala de repouso, onde a encontrou com arranhões, hematomas, a mão enfaixada e um corte na testa. — Pelos Deuses amiga, o que houve? — Se eu te contar, você não vai acreditar... e eu não sei por onde começ
Dias depois daquela confusão na academia e dias antes da viagem, Samantha ficou hospedada na casa de Helena para ajudá-la a fazer as malas. Quis ficar na casa da amiga para de lá, partirem juntas até o aeroporto. E também para evitar o olhar de reprovação de seus pais. Sim, eles e toda alta sociedade paulistana já souberam da sua briga na academia. — Já verifiquei o seu passaporte. Está atualizado, então não terá nenhum problema na hora do embarque. E eu já falei com a Day, ela ficou muito feliz em saber que você vai junto comigo no lugar do Luiz... — Valeu, eu também estou contente em poder vê-la de novo. Nossa, faz tempo que não a vejo. E faz mais tempo ainda que nós três não nos encontramos. — Comentou Samantha, tentando se lembrar da última vez em esteve com as amigas. Se a sua memória não falha, foi no seu casamento quando as convidou para serem as suas madrinhas. Lembrou também que na época, chegou a adiar a viagem de Lua de Mel apenas para ficar mais tempo com elas, pois não