Barbara NarrandoEstamos todos reunidos no salão de festa da empresa, para comemorar o aniversáriodo nosso filho Pedro, vejo Paulo conversando com Pedro e seu irmão Pietro, em um cantodo salão e abro um sorriso, com uma taça de champanhe na mão eu começo a lembrar dequando eu e ele nos conhecemos. Era um dia chuvoso em São Paulo, tanto eu como ele,iriamos para Portugal naquele dia, todos os voos atrasaram por causa do temporal e euentrei em um café no aeroporto para esperar, foi quando Paulo entrou e nossos olhares seencontraram, um sorriso nasceu em nossos lábios e ele se aproximou e me pediu desculpapor ter me olhado, contudo a nossa história começou. Em todos esses anos a gente seamou, sonhou e construiu muita coisa juntos e hoje comemoramos os 15 anos do nossofilho, nosso príncipe e a razão de tudo isso.
Barbara Souza NarrandoAbro os olhos um pouco devagar, a claridade invade o quarto, os raios do sol passamatravés das cortinas, á 15 anos esse dia amanhecia ainda mais lindo, até porque eraaniversário do nosso filho, ainda deitada coloco minha mão para o lado para encostar emPaulo, mas encontro a cama vazia. Eu me sento na cama e olho para o meu lado esquerdonão o encontrando e acho tudo aquilo estranho, Paulo nunca acorda antes de mim e se issoacontece, ele sempre me acorda, ainda mais hoje que era um dia tão especial para nós. Euolho para o criado mudo ao lado da cama e vou até ele e pego um bilhete que era de Paulo.“Bom dia meu amor, voltarei apenas para o horário do jantar. Não se preocupe, estouresolvendo alguns problemas com um amigo. Te amo”Sem acreditar no que eu acabei de ler, vou até o closet par
Se aproximava da hora do jantar e Paulo ainda não tinha me dado notícias, não respondeu às minhas mensagens e muito menos retornou as inúmeras ligações que eu tinha feito. Eu já estou pronta para o jantar e Pedro, já deve estar também.Saio do meu quarto com o celular na mão ligando para ele e mais uma vez a ligação chama, chama e ele não me atende, caindo na caixa postal.— Pedro? — entro em seu quarto chamando-o e vejo que ele está terminando de se arrumar. — Seu pai falou com você hoje? — ele me encara.— Não — ele fala. — Não ligou e nem me mandou nenhuma mensagem.— Você tem certeza?— pergunto-lhe e vou até à janela do quarto, vendo que o carro de Paulo está no mesmo lugar. —Vê no seu celular, se ele enviou alguma coisa.&m
— Abre um sorriso cunhada! — Marília, que era esposa de Pietro, irmão de Paulo, fala me olhando. — É a festa do seu lho —Um dos garçons traz champanhe para nós.— Mesmo com toda vontade que eu estou de matar o Paulo por causa de hoje, eu vou sorrir — Eu digo olhando para ela.— Sorria, a vida é curta senhora — O garçom diz me entregando a taça e eu sorrio de volta para ele. — A senhora aceita? — ele pergunta para Marília.— Obrigada, é difícil encontrar garçons sorridentes assim como você — ela fala para ele — Você é muito educado.— São os sorrisos de belas mulheres, que me fazem trabalhar sorrindo — ele fala.— Olha um dom Juan — falo sorrindo. — Como é seu nome? — Eu pergunto para ele.— Guilherme Brunet &
Eu corro o mais rápido possível sem saber em que direção eu estava.— Paulo! — Grito desesperada andando por aqueles corredores escuros. — Paulo, você está me ouvindo? — eu pergunto — Paulo, onde você está?Eu não conseguia descrever o que eu senti quando escutei os tiros, minhas pernas caram bambas, me faltou o ar, eu só sabia correr, correr e correr, mesmo tropeçando nos meus próprios pés.— Paulo — Eu grito mais uma vez e não tenho resposta nenhuma dele, meu coração está a ito.Quando meus pés tropeçam em algo as luzes se acendem, eu olho para baixo vendo o corpo do meu marido.—Ahhhh! Paulo! — grito o chamando, me ajoelho no chão ao seu lado, com lágrimas descendo pelo meu rosto sem parar, minhas mãos tremiam, ele ainda estava com os olhos ab
Eu entro por aquela porta e vejo seu corpo em cima de uma cama de ferro, tampado por um lençol azul, eu ando lentamente até ele. Era de manhã já e eu não tinha dormido nada, eles demoraram para liberar o corpo dele. Todos os dias eu me arrumava para ele, ao sair do closet ele me dizia o quanto eu estava bonita, nossas mãos se entrelaçavam e ele dizia que me amava. Essa manhã, eu não acordei, eu passei a madrugada chorando, eu me arrumei pela última vez para ele, só que dessa vez, eu não tive ele me esperando ao sair do closet, não tive o seu sorriso e nem a sua voz me dizendo bom dia ou me elogiando.Dessa vez eu me arrumei para encontrar ele nessa sala gelada do IML.— Vou deixar você sozinha — o médico legista fala e eu olho para trás vendo ele sair e fechar a porta.Eu me aproximo do seu corpo e baixo o lençol, revelando seu
Era mais uma noite em claro e acho que iria demorar muito para conseguir ter uma noite tranquila. Eu tinha falado com Pedro agora pouco e ele não estava nada bem também, eu sei que eu iria ter que ser o alicerce para ele e a força de nós dois, por isso quis car sozinha aqui hoje e talvez amanhã também, para que Pedro não me veja fraca.Eu passo a mão pela maçaneta da porta do seu escritório e entro, vendo que está tudo conforme ele tinha deixado, os papéis em cima da mesa, seu notebook, suas canetas preferidas. Tanta coisa que a gente viveu aqui dentro, tantas reuniões juntos, tantas coisas resolvemos e decidimos aqui, tantos momentos descontraídos, eu puxo a cadeira e me sento, abrindo as gavetas e vendo as suas coisas organizadas por data, Paulo era o homem mais organizado que eu havia conhecido, enquanto eu era a bagunceira em pessoa, mas essa nossa diferença nunca nos
Acompanhada de Murilo, eu chego à delegacia de homicídios, Pietro está na frente nos esperando.— Olá — ele fala me abraçando.— Oi — eu falo para ele. — Eu ainda não consigo entender o porquê estamos sendo tratados como suspeitos.— É normal — Murilo fala — Daqui a pouco eles vão descartar, porque vão ver que vocês não têm nada a ver com a morte dele, mas até começar as investigações, são procedimentos normais.— Você tem consciência de algum inimigo que ele poderia ter? — Pietro fala me olhando.— Eu não consigo pensar em nada — eu falo para ele. — Naquela manhã, ele tinha sumido para resolver algo e voltou com um carro de presente para Pedro.— O negócio era o carro? — ele pergunta, porque naquele