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— Abre um sorriso cunhada! — Marília, que era esposa de Pietro, irmão de Paulo, fala me olhando. — É a festa do seu lho —Um dos garçons traz champanhe para nós.

— Mesmo com toda vontade que eu estou de matar o Paulo por causa de hoje, eu vou sorrir — Eu digo olhando para ela.

— Sorria, a vida é curta senhora — O garçom diz me entregando a taça e eu sorrio de volta para ele. — A senhora aceita? — ele pergunta para Marília.

— Obrigada, é difícil encontrar garçons sorridentes assim como você — ela fala para ele — Você é muito educado.

— São os sorrisos de belas mulheres, que me fazem trabalhar sorrindo — ele fala.

— Olha um dom Juan — falo sorrindo. — Como é seu nome? — Eu pergunto para ele.

— Guilherme Brunet — ele responde.

— Um belo nome, Guilherme — eu falo sorrindo para ele.

Eu caminho pela festa cumprimentando alguns dos convidados, era gente demais, Paulo tinha essa mania de grandeza e gostava de festas grandes, luxuosas e com todo mundo que tinha direito de convidar. Ele estava conversando com Pedro e seu irmão Pietro.

— Aqui está você, a dona do meu coração — Paulo fala se aproximando de mim.

— Você está brincando com o perigo — eu falo para ele que sorri e me dá um beijo rápido.

— Esquece tudo e vem dançar comigo? — ele fala esticando sua mão para mim e eu abro um sorriso, pego nela e ele me leva para a pista de dança.

Ele coloca suas mãos em minha cintura e eu entrelaço as minhas mãos em volta de seu pescoço, a gente sorri olhando um para o outro e era aquele olhar, o mesmo brilho nos olhos de 17 anos atrás, eu me apaixono por ele ainda mais todos os dias, Paulo era um homem encantador.

— Se um dia algo acontecer comigo… — ele fala me olhando e eu o encaro.

— Do que você está falando? — Olho para ele sem entender. — Acontecer algo com você? — Ele passa a sua mão pelo meu rosto.

— Você terá todas as respostas que irá precisar em forma de uma carta,  lá onde o sol nasce e a gente… — ele me olha e eu encaro.

— Você está falando besteira, meu amor — eu falo para ele. — Acho que bebeu champanhe demais Paulo.

— Eu não estou falando besteira — ele diz me olhando. — A gente nunca sabe o dia de amanhã — Ele me dá um beijo lento e passa a mão pelas minhas costas. — Estou falando algo que pode ser que aconteça, a gente nunca sabe o dia de amanhã.

— Estamos comemorando a vida, meu amor. O nascimento do nosso lho, mais um ano da vida dele — eu olho para ele. — Esquece o que você está dizendo.

— Eu vivo a vida ultimamente, cada dia como se fosse o último da minha vida — ele fala me olhando. — Eu só quero que você saiba que eu amo você mais do que tudo nessa vida, você é a mulher da minha vida e sempre será.

— Amor — eu olho para ele com os olhos cheios de lágrimas.

— Quando eu era menino sonhava em construir algo, ter dinheiro, carros luxuosos, mas nada disso importa na minha vida hoje, porque a minha maior conquista foi ter te encontrado aquele dia naquele aeroporto — ele limpa as lágrimas que descem pelo meu rosto, ali mesmo no meio daquela pista de dança com a nossa música tocando, parecia que ele tinha pensando em tudo naquele momento, em cada detalhe —Ter tido o nosso lho, construído uma família, não existe um dia na minha vida que eu deixe de agradecer a Deus por ter te encontrado, você é e sempre será a mulher da minha vida — eu abraço ele forte. — Eu amo você — eu falo suspirando com uma voz chorosa.

Quando nos afastamos depois do término da música, camos nos olhando até que o DJ da festa anuncia que era a hora de cantar os parabéns.

Ele entrelaça às nossas mãos e andamos até o palco onde tinha sido levado o bolo, Pedro meio envergonhado sobe junto, ele não queria essa festa, mas não iria negar um pedido do seu pai, que mais era uma ordem. Às vezes Paulo era duro demais com o nosso lho e toda vez que eu dizia isso a ele, Paulo sempre se justi cava dizendo que ele também teve essa mesma criação e hoje era um homem de sucesso.

Começamos a cantar os parabéns para o Pedro, mas somos interrompidos por uma queda de luz que vai e volta e o som que se desliga.

— O que é isso? — falo quando as luzes começam a piscar.

— Deve ser algum problema na iluminação — Paulo fala. — Eu vou lá ver — ele diz saindo do palco e indo para fora dos salão. Eu olho ele indo e me preocupo. As luzes começam a piscar novamente.

— O que está acontecendo? — Pietro fala.

— Parece que teve um problema nos disjuntores — falo vendo as luzes se apagando novamente.

— Eu vou lá ver — ele diz — Alguém viu a Marília? — ele pergunta e vai em direção para fora do salão.

— Eu também vou — falo quando Pietro já estava saindo do salão — Fica aqui meu lho — ele assente

Quando atravesso a porta do salão as luzes se apagam totalmente, eu tento ligar a lanterna do meu celular, mas a bateria está fraca e não consigo. Escuto barulhos e quando dou por mim, percebo ser vários tiros, meu coração nesse momento para, me desespero e vou  correndo em meio  aquela escuridão. Mas o que está acontecendo?

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