— Ei? Você está bem?
Uma vez que aquele homem começa a se abaixar para se aproximar de Skyler, ela rapidamente se levanta e da dois passos para trás.
— Sim. — ela responde, olhando para o chão.
— Tem certeza? Você ficou muito... ei?
Assim que se firmou, Skyler deixou aquele homem falando sozinho e disparou para o vagão aonde iria. Ela olha em volta, sem saber ainda se quer encontrar a companhia de leito ou apenas ficar sozinha.
A mulher acaba optando por se sentar sozinha e olha o cardápio que tinha a sua frente. Com sua visão periférica, ela pode ver o homem que havia trombado nela, passar. Ele mexia no celular, completamente alheio a qualquer coisa que estivesse acontecendo a sua volta. Era até como se não se importasse com o que tinha acabado de acontecer.
Skyler até tenta não o acompanhar com o olhar, mas tinha algo naquele homem que a intrigava. Então enquanto está encolhida em um canto da mesa que havia escolhido, ela observa quando ele anda de um lado para o outro, falando ao telefone. Em um certo momento ele olha na direção dela e sua expressão é curiosa. Ele quer saber o motivo dela estar encarando-o, depois de sair correndo da trombada que deram.
Rapidamente Skyler olha pela janela, cortando toda e qualquer troca de olhares que tiveram. Sua respiração começa a ficar falhada, devido ao medo que ela está sentindo.
O trem para e ela observa que parou em uma estação. Skyler começa a olhar para os lados, desesperada. A única coisa que vinha em sua mente, era seu marido entrando por algum lugar e a arrastando para casa pelo pouco cabelo que resta.
Sem pensar duas vezes, ela corre de volta para os leitos. Após trancar a porta, ela se senta em sua cama e abraça suas pernas. Não há um segundo em que ela pare de olhar para a porta.
Deviam ter quase uma hora que Skyler estava naquela mesma posição, quando a maçaneta começou a mexer. Ela se retraiu e agarrou ainda mais as pernas, quando viu a porta se abrir. Skyler relaxou parcialmente, ao notar que era apenas a sua companhia de leito.
— Oi... você está bem?
Ela apenas balança a cabeça. Tinha receio que sua voz saísse baixa ou apavorada demais.
— Eu trouxe isso aqui para você. — a loira coloca um prato com macarrão em cima da cama de Skyler. — Eu vi você sair correndo da mesa... previ que não tivesse comido nada e resolvi trazer isso.
— Obrigada.
Skyler relaxa as pernas e puxa o prato para perto de si. Ela come tudo com bastante rapidez, sobre os olhares da loira curiosa. Não era o suficiente, Skyler ainda estava com fome.
— Eu me chamo Nancy e você?
Havia muito tempo que Skyler não sabia o que era confiar em alguém. Seu pai morreu cedo, devido a um câncer. A mãe estava em uma casa de repouso, por sofrer de Alzheimer. A única irmã, se mudou bem nova, deixando Skyler apenas com os pais de Stephen e o próprio. Então quando alguém parece disposto a se aproximar, ela fica receosa.
— Elena. — mente.
Nancy não acredita, devido o tempo que Skyler levou para responder. Mas ela não menciona, pois sabe que algo está errado com a sua parceira de cabine.
— Você quer conversar ou?
— Não. — Skyler diz, dura.
— Tudo bem. Olha, eu vou ficar bem aqui, lendo um livro. Se quiser alguma coisa, principalmente conversar, pode falar.
Obviamente que Skyler não confiava naquela mulher, mas seu coração se manteve aquecido por uns instantes. Era bom saber que alguém se importava com o que ela tinha a dizer.
— Você mora no Missouri? — Skyler pergunta, de repente.
Nancy a olha e larga o livro, sorrindo.
— Não. Eu moro na Califórnia. Estou vindo de Chicago.
— Ah, sim.
— Você mora lá? — Skyler a olha. — No Missouri.
— Não.
Nancy solta uma risada baixa. Ela não sabia o problema que a outra mulher tinha, mas estava determinada a descobrir.
— Então... o que está indo fazer na Califórnia?
— Ah... minha irmã mora lá. Estou indo... vê-la.
— E já foi até lá alguma vez?
— Não. É a primeira.
— Caramba, você vai amar! — Nancy sorri e b**e palmas animada. — As baladas, as lojas, as praias... você está precisando pegar uma corzinha.
Skyler sorri envergonhada. Pela primeira vez, em anos, ela está sorrindo por algo divertido. E aquilo a faz tão bem, que ela e Nancy embalam em uma conversa sobre as coisas boas para se fazer na Califórnia.
[...]
Em todas as horas das refeições, Nancy levava alguma coisa para Skyler comer na cabine. Ela sempre embalava algum assunto com a assustada mulher, a fim de fazê-la se distrair.
Quando o trem chegou na estação de Los Angeles, Skyler decidiu esperar que todos saíssem, para depois fazer o mesmo. Ela queria evitar toda e qualquer pessoa estranha.
— Elena, você não vem? — Nancy pergunta, antes de sair.
— Vou... eu só... perdi meus brincos. Vou procurar.
Durante as rápidas conversas que tiveram, Nancy havia reparado muito bem em Skyler. O modo com que ela se abraçava, cada vez que se sentia com receio de alguma pergunta. O corte de cabelo torto. A cicatriz no queixo e o rosto inchado. Então quando ela mencionou procurar brincos perdidos, ela sabia ser mentira, já que Skyler não tinha as orelhas furadas.
Sem saída, já que Skyler não abria guarda para uma possível ajuda, Nancy vai embora, deixando a fugitiva para trás.
Skyler olha de um lado a outro no corredor, antes de finalmente sair da cabine. Ela anda para uma das saídas, sem parar de checar todos os cantos a sua volta.
Uma vez que ela está na estação, no meio de tudo e todos, Skyler se esforça para não entrar em desespero e procura pelo par de olhos verdes que ela não vê há mais de cinco anos.
— Sky!
Ela se vira na direção da voz doce e feminina, e precisa se segurar, para não começar a chorar.
— Haley... — ela sussurra, quando finalmente está abraçada a irmã mais nova. — Eu senti tanto a sua falta.
— Eu também, irmã.
Skyler suspira, aliviada, por estar nos braços da única pessoa em quem pode confiar na vida.
Andar em um conversível, pelas ruas de Los Angeles, era pedir para receber sol e vento constante no rosto. Skyler com a calça jeans e blusa de mangas longas que vestia, suava bastante. Porém, ela se sentia de uma maneira, que fazia anos que não era possível. Ela estava feliz. Feliz por estar ao lado da irmã mais nova, que não via desde que a menina se mudou para estudar engenharia em outra cidade. Mas principalmente, por estar longe do marido agressivo. — Caramba, Sky! Eu estou tão feliz de você estar aqui. Tenho tanta coisa para te mostrar. Skyler sorri, ao olhar o imenso sorriso que sua irmã estampava. Haley era quatro anos mais nova que Skyler. Quando seu pai morreu e a mãe foi para a casa de repouso, ela decidiu que queria deixar a cidade em que nasceu, em busca de algo maior. Ela não aceitava o fato de sua irmã ter se acomodado no casamento e não ter tentado sua independência. E definitivamente não queria ficar como ela. Ela estava completamente diferente de como era q
Haley e Skyler permaneceram abraçadas por muito tempo, até que a mais nova se revoltasse mais do que já estava. — Vai trocar de roupa. — ela diz, secando o rosto da irmã. — Nós vamos sair e conversar. — Hal, eu não quero falar sobre Stephen. — Mas nós vamos e ao mesmo tempo, vamos esquecê-lo para sempre. Tudo bem? Skyler apenas assente e observa sua irmã mexer nas poucas roupas que trouxera. — Nós vamos precisar fazer compras urgente para você, mas por enquanto... hmmm... aqui. Vista isso. Você calça trinta e sete, não é? — ela balança a cabeça, confirmando. — Vou pegar uma outra sandália para você. Quando Haley deixa o quarto, Skyler desce a toalha e veste uma outra calcinha e logo após o short jeans que sua irmã tinha escolhido. Ela j**a a regata para cima, mesmo sem sutiã, pois isso era uma das coisas que ela sempre quis fazer. Seu marido dizia que mulher sem sutiã, era coisa de puta, e que mulheres assim queriam se amostrar para outros homens. Haley volta com uma sand
— Seu amigo? Tem certeza? Já era a quinta vez que Skyler perguntava. Ela não conseguia acreditar na coincidência de ter esbarrado justamente com um amigo de sua irmã. — Mas o que ele fazia naquele trem? — ela pergunta, querendo achar algum motivo para Alexsander ser uma pessoa ruim. — Sendo dono desse lugar, ele poderia muito bem viajar de avião. Não precisaria de horas naquele lugar. Haley suspira ao mesmo tempo que ri. — Alex é cheio de problemas pessoais. Ele costuma visitar um tio de consideração, em Cincinnati, quando precisa espairecer. Então ele pega um trem e fica alguns dias fora. Skyler achou aquela explicação sem pé e muito menos sem cabeça. Ela ainda tentava decidir se acreditava naquela coisa toda, quando Alexsander se aproxima juntamente do garçom. — Alex! — Haley se levanta e abraça o então amigo. Seu olhar vai diretamente para Skyler, que evitava qualquer contato visual. Enquanto ela olhava para um ponto fixo na areia a sua frente, Alex tentava lembrar de
Os três jantaram tão animadamente, que Skyler foi capaz de esquecer todo o drama que sua vida carrega. Ela sorria, diante de cada coisa engraçada que Alex e Haley compartilhavam, de algumas saídas. Quando Haley decide que é hora de ir embora, Skyler se despede com um breve aceno e se afasta, para deixar que os dois amigos se despeçam. Ela observa, quando eles cochicham algo e riem daquilo. Após um abraço caloroso, Haley deposita um beijo na bochecha de Alex e então se junta a irmã. — Hal, eu posso fazer uma pergunta? — Claro, Sky. — responde, ligando o carro. — O Alex... quer dizer... vocês... Haley ri. Ela já sabia qual seria a pergunta que sua irmã estava prestes a fazer. — Não. — Haley responde, ainda rindo. — Eu e o Alex nunca aconteceu e nem vai. — Ah... — Sky? — ela o olha. — Eu sou gay. Gosto de mulheres. Skyler quase se engasga. Ela não conseguia acreditar que sua irmãzinha, que amava pôneis cor de rosas, estava lhe dizendo que gostava de mulheres. — Nossa..
Após sua primeira noite de sono completa e sem nenhum pavor, Skyler despertou com bastante disposição. Ela sorri ao enxergar sua imagem no espelho do banheiro, feliz com o modo que seu cabelo estava. Haley tinha mãos de anjo e conseguiu consertar o estrago que Stephen havia feito. Aquele gesto fez com que Skyler ficasse nas nuvens o dia inteiro. Haley passou o dia fora trabalhando, mas quando a noite se aproximou, ela entrou em casa repleta de bolsas. Parecia que tinha passado o dia no shopping, ao invés do trabalho. — Cheguei! — ela informa, deixando as bolsas ao pé da escada. — Sky, cadê você? Skyler não foi capaz de ouvir, pois estava no banheiro, tomando um banho bem quente e relaxante. Em poucas horas ela estaria trabalhando e aquilo a deixava muito feliz. Tão feliz, que ela estava cantando e não ouvia sua irmã berrar seu nome. Haley sobe até o quarto e percebe a alegria de sua irmã mais velha. Sem querer atrapalhar, ela deixa todas as sacolas, repletas de roupas e linge
— Você entendeu o que vai fazer? — Alex pergunta. — Posso explicar mais uma vez, caso queira. — Não. Eu entendi. Eles vão me mostrar o convite e eu vou escanear para ver se é real e o nome da pessoa. Se a luz ficar preta, é vip. Se ficar verde, salão. Se ficar vermelha, não está na lista. Alex sorri. Apesar de ser um trabalho fácil, ele estava feliz por ela ter entendido tudo de primeira. A última coisa que ele queria, era problemas com a irmã dela. Haley era muito brigona e defendia quem amava com unhas e dentes. — Ótimo. — ele diz. — Bem, vou mandar abrir e vou receber o pessoal do vip. Qualquer coisa, você me chama. Tudo bem? Após um aceno com a cabeça de Skyler, Alex vai para perto da escada e diz para abrirem as portas. De forma casual e tranquila, as primeiras pessoas vão entrando. — Olá, boa noite! — Skyler sorri, para o primeiro casal que entra. — Os convites, por favor. Os dois mostram os celulares e Skyler pega no scaner, passando-o imediatamente nos aparelhos a s
No final do evento, Skyler estava na porta à espera de sua irmã. Ela não havia visto Alex o resto da noite e ela só conseguia pensar em como ele devia estar arrependido, de ter lhe dado uma oportunidade. — Você é uma burra. — ela resmunga, para si mesma. — Provavelmente vai viver para sempre na sombra da sua irmã mais nova. Provavelmente não, com certeza! Ela estava tão preocupada em se culpar, que não notou Alex se aproximar. Ele cruzou os braços e ficou encarando-a de maneira divertida, enquanto a mesma, se martirizava. Atrás de todo aquele drama, Alex enxergava Skyler. Obvio que o vestido justo, com aquele decote, ajudou, mas ele a enxergava. Ela era bastante bonita e aparentava ser extremamente doce e gentil. Apesar de não fazer o tipo loira escultural, pelo qual ele estava acostumado a ficar, tinha algo em Skyler que o intrigava. — A proposta ainda está de pé! — Alex diz, fazendo com que Skyler o olhe assustada. — O emprego é seu, se ainda o quiser. Skyler o encara, sem
Logo que chegaram em casa, Skyler e Haley vão para seus respectivos quartos, a fim de tirar as roupas que vestiam e tomarem banho. A mais velha estava tão radiante e extasiada, que não conseguia dormir. Vestindo um dos pijamas que sua irmã havia lhe emprestado, Skyler deixa o quarto e vai até o de Haley. — Atrapalho? — ela pergunta, logo que sua irmã diz para entrar. — Claro que não, Sky. Vem aqui. Haley se ajeita na cama, dando espaço para que sua irmã se deite ao seu lado. Skyler coloca a cabeça no peito da mais nova, que acarinha seu cabelo. — Não consegue dormir? — Haley questiona. — Estou animada demais para conseguir. O peito de Haley balança, indicando uma risada. — Eu falei que Alex era um bom rapaz. — Como o conheceu? — Ah. — Haley ri novamente e se ajeita, de modo que Skyler sente de frente para ela. — Não me julgue, tudo bem? — Por quê? — Eu o conheci durante um sexo aleatório. Skyler encara a irmã completamente confusa com aquela informação. El