De trás da arvore, antes que pudesse sequer erguer o vestido, Skyler nota um par de faróis que se aproxima lentamente de onde eles estão. Stephen também nota e aquilo o deixa alarmado. Rapidamente ele esconde a arma nas costas e ergue o capô do carro, fingindo olhar algo. O carro que se aproximava diminui a velocidade e para ao lado do veículo de Stephen, que continua a fingir uma preocupação fictícia com o capô. O motorista do outro carro, um homem de meia-idade com expressão solidária, abaixa o vidro e questiona: — Tudo bem aí? Precisa de ajuda? Stephen, ainda tentando manter a aparência de alguém com problemas mecânicos, responde de maneira ríspida: — Está tudo sob controle. Só um pequeno contratempo. O motorista do outro carro parece hesitar por um momento, desconfiado da resposta pouco convincente de Stephen. Ele olha ao redor, notando a escuridão da estrada deserta. — Tem certeza? Só há um posto de gasolina agora, depois da fronteira. Eu posso... — Sim! — Stephen exclama,
— Penny, por favor! ALEX! Controle sua filha. Alex se aproxima da parede de escalada infantil e segura a pequena Penelope pela cintura, tirando-a dali. — Nossa filha. — ele diz, beijando o rosto da menina. — Por que você está tão estressada? — Porque aparentemente, essa festa está saindo do controle! A mansão de Alex estava repleta de risos e animação. A festa de Penelope, no seu quinto aniversário, havia se transformado em um verdadeiro evento. No amplo quintal, uma área especial foi destinada às atividades infantis, repleta de brinquedos coloridos e animadores caracterizados como personagens de contos de fadas. Além da parede de escalada, uma enorme cama elástica foi montada, recebendo risadas e pulos incessantes das crianças. Balões coloridos flutuavam pelo ambiente, e mesas repletas de doces, salgados e sucos aguardavam os pequenos convidados. Uma mesa especialmente decorada para o bolo de aniversário ocupava o centro do salão principal. Havia uma área dedicada à pintura fac
Enquanto o marido dormia, Skyler reparava na maneira violenta que seu peito subia e descia, conforme ele respirava. Parecia que ele estava furioso, mesmo dormindo. Cautelosamente ela se levanta, e ainda o observando, ela se afasta da cama. Devido à falta de claridade e por estar checando se o marido ainda dormia, ela acaba pisando em um caco de vidro. — Merda. Após resmungar, Skyler olha novamente para a cama e observa o marido se mexer. Uma vez que ela confirma que ele ainda está dormindo, ela volta a caminhar, dessa vez com mais cuidado por onde pisava e vai para o banheiro. Skyler se senta no vaso sanitário e ergue a perna, observando o pequeno vidro fincado em seu pé. Felizmente era vidro de porta-retrato e o sangue que havia era pouco. Ela retira o vidro sem pensar duas vezes e coloca um curativo rápido. Embaixo da pia, escondido atrás de um cesto, estava uma mochila. Tinha duas semanas que aquela mochila estava escondida ali, esperando para ser resgatada, assim como Sky
— Ei? Você está bem? Uma vez que aquele homem começa a se abaixar para se aproximar de Skyler, ela rapidamente se levanta e da dois passos para trás. — Sim. — ela responde, olhando para o chão. — Tem certeza? Você ficou muito... ei? Assim que se firmou, Skyler deixou aquele homem falando sozinho e disparou para o vagão aonde iria. Ela olha em volta, sem saber ainda se quer encontrar a companhia de leito ou apenas ficar sozinha. A mulher acaba optando por se sentar sozinha e olha o cardápio que tinha a sua frente. Com sua visão periférica, ela pode ver o homem que havia trombado nela, passar. Ele mexia no celular, completamente alheio a qualquer coisa que estivesse acontecendo a sua volta. Era até como se não se importasse com o que tinha acabado de acontecer. Skyler até tenta não o acompanhar com o olhar, mas tinha algo naquele homem que a intrigava. Então enquanto está encolhida em um canto da mesa que havia escolhido, ela observa quando ele anda de um lado para o outro, f
Andar em um conversível, pelas ruas de Los Angeles, era pedir para receber sol e vento constante no rosto. Skyler com a calça jeans e blusa de mangas longas que vestia, suava bastante. Porém, ela se sentia de uma maneira, que fazia anos que não era possível. Ela estava feliz. Feliz por estar ao lado da irmã mais nova, que não via desde que a menina se mudou para estudar engenharia em outra cidade. Mas principalmente, por estar longe do marido agressivo. — Caramba, Sky! Eu estou tão feliz de você estar aqui. Tenho tanta coisa para te mostrar. Skyler sorri, ao olhar o imenso sorriso que sua irmã estampava. Haley era quatro anos mais nova que Skyler. Quando seu pai morreu e a mãe foi para a casa de repouso, ela decidiu que queria deixar a cidade em que nasceu, em busca de algo maior. Ela não aceitava o fato de sua irmã ter se acomodado no casamento e não ter tentado sua independência. E definitivamente não queria ficar como ela. Ela estava completamente diferente de como era q
Haley e Skyler permaneceram abraçadas por muito tempo, até que a mais nova se revoltasse mais do que já estava. — Vai trocar de roupa. — ela diz, secando o rosto da irmã. — Nós vamos sair e conversar. — Hal, eu não quero falar sobre Stephen. — Mas nós vamos e ao mesmo tempo, vamos esquecê-lo para sempre. Tudo bem? Skyler apenas assente e observa sua irmã mexer nas poucas roupas que trouxera. — Nós vamos precisar fazer compras urgente para você, mas por enquanto... hmmm... aqui. Vista isso. Você calça trinta e sete, não é? — ela balança a cabeça, confirmando. — Vou pegar uma outra sandália para você. Quando Haley deixa o quarto, Skyler desce a toalha e veste uma outra calcinha e logo após o short jeans que sua irmã tinha escolhido. Ela j**a a regata para cima, mesmo sem sutiã, pois isso era uma das coisas que ela sempre quis fazer. Seu marido dizia que mulher sem sutiã, era coisa de puta, e que mulheres assim queriam se amostrar para outros homens. Haley volta com uma sand
— Seu amigo? Tem certeza? Já era a quinta vez que Skyler perguntava. Ela não conseguia acreditar na coincidência de ter esbarrado justamente com um amigo de sua irmã. — Mas o que ele fazia naquele trem? — ela pergunta, querendo achar algum motivo para Alexsander ser uma pessoa ruim. — Sendo dono desse lugar, ele poderia muito bem viajar de avião. Não precisaria de horas naquele lugar. Haley suspira ao mesmo tempo que ri. — Alex é cheio de problemas pessoais. Ele costuma visitar um tio de consideração, em Cincinnati, quando precisa espairecer. Então ele pega um trem e fica alguns dias fora. Skyler achou aquela explicação sem pé e muito menos sem cabeça. Ela ainda tentava decidir se acreditava naquela coisa toda, quando Alexsander se aproxima juntamente do garçom. — Alex! — Haley se levanta e abraça o então amigo. Seu olhar vai diretamente para Skyler, que evitava qualquer contato visual. Enquanto ela olhava para um ponto fixo na areia a sua frente, Alex tentava lembrar de
Os três jantaram tão animadamente, que Skyler foi capaz de esquecer todo o drama que sua vida carrega. Ela sorria, diante de cada coisa engraçada que Alex e Haley compartilhavam, de algumas saídas. Quando Haley decide que é hora de ir embora, Skyler se despede com um breve aceno e se afasta, para deixar que os dois amigos se despeçam. Ela observa, quando eles cochicham algo e riem daquilo. Após um abraço caloroso, Haley deposita um beijo na bochecha de Alex e então se junta a irmã. — Hal, eu posso fazer uma pergunta? — Claro, Sky. — responde, ligando o carro. — O Alex... quer dizer... vocês... Haley ri. Ela já sabia qual seria a pergunta que sua irmã estava prestes a fazer. — Não. — Haley responde, ainda rindo. — Eu e o Alex nunca aconteceu e nem vai. — Ah... — Sky? — ela o olha. — Eu sou gay. Gosto de mulheres. Skyler quase se engasga. Ela não conseguia acreditar que sua irmãzinha, que amava pôneis cor de rosas, estava lhe dizendo que gostava de mulheres. — Nossa..