CAPÍTULO 109 Maicon Prass Fernandes Ao sair do hospital, liguei para o Don: — Diga, Maicon... — Você soube que Francesco dirigia um Maserati como o meu, antes de viajar? — perguntei. — Sim, descobrimos essa semana, mas não quis te incomodar. Foi ele quem tentou matar o Ângelo, para que a culpa caísse sobre ti. Já castiguei aqueles que acreditaram e foram pra cima de você. Aqui todos já sabem que meu Consigliere não teve nada a ver com o atentado. — Eu imaginei quando soube que ele estava dirigindo um Maserati. O que aconteceu com Francesco? — Alex e Laura se divertiram com ele e o enviaram para fazer tratamentos no diavolo. Agora estamos com o chefe do conselho sob votação se é culpado ou não, mas não temos provas. — Jorge? Foi ele quem mentiu sobre Ângelo ser traidor, né? — Sim, mas é mais complicado. Jorge é membro antigo do conselho, não posso simplesmente enfiar uma faca na garganta dele e obrigá-lo a falar. Ainda teremos reuniões, isso é tudo uma merda
CAPÍTULO 110 Maicon Prass Fernandes Após o jantar, segui com Rebeca até o escritório. — Fico feliz que as coisas estão dando certo pra você, Maicon. A Duda é ótima, e aposto que terá uma menininha tão linda e arteira como ela, pra testar o coração diariamente. — Dei um leve empurrão no seu ombro. — Boba, não tenho pique para duas. — Já foi melhorzinho, hein Maicon? — O que quer, Rebeca? Você queria me dizer algo, é sobre o que? — cortei. — Bom, como já está ótimo, inclusive fazendo filho... quero que saiba que mandei aquelas duas para fazerem companhia ao diavolo... — Quem? — Rebeca sempre acelerada. — Minha antiga segurança, a Virgínia, e a prima Vanessa. — Ah... então descobriu algo sobre a sua segurança? Eu bem que desconfiei dela. — Olha, ficou uma lenga-lenga do caramba. A bruxa da Vanessa foi torturada, e não entregou a Virgínia. E Virgínia também se manteve firme, mas não batia, sabe? Virgínia não tinha nenhum arranhão, em vista do que teria que t
CAPÍTULO 111 Maria Eduarda Duarte Não é de hoje que me incomoda olhar para aquela porta dentro do nosso quarto, sem saber o que tem lá dentro. Agora o Maicon foi liberado pelo Don para o trabalho, a nossa vida vai voltar ao normal, então vamos voltar exatamente onde paramos, ele não pode me negar. Enquanto não consegui o que queria, não parei. Só que quando ele abriu aquele lugar e fechou a porta, fiquei um tanto perdida. Ao entrar, notei um ambiente intimidador, com luz suave e indireta, tons pretos e roxos criando um clima misterioso. Havia lâmpadas no chão ou tipo de lanternas baixas com filtros coloridos projetando um brilho de baixo para cima na cor roxa.As paredes eram acolchoadas ou revestidas em uns materiais estranhos que parecia um veludo... Era bonito, mas dava a impressão que servia como isolamento acústico. Havia alguns espelhos, estrategicamente posicionados para refletir em cada canto. As cortinas pareciam muito pesadas, bloqueando qualquer luz qu
CAPÍTULO 112 Maria Eduarda Duarte — Maria Eduarda, para de falar e me ouve, porra! Coloca na sua cabeça, que nenhuma mulher esteve aqui, que saco! — ele falou parecendo irritado, e eu já não sabia mais o que pensar. Veio me empurrando, me encostando na porta. — Então me diz, Maicon... por que você tem um quarto esquisito desses, escondido desse jeito, e porque a minha foto está ali, riscada na sua parede? — nossos olhares se encontraram. — Porque eu risquei, Maria Eduarda! — falou meio alto, esfregou os olhos, abaixou o tom — Vamos para o quarto, não quero conversar aqui. Você está nervosa, é melhor... — tentou me puxar novamente, não deixei. — Não enrola, quem está nervoso é você! Eu quero saber. Eu nem tenho aquela foto. Quando foi tirada? Você que tirou? — negou e cada vez eu entendia menos, então mesmo irritada, parei. Abaixei a cabeça, tentei ouvir, mas ele ergueu meu queixo, chegou bem perto. — Olha, eu vou explicar... depois que aconteceu tudo aquilo no rest
CAPÍTULO 113 Maria Eduarda Duarte — COMO ASSIM? INGRID? DO QUE ESTÁ FALANDO, PESTE? — Maicon deixou a jaula onde estava e veio até a mim. Comecei a bater nele, mas lembrei que não podia, então comecei a empurrar. — POR QUE AQUELA MULHER ESTÁ TE MANDANDO ISSO? QUE DROGA, VOCÊ NÃO DEIXOU AS COISAS BEM CLARAS? — ele se abaixou procurando a foto, e eu o empurrei novamente. — Eu deixei, sei lá o que está acontecendo! Quero ver o que é, onde está? — Está querendo ver? Que raiva de você, Maicon! — Não misture as coisas de novo — segurei nele e ele mim, as vozes alteradas, um clima tenso. Vi que a porta da jaula estava aberta e aproveitei a oportunidade, o empurrando, deixando parado na porta daquele treco. — É isso o que quer, Maria Eduarda? É isso? Ficou com raiva, quer me ver aqui dentro? — ele falava alto e olhava para dentro da jaula — Me diga! — o encarei enfurecida, até que não seria nada mal, com a raiva que eu estava, então dei de ombros. Maicon parecia irr
CAPÍTULO 114 Maria Eduarda Duarte Do nada Maicon me soltou, virou de costas e foi até o closet. Fiquei observando, acabei não respondendo, e estranhei que ele pegou uma roupa confortável e começou a vestir. Sentei na cama confusa, não me aguentei: — O que está acontecendo? — Pode descansar, vou dar o espaço que pediu. — Mas... — Boa noite. — Falou simplesmente e foi saindo do quarto, então me levantei e segurei o braço dele. — Tudo bem se dormir aqui... — Maria Eduarda... me deixa! Você me encheu a porra do saco, eu não queria entrar naquele quarto, você tocou o foda-se. Te avisei que não iria gostar, mas não sei que caralho queria ver lá. Espero que esteja satisfeita — ele estava sério, foi sair, segurei novamente. No fundo, não era isso que eu queria. — Maicon... — Olha, eu já expliquei o que aconteceu, não vou falar de novo. Você está grávida, então vamos fazer o seguinte: você fica aqui e eu vou pra outro lugar. Você fica com a chave, se quiser
CAPÍTULO 1 Maicon Prass Fernandes Não foi do dia para à noite que me tornei o consigliere do Don. Sou os olhos da máfia Strondda e aquele que o Don confia de olhos fechados. Cheguei aqui em Roma praticamente com a roupa que vestia, depois de uma vida inteira trabalhando como catador de reciclagens no Brasil, para tentar ajudar minha família a comer todos os dias. Meu cunhado e também “Don” da máfia Strondda, me testou e me ensinou a ser como ele, e hoje, além de dar conselhos e ser o mais próximo, também tenho dominado seus soldados na maioria das missões, já que ele e minha irmã acabaram de ter seu segundo filho, uma menina linda. Respiro fundo, olhando pela janela e vendo uma chuva forte caindo sobre o gramado. Há soldados inimigos caídos no chão, mas nenhum deles está morto. — Vamos levá-los também, chefe? — me viro ao ouvir a voz do meu soldado de confiança que abaixado, examina a cena. — Por que me pergunta o que já sabe? Enfie esses maledettos na Van e nenhum morre
CAPÍTULO 2 Maria Eduarda Duarte Cresci dentro da máfia Strondda, conheço as regras, sempre soube qual seria o meu destino. já faz muito tempo que tenho ciência de que fui prometida a um russo, membro da família Kim. Não era o que queria pra mim, mas hoje iria conhecê-lo pessoalmente e dar sequência ao noivado do acordo que o Don ordenou. Embora ninguém saiba, que meu coração só bateu uma vez por um homem, mas ele era apenas um soldado estrangeiro, recém-chegado na máfia, que ao ser rejeitado por mim uma vez, jamais deixou que um simples olhar meu chegasse até ele novamente. Até tentei me aproximar numa noite, mas ele agiu como se não me conhecesse, e até então somos como estranhos... acabei aceitando esse acordo com os russos. O problema foi que ao pisar na grande sala, ouvi a conversa rude do meu pai com um senhor. Ele apresentava seu outro filho para o compromisso que havia feito comigo, dizendo que meu antigo noivo havia se casado na manhã anterior com