CAPÍTULO 117 Maicon Prass Fernandes O Don manteve os olhos fixos em mim por alguns segundos, avaliando a situação. Depois de um breve silêncio, ele deu um leve aceno com a cabeça, um sinal claro de que eu tinha sua permissão. — Faça o que deve ser feito, Maicon — disse o Don, sua voz fria e sem emoção, como se estivesse lidando com uma mera formalidade. Olhei para Maria Eduarda. Ela ergueu uma sobrancelha, o rosto calmo, sem qualquer traço de repulsa. Um leve sorriso de canto surgiu em seus lábios. Era como se ela soubesse que seu papel naquilo ainda não havia terminado. Ela pegou uma pequena bolsa que havia trazido e de dentro tirou uma linha e agulha. Não havia hesitação em seus movimentos. Me abaixei, pegando o pedaço mutilado de carne que eu havia jogado no chão momentos antes. Ele ainda estava coberto de sangue, mas isso não me incomodava. Ajoelhei-me na frente de Robson, cujo corpo mal conseguia se manter ereto na cadeira. Ele ainda gemia, o sangue escor
CAPÍTULO 118 Maria Eduarda Duarte (2 meses depois) Hoje estamos completando cinco meses de gestação, a minha barriga está enorme. Tivemos alguns altos e baixos, mas agora está tudo bem. Maicon continua atencioso, mas seu jeito rude é o seu charme, e não consigo negar. O lado bom é que depois que torturei a Ingrid, tenho mais credibilidade, e tanto Maicon, como Don, estão me ajudando a treinar, principalmente a me defender, e Ivete veio junto comigo. — Ivete, hoje chegou a cozinheira nova, não vai ficar com ciúmes? — zombei dela, por mais que esteja treinando comigo não gosta de largar a cozinha. É o máximo ter uma companhia de toca e avental como ela. — Não. — Você ficou é feliz, não é? Eu bem sei que agora atira melhor que eu... — não tem cozinheira nenhuma, é só uma ajudante que o Maicon chamou, ela sabe que a atormento. — Não seja modesta, senhora... eu não sou tudo aquilo, inclusive ainda miro errado. — O que acha, Maicon? — pergu
CAPÍTULO 119 Maicon Prass Fernandes — É... é alguém grande... a gente só recebeu ordens... não sabemos quem... Eu bufei, puxando-o pelo colarinho. Ele gritava, mas aquilo não me tocava. Eram homens sem alma, sem lealdade. Eles morreriam por nada, e pior, morreriam sem honra. O tipo de gente que eu desprezava. — Não vou perder tempo agora! Arrastei os três para fora, jogando-os no chão no corredor principal. Os seguranças já se preparavam para levar a "carga". Faria questão de interrogar cada um deles mais tarde, mas agora, o hospital estava seguro novamente e eu levaria aquela italiana teimosa para a médica avaliar. Quem fez isso, sabia que quase todos os nossos homens estariam na reunião do conselho em Tivoli, como se eu precisasse de reforços para três idiotas como esses. . Voltei para o carro, onde Maria Eduarda esperava. Seu olhar ansioso encontrou o meu assim que a vi, e eu apenas balancei a cabeça, sinalizando que estava tudo resolvido.
CAPÍTULO 120 Maicon Prass Fernandes O clima estava ótimo, até que estranhei uma voz diferente: — Bom, não sei quem é Colt, mas com toda certeza não serão dois amigos que vão brincar com ele... — o médico que acompanhava a doutora falou a respeito do comentário da italiana. — Como assim, doutor? — Duda questionou e eu também queria entender. — É que já vi que temos uma menina... deixe-me verificar o outro... há, um menino— Aquele médico disse com tanta tranquilidade, mas eu queria matá-lo agora. — Que porra é essa? — questionei irritado, a italiana apertou minha mão, mas ignorei. — O senhor não gostou de ter gêmeos? Ou de uma, ser menina? — fiquei ainda mais irritado com o comentário dele, a doutora Mari, tentou afastá-lo. — Que caralho! Isso tanto faz. Agora quero ver como vai fazer pra explicar porque disse o sexo das crianças sem nos perguntar se queríamos saber? A minha esposa sonhou com um chá desses que revela, e agora? — Perdão, senhor! Eu não imagi
CAPÍTULO 121 Maicon Prass Fernandes — E, agora? O que eu faço? — ela perguntou encarando o sapato na minha mão, e sorri. — Primeiro de tudo precisa me ouvir. Você fará tudo o que eu disser... — arranquei o cadarço do sapato de forma rápida e o joguei no chão. — Isso eu já faço... — Segundo... se me retrucar ou desobedecer novamente, será punida — passei o cadarço no braço dela devagar. Vi os olhos da italiana correrem por sua pele e ouvi um leve suspiro — Às vezes penso que você gostaria de tudo isso, desse mundo. — Aposto que não. É só curiosidade mesmo — sorri. — Eu também entrei por curiosidade, mas vamos ao que interessa! Tire toda a roupa! — com um sorriso ela começou a tirar devagar, mas olhava para o chão. Segurei seu queixo devagar usando o cadarço, segurando as duas pontas — Olhe pra mim enquanto tira, não desvie o olhar! — ordenei, ela o fez sem dificuldades — Boa menina! Vê-la assim, mais obediente me deixou diferente, mais quente, com vontade
CAPÍTULO 122 Maicon Prass Fernandes Ela estremeceu quando sussurrei aquelas palavras, os músculos do corpo tensos com a antecipação. Sua respiração era curta, quase trêmula, enquanto sentia o peso do meu controle sobre ela. Eu puxei os cadarços mais uma vez, sem apertar, apenas para lembrá-la da situação. — Ainda pode sair se quiser, italiana, — murmurei. — Mas não vai, não é? Ela negou com a cabeça, os olhos semicerrados de desejo. — Não... — sussurrou. Havia uma mistura de submissão e desafio em sua voz, como se quisesse testar o quanto eu iria além. — Muito bem, — respondi, minha voz grave. — Agora, você vai sentir o que acontece quando cruza essa linha. — Meus dedos percorreram sua pele, descendo lentamente pelo seu corpo, tocando levemente, provocando arrepios, sem nunca dar mais do que ela podia suportar, mas o suficiente para deixar sua mente em chamas. Eu parei no quadril, apertando sua cintura, puxando-a para mim com um gesto firme, mas controlado
CAPÍTULO 123 Maria Eduarda Duarte Eu sempre achei que o medo fosse uma espécie de prisão invisível, algo que te prende de dentro pra fora, e mesmo que as correntes não estejam fisicamente ali, eu as sinto. Cada respiração curta, cada tremor involuntário, tudo parece conspirar contra mim. Por mais que eu tentasse manter o controle, sabia que naquele momento estava enfrentando algo muito mais profundo do que apenas o toque dele. Maicon, com seu jeito autoritário, sabia como jogar com meus limites. Eu estava acostumada a ser desafiada por ele, mas dessa vez era diferente. Ele sabia que tocar na minha vulnerabilidade era me levar ao limite. Mas, talvez, era exatamente isso que eu precisava... confrontar esse medo que me impedia de ser livre, de me entregar totalmente. Quando ele começou a passar o cadarço pelo meu braço, senti um frio na espinha, como se uma corrente invisível estivesse se fechando ao meu redor. Aquele simples toque me fez reviver as noites em que acordava su
CAPÍTULO 124 Maicon Prass Fernandes Eu estava sentado na sala, com Maria Eduarda ao meu lado, quando o telefone tocou. O número do Don apareceu na tela, e eu atendi sem hesitar. — Maicon — a voz do Don soou grave do outro lado da linha. — Foi o Frederico quem mandou invadirem o hospital, você sempre tem razão. A tensão subiu instantaneamente. Eu já desconfiava que o ataque tinha vindo de dentro, mas ouvir o nome do traidor me fez cerrar os punhos. — E tem mais — ele continuou, sem deixar espaço para o silêncio. — O Frederico é mesmo irmão do Francesco. Aquela informação caiu como uma lâmina. “Irmão de Francesco”, fazia sentido agora. O ataque ao hospital, a forma como eles pareciam saber tanto sobre nossos movimentos. Antes que eu pudesse perguntar, o Don prosseguiu: — Quando pegamos o Frederico, ele confessou na hora, nem tentou negar. E o pior, Maicon… o desgraçado riu. Disse que não deixaria barato a morte do irmão e ainda zombou da segurança do hospi