CAPÍTULO 122 Maicon Prass Fernandes Ela estremeceu quando sussurrei aquelas palavras, os músculos do corpo tensos com a antecipação. Sua respiração era curta, quase trêmula, enquanto sentia o peso do meu controle sobre ela. Eu puxei os cadarços mais uma vez, sem apertar, apenas para lembrá-la da situação. — Ainda pode sair se quiser, italiana, — murmurei. — Mas não vai, não é? Ela negou com a cabeça, os olhos semicerrados de desejo. — Não... — sussurrou. Havia uma mistura de submissão e desafio em sua voz, como se quisesse testar o quanto eu iria além. — Muito bem, — respondi, minha voz grave. — Agora, você vai sentir o que acontece quando cruza essa linha. — Meus dedos percorreram sua pele, descendo lentamente pelo seu corpo, tocando levemente, provocando arrepios, sem nunca dar mais do que ela podia suportar, mas o suficiente para deixar sua mente em chamas. Eu parei no quadril, apertando sua cintura, puxando-a para mim com um gesto firme, mas controlado
CAPÍTULO 123 Maria Eduarda Duarte Eu sempre achei que o medo fosse uma espécie de prisão invisível, algo que te prende de dentro pra fora, e mesmo que as correntes não estejam fisicamente ali, eu as sinto. Cada respiração curta, cada tremor involuntário, tudo parece conspirar contra mim. Por mais que eu tentasse manter o controle, sabia que naquele momento estava enfrentando algo muito mais profundo do que apenas o toque dele. Maicon, com seu jeito autoritário, sabia como jogar com meus limites. Eu estava acostumada a ser desafiada por ele, mas dessa vez era diferente. Ele sabia que tocar na minha vulnerabilidade era me levar ao limite. Mas, talvez, era exatamente isso que eu precisava... confrontar esse medo que me impedia de ser livre, de me entregar totalmente. Quando ele começou a passar o cadarço pelo meu braço, senti um frio na espinha, como se uma corrente invisível estivesse se fechando ao meu redor. Aquele simples toque me fez reviver as noites em que acordava su
CAPÍTULO 124 Maicon Prass Fernandes Eu estava sentado na sala, com Maria Eduarda ao meu lado, quando o telefone tocou. O número do Don apareceu na tela, e eu atendi sem hesitar. — Maicon — a voz do Don soou grave do outro lado da linha. — Foi o Frederico quem mandou invadirem o hospital, você sempre tem razão. A tensão subiu instantaneamente. Eu já desconfiava que o ataque tinha vindo de dentro, mas ouvir o nome do traidor me fez cerrar os punhos. — E tem mais — ele continuou, sem deixar espaço para o silêncio. — O Frederico é mesmo irmão do Francesco. Aquela informação caiu como uma lâmina. “Irmão de Francesco”, fazia sentido agora. O ataque ao hospital, a forma como eles pareciam saber tanto sobre nossos movimentos. Antes que eu pudesse perguntar, o Don prosseguiu: — Quando pegamos o Frederico, ele confessou na hora, nem tentou negar. E o pior, Maicon… o desgraçado riu. Disse que não deixaria barato a morte do irmão e ainda zombou da segurança do hospi
CAPÍTULO 125 Maicon Prass Fernandes Depois de toda aquela correria no hospital, a médica insistiu para que Maria Eduarda ficasse mais um tempo em observação, mas eu sabia que a peste ia me enlouquecer se continuasse lá. Então, depois de algumas horas e mais exames do que eu achava necessários, finalmente conseguimos ir para casa. — Eu juro que achei que ia acontecer, Maicon. Você precisava ver... — Ela começou, ainda um pouco envergonhada enquanto ajustava o cinto de segurança. — Eu sei que foi um susto falso, mas parecia tão real. — Italiana, você tem um dom pra me matar de susto. De qualquer forma, a gente vai ter que reforçar essa segurança. Daniel vai ter que te acompanhar até na farmácia agora, senão eu infarto de vez. — Sorri a ajudando se ajeitar. — Ah... O caminho até em casa foi tranquilo, diferente da viagem de ida. As ruas de Roma pareciam menos hostis, e meu coração já batia em um ritmo mais normal. Era estranho, mas a presença dela ao meu lado sempre
CAPÍTULO 126 Maria Eduarda Duarte As dores vieram com tudo, de uma hora pra outra, sem aviso. Era como se uma onda me atingisse, me deixando sem ar. Me segurei no braço do sofá, tentando me concentrar, mas cada segundo parecia um século. — Maicon... — consegui murmurar, mas ele já estava à minha frente, os olhos arregalados. Eu nunca o tinha visto tão rápido. Em menos de um minuto, ele já estava me ajudando a levantar, me carregando quase como uma boneca, enquanto eu tentava respirar entre uma contração e outra. — Respira, italiana, respira fundo — ele dizia, mas o tom era tenso. Eu sabia que ele estava tentando manter a calma por mim, mas o jeito que ele segurava o volante quando me colocou no Maserati, estava branco de tensão, deixava claro que ele também estava surtando por dentro. Sentei no banco do passageiro, ofegante, e a dor não dava trégua. Eu segurava a barriga, tentando controlar a respiração, mas cada vez que ela vinha, parecia que eu ia desmoronar.
CAPÍTULO 127 Maria Eduarda Duarte Enquanto isso, o médico assumiu sua posição, e a equipe se preparava para o parto. Parecia que finalmente estávamos a caminho de trazer nossos filhos ao mundo, mesmo sem a presença da doutora Mari. A sala de parto estava um caos completo, mas as dores intensas não me permitiam focar em mais nada além de respirar e empurrar. As contrações vinham cada vez mais fortes, e os sons ao meu redor pareciam distantes, como se o mundo estivesse se fechando naquele momento crucial. — Vamos, Maria Eduarda, você está indo muito bem. Só mais um pouco! — o médico tentava me incentivar. Senti a mão de Maicon apertando a minha. Seu toque era forte, mas seu rosto, normalmente controlado e frio, mostrava uma mistura de medo e raiva. Seus olhos estavam cheios de preocupação, algo raro nele. — Força, italiana, tô aqui com você! — ele rosnou ao meu lado, mas sua voz tinha um tom de desespero. A próxima contração rasgou meu corpo, e gritei enqua
CAPÍTULO 128 Maria Eduarda Duarte Eu me recostei na cama ao lado de Maicon, sentindo o peso das últimas horas se dissipar aos poucos. Estar com ele ali, respirando normalmente depois de tudo, parecia um milagre. Eu passava os dedos pelo cabelo dele, que agora estava mais curto, e pela primeira vez em dias, não havia aquela tensão no ar. Ele abriu os olhos devagar e sorriu para mim. Aquele sorriso... Era o que eu precisava. — Você tem que avisar a Ivete — falei, lembrando de como ela ficou quando saímos às pressas. — Coitada, ninguém sabe que estamos no hospital, e ela deve estar louca em casa, imaginando onde estamos. Já deve estar surtando, sem entender nada. Maicon riu baixinho, balançando a cabeça. — Eu sei, italiana... Ela deve estar achando que aconteceu o pior. A Ivete sempre pensa no pior quando se trata de nós. Eu dei uma risada, mas por dentro, o aperto no coração era real. Ivete estava conosco desde o início de tudo, e sei que, por trás daquele je
CAPÍTULO 129 Maria Eduarda Duarte Quando as portas do hospital se abriram, o ar fresco bateu no meu rosto e senti um alívio imediato. Depois de tantos dias de tensão, finalmente estávamos indo para casa, agora com dois novos membros da família nos braços. Eu carregava um dos gêmeos, enquanto Maicon segurava o outro com uma leveza que contrastava com seu tamanho. Ele olhou para mim, e por um segundo vi nos seus olhos aquele brilho de felicidade que eu sabia que ele tentava esconder. O motorista nos aguardava e, assim que ajeitou as cadeirinhas no banco de trás, percebi o quanto tudo havia mudado. Deixamos o hospital, mas o silêncio entre nós era quase sagrado, como se tivéssemos medo de quebrar o momento. Ao chegarmos em casa, notei algo diferente logo na entrada. Havia balões discretos pendurados nas árvores e uma movimentação na varanda. Suspirei, já desconfiada do que estava por vir, mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, as portas se abriram de uma ve