CAPÍTULO 139 Maicon Prass Fernandes Eu já sabia que algo estava errado desde o momento que Alexei entrou naquela sala. O Don se levantou devagar, me lançando um olhar que falava mais do que ele estava prestes a dizer. A tensão no ar ficou mais densa, e o silêncio, quase ensurdecedor. — Eu já imagino o que você quer, Alexei — disse o Don, rompendo o silêncio. — Está aqui pelo seu irmão. Eu bufei, cruzando os braços. Era óbvio que ele estava atrás do Anton. O desgraçado já tinha causado problemas suficientes para todos nós, mas confesso que, com a demora, eu cheguei a pensar que a família Kim tinha desistido dele. Só que agora, Alexei estava ali, como se o tempo não tivesse passado. — Eu sabia que esse momento ia chegar — acrescentei, me aproximando do Don. — Mas três meses? Vocês sumiram por um ano e três meses a respeito desse assunto. Pensei que já tinham deixado o Anton para apodrecer. Alexei não respondeu de imediato. Ele ficou nos observando, com aquele ol
CAPÍTULO 140 Maicon Prass Fernandes Quando entrei no quarto de jogos, o ambiente estava mais silencioso do que o habitual. As luzes eram mínimas, velas estrategicamente posicionadas lançavam sombras ondulantes nas paredes. Havia um cheiro suave de couro misturado com um toque de algo floral que reconheci imediatamente. Era aquela peste. Fechei a porta atrás de mim com um leve clique, e foi então que a vi. Maria Eduarda, dentro da grande jaula de ferro no canto do quarto, estava de joelhos, completamente submissa, com as mãos delicadamente entrelaçadas à frente do corpo. — Gostosa pra Caralho... — sussurrei. Ela usava uma peça mínima de renda preta, que mal cobria suas curvas, e o cabelo solto caía, mas mostrava os ombros, contrastando com as barras escuras da jaula. Seus olhos estavam fixos em mim, cheios de expectativa e submissão, com seus seios à mostra. O simples fato de vê-la assim fez meu coração acelerar. Duda nunca foi o tipo de mulher que se deixava dom
CAPÍTULO 141 Maicon Prass Fernandes — Que não tinha culpa em tudo, alguém armou pra ele, mas não disse quem, como ou o motivo — respirei mais forte. — Mentiu pra mim, italiana? — saí de perto dela, olhando novamente para a prateleira, pensando numa punição. Caminhei até a prateleira e peguei a palmatória de madeira, o peso familiar em minhas mãos trazendo uma sensação de controle absoluto. Virei-me para Maria Eduarda, ainda esticada, presa ao poste, seu corpo tremendo levemente, e soube que ela percebia o que estava por vir. — É, você mentiu — falei com a voz baixa e controlada, me aproximando dela. — E sabe que não posso deixar isso passar sem uma punição adequada. Alexei te disse mais alguma coisa? — Era russo, mas entendi poucas coisas. Ela engoliu em seco, seus lábios apertados, como se estivesse se preparando. Passei a mão pela lateral do corpo dela, parando nos quadris antes de puxar sua calcinha para baixo, expondo completamente suas nádegas. M
CAPÍTULO 142 Maicon Prass Fernandes A noite terminou ótima, embora as palavras de Maria Eduarda não saíssem da minha cabeça. “O que Alexei estava tentando dizer?“ Acordei mais cedo, passei para ver as crianças e então, fui ver como estava o Anton. — Daniel... seja rápido. Compre uma roupa apresentável, terno, sapatos. De preferência uma camisa num tom com cor viva, tipo um vinho. Vamos precisar libertá-lo hoje no final do dia. Já recebi uma mensagem do Don que o senhor Kim quer o filho, hoje. — Chefe, você viu o rosto dele? Anton teve um dente quebrado, seu cabelo raspado, um pedaço da orelha sumiu, está irreconhecível... — Daniel lembrou. Eu só o olhava de longe, mas dava para notar. — Providencie uma dentadura, chame o dentista, se vira, Daniel! Vou pedir à Ivete que coloque algo no rosto dele para melhorar, e dê um remédio para desinchar. — Certo chefe... Eu sabia que poderia dar merda, mas era uma ordem, teríamos que entregar esse hom
CAPÍTULO 143 Maicon Prass Fernandes Eu me mantive em silêncio, deixei o Don conduzir. Alexei se afastou, se aproximou do irmão, que cochichou algo pra ele, então o senhor Kim se pronunciou outra vez: — Nós vamos procurar um médico para atender o Anton, mas depois eu volto para conversarmos, Don Antony. Sugiro que pense bem, porque se não me engano, você mesmo negou essa moça para acordos, antes, porque não estava bem de saúde. — Ela está bem melhor. Vou solicitar um laudo médico atualizado, fique tranquilo — Don disse decidido. — Certo. Vamos! — Chamou Alexei que precisou ajudar o Anton a sair. O maledetto todo quebrado, ainda me encarou com um leve sorriso, que brotou do seu rosto quando passou por mim. O Don observou Maxim e Alexei se afastarem com Anton, ainda com aquela expressão calculista que ele sempre mantinha. Eu continuei em silêncio, esperando o momento certo para falar. Assim que os russos saíram do local e a porta foi encostada, ele se v
Capítulo Final Maicon e Maria Eduarda estavam sentados à mesa do restaurante onde tudo começou entre eles. Cercados por suas famílias, celebrando não apenas o reencontro, mas também a nova fase de suas vidas como pais. — Não posso acreditar que vocês conseguiram fazer essa reserva aqui de novo! — exclamou Rebeca, a irmã de Maicon, rindo. — Lembro da última vez que você quase foi expulso por causa do transtorno e discussões. Maicon lançou um olhar divertido para Duda, que retribuiu com um sorriso maroto. — Não fui eu quem fez barulho, certo, italiana? — Ele olhou para Maria Eduarda, que estava com um brilho nos olhos. — Você ainda era quieto. Confesso que a culpa foi minha, mas agora quero que todos vejam como estamos bem, juntos — respondeu ela, rindo. — Se você diz... A conversa fluiu naturalmente, e o clima era de pura alegria. A mesa estava repleta de pratos que refletiam a mistura de culturas, desde massas típicas italianas até pratos brasileiros que Maic
Narrativa da autora Venho pessoalmente, contar a vocês como termina essa história. Ivete, que sempre foi uma mulher prática e dedicada, começou a perceber algo inesperado em sua jornada. Antes, sua vida se resumia a ser a cozinheira da família de Maicon, cuidando de todos com zelo e dedicação. No entanto, ao longo do tempo, o contato com a realidade dura e perigosa da máfia a transformou. De alguém que, no início, preferia estar longe dos negócios sombrios, Ivete foi se adaptando. Ela descobriu uma adrenalina em se envolver nas operações e, surpreendentemente, desenvolveu um gosto pelo risco. Ela percebeu que gostava da sensação de controle, da tensão, da habilidade de proteger aqueles que amava. Ela conheceu Fred, o homem que, ironicamente, havia ferido, mas depois cuidou durante sua recuperação. No início, era apenas o dever de garantir que ele sobrevivesse. No entanto, Fred, com seu jeito calmo e resiliente, despertou algo nela. Enquanto o ajudava, Ivete começou a
CAPÍTULO 1 Maicon Prass Fernandes Não foi do dia para à noite que me tornei o consigliere do Don. Sou os olhos da máfia Strondda e aquele que o Don confia de olhos fechados. Cheguei aqui em Roma praticamente com a roupa que vestia, depois de uma vida inteira trabalhando como catador de reciclagens no Brasil, para tentar ajudar minha família a comer todos os dias. Meu cunhado e também “Don” da máfia Strondda, me testou e me ensinou a ser como ele, e hoje, além de dar conselhos e ser o mais próximo, também tenho dominado seus soldados na maioria das missões, já que ele e minha irmã acabaram de ter seu segundo filho, uma menina linda. Respiro fundo, olhando pela janela e vendo uma chuva forte caindo sobre o gramado. Há soldados inimigos caídos no chão, mas nenhum deles está morto. — Vamos levá-los também, chefe? — me viro ao ouvir a voz do meu soldado de confiança que abaixado, examina a cena. — Por que me pergunta o que já sabe? Enfie esses maledettos na Van e nenhum morre