Narrativa da autora Venho pessoalmente, contar a vocês como termina essa história. Ivete, que sempre foi uma mulher prática e dedicada, começou a perceber algo inesperado em sua jornada. Antes, sua vida se resumia a ser a cozinheira da família de Maicon, cuidando de todos com zelo e dedicação. No entanto, ao longo do tempo, o contato com a realidade dura e perigosa da máfia a transformou. De alguém que, no início, preferia estar longe dos negócios sombrios, Ivete foi se adaptando. Ela descobriu uma adrenalina em se envolver nas operações e, surpreendentemente, desenvolveu um gosto pelo risco. Ela percebeu que gostava da sensação de controle, da tensão, da habilidade de proteger aqueles que amava. Ela conheceu Fred, o homem que, ironicamente, havia ferido, mas depois cuidou durante sua recuperação. No início, era apenas o dever de garantir que ele sobrevivesse. No entanto, Fred, com seu jeito calmo e resiliente, despertou algo nela. Enquanto o ajudava, Ivete começou a
CAPÍTULO 1 Maicon Prass Fernandes Não foi do dia para à noite que me tornei o consigliere do Don. Sou os olhos da máfia Strondda e aquele que o Don confia de olhos fechados. Cheguei aqui em Roma praticamente com a roupa que vestia, depois de uma vida inteira trabalhando como catador de reciclagens no Brasil, para tentar ajudar minha família a comer todos os dias. Meu cunhado e também “Don” da máfia Strondda, me testou e me ensinou a ser como ele, e hoje, além de dar conselhos e ser o mais próximo, também tenho dominado seus soldados na maioria das missões, já que ele e minha irmã acabaram de ter seu segundo filho, uma menina linda. Respiro fundo, olhando pela janela e vendo uma chuva forte caindo sobre o gramado. Há soldados inimigos caídos no chão, mas nenhum deles está morto. — Vamos levá-los também, chefe? — me viro ao ouvir a voz do meu soldado de confiança que abaixado, examina a cena. — Por que me pergunta o que já sabe? Enfie esses maledettos na Van e nenhum morre
CAPÍTULO 2 Maria Eduarda Duarte Cresci dentro da máfia Strondda, conheço as regras, sempre soube qual seria o meu destino. já faz muito tempo que tenho ciência de que fui prometida a um russo, membro da família Kim. Não era o que queria pra mim, mas hoje iria conhecê-lo pessoalmente e dar sequência ao noivado do acordo que o Don ordenou. Embora ninguém saiba, que meu coração só bateu uma vez por um homem, mas ele era apenas um soldado estrangeiro, recém-chegado na máfia, que ao ser rejeitado por mim uma vez, jamais deixou que um simples olhar meu chegasse até ele novamente. Até tentei me aproximar numa noite, mas ele agiu como se não me conhecesse, e até então somos como estranhos... acabei aceitando esse acordo com os russos. O problema foi que ao pisar na grande sala, ouvi a conversa rude do meu pai com um senhor. Ele apresentava seu outro filho para o compromisso que havia feito comigo, dizendo que meu antigo noivo havia se casado na manhã anterior com
CAPÍTULO 3 Maria Eduarda Duarte Não sou do tipo quietinha, não consigo aceitar tudo que me impõem e também não pretendo mudar. Principalmente quando percebo que me passam para trás como nesse instante. Aquele consigliere do diavolo me colocou no chão e disfarcei meus movimentos, em seguida sorriu limpando os ombros, só para deixar claro que percebeu o que aconteceu. Praticamente corri até meu irmão sem olhar pra trás. — Você soube o motivo? O combinado era eu me casar com Alexei, e agora aquele nojento do Anton, quer ficar no lugar dele, e eu não quero! — meu irmão me apontou o dedo. — Maria Eduarda Duarte, não é você quem escolhe! Todos nós sabemos que acordos são necessários, droga! Eu acho que deveria se esforçar mais, o Don não irá te poupar de novo, você nem se esforçou, como sempre mandou tudo para o espaço, só pensou em você. — ele falou e o infeliz do consigliere tossiu dando risada, depois ficou de costas, então o ignorei, mudei a estratégia, já aprendi a lidar com
CAPÍTULO 4 Maicon Prass Fernandes Acabei indo até a casa do Don com os familiares da Maria Eduarda. O pai dela explicou tudo o que aconteceu, e pelo olhar do Don pra mim, eu lhe respondi antes que perguntasse algo, já o conheço bem. — Se foi feito um acordo vantajoso, penso que deveria ser cumprido. Primeiramente eles quebraram, então se pensam em rejeitar algum membro da família Kim, organizaremos os soldados e iremos imediatamente atrás deles, até estarem todos mortos! — todos me olharam espantados. — Você é bem direto... — Hélio comentou, olhei para o Don que servia um whisky para os visitantes, mas puxei um copo extra pra mim, que me olhou de forma rude. — Bom... se o importante for manter o acordo, para ficarmos tranquilos no futuro, Maria Eduarda deve parar de ser irresponsável e se casar de uma vez, seja lá qual, seja o noivo. Ou vai ficar escolhendo rosto bonito ao invés de pensar com a razão? Afinal cresceu nesse meio, não é? — todos pareciam respirar forte, ficou um
CAPÍTULO 5 Maicon Prass Fernandes Respirei fundo ao sentir meu peito doer. Coloquei a mão sobre ele, mas ao ver que estavam saindo e vindo atrás de mim, aguentei firme a dor, estiquei meu corpo, tentando manter o meu semblante inexpressivo, porque ninguém poderia saber que sofro de problemas cardíacos, além do Don. Em passos rápidos, tentando ignorar a dor, eu entrei naquela sala novamente, e quem saiu antes, entrou junto comigo. Hélio ainda falava e imaginava teorias sobre a filha. — Ela não queria casar na Rússia, que merda! — ele disse com raiva. Me aproximei e controlado, questionei: — Devem ter trocado o áudio utilizando algum programa. É só utilizar a voz dela de qualquer assunto e substituir. Já localizaram a pulseira? — Sim, não é longe, vamos até lá! — um soldado disse, então fomos até os carros para ir ao local. Comecei a pensar, e o Don não ficaria nem um pouco satisfeito com tudo isso, eu precisava encontrá-la depressa. Até porque o restante da equipe estava
CAPÍTULO 6 Maria Eduarda Duarte Com os olhos pesados e meu corpo mole, tentei levantar a cabeça muitas vezes, mas não consegui. Não sei quanto tempo durou isso, mas de repente ouvi vozes familiares, e quando por fim abri os olhos ouvi: — Filho, por que a sua noiva está dormindo tanto? Acho que vou chamar nosso médico de confiança para examiná-la quando chegarmos em casa. — “era o senhor Kim?“ — Pai, ela está cansada, só isso! Me dê um momento com ela, vou acordá-la e enviaremos o áudio que o senhor pediu. — Não demore, Anton! Já faz dez minutos que está sozinho com ela, e ainda não se casaram! Sabe que seu casamento precisa ser honrado! — tentei falar, erguer a mão para pedir ajuda, pois aquele senhor não parecia compactuar com esse louco, porém não consegui. — Claro pai... — ouvi a porta fechar, e me enchi de raiva quando o infeliz jogou a água que estava num copo na minha cara. — Acorda, querida! Envie uma mensagem dizendo que está tudo bem, e vou te tratar como uma
CAPÍTULO 7 Maicon Prass Fernandes Maria Eduarda estava sonolenta, evitei contato com ela, não tenho nada a ver com a sua vida. Estranhei que no avião continuou dormindo, se trancou no quarto, e ainda precisei bater para lembrá-la que precisava comer. — Senhorita Duarte, abra a porta! Você não comeu. Eu disse para sua família que estava bem! — encostei na porta para tentar ouvir. — Azar o seu! Me deixa em paz, estrangeiro! — respirei fundo, não queria quebrar a porta, mas ela não estava me dando opção. — Estou pouco me fodendo pro que você pensa, mas se a ordem é que coma, derrubo essa porta e te enfio goela abaixo! Tem dois segundos para decidir! De repente, um dos soldados apareceu com uma chave e sorri ao abrir a porta. Ela me deu uma olhada, mas desdenhou me ignorando. Maria Eduarda estava deitada de bruços, ainda com aquele vestido de noiva, provavelmente desconfortável. Dei dois passos à frente, parecia tão delicada agora, deitada sobre o seu próprio braço, que