CAPÍTULO 111 Maria Eduarda Duarte Não é de hoje que me incomoda olhar para aquela porta dentro do nosso quarto, sem saber o que tem lá dentro. Agora o Maicon foi liberado pelo Don para o trabalho, a nossa vida vai voltar ao normal, então vamos voltar exatamente onde paramos, ele não pode me negar. Enquanto não consegui o que queria, não parei. Só que quando ele abriu aquele lugar e fechou a porta, fiquei um tanto perdida. Ao entrar, notei um ambiente intimidador, com luz suave e indireta, tons pretos e roxos criando um clima misterioso. Havia lâmpadas no chão ou tipo de lanternas baixas com filtros coloridos projetando um brilho de baixo para cima na cor roxa.As paredes eram acolchoadas ou revestidas em uns materiais estranhos que parecia um veludo... Era bonito, mas dava a impressão que servia como isolamento acústico. Havia alguns espelhos, estrategicamente posicionados para refletir em cada canto. As cortinas pareciam muito pesadas, bloqueando qualquer luz qu
CAPÍTULO 112 Maria Eduarda Duarte — Maria Eduarda, para de falar e me ouve, porra! Coloca na sua cabeça, que nenhuma mulher esteve aqui, que saco! — ele falou parecendo irritado, e eu já não sabia mais o que pensar. Veio me empurrando, me encostando na porta. — Então me diz, Maicon... por que você tem um quarto esquisito desses, escondido desse jeito, e porque a minha foto está ali, riscada na sua parede? — nossos olhares se encontraram. — Porque eu risquei, Maria Eduarda! — falou meio alto, esfregou os olhos, abaixou o tom — Vamos para o quarto, não quero conversar aqui. Você está nervosa, é melhor... — tentou me puxar novamente, não deixei. — Não enrola, quem está nervoso é você! Eu quero saber. Eu nem tenho aquela foto. Quando foi tirada? Você que tirou? — negou e cada vez eu entendia menos, então mesmo irritada, parei. Abaixei a cabeça, tentei ouvir, mas ele ergueu meu queixo, chegou bem perto. — Olha, eu vou explicar... depois que aconteceu tudo aquilo no rest
CAPÍTULO 113 Maria Eduarda Duarte — COMO ASSIM? INGRID? DO QUE ESTÁ FALANDO, PESTE? — Maicon deixou a jaula onde estava e veio até a mim. Comecei a bater nele, mas lembrei que não podia, então comecei a empurrar. — POR QUE AQUELA MULHER ESTÁ TE MANDANDO ISSO? QUE DROGA, VOCÊ NÃO DEIXOU AS COISAS BEM CLARAS? — ele se abaixou procurando a foto, e eu o empurrei novamente. — Eu deixei, sei lá o que está acontecendo! Quero ver o que é, onde está? — Está querendo ver? Que raiva de você, Maicon! — Não misture as coisas de novo — segurei nele e ele mim, as vozes alteradas, um clima tenso. Vi que a porta da jaula estava aberta e aproveitei a oportunidade, o empurrando, deixando parado na porta daquele treco. — É isso o que quer, Maria Eduarda? É isso? Ficou com raiva, quer me ver aqui dentro? — ele falava alto e olhava para dentro da jaula — Me diga! — o encarei enfurecida, até que não seria nada mal, com a raiva que eu estava, então dei de ombros. Maicon parecia irr
CAPÍTULO 114 Maria Eduarda Duarte Do nada Maicon me soltou, virou de costas e foi até o closet. Fiquei observando, acabei não respondendo, e estranhei que ele pegou uma roupa confortável e começou a vestir. Sentei na cama confusa, não me aguentei: — O que está acontecendo? — Pode descansar, vou dar o espaço que pediu. — Mas... — Boa noite. — Falou simplesmente e foi saindo do quarto, então me levantei e segurei o braço dele. — Tudo bem se dormir aqui... — Maria Eduarda... me deixa! Você me encheu a porra do saco, eu não queria entrar naquele quarto, você tocou o foda-se. Te avisei que não iria gostar, mas não sei que caralho queria ver lá. Espero que esteja satisfeita — ele estava sério, foi sair, segurei novamente. No fundo, não era isso que eu queria. — Maicon... — Olha, eu já expliquei o que aconteceu, não vou falar de novo. Você está grávida, então vamos fazer o seguinte: você fica aqui e eu vou pra outro lugar. Você fica com a chave, se quiser
CAPÍTULO 1 Maicon Prass Fernandes Não foi do dia para à noite que me tornei o consigliere do Don. Sou os olhos da máfia Strondda e aquele que o Don confia de olhos fechados. Cheguei aqui em Roma praticamente com a roupa que vestia, depois de uma vida inteira trabalhando como catador de reciclagens no Brasil, para tentar ajudar minha família a comer todos os dias. Meu cunhado e também “Don” da máfia Strondda, me testou e me ensinou a ser como ele, e hoje, além de dar conselhos e ser o mais próximo, também tenho dominado seus soldados na maioria das missões, já que ele e minha irmã acabaram de ter seu segundo filho, uma menina linda. Respiro fundo, olhando pela janela e vendo uma chuva forte caindo sobre o gramado. Há soldados inimigos caídos no chão, mas nenhum deles está morto. — Vamos levá-los também, chefe? — me viro ao ouvir a voz do meu soldado de confiança que abaixado, examina a cena. — Por que me pergunta o que já sabe? Enfie esses maledettos na Van e nenhum morre
CAPÍTULO 2 Maria Eduarda Duarte Cresci dentro da máfia Strondda, conheço as regras, sempre soube qual seria o meu destino. já faz muito tempo que tenho ciência de que fui prometida a um russo, membro da família Kim. Não era o que queria pra mim, mas hoje iria conhecê-lo pessoalmente e dar sequência ao noivado do acordo que o Don ordenou. Embora ninguém saiba, que meu coração só bateu uma vez por um homem, mas ele era apenas um soldado estrangeiro, recém-chegado na máfia, que ao ser rejeitado por mim uma vez, jamais deixou que um simples olhar meu chegasse até ele novamente. Até tentei me aproximar numa noite, mas ele agiu como se não me conhecesse, e até então somos como estranhos... acabei aceitando esse acordo com os russos. O problema foi que ao pisar na grande sala, ouvi a conversa rude do meu pai com um senhor. Ele apresentava seu outro filho para o compromisso que havia feito comigo, dizendo que meu antigo noivo havia se casado na manhã anterior com
CAPÍTULO 3 Maria Eduarda Duarte Não sou do tipo quietinha, não consigo aceitar tudo que me impõem e também não pretendo mudar. Principalmente quando percebo que me passam para trás como nesse instante. Aquele consigliere do diavolo me colocou no chão e disfarcei meus movimentos, em seguida sorriu limpando os ombros, só para deixar claro que percebeu o que aconteceu. Praticamente corri até meu irmão sem olhar pra trás. — Você soube o motivo? O combinado era eu me casar com Alexei, e agora aquele nojento do Anton, quer ficar no lugar dele, e eu não quero! — meu irmão me apontou o dedo. — Maria Eduarda Duarte, não é você quem escolhe! Todos nós sabemos que acordos são necessários, droga! Eu acho que deveria se esforçar mais, o Don não irá te poupar de novo, você nem se esforçou, como sempre mandou tudo para o espaço, só pensou em você. — ele falou e o infeliz do consigliere tossiu dando risada, depois ficou de costas, então o ignorei, mudei a estratégia, já aprendi a lidar com
CAPÍTULO 4 Maicon Prass Fernandes Acabei indo até a casa do Don com os familiares da Maria Eduarda. O pai dela explicou tudo o que aconteceu, e pelo olhar do Don pra mim, eu lhe respondi antes que perguntasse algo, já o conheço bem. — Se foi feito um acordo vantajoso, penso que deveria ser cumprido. Primeiramente eles quebraram, então se pensam em rejeitar algum membro da família Kim, organizaremos os soldados e iremos imediatamente atrás deles, até estarem todos mortos! — todos me olharam espantados. — Você é bem direto... — Hélio comentou, olhei para o Don que servia um whisky para os visitantes, mas puxei um copo extra pra mim, que me olhou de forma rude. — Bom... se o importante for manter o acordo, para ficarmos tranquilos no futuro, Maria Eduarda deve parar de ser irresponsável e se casar de uma vez, seja lá qual, seja o noivo. Ou vai ficar escolhendo rosto bonito ao invés de pensar com a razão? Afinal cresceu nesse meio, não é? — todos pareciam respirar forte, ficou um