CAPÍTULO 114 Maria Eduarda Duarte Do nada Maicon me soltou, virou de costas e foi até o closet. Fiquei observando, acabei não respondendo, e estranhei que ele pegou uma roupa confortável e começou a vestir. Sentei na cama confusa, não me aguentei: — O que está acontecendo? — Pode descansar, vou dar o espaço que pediu. — Mas... — Boa noite. — Falou simplesmente e foi saindo do quarto, então me levantei e segurei o braço dele. — Tudo bem se dormir aqui... — Maria Eduarda... me deixa! Você me encheu a porra do saco, eu não queria entrar naquele quarto, você tocou o foda-se. Te avisei que não iria gostar, mas não sei que caralho queria ver lá. Espero que esteja satisfeita — ele estava sério, foi sair, segurei novamente. No fundo, não era isso que eu queria. — Maicon... — Olha, eu já expliquei o que aconteceu, não vou falar de novo. Você está grávida, então vamos fazer o seguinte: você fica aqui e eu vou pra outro lugar. Você fica com a chave, se quiser
CAPÍTULO 115 Maicon Prass Fernandes Maria Eduarda precisa entender que algumas coisas não vão mudar, nunca deixarei de amá-la, mas também preciso de tudo no lugar, ou eu ficarei louco. No outro dia acordei cedo, o Don me chamou até o reduto. Ficava em uma viela estreita, escondido entre prédios antigos. A fachada discreta, típica da máfia, não denunciava o que acontecia ali dentro. Entrei sem ser anunciado, os homens na porta sabiam quem eu era. O Don estava lá, como sempre, esperando. Aquele olhar afiado, de quem já viu de tudo, me recebeu do outro lado da sala, com uma única palavra. — Vem comigo. Sem perguntar, segui o Don pelos corredores escuros. Nada havia mudado, o cheiro de cigarro e couro velho ainda impregnava o ar, os sons abafados de conversas em italiano misturavam-se ao som dos meus passos no chão de mármore. Cada centímetro daquele lugar exalava poder e perigo. Eu já sabia o que estava prestes a acontecer, e meu estômago revirava com a expect
CAPÍTULO 116Maicon Prass Fernandes (Atenção! Esse capítulo contém cenas fortes de tortura.)O som metálico das ferramentas era pesado. Robson tremia na cadeira, o suor escorrendo pelo rosto sem cor, enquanto Enzo se preparava calmamente, cada movimento com muita precisão. O Don manteve sua postura serena, embora eu sabia exatamente como estava se sentindo. — Primeiro os dedos, — Enzo murmurou, pegando o alicate.Robson tentou se debater, mas as cordas apertadas o mantinham imóvel. O medo transbordava dos olhos dele, misturado com uma desesperança que eu reconhecia bem. Ele sabia que nada o salvaria agora. Nem súplicas, nem desculpas, nem arrependimento. A traição na máfia é paga com sangue, e o preço que Robson pagaria seria alto.— Por favor... Maicon... Don... Eu imploro... — a voz de Robson saiu quebrada, quase inaudível.Enzo agarrou a mão dele com firmeza, segurando o dedo indicador entre os dentes do alicate. O olhar frio de Enzo não tinha piedade, apenas ódio. Com um estalar
CAPÍTULO 117 Maicon Prass Fernandes O Don manteve os olhos fixos em mim por alguns segundos, avaliando a situação. Depois de um breve silêncio, ele deu um leve aceno com a cabeça, um sinal claro de que eu tinha sua permissão. — Faça o que deve ser feito, Maicon — disse o Don, sua voz fria e sem emoção, como se estivesse lidando com uma mera formalidade. Olhei para Maria Eduarda. Ela ergueu uma sobrancelha, o rosto calmo, sem qualquer traço de repulsa. Um leve sorriso de canto surgiu em seus lábios. Era como se ela soubesse que seu papel naquilo ainda não havia terminado. Ela pegou uma pequena bolsa que havia trazido e de dentro tirou uma linha e agulha. Não havia hesitação em seus movimentos. Me abaixei, pegando o pedaço mutilado de carne que eu havia jogado no chão momentos antes. Ele ainda estava coberto de sangue, mas isso não me incomodava. Ajoelhei-me na frente de Robson, cujo corpo mal conseguia se manter ereto na cadeira. Ele ainda gemia, o sangue escor
CAPÍTULO 118 Maria Eduarda Duarte (2 meses depois) Hoje estamos completando cinco meses de gestação, a minha barriga está enorme. Tivemos alguns altos e baixos, mas agora está tudo bem. Maicon continua atencioso, mas seu jeito rude é o seu charme, e não consigo negar. O lado bom é que depois que torturei a Ingrid, tenho mais credibilidade, e tanto Maicon, como Don, estão me ajudando a treinar, principalmente a me defender, e Ivete veio junto comigo. — Ivete, hoje chegou a cozinheira nova, não vai ficar com ciúmes? — zombei dela, por mais que esteja treinando comigo não gosta de largar a cozinha. É o máximo ter uma companhia de toca e avental como ela. — Não. — Você ficou é feliz, não é? Eu bem sei que agora atira melhor que eu... — não tem cozinheira nenhuma, é só uma ajudante que o Maicon chamou, ela sabe que a atormento. — Não seja modesta, senhora... eu não sou tudo aquilo, inclusive ainda miro errado. — O que acha, Maicon? — pergu
CAPÍTULO 119 Maicon Prass Fernandes — É... é alguém grande... a gente só recebeu ordens... não sabemos quem... Eu bufei, puxando-o pelo colarinho. Ele gritava, mas aquilo não me tocava. Eram homens sem alma, sem lealdade. Eles morreriam por nada, e pior, morreriam sem honra. O tipo de gente que eu desprezava. — Não vou perder tempo agora! Arrastei os três para fora, jogando-os no chão no corredor principal. Os seguranças já se preparavam para levar a "carga". Faria questão de interrogar cada um deles mais tarde, mas agora, o hospital estava seguro novamente e eu levaria aquela italiana teimosa para a médica avaliar. Quem fez isso, sabia que quase todos os nossos homens estariam na reunião do conselho em Tivoli, como se eu precisasse de reforços para três idiotas como esses. . Voltei para o carro, onde Maria Eduarda esperava. Seu olhar ansioso encontrou o meu assim que a vi, e eu apenas balancei a cabeça, sinalizando que estava tudo resolvido.
CAPÍTULO 120 Maicon Prass Fernandes O clima estava ótimo, até que estranhei uma voz diferente: — Bom, não sei quem é Colt, mas com toda certeza não serão dois amigos que vão brincar com ele... — o médico que acompanhava a doutora falou a respeito do comentário da italiana. — Como assim, doutor? — Duda questionou e eu também queria entender. — É que já vi que temos uma menina... deixe-me verificar o outro... há, um menino— Aquele médico disse com tanta tranquilidade, mas eu queria matá-lo agora. — Que porra é essa? — questionei irritado, a italiana apertou minha mão, mas ignorei. — O senhor não gostou de ter gêmeos? Ou de uma, ser menina? — fiquei ainda mais irritado com o comentário dele, a doutora Mari, tentou afastá-lo. — Que caralho! Isso tanto faz. Agora quero ver como vai fazer pra explicar porque disse o sexo das crianças sem nos perguntar se queríamos saber? A minha esposa sonhou com um chá desses que revela, e agora? — Perdão, senhor! Eu não imagi
CAPÍTULO 121 Maicon Prass Fernandes — E, agora? O que eu faço? — ela perguntou encarando o sapato na minha mão, e sorri. — Primeiro de tudo precisa me ouvir. Você fará tudo o que eu disser... — arranquei o cadarço do sapato de forma rápida e o joguei no chão. — Isso eu já faço... — Segundo... se me retrucar ou desobedecer novamente, será punida — passei o cadarço no braço dela devagar. Vi os olhos da italiana correrem por sua pele e ouvi um leve suspiro — Às vezes penso que você gostaria de tudo isso, desse mundo. — Aposto que não. É só curiosidade mesmo — sorri. — Eu também entrei por curiosidade, mas vamos ao que interessa! Tire toda a roupa! — com um sorriso ela começou a tirar devagar, mas olhava para o chão. Segurei seu queixo devagar usando o cadarço, segurando as duas pontas — Olhe pra mim enquanto tira, não desvie o olhar! — ordenei, ela o fez sem dificuldades — Boa menina! Vê-la assim, mais obediente me deixou diferente, mais quente, com vontade