Capítulo Dezenove

Anny Celik

Miguel me olhava como se o mundo ao redor não existisse, e, mesmo tentando ignorar, eu sentia meu corpo reagir àquela intensidade. Sentada à frente dele no restaurante, senti como se estivéssemos presos em uma bolha onde nada mais importava. Ele tinha esse poder, e isso me assustava.

O jantar seguia como um jogo de xadrez. Cada palavra trocada era um movimento calculado. Ele sempre foi assim, mestre em manipular o tabuleiro, mas eu estava determinada a não ser a peça que ele comandava.

— Você ainda não respondeu à minha proposta — ele disse, sua voz baixa e carregada de expectativa.

Desviei o olhar para o vinho no meu copo, girando-o levemente entre os dedos.

— Duas noites por semana para jantar, Miguel? Depois de tudo? É sério?

Ele apoiou os cotovelos na mesa, inclinando-se um pouco mais perto. O cheiro do perfume dele invadiu meus sentidos, uma mistura de notas amadeiradas e algo perigosamente familiar.

— Sim, Anny. Duas noites. Não estou pedindo muito.

Me
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