Miguel Ylmaz Fui para o meu escritório, peguei uma pasta com alguns documentos e logo depois fiquei na sala, esperando que a Anny descesse. Quando a vi descendo as escadas, ela estava linda, vestida com uma saia justa que delineava perfeitamente suas curvas, e uma blusa social entreaberta, revelando uma pequena parte de sua pele macia. Estava sensual e provocante, eu a desejei com todas minhas foças, mas, acima de tudo, parecia estar se esforçando para me ignorar. Ela ajustava a bolsa no ombro, pronta para sair. Algo dentro de mim se agitou. Não era apenas desejo, era a necessidade de ter ela para mim naquele instante, de fazê-la esquecer qualquer outra coisa que não fosse nós dois. — Já vai sair? — perguntei, minha voz rouca. Ela virou o rosto na minha direção, mas não respondeu. Apenas balançou a cabeça afirmativamente, sem ao menos me olhar nos olhos. Isso foi o suficiente para me fazer atravessar a sala em poucos passos. Quando cheguei perto, segurei sua cintura com
Anny Celik A luz da manhã invadia a sala, revelando o caos ao nosso redor. Minhas roupas estavam espalhadas pelo chão, um lembrete gritante da intensidade do que havia acontecido. Suspirei, tentando recompor meus pensamentos, mas era impossível ignorar a presença dele ao meu lado, seus olhos me observando como se eu fosse a única coisa que importava naquele momento. — Eu preciso trabalhar, Miguel. — Minha voz saiu suave, mas firme. Ele me olhou com aquela mistura de autoridade e desejo que sempre me fazia estremecer. Mesmo assim, ele se afastou um pouco, permitindo que eu me levantasse. Enquanto pegava minhas roupas e as vestia apressadamente, senti seu olhar me acompanhando. — Não acha que poderia tirar o dia de folga? — ele provocou, cruzando os braços enquanto me observava. — Nem pense nisso — respondi, olhando por cima do ombro. — Tenho pessoas esperando por mim. Ele riu baixo, aquele som grave que sempre fazia meu coração acelerar, mas se levantou e começou a se vesti
Miguel YlmazSaí do hospital ainda com o gosto dos lábios de Anny nos meus. Ela era meu ponto fraco e minha maior força, mas também o motivo pelo qual eu não poderia relaxar. Não quando o mundo ao meu redor parecia conspirar para me derrubar. Entrei no carro e, com um aceno rápido para meu motorista, seguimos para a empresa. O caminho foi silencioso, minha mente presa em pensamentos. A presença de James, aquele médico desgraçado, ainda martelava na minha cabeça. Mas isso era o de menos. O verdadeiro problema estava no passado que eu tentava enterrar, mas que insistia em voltar à superfície. Ao chegar à empresa, mal tive tempo de entrar na minha sala quando um dos meus seguranças apareceu com um pacote. — Isso chegou agora, senhor. Peguei o envelope, notando imediatamente que não era um simples recado. Meu nome estava escrito em letras grandes e firmes, mas era o perfume que o acompanhava que fez meu estômago revirar. Diana. Abri o pacote com cuidado, revelando algumas fotos
Miguel Ylmaz Eu sabia que Diana falaria. Ela sempre falava, quando pressionada do jeito certo. O problema nunca era conseguir a informação dela, mas sim separar a verdade das mentiras. E, naquele momento, minha paciência era tão fina quanto a linha entre o medo e o desespero que brilhava nos olhos dela. — Fala, Diana. — Pressionei a arma contra sua testa, sem tremer. — Se eu tiver que perguntar de novo, vai doer. Ela respirou fundo, fechando os olhos por um segundo. Quando os abriu, algo em sua expressão havia mudado. Resignação. — Kemal está movendo tudo de novo, Miguel. — Sua voz estava baixa, quase um sussurro. — Ele acredita que você tem o arquivo completo do caso Canavar, aquele que conecta ele ao tráfico internacional. — Continue. — Minha voz era dura, mas interiormente eu já começava a conectar as peças. — Ele quer destruir você. Não só profissionalmente, mas pessoalmente também. Ele quer... ele quer Anny. Meu coração parou por um segundo, mas meu rosto permaneceu
Miguel YlmazEu não sabia exatamente o que estava esperando quando entrei na sala da Anny, mas a cena diante de mim acendeu algo primordial no meu peito. James estava segurando o braço dela, com aquele olhar asqueroso, como se tivesse algum direito sobre ela. E Anny, mesmo lutando como uma guerreira, parecia vulnerável naquele momento.Minha visão ficou turva. Tudo o que consegui pensar foi: ninguém machuca o que é meu.Caminhei até ele em passos calculados, sentindo o peso frio da arma dentro do meu paletó. Eu não precisava de palavras. Meu olhar bastava.— Solte-a — disse, a voz baixa, mas firme.James hesitou, mas o medo em seus olhos já denunciava que ele sabia que tinha cruzado uma linha perigosa. Ele soltou Anny, mas não rápido o suficiente para o meu gosto.Eu me aproximei ainda mais, sentindo a adrenalina pulsar em minhas veias. Mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, um movimento periférico chamou minha atenção.Um dos meus homens. Luiz. Ele havia entrado na sala sem m
Miguel YlmazA sala da Anny estava um caos. Luiz estava caído no chão, e James... bem, ele não era mais uma preocupação. Meus homens chegaram rápido, como sempre. O som abafado de passos e ordens baixas preencheu o ambiente. — Limpem isso agora. — Minha voz era firme, sem espaço para questionamentos. Anny estava sentada no sofá, os olhos ainda fixos no vazio. Apesar de sua força, o que acabara de acontecer não era algo que qualquer pessoa pudesse digerir facilmente. Caminhei até ela, abaixando-me para ficar em seu nível. — Você está bem? — perguntei suavemente. Ela me olhou, ainda segurando a arma que havia usado momentos atrás. Seus olhos, tão determinados minutos antes, agora revelavam uma vulnerabilidade que me rasgava por dentro. — Não me pergunte isso, Miguel. Não agora. Assenti, respeitando seu espaço. Toquei levemente sua mão, e ela finalmente largou a arma. Fiz um sinal para um dos meus homens, que a pegou e saiu sem uma palavra. Enquanto a sala era limpa, olhe
Anny CelikO sol mal tinha surgido no horizonte quando me levantei. A mansão de Miguel estava silenciosa, e ele ainda dormia profundamente ao meu lado, uma expressão de serenidade que eu raramente via. Olhei para o anel no meu dedo, a joia capturando a luz suave da manhã. Meu coração estava em paz, mas também sabia que era hora de fechar um capítulo da minha vida. Depois de tomar banho e me vestir, deixei um bilhete breve para Miguel, avisando que voltaria em algumas horas. Peguei as chaves do carro e dirigi até o hospital. Ao entrar no prédio, senti uma mistura de nostalgia e tristeza. Eu amava meu trabalho, mas sabia que, com tudo o que tinha acontecido, não podia mais continuar ali. Subi direto para o escritório do diretor, Marc, e bati suavemente na porta. — Entre — ouvi a voz familiar dele. Abri a porta e o encontrei sentado à sua mesa, revisando documentos. Ele levantou o olhar e sorriu ao me ver. — Anny, que surpresa. Como está? Respirei fundo, tentando organizar me
Anny Celik Após nos despedirmos dos pais do Miguel, fomos de volta para a mansão, com Miguel dirigindo enquanto eu observava a paisagem pela janela. A tarde havia sido cheia de emoção, e meu coração estava repleto de uma felicidade que parecia difícil de conter. Ele segurava minha mão firmemente enquanto dirigia, seu polegar acariciando minha pele de maneira distraída. Quando chegamos à mansão, Miguel estacionou o carro e desceu rapidamente para abrir a porta para mim. Seu gesto,tão cavalheiro, me arrancou um sorriso. — Tem sido tão atencioso! — provoquei, enquanto ele me ajudava a sair do carro. —Serei sempre para você, Anny — respondeu, seus olhos presos nos meus. Entramos na casa, e a quietude da mansão era acolhedora. O ar parecia mais quente, mais íntimo, como se a própria casa entendesse o que estava por vir. Miguel largou as chaves na mesa do hall e se virou para mim, os olhos escuros brilhando com uma intensidade que fez meu coração acelerar. — Você não sabe o quan