Miguel YlmazEu não sabia exatamente o que estava esperando quando entrei na sala da Anny, mas a cena diante de mim acendeu algo primordial no meu peito. James estava segurando o braço dela, com aquele olhar asqueroso, como se tivesse algum direito sobre ela. E Anny, mesmo lutando como uma guerreira, parecia vulnerável naquele momento.Minha visão ficou turva. Tudo o que consegui pensar foi: ninguém machuca o que é meu.Caminhei até ele em passos calculados, sentindo o peso frio da arma dentro do meu paletó. Eu não precisava de palavras. Meu olhar bastava.— Solte-a — disse, a voz baixa, mas firme.James hesitou, mas o medo em seus olhos já denunciava que ele sabia que tinha cruzado uma linha perigosa. Ele soltou Anny, mas não rápido o suficiente para o meu gosto.Eu me aproximei ainda mais, sentindo a adrenalina pulsar em minhas veias. Mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, um movimento periférico chamou minha atenção.Um dos meus homens. Luiz. Ele havia entrado na sala sem m
Miguel YlmazA sala da Anny estava um caos. Luiz estava caído no chão, e James... bem, ele não era mais uma preocupação. Meus homens chegaram rápido, como sempre. O som abafado de passos e ordens baixas preencheu o ambiente. — Limpem isso agora. — Minha voz era firme, sem espaço para questionamentos. Anny estava sentada no sofá, os olhos ainda fixos no vazio. Apesar de sua força, o que acabara de acontecer não era algo que qualquer pessoa pudesse digerir facilmente. Caminhei até ela, abaixando-me para ficar em seu nível. — Você está bem? — perguntei suavemente. Ela me olhou, ainda segurando a arma que havia usado momentos atrás. Seus olhos, tão determinados minutos antes, agora revelavam uma vulnerabilidade que me rasgava por dentro. — Não me pergunte isso, Miguel. Não agora. Assenti, respeitando seu espaço. Toquei levemente sua mão, e ela finalmente largou a arma. Fiz um sinal para um dos meus homens, que a pegou e saiu sem uma palavra. Enquanto a sala era limpa, olhe
Anny CelikO sol mal tinha surgido no horizonte quando me levantei. A mansão de Miguel estava silenciosa, e ele ainda dormia profundamente ao meu lado, uma expressão de serenidade que eu raramente via. Olhei para o anel no meu dedo, a joia capturando a luz suave da manhã. Meu coração estava em paz, mas também sabia que era hora de fechar um capítulo da minha vida. Depois de tomar banho e me vestir, deixei um bilhete breve para Miguel, avisando que voltaria em algumas horas. Peguei as chaves do carro e dirigi até o hospital. Ao entrar no prédio, senti uma mistura de nostalgia e tristeza. Eu amava meu trabalho, mas sabia que, com tudo o que tinha acontecido, não podia mais continuar ali. Subi direto para o escritório do diretor, Marc, e bati suavemente na porta. — Entre — ouvi a voz familiar dele. Abri a porta e o encontrei sentado à sua mesa, revisando documentos. Ele levantou o olhar e sorriu ao me ver. — Anny, que surpresa. Como está? Respirei fundo, tentando organizar me
Anny Celik Após nos despedirmos dos pais do Miguel, fomos de volta para a mansão, com Miguel dirigindo enquanto eu observava a paisagem pela janela. A tarde havia sido cheia de emoção, e meu coração estava repleto de uma felicidade que parecia difícil de conter. Ele segurava minha mão firmemente enquanto dirigia, seu polegar acariciando minha pele de maneira distraída. Quando chegamos à mansão, Miguel estacionou o carro e desceu rapidamente para abrir a porta para mim. Seu gesto,tão cavalheiro, me arrancou um sorriso. — Tem sido tão atencioso! — provoquei, enquanto ele me ajudava a sair do carro. —Serei sempre para você, Anny — respondeu, seus olhos presos nos meus. Entramos na casa, e a quietude da mansão era acolhedora. O ar parecia mais quente, mais íntimo, como se a própria casa entendesse o que estava por vir. Miguel largou as chaves na mesa do hall e se virou para mim, os olhos escuros brilhando com uma intensidade que fez meu coração acelerar. — Você não sabe o quan
Miguel YlmazO quarto estava em completo silêncio, exceto pela respiração tranquila de Anny, que dormia profundamente ao meu lado. Ela parecia tão serena, tão vulnerável, que por um momento hesitei em me afastar. Passei os dedos pelo seu cabelo, memorizando cada detalhe do seu rosto. Eu sabia que ela confiava em mim, e era exatamente isso que me atormentava. Eu a beijei suavemente na testa antes de me levantar, movendo-me em silêncio para não acordá-la. Vesti-me rapidamente e saí do quarto, indo direto para a sala de segurança da mansão. Lá, encontrei Emir, meu tio, que estava aguardando com um olhar atento. — Cuide de tudo enquanto eu estiver fora — ordenei, minha voz firme. — Quero segurança máxima. Ninguém entra ou sai sem a sua permissão. Emir assentiu, seu rosto sério. — Pode deixar comigo, Miguel. Mas você tem certeza disso? — perguntou, referindo-se ao que eu estava prestes a fazer. — Absoluta — respondi, sem hesitar. Saí da mansão e dirigi em alta velocidade até o
Anny CelikAcordei com a sensação de vazio ao meu lado. O calor que eu senti quando Miguel estava ali não estava mais presente. Meus olhos abriram lentamente, mas a realidade me atingiu como um tapa. Ele não estava ali.Olhei ao redor do quarto, tentando encontrar qualquer sinal dele, mas nada. Meu coração começou a acelerar enquanto eu me perguntava para onde ele tinha ido. Miguel sempre dizia que me protegeria, mas sua ausência me fazia sentir exposta, como se algo ruim estivesse prestes a acontecer.Levantei-me, vesti um robe e saí do quarto, percorrendo os corredores da mansão em busca de qualquer resposta. Os empregados me evitavam, seus olhares abaixados, como se soubessem algo que eu não sabia. Peguei meu celular e disquei o número dele, mas tudo que ouvi foi o som irritante da chamada sendo rejeitada. Tentei novamente. Nada.O dia inteiro passou como um borrão. A cada hora que passava, minha preocupação aumentava. Onde ele estava? Por que ele não atendia? Miguel sempre foi d
Miguel YlmazNo meu escritório, a tensão era palpável. Emir estava sentado à minha frente, seu rosto sério, mas seus olhos denunciavam que ele sabia mais do que estava disposto a admitir. Fechei a porta, deixando qualquer som do lado de fora, e me voltei para ele. — Precisamos conversar sobre a Anny — comecei, a voz baixa, mas carregada de determinação. — O que houve com ela? — Emir perguntou, cruzando os braços. Respirei fundo antes de soltar a bomba. — Ela é sobrinha do Kemal. Esperei uma reação, mas Emir permaneceu calado. Nenhuma surpresa, nenhuma interjeição, apenas um olhar pesado que confirmou o que eu já suspeitava. — Você já sabia disso, não é? — perguntei, minha voz endurecendo. Ele hesitou por um momento antes de suspirar. — Sim, Miguel. Eu sabia. Meus punhos se cerraram, mas me forcei a manter o controle. — Como? Por que nunca me contou? — Porque ela também não sabe. Anny é filha da irmã do Kemal. Mas a mãe dela prometeu ao pai de Anny que nunca revel
Anny Celik Uma semana depois... O silêncio do quarto era ensurdecedor. Minhas mãos estavam atadas ao frio da realidade. A mansão era enorme, mas de nada adiantava o luxo ao meu redor. Cada detalhe me lembrava que estava presa, um peão em um jogo que nem ao menos sabia que estava participando. Minha mente girava em mil direções. Quem realmente era Kemal? Por que meu nome estava no centro dessa tempestade?Eu era só uma peça para a vingança dele com Miguel? O clique suave da porta interrompeu meus pensamentos. Uma mulher entrou, vestindo um uniforme de camareira. Ela trazia uma bandeja com uma refeição simples. Seus olhos, um castanho profundo, mas feroz encontraram os meus, e um arrepio percorreu minha espinha. — Aqui está sua comida — ela disse calmamente, colocando a bandeja na mesa ao lado da cama. — Por favor, me ajude a sair daqui! — implorei, minha voz embargada, mas determinada. Ela hesitou, olhando para a porta antes de se aproximar de mim. Sua expressão endur